Summer Paradise. escrita por mylena


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

OLÁ LEITORES NOVOS, LEITORES VELHOS.
HERE I AM, ONCE AGAIN.
Quem me conhece, olá, sou Mylena diva linda e tdo mais, pra quem não me conhece, olá sou Mylena.
Enfim, só quero deixar um aviso, fiquem cientes de que é uma oneshort, então seria ótimo que deixem reviews opinativos.
Obrigada e divirtam-se.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/385665/chapter/1

Clique aqui pra ouvir, por favor. 

- Quantas vezes vamos ter que nos despedir até que tudo não passe de uma lembrança dolorosa?

- Vai passar. – seus cabelos loiros deslizaram dos ombros e caíram no peito musculoso debaixo dela – E vai ser tão rápido que você nem vai se dar conta. – seu sorriso era reconfortante, mas o cinza dos seus olhos eram um sentimento puro e palpável: tristeza.

- Quando? – a voz dele era rouca e baixa, o hálito quente acariciando o rosto próximo

- Sei lá. – deu um risinho e acariciou a barba rala por nascer – Só não esquece que eu sempre estarei aqui. – o dedo esguio desenhou um círculo em cima do coração – E aqui. – a outra mão livre entrou nos cabelos escuros

- Sempre. – inclinou as costas deitadas na areia, sentindo os lábios salgados dela contra o seu, uma lembrança clara, na verdade, uma mistura da tristeza que ambos sentiam, e que tudo isso logo ia passar.

O garoto de cabelos negros, que o sol tocava levemente fazendo parecer dourado,  aparentava ter apenas uns dezenove anos, com ombros largos, dorso bem definido e braços musculosos, seu peitoral estava sendo exibido, vestia apenas um short branco todo sujo de areia. A garota só usava um biquíni verde, enquanto as mãos estavam enfiadas nos cabelos escuros, e seu cabelo loiro caía pelas costas e pelo peito dele. A prancha branca com alguns detalhes azuis repousada e seca ao lado deles, a canga dela estava úmida cheia de montinhos de areia, a espuma do mar tocava o pé dele, recuando cuidadosamente.

O casal ainda trocava um beijo longo, quase paralitico, os olhos fechados e as respirações embaçadas pareciam mais um casal apaixonado comum – ou uma paixão de verão, como quisesse chamar.

No entanto, eles sentiam que era mais que isso. Era mais que o clichê de uma garota da cidade e um garoto de Santa Bárbara.

Tinha uma história, uma história que os trancava um ao outro.

Fazia que todo clichê que ela se recusava a assistir fosse apenas fachada para o que eles eram.

- Eu preciso ir. – ela quebrou a sintonia do silêncio que fazia entre as ondas quebrando ao fundo, e as respirações fundidas.

- Não. – com os olhos fechados, o moreno acariciou as bochechas douradas, elevando o polegar até o nariz para tocar as sardas – Eu não vou conseguir me despedir.

- Então não faça isso, ora. – a loira sentou-se no abdômen dele com um pulo, sorrindo - Parece tão fácil falar. – apoiou-se nos cotovelos, beijou a ponta do nariz dela e repousou as mãos calejadas na lombar da mesma.

- É fácil. Vai ser fácil. – suas mãos pequenas apertaram as bochechas dele, dando mais um beijo profundo e rápido – Confia em mim?

O moreno assentiu, incerto, confuso.

- Em poucos meses, eu estarei de volta. Prometo.

- Confio em você. – sussurrou, fechando os olhos enquanto sentia os lábios macios espalharem beijos pelo seu rosto

- Eu sei.

Finalizou com um beijo em seus lábios mais uma vez. Intenso, calmo, aproveitando cada segundo perto dele.

A loira deu um pulo, sentindo a areia entrar entre seus dedos, ainda com um sorriso reconfortante, entretanto até seus movimentos pareciam tristes, lentos... Enfiou a camiseta branca sobre os braços, segurou a canga entre os dedos, colocando o resto das comidas intocadas dentro da bolsa, assim como o jeans velhos.

- Eu já vou. – seu olhar estava distante, atrás das casas simples que se estendiam um pouco atrás da areia

- Eu te acompanho.

