Nami piscou os olhos lentamente, olhando-se no espelho. Ela passou os dedos pequenos nas maçãs do rosto, testa e nariz. Não acreditando no que acontecera. Estava ainda assustada demais com toda aquela confusão e transformação. Vestia uma das camisas de Robin, que em seu corpo pequeno parecia um vestido.

A pequena Nami soltou os ombros, batendo a testa no espelho. Ela era uma criança... uma criança. Suspirou, virando-se e subindo na cama. Deitou e choramingou.

Robin entrou no quarto encontrando-a encolhida na cama. Ela sentou ao lado de Nami, acariciando os cabelos da menina. A situação era preocupante, mas iriam reverter aquela transformação. Ela sabia que iriam conseguir.

— Robin-neesan. – Nami levantou a cabeça, com seus olhos marejados. Robin sorriu. – Olha só como eu estou.

— Eu estou vendo. – Ela sorriu, tentando animá-la. – Vai tudo dar certo. Veja o que eu costurei para você?

— Ah! – ela fungou, pegando das mãos da morena um vestidinho.

— Adorei. Parece aquele seu vestido lindo.

— Sim, eu o cortei e costurei para ficar bem em você.

— Mas Neesan, é o seu vestido favorito.

— Não se preocupe. Poderemos comprar novas roupas.

Nami pulou no colo de Robin, que a segurou cuidadosamente, passando as mãos em seus longos cabelos, limpou as lágrimas de Nami com os dedos e a incentivou tomar um banho e se arrumar para irem até a cidade. Após o banho, Robin penteou os cabelos de Nami, amarrando as chiquinhas.

Robin não fez muita questão de se olhar no espelho. Aquela juventude trazia certas lembranças desagradáveis. Ela se arrumou também, juntando-se ao bando.

Sanji segurou a mão de Robin, declarando algo sobre sua beleza ser maravilhosa independente da idade. Nami ficou escondida atrás da arqueóloga, porque o cozinheiro lhe causava um tipo de arrepio que não sentia quando mais velha.

— Nami-swaaan. – ele rodopiou e Nami gritou.

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Fazer compras era um dos passatempo que Nami mais curtia. Ao entrar em uma loja de grife, seus olhinhos brilharam. Correu para dentro, passando as mãos nos vestidos pendurados nos cabides das araras. Ela tentou alcançar um preto com lantejoulas, ms não conseguiu. Cruzou os braços irritada, então Usopp a ajudou.

Nami fez um bico, porque não poderia experimentar o tal vestido. Robin, que estava no provador, pediu para que ela analisasse a roupa que usaria.

A arqueóloga abriu a cortina do provador, usando um longo vestido vermelho com as costas nua. Nami gostou do tecido, mas achou que o decote não tinha um bom caimento. Ela deu uma volta pela loja, pegando algumas outras roupas que Robin poderia experimentar. Enquanto isso, Usopp provava algumas roupas para ele também.

— Não abuse. Você não precisa ficar muito elegante e chamar atenção. – Nami alertou.

— Você é assustadora até mesmo criança.

Nami não deu atenção ao que Usopp dizia. Pedindo para Robin sair logo de dentro do provador. Dessa vez ela vestia um vestido justo de renda. Nami desaprovou, mandando ela vestir outro. E assim foram por quase uma hora, até Robin aparecer com uma blusa roxa delicada e saia longa com fenda lateral.

— Eu amei esse. – ela bateu palmas, animada. – Eu queria um igual.

— Pode encontrar na coleção infantil em nossa loja. No andar superior. – A vendedora que as atendia levou Nami e Robin até a sessão infantil. – Sua irmãzinha vai ficar linda usando um vestido combinando com você

Ela disse para Robin, que apenas sorriu de volta.

Nami fechou a cara, já iria soltar um Não sou irmã dela. Mas devido as circunstâncias, ela foi encontrar uma roupa bonita. E logo encontrou algo que combinasse com Robin.

Eles deixaram a loja com várias sacolas extras. Nami não resistiu e comprou o vestido que amou. Afinal, tinha plena certeza de que voltariam ao normal. O quanto antes.

— Hein, Robin-neesan. Aquela mulher achou que você era minha irmã mais velha. – Nami comentou, segurando um sorvete de casquinha em uma mão, enquanto a outra era bem segura por Robin, ao atravessarem a rua. Usopp vinha atrás carregando as sacolas de compras.

— Sim. – Robin parou diante de uma joalheria. Havia um par de brincos espetacular na vitrine. – Não é engraçado?

— Não!

Robin apenas riu, abrindo a porta da joalheria.

Elas visitaram o salão de beleza, depois uma doceria e até mesmo uma loja de brinquedos. Nami e Robin entraram em uma cabine para tirar fotos. Usopp abriu a cortina da cabine, aparecendo nas últimas fotos, ou pelo menos seu nariz apareceu.

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Recuperar a forma normal não foi fácil. Mas Nami, Robin e Chopper voltaram a seus corpos. Nami olhou para suas mãos, os seios e as pernas longas. Ela deu um suspiro de alívio, procurando por Robin no campo e batalha. Ela estava também admirava sua transformação, levando as mãos ao rosto.

Nami correu na direção dela. Robin fez um carinho no rosto dela, fazendo a navegadora corar.

— Finalmente. – Nami disse aliviada.

— Que pena, você era tão bonitinha com aquelas chiquinhas nos cabelos.

Nami protestou.

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O navio estava em alto mar. Nami, ouvia a celebração vindo do convés do navio. Ela olhou-se no espelho. Estava tudo normal agora, como deveria ser. Colocou os brincos que Robin a presenteou e analisou o vestido preto de lantejoulas. Era perfeito.

Ela já estava quase pronta, quando Robin entrou no quarto.

— Se demorar mais, vai perder a festa.

— A festa só começa quando eu chego. – Nami balançou os ombros, jogando os cabelos para trás. Ela pegou um fasco, borrifando o perfume, jogando também um pouquinho no ar, na direção de Robin.
Nami olhou na penteadeira e viu as fotografias tiradas na cabine de fotos na loja de brinquedos. Guardou-a dentro de um livro para não perder.

— Antes de ir, quero fazer uma coisa.

— O que é? – Robin aproximou-se, estendendo a mão para Nami, que a segurou apertando firme.

Nami levou suas mãos até o rosto de Robin, ficando na ponta dos pés para beijá-la.

— Ai que alívio. Pensei que não iria poder nunca mais fazer isso. – confessou num sussurro. – Robin, vamos para a festa.

— Acho que podem esperar mais um pouquinho.

Nami sorriu, recebendo os braços de Robin em volta de seu corpo.