A menina então começou a chorar. Brady tenta consolá-la com tapinhas nas costas:

            — Vai ficar tudo bem — diz Brady solidário. — Tá legal... Não se preocupe.

            — É que... — diz a menina enquanto soluça. — Estava com tanta saudade... Faz tanto tempo, sabe, que não o vejo... Desde, desde...

            Ela o soltou do abraço, fungando.

            — Não vai contar para ninguém que eu chorei né? — diz a menina limpando as lágrimas.

            — Eu sou um tumulo — diz Brady. — Eu guardei o segredo do Boomer, sobre ele dançar balé, melhor do que... Espera ai, você pode esquecer o que eu acabei de te contar?

            — O que, está acontecendo aqui? — grita Mikayla atrás de Brady.

            — AAAAAAHH!! — diz Brady, dando um salto, e parando nos braços da outra menina.

            Brady tenta se endireitar:

            — Mi... Mi... É... Na-na... — diz Brady perdido tentando se explicar.

            — Rei Brady sem palavras? — diz Lanny esfregando as mãos. — Este dia está ficando cada vez melhor.

            Mikayla joga Brady para o lado.

            — E, quem é você? — diz Mikayla encarando a menina.

            A menina devia ter uns doze anos, tinha o corpo magro, cabelos castanhos, suavemente encaracolados, seus olhos eram escuros e a pele um pouco bronzeada. Em seu rosto não havia mais sinal de lágrimas, seu peito estava estufado, parecia uma garota orgulhosa e valente... Lembrava um pouco...

            — Kayla. — diz a garota, seu rabo-de-cavalo balançando.

            — Com licença, eu... Posso explicar, Mikayla — diz Brady, se colocando na frente.

            — Não estou falando com você — diz Mikayla empurrando Brady, para trás, ele cai no chão de bunda. — De todos os reis, nunca pensei que...

            Ela parecia muito irritada.

            — Parada ai! — grita Mikayla. — Saindo de fininho, não é?

            Kayla se vira, quando estava prestes a fugir pelo portão.

            Boomer olha para ela prestando atenção:

            — Espere — diz Boomer, ele começa a enumerar nos dedos. — Cabelos castanhos, esguia, deve ter uns doze anos, sapatos 32... Ela é a ladra!

            — Jura que você percebeu isso só agora? — diz Boz.

            — Ladra? — diz Brady confuso.

            — Ei, não me chamem assim — diz Kayla ofendida. — Digamos que eu seja uma recuperadora de itens raros.

            — Mesmo assim você vai ser presa. — diz Mikayla.

            — Fica para a próxima, tenho que ir... Sabe como é né, o tempo urge — diz a garota com um sorriso zombeteiro, se preparando para fugir.

            — Não tão rápido — cantarola um Mason nada feliz, barrando a saída.

            Kayla deixa pelo seu rosto, um leve toque de surpresa, mas isso dura muito pouco, pois sua expressão fica zangada.

            — Ok, eu não queria fazer isso, mais vocês me obrigaram... — diz Kayla.

            Ela faz uma reverencia para Mason, e tira seu próprio facão da bainha. Mason a encara:

            — HAHAHAHA!! Sou o chefe da guarda mocinha. — diz Mason sacando o seu facão também.

            O primeiro golpe foi o de Mason, ele tentou um com a chapa do facão, tal ataque foi ineficaz já que a pequena garota, defendeu com uma facilidade perceptível.

            — O que? — diz Mason surpreso.

            — Da onde vim — diz Kayla. — Sou a chefe da guarda, e princesa também.

            Mason tenta um novo movimento, mais este também é desviado, um segundo, terceiro e um quarto, Mason começa a ficar cansado e irritado. Em questão de segundos Mason, deixa de se gabar, para sair num mano a mano, com uma garota de 12 anos, os movimentos dela eram tão fluidos que mal podiam ser vistos.

            Mason sem forças tenta um golpe desesperado, Kayla desvia, e aplica um golpe em Mason, que estatela no chão derrotado.

            Todos a encaram, bocas abertas de surpresa:

            — É não se fazem mais guardas como antigamente. — diz Boz.

            — Que raio, de ilha é essa que nem os seguranças estão seguros? — diz Boomer.