- Não. Por favor. E não vá amanhã ao aeroporto nem... Você sabe. Por favor.

O moreno assentiu, calmo. Tocando um dos colares de identificação em seu peito, levantou-se com dificuldade, limpou as mãos no short sujo e lamacento, abaixando a cabeça para encarar a tristeza que, finalmente, havia se instalado no rosto dela, no corpo dela. Impregnado nela.

Ele tirou um dos colares – o mais especial. Tinha A169P369, lhe deu um sorriso torto enquanto virava o metal gélido contra sua palma e via AP em letras de forma atrás.

- Lembra? – balançou em frente ao rosto dela

A garota tocou o peito dele, sentindo o outro metal, virando entre seus dedos e vendo seu nome escrito, do outro lado, o mesmo código do outro. Seus números cheios de segundas intenções, mesmo sentindo um pesar em seu corpo, sorriu.

- Nunca vou me esquecer. – deixou que as mãos dele circundassem seu pescoço, colocando o colar de identificação. – Agora eu tenho que ir. – sorriu – E, por favor... – não completou a frase, entretanto

Abriu a bolsa com euforia, tirou uma vasilha lilás de dentro com um conteúdo esverdeado. Corada, empurrou a vasilha para o peito dele.

- É minha torta de limão. Você não comeu.

O moreno riu, gargalhou com a timidez dela, segurando a vasilha – uma pequena parte dela – contra o peito, assentindo.

- Eu vou comer, prometo.

- Eu estou indo. – segurou a nuca dele para mais um beijo, enquanto sentia as mãos dele afundando em sua pele – Eu te amo.

O garoto não conseguiu retribuir, ela já tinha corrido, o deixado com o pôr do sol que nem parecia tão romântico assim em meio à suas lágrimas e seu melhor amigo silencioso, o mar ricocheteando em si mesmo, como se fosse uma intensa batalha sem previsão para seu final. Sabia que talvez, aquele dia fosse realmente o último.

Encarou o nome dos dois ainda escritos na areia clara, a maré parecia amedrontada de tocar no nomes deles separado por um &.

Só deixou seu corpo, sua mente se afundar em lembranças escondidas em algum lugar. Lembranças que há pouco tempo atrás se recusava a sentir, se recusava a trazê-las de volta. Mas agora, já se sentia em um lugar tão profundo, um lugar cheio de luz exibindo todos seus melhores pensamentos.

E antes de se afundar em sua inconsciência, visualizou a maré subir, sem medo, sem hesitação, e apagar os nomes escritos na areia clara.

Clique aqui para ouvir, por favor

- Poseidon! – ouvia a voz de Réia gritando em frente à porta da casa de praia

Era pequena e aconchegante, com portas de vidro e paredes que pareciam ser feitas de madeira. O garoto estava sentado na areia, olhando através do mar, uma prancha infantil ao seu lado, do outro, um violão de cor clara repousava contra a areia.

- Poseidon, querido, venha! – a voz doce de sua mãe gritava

O garoto tinha dez anos. Seus cabelos eram mais claros, um castanho que estava se tornando preto, Poseidon olhou sobre o ombro e encarou a mãe.

- Não quero. – resmungou e voltou a posição anterior

A mulher de cabelos ruivos presos em um rabo de cavalo bufou, limpou as mãos no avental cinzento, úmido e velho enquanto enfiava os pés na areia, andando com passos firmes até o filho, sentando-se ao seu lado e encarando as ondas chegarem a areia com a mesma calma com que ele fazia.

- Atena brigou comigo.

A mãe riu, acariciando os cabelos do menino com calma.

- É? E o que ela disse dessa vez?

- Que nunca mais queria me ver. – sussurrou

- Hm... E o que você fez, garotinho?

- Eu só disse... – fungou – Só disse que ia quebrar a cara do irmão dela.

Réia riu, gargalhando levemente enquanto seu filho a encarava com dúvida e confusão.

- E por que está rindo? Você deveria me apoiar se Ares quiser me bater!

- Você tem o Hades, querido. Ele também pode te proteger.

