— Eu vim de um futuro, 7 anos distante deste. Em 7 anos... Os dragões já terão conquistado completamente esse mundo — prosseguia Rogue, com a face relaxada — Nem mesmo um décimo de toda a humanidade sobreviveu... E é claro, Eclipse não tem nem perto tanto poder quanto agora. — Loke, Lucy e Natsu ficaram pasmos com a informação. Ele veio do futuro, isso era claro, mas podiam mesmo acreditar naquelas informações? — Se não acabarmos com os dragões aqui... O mundo estará condenado.

— Beleza, então vamos logo abrir esse portão aí! Sem problema... — o Dragon Slayer do fogo falou para aliviar a tensão, mas ele também suava frio.

— Mas há 7 anos atras, ou seja, agora — Rogue prosseguiu — Alguém nos impediu de abrir o portão. Por causa disso, pelo portão não ter sido aberto... E por não termos podido disparar o canhão de Eclipse contra a horda de 10 mil dragões... Aquela pessoa causou a destruição do mundo. É por isso que eu estou aqui. Para eliminar essa pessoa.

— Um obstáculo? Mas se conversarmos melhor, vamos poder resolver, não é? — Charles disse, preocupada.

— Não precisamos matar ninguém — Lily afirmou, olhando Rogue.

— Em uma "intersecção do tempo" tão importante assim, apenas palavras não farão qualquer efeito. Mesmo se conversarmos... Já foi decidido que ela manterá o portão fechado.

— Já foi decidido? — Lucy indagou.

— Um destino inescapável, onde aqueles predestinados a sobreviver, vivem, e os condenados, perecem. Enquanto estiver viva, aquela predestinada a manter o portão fechado, assim fará...

— Tô viajando — Natsu susupirou — De quem você está falando afinal?

— De você. Lucy Heartfillia!!! — Rogue assim disse, apontando sua mão para a maga, preparando um golpe de magia das sombras.

— Lucy! — o rosado gritou. Não estava preparado para defender aquele golpe, muito menos contra-atacar antes que a magia fosse bem-sucedida.

Mas já era tarde demais.

>> MUSICA

Lucy caiu, agonizando a dor. O raio a atingiu bem em sua barriga, e sabia que tinha pouco tempo de vida. Diferentemente do que as pessoas descrevem da morte, ela não viu a sua vida passar diante dos seus olhos, muito menos uma luz no fim do corredor. Era apenas a dor, ela e as memórias, que estavam morrendo aos poucos, assim como ela.

— Luce — viu o Dragon Slayer chegar próximo — Não morra, por favor... — ele tentava com todas suas forças conter suas lágrimas. Não era de chorar. — Wendy, por favor, a ajude...

— N-Não — a loira falou, com sangue saindo por sua boca. O gosto de ferro foi identificado pelo seu paladar. É como arrancar o dente, pensou. E logo sorriu. — Deixe-me ir Natsu.

De repente, todos os Espiritos Estelares da moça apareceram, em volta dela.

— Princesa. — Virgo falava, entre lagrimas.

— Moshi, Moshi...

— Por favor, não se vá-ebi.

— Não, não façam isso comigo — Ela começou a chorar — Vocês sabem que eu amo vocês... Não é? Não seria capaz de abandona-los, enquanto eu estivesse viva. — a palavra "amo" despertou uma coisa na mente de Lucy. Ela voltou a sua cabeça para Natsu novamente, que continuava lutar contra as lágrimas.

— Luce...

— Odeio quando você fala o meu nome errado — riu, apesar de estar no seu leito — também odeio quando entra em meu apartamento sem minha ordem, ou quando me chama de estranha. Mas, eu amo quando você os faz. Confuso não?

— Lucy, não se vá, eu preciso de você! — Happy, o gatinho azul, foi ao seu lado, abraçando o braço direito da maga.

— Com quem eu faria um grupo, além de você? Alias, além de vocês dois.

— Luce, não... — o mago não conseguiu se aguentar, as lágrimas começaram a sair livremente no seu rosto, ao se lembrar de momentos que a maga, ele e, o seu gatinho, Happy foram sempre um time. Os dois magos muito mais do que um time. Se gostavam mas o orgulho dele e a falta de aceitação dela os separaram.

— Natsu... Eu agradeço os momentos que eu passei com você — Lucy parou um pouco, para tomar ar e tentar amenizar a dor, que era maior quando falava — Você foi uma pessoa que, literalmente, caiu do céu quando precisei, pela primeira vez. Sempre esteve presente. E, apesar de me chamar de estranha... — foi interrompida por mais uma pontada de dor. Colocou sua mão esquerda, a que portava o símbolo da Guilda, sob o ferimento — Foi você que me colocou em Fairy Tail... Você me fez conhecer pessoas... Maravilhosas... E os meus espíritos... Minhas conquistas. Eu os amo.

— Luce, por favor, poupe o esforço... — ele continuava a chorar, e as lágrimas faziam uma caminho, até o limite do seu rosto, e caiam no chão.

— Eu demorei a perceber...

Wendy se aproximou mais e começou a invocar a magia da cura sob Lucy.

— E-Eu vou t-tentar Lucy-chan — a pequena também chorava.

— N-Não — Heartfillia disse, levantando sua mão para segurar a de Wendy, interrompendo a maga. — E-Eu demorei a perceber... — prosseguiu, sorrindo para Wendy, que se levantava, contra a vontade, mas aceitando o que sua amiga lhe pedia — Eu te amo Natsu.

— Luce...

— Me de um beijo? — pediu, simplesmente. Sua última vontade era o seu maior sonho. Nunca fora beijada. — P-Por favor, Natsu...

Sem nenhuma hesitação, o mago colou seus lábios nos da moça. Foi um beijo estalado, um selinho. Nada feroz, nada pervertido. Apenas a serenidade de entrega. Ela se entregou a Natsu antes de partir. Sorriu então, durante o beijo, pela última vez. Eu sou sua, era o seu ultimo pensamento, sou inteiramente sua. Ele se levantou, já que não estava mais sendo correspondido. Observou a marca da Guilda desaparecer da mão dela, juntamente com os espíritos que a rodeavam.

— Eu também te amo, Lucy.