Poseidon fungou e balançou a cabeça, puxando os joelhos para o peito onde depositou o queixo, conformado.

- Não, mãe. Eu tenho que parecer homem para Atena gostar de mim. É por isso que ela gosta do Chace. – disse com a cabeça baixa

- O Chace? – a mulher balançou a cabeça, abraçando os ombros do menino – Com certeza, não, eu conheço a Atena, ela odeia violência.

- Tá, se ela odiasse violência, ela não iria gostar do Chace!

- Ah, querido. Nunca se sabe o que se passa na cabeça das meninas. – avisou com um sorriso

A mulher levantou-se elegantemente da areia, abanou as mãos no avental e ofereceu a mesma para seu filho.

- Que tal levar uma torta de limão que eu fiz para Atena? É a preferida dela, lembra?

Poseidon assentiu, pensou  na ideia por um momento e sorriu, saltitante.

- É verdade! Ela vai parar de gostar do Chace porque a mãe do Chace não faz torta de limão!

- Isso mesmo, querido. Agora corra pra lá com essas pernas magras e peça ajuda pro Hades enrolar a torta, ok?

- Sim, mamãe!

Em poucos minutos, o garoto entrava batendo a porta do quarto que exalava uma música alta de rock misturado com acordes de uma guitarra provavelmente enferrujada.

Réia entrou na casa carregando a prancha e o violão, deixando-os em cima do sofá, tirou o avental, observando seu marido sair do quarto com um sorriso no rosto ao avaliar seu filho dar uma sequencia de socos na porta branca do quarto de seu irmão.

- Hades! Você tem que abrir aqui! Hades!

- Hades, querido. Ajude Poseidon a guardar um pedaço da torta de limão, por favor.

- Mãe! – o adolescente de aparentemente quinze anos abriu a porta abruptamente, deu um revirar de olhos ao ver que seu irmão mais novo passou pela brecha que havia deixado - Esse garoto é obcecado ou o quê?

- Coisa de criança, mas vista-se. Eu tenho que resolver algumas coisas com Métis sobre a loja, então... Vamos?

- Torta de limão, huh? – Cronos disse ao seu lado com um sorriso, caminhando para a cozinha

- Não coma toda, querido! E sim, Hades, você terá que ir. A essa hora sozinho por aqui, não vai ser bom. Querendo ou não, você vai ter que ir.

- Persé está lá, mano! – Poseidon gritou de dentro do quarto saindo vestido em um short folgado e uma blusa polo esverdeada

- Como se eu me importasse. – o moreno revirou os olhos – Não tenho escolhas mesmo. – bateu a porta do quarto, indo vestir-se

- Pronto, chega. – puxou a tigela de vidro que Cronos estava comendo e colocou em outra menor. – Aqui, querido. Agora, guarde, tudo bem?

Um jogo de xadrez estava estendido pela mesinha de centro da sala ampla.

Sentada em frente estava uma garotinha pequena de bochechas rosadas e longos cabelos loiros, sua expressão beirava a um concentração impecável, os lábios franzidos, assim como as sobrancelhas. Os olhos nublados procurando alguma técnica que poderia derrotar seu adversário, seu pai.

Estalou a língua no céu da boca e bateu checkmate, com um sorriso pequeno.

Zeus coçou a barba espessa preta e balançou a cabeça, procurando onde tinha errado na jogada anterior.

- Parabéns, Atena.

- Obrigada, papai. – disse com os dedos cruzados em cima do colo

- Por que está tão séria hoje?

- Não estou tão séria. – rebateu, encarando o pai com curiosidade – Só estou... Normal. – deu de ombros, assentiu, tentando acreditar na própria mentira

O homem sorriu, sozinho vendo sua sobrinha descer as escadas brancas seguida por um Ares que a irritava a todo momento com piadinhas idiotas.

- Ares, pare de irritar sua prima. – pediu com uma voz controlada enquanto reorganizava o jogo

- Xadrez, maninha? – bagunçou os cabelos de Atena drasticamente, fazendo a garota bufar, irritada

- Ares. – resmungou

- Disse ao papai de seu namoradinho?

- Ele não é meu namorado! – reclamou, raivosa

- Suco de maracujá. – Métis cantarolou trazendo uma bandeja cheia de copos com um conteúdo amarelado

Cada um pegou o seu, mas ainda assim sobrou vários copos. Ares arqueou as sobrancelhas, confuso. Atena contou os copos, tentando conectar alguma coisa a algo antes que a campainha tocasse pedindo por atenção.

- Ah, visita. – Métis flutuou pela sala como se a coisa mais normal do mundo fosse receber visitas às sextas nos finais da tarde

Assim que a porta se abriu, revelou um casal com sorrisos estampados no rosto e quase em um timing perfeito, Zeus pulou do chão indo abraçar seu amigo com um sorriso no rosto, levando-o para os fundos. Ares e Hades começaram a engatar em uma conversa fácil enquanto Perséfone tentava fazer parte de uma conversa machista e era levada para o andar de cima, por fim, Réia e Métis riam, entrando pela casa e seguindo para a cozinha, conversando sobre os negócios que abriam juntas – uma “doceria”.

Sobrou duas crianças, sentadas com dificuldade no sofá alto demais para elas. O garoto trazia a pequena vasilha de vidro apertada contra o peito, entregando-a timidamente para a menina que abria a mesma entediada até ver o que havia dentro dela.

- Poseidon! Isso é o que eu mais gosto!

A loira inclinou-se sobre o espaço entre eles, dando-lhe um beijo doce na bochecha do garoto.

- Eu sabia que você ia gostar. Estou desculpado? – fez uma careta, beirando a confusão e arrependimento

- Eu nem estava com muita raiva mesmo. – deu de ombros, enfiando o dedo no conteúdo azedo e pastoso, voltando o dedo para a boca e fechando os dedos, saboreando o gosto – Sua mãe é um máximo! Ela é a melhor cozinheira do mundo! Nem minha mãe consegue fazer uma torta dessas. – disse, parecendo envergonhada

- É muito boa, não é? – o garoto estava feliz enquanto se endireitava para olhar o perfil detalhado dela – Quem estava jogando xadrez? Seu pai? É tão entediante.

- Não é. É inteligente. É muito bom, você deveria aprender.

- Eca. Prefiro pegar algumas ondas, tocar meu violão e inventar músicas com meu irmão.

- Você faz música? – perguntou, curiosa, virando seu corpo para o dele

- Aham! Quer ver uma que ele vai tocar no baile da escola?

- Quero! Como é?

- É assim. Don’t promise me that you’re gonna write, don’t promise you call, just promise that you won’t forget it we have it all. Cause you were mine for the summer… Feels like snow in September…

- Que linda. Será que ele vai cantar pra Persé? Ela vai adorar.

- Hm, acho que sim. O nome da música é Summer Love*.

- Ah... Você entendeu?

- Acho que sim. – deu de ombros, fingindo ser insignificante e sorriu – Por que não vamos ver as estrelas? Elas estavam lindas quando saí de casa.

- É? Vamos!

As crianças correram pelos fundos, sendo repreendidos pelas mães que cozinhavam algo quente demais para ser derrubado.

Mas foi apenas um vulto até que eles estivessem rindo na grama bem cortada, em seguida, reparando em como o céu era tão infinito comparado à pequena energia que eles liberavam, até mesmo quietos.

***

Clique aqui para ouvir a música, por favor.

Em pé, segurando violão e ouvindo as batidas suaves da bateria atrás de si, tentava trazer as imagens dela deitada em Nova York.

Seu corpo fora coberto por um edredom branco com imagens de gatinhos pretos, seu lado da cama estava bagunçado, trazia o frio que entrava da janela espelhada do apartamento dela. Os cabelos loiros estavam totalmente bagunçados e embora a noite anterior tenha sido um desastre – uma tentativa trágica de sexo adolescente – continuava feliz, mas uma parte de seu corpo pensava que tinha que deixa-la.

E foi o que aconteceu, no mesmo dia, meia hora depois. Ela ainda dormia. Podia ouvir a voz dela de noite, abraçando seu peito e sussurrando: “Não me deixe.”

Quebrou sua promessa, que nem fora uma promessa, porque ela sabia que uma hora ele teria que ir.

Ele não conseguiria sobreviver naquela cidade poluída, sem poder à praia ao fim do dia e ela sabia disso.

Atena prometeu que iria convencer a mãe a morar um ano lá. O ano letivo havia começado há três semanas, ela não tinha chegado, eles não tinham mantido contato. E suas esperanças haviam se esgotado.

- Pros casais. – ouviu sua voz ecoar enquanto as notas seguidas foram mais lentas

Não conseguia ouvir sua voz saindo de seu corpo, apenas ouvia sua própria voz cantando aquela música pela sua autoria, cantando em voz alta pela primeira vez, na frente dela, no terraço de seu prédio. O céu parecia tão infinito quanto era na noite da torta de limão, Atena, naquele dia, estava com a mesma torta de limão, com uma colher de plástico, as pernas abertas, e os olhos fechados, sentindo, ouvindo e prestando atenção a cada nota da voz dele, do violão. Naquele momento – e agora – era a única coisa que ela conseguia ouvir.

“When your thoughts are all I see, ‘don’t ever leave’, she said to me”. Fora a modificação que ele fizera na música, ela percebeu enquanto ele cantava de olhos fechados, apenas verificando se apertava nas casas corretas do violão.

“She sleeps alone, my heart wants to come home, I wish was, I wish was… Beside you”. Percebeu que estava a mesma coisa, e que agora o som do violão ficava mais pesado – e sozinho.

“And the shining as we fade into the night”

Poseidon abriu os olhos, mas fingiu ser um vulto ao ver uma garota de jeans costados, coturnos velhos, blusa branca combinando com a jaqueta verde-oliva que aparentava ser do exército. Ele terminou a música e ouviu seu back-vocal dizer que seria o tempo do DJ e então, Morning Sun começou a tocar.

O moreno desceu as escadas do palco, caminhou em meio a multidão e empurrou muitas pessoas até que estivesse em meio ao seus amigos.

Apolo, Anfitrite, Ártemis e sua melhor amiga, Afrodite estavam encostados perto do bar.

- Você foi ótimo, Poseidon. – a morena de longos cabelos caramelados cantarolou, puxando-o pelo pescoço

Apolo piscou para ele, como se escondesse um segredo, debruçou-se sobre o balcão do bar, segurando mais uma Heineken em sua mão, cutucando Ártemis com a parte gelada da cerveja.

- Hm, obrigada. – disse, envergonhado, logo sentindo os lábios quentes de Anfitrite contra os seus, forçando um sorriso sedutor

O moreno assentiu, segurou a cintura de Afrodite, puxando-a para dançar com sutileza.

- Você viu Atena por aqui? – perguntou, com as sobrancelhas negras arqueadas

- At? Não, se ela estivesse chegando, falaria comigo, com certeza.

Seu rosto era uma expressa confusão, e assentiu, voltando ao lugar de antes.

Sem avisar, saiu da quadra. Ouvindo os ruídos e ecos que seus sapatos faziam no solo escorregadio ao ver uma garota caminhando com seus coturnos curtos para a saída.

- Ei! – ele gritou, correndo mais rápido para alcança-la

Assim que conseguiu chegar perto o suficiente, ela virou-se.

Revelou os olhos cheios de pontinhos azuis, as sobrancelhas louras, o brilho labial leve, e as sardinhas pulando de seu rosto, os lábios entreabertos, as bochechas coradas, pegas em surpresa. Mas logo a careta surpresa, tornou-se uma mistura de diversão e raiva.

- Qual seu problema, garoto? – empurrou com as palmas da mão seu peito

Poseidon sorriu ao sentir seu corpo ser jogado levemente para trás, ao mesmo tempo, sentir uma força maior empurrar seu corpo para o lugar de antes, segurando a nuca dela com força depois de sussurrar:

- Você.

O beijo veio em logo seguida.

As costas dela bateram contra uma parede qualquer, enquanto as mãos dele exploravam as laterais de seu corpo penetrando a jaqueta grande demais para ela, subindo para a nuca novamente e desgrenhando o cabelo devidamente arrumado de modo sensual – que funcionava nela.

Sentiu seu corpo ser jogado em uma sala escura, com cheiro intensivo de limpeza.

- Onde estou? – perguntou, afastando o corpo dele

O moreno olhou ao redor, dando de ombros e sorrindo.

- Naquela sala sexy do pessoal de limpeza. – sussurrou contra seu rosto, aproximando-se novamente

- Eu tenho que voltar. – avisou, encostando a porta contra várias prateleiras.

- Não. Não. – sussurrou, descendo os beijos para o pescoço dela

- Poseidon, eu preciso ir. Quando acabar tudo isso, você pode ir lá em casa.

- Por que não pode ser agora? – beijou seu queixo, mordendo seu lábio inferior em seguida, ouvindo-a gemer longamente

- Não acha clichê demais para nós? Separados supostamente pelos pais. Só se veem nos verões...

- Mas isso vai mudar... Não vai ser mais tão clichê. Vai... Mudar. – sua voz falhou, assim quando visualizou seus olhos azuis incertos no escuro  - Não é?

- Podemos nos ver lá em casa? – pediu, acariciando seu rosto

- Me diz agora. Ou eu vou em sua casa agora.

- Não. Minha mãe está resolvendo algumas coisas com meu pai. Não vai ser bom você aparecer lá agora. Por favor, vai... Quando isso acabar. Tenho certeza que ela já vai ter ido embora.

- Atena...

- Por favor. Se... Você gosta tanto de mim quanto diz, não vai agora.

- Eu te amo. – sussurrou

- Já conversamos sobre isso.

- Como você quer que eu prove, é só dizer. E eu faço.

- Também já conversamos sobre isso.

Poseidon assentiu, acabado, beijou sua testa, pronto para sair.

- Mas, por favor... Vá. – ouviu seu pedido antes de sair da pequena sala

Clique aqui para ouvir essa música, por favor. 

O quarto dela no casarão tinha uma varanda, onde uma árvore grande sem dar frutos há muito tempo se erguia bem ao lado.

E tinha folhas, uma trilha na verdade, que levava bem ao lado da varanda dela.

Clichê ou não. Ele preferia subir a árvore, era mais fácil e mais arriscado, isso a irritava porque era tão clichê que ela não suportava vê-lo se jogar para dentro.

O quarto dela era decorado com coisas velhas. A penteadeira era velha, os quadros eram velhos, a cama era de dossel e até tinha uma daquelas máquinas que imprimiam na hora.

Usando uma blusa branca de mangas curtas, jeans velhos e desbotados, subia a árvore com destreza, jogando-se com um pulo para a varanda.

Atena estava sentada no banco da penteadeira, visualizando a varanda pelo espelho. Penteava os cabelos, calmamente, mas assim que entrou no quarto percebeu a gritaria que vinha de lá debaixo. Ainda não entendia como um casal tão perfeito quanto Zeus e Métis poderiam gritar tanto e brigar tanto por tanta besteira.

Tentando ignorar a gritaria lá embaixo, sentou-se na cama confortável.

- Não dá pra ser menos clichê?

- Não sei como você aguenta tudo isso. – o moreno comentou, agarrando o tecido de seda entre os dedos – E então... Pode liberar a bomba, eu vou aguentar.

Atena assentiu, levantando-se.

Não estava com aquele seu estilo rebelde que ganhara quando mudou-se para Nova York, estava com estilo que usava quando morava aqui.

Seu baby-doll era curto, ousado até, com uma abertura curta de renda no canto da perna, embora usasse um robe de seda branco da mesma cor do que poderia se chamar de pijama.

Poseidon corou fortemente, percebendo que conseguia ver toda a pele dela por baixo do fino tecido do pijama e a calcinha preta.

Já tinha ficado várias vezes com mulheres nuas no mesmo ambiente, em festas e sociais. Porém, sentia-se desconfortável e confuso quando ficava perto dela.

Atena não pareceu ligar, apenas sentou-se de frente para ele revirando os olhos.

- Eu não vou morar aqui. – segurou a barra dos jeans dele, brincando com os fios soltos

Poseidon a observou, corada, as sardas, sem maquiagem, os cachos grandes caindo sobre os ombros e então, suspirou.

- Certo. Eu já esperava por isso.

- É por isso a briga. – apontou para baixo, jogou-se do lado dele, bufando

- Ótimo. Era isso que eu precisava. – levantou-se da cama dela, abrindo a porta do seu quarto

- Para onde está indo? – perguntou, apoiando-se nos cotovelos, tentando ver melhor

- Sei lá. – foi o que ele disse antes de desaparecer da visão dela, descendo as escadas que levavam à sala onde Métis e Zeus gritavam

Nenhum dois pareceu perceber a presença do adolescente com sua blusa engomada, parcialmente suja de terra e os jeans desbotados. Só perceberam quando ele se pôs entre o casal, e a filha deles estava no topo da escada, tentando fechar o robe com as mãos trêmulas, quase chorando de medo do que poderia acontecer.

- Já deu, não é?

- Filho, pode sair daqui, por favor? Não sei como você entrou, mas estamos tendo uma conversa de adultos que, infelizmente, não é tão fácil de se resolver.

- É, eu sei, Zeus. Mas, eu acho que vocês deveriam ter um pouco de inteligência, isso que você afirma ter passado para Atena e parar! Chega dessas brigas, não estão vendo que isso a machuca? Não conseguem enxergar que ela finge estar indiferente, mas... Ela está mal! Vocês deveriam perceber isso!

- Poseidon, é melhor...

- Eu sei o que é melhor pra mim, tia! Eu sei que talvez, eu não sei, Atena esteja cansada de Nova York e queira morar aqui ou... – forçou-se a falar a realidade – Morar em Nova York e só vir para cá nos feriados. Por que não tentam escutá-la? Ela não é mais a garotinha de dez anos que joga xadrez e come torta de limão toda a noite escondida. Ela mudou! Eu vi isso, e vocês deveriam ver isso também.

- Querido... – Métis disse com sua voz doce, tocando seu ombro – Onde ela está?

Poseidon demorou a responder, encarando os olhos azuis de sua falsa sogra, pensando no que poderia dizer.

- Ela saiu. Assim que cheguei. Ela deve ter fugido, quem sabe.

- Meu Deus. Você sabe algum lugar que ela possa ter ido?

- Não... Talvez na casa de Afrodite? – Poseidon sugeriu, dando de ombros – Vou ver se ela pode ter ido a minha casa... Eu ligo para vocês, não se preocupem.

- Confio em você, rapaz. – Zeus bateu em seu ombro antes de ambos saírem correndo pela porta

Poseidon suspirou até ouvir o ruído do motor desaparecer, subiu as escadas rapidamente, agarrando Atena pelo pulso.

- Para onde está me levando? – ela perguntou enquanto a obrigava descer as escadas, gargalhando

- Seu irmão não está por aqui, está?

- Não, ele ficou em Nova York.

- Podemos ir para minha casa? – piscou com um sorriso torto

Atena gargalhou, correndo atrás dele, entrando na caminhonete e então, vendo-o acelerar o carro. Sentiu-se livre, sentiu-se ousado... Rebelde.

O caminho foi perseguido por músicas dos anos oitenta, músicas atuais, algumas demos que ele havia feito, gargalhadas e gritarias até chegarem a casa humilde, várias vezes reformada, tendo uma bela visão do mar e do céu estrelado.

- Vem. – segurou sua mão, Atena tremeu assim que saiu do carro

- Aqui está frio. – murmurou, encostando seu corpo ao dele

- Vem logo. – pediu, apressando o passo

Assim que entrou em casa, checou se todas portas e janelas estavam trancadas, ligou o aquecedor e sorriu ao vê-la em pé na porta.

- Tem anos que não venho aqui.

- Pode vir conhecer meu quarto, se estiver afim. – piscou

- Eu adoraria.

Poseidon a beijou. Calmo, tentando recuperar todo aquele tempo perdido que havia deixado com ela, não como o quarto infestado de limpeza. Mas, sim, como se a qualquer momento ela tivesse que voltar a Nova York e ficar por tanto tempo lá que não se lembraria seu rosto. Sentiu-o beijando seu pescoço, em seguida, suas costas estavam contra linho egípcio. Beijos, e mais beijos, mãos e sopros.

Atena arqueou as costas, ajudando-o a retirar seu baby-doll, já sem robe, e sem calcinha, apenas sentiu aquilo que tanto ansiava.

Poseidon. Ambos por inteiro, sem restrições, nada interferia nos toques, nada interferia no que já estava previsto.

Gemidos, gritos e ofegos à parte. Os dois caíram em meio a confusão de lençóis, cabelos e suor.

Atena não se lembrava de muita coisa, apenas que dormiu. Satisfeita, feliz, sentindo o braço de Poseidon a sua cintura, e o beijo dele em sua nuca.

- Eu te amo.

E disso também.

Olhava através do nascer do sol, com um sorriso no rosto, vestindo apenas um short. Ainda via Atena deitada, encolhida em meio aos lençóis, murmurando coisas desconexas de vez em quando.

Tentava fazer um ovo, mas queimou. Então, decidiu fazer sanduíches com presunto e queijo, suco de laranja e algumas frutas que sua mãe tinha deixado na geladeira.

Arrumou a bandeja de vidro com um sorriso, assoviando ao sentir braços rodearem seu peito e beijos mergulharem em suas costas.

- Bom dia. – ela cantarolou, roubando uma das torradas que ele dolorosamente havia feito

- Bom dia. – virou-se, dando um selinho prolongado em seus lábios vermelhos

- Café da manhã? Acho que mesmo que eu diga que odeio clichês, você vai fazer de tudo para me irritar.

- Provavelmente. – deu de ombros – Agora, você pode, por favor, voltar para a cama e fingir que eu te acordei com vários beijos desejosos?

Atena gargalhou, andando ainda com o lençol egípcio sobre o corpo, jogando-se na cama de casal dele.

- Agora sim. Aqui está.

Novamente, riu, antes de pegar seu sanduiche nas mãos e comer.

- Eu estou tipo, com muita fome! – disse com a boca cheia

- Educação, por favor, senhorita.

- Onde está tia Réia? – perguntou, bebendo o suco de laranja com avidez

- Velejando com meu pai.

- Ah.

A conversa acabou aí enquanto ambos comiam, felizes consigo mesmos.

- Deveria participar da doceria, sabe... Isso tá muito gostoso.

- É sua fome.

Atena deu de ombros e assentiu.

- Verdade, não se precipite.

Poseidon riu, roubando o resto do sanduiche dela e comendo em uma única mordida.

- Ei... – o moreno disse, segurando seu rosto entre as mãos – Eu adorei a noite de ontem. Vai parecer clichê... De novo... Foda-se.

A loira mordeu o lábio inferior, ignorando o riso que crescia dentro de si, inclinando-se para beijar os lábios dele.

- Eu também. Eu amei, na verdade. Assim, como amo você.

O moreno abriu ainda mais o sorriso, deixando-a beijar seus lábios e caírem de novo na cama.

E de novo.

Até cansarem por aquela noite.

***

Clique aqui para ouvir, por favor. 

Era uma aula de surf.

E enquanto um amontoado de adolescentes e crianças corriam para o mar, um palco improvisado carregava um homem bronzeado com olhos que espelhavam a imensidão verde.

Com um sorriso pequeno, tocando os acordes, cantarolava “I’ll be there in a heartbeat” a todo momento, mexendo-se de um lado para o outro. Sentia-se feliz, satisfeito enquanto mexia os pés, encarava o mar e repetia “I remember in the sunset...”

Repetiu a sequência de acordes, percebendo que gravara a música, feliz, deixou o violão de lado e pulou do palco, sentindo a areia em contato com seus pés. Era reconfortante.

- Vamos cair na onda! – Hades gritava abanando as mãos

Poseidon acenou, indicando que depois ia. O irmão deu de ombros e correu para o mar acompanhado pela sua esposa, Perséfone.

Andando pela areia, ensinando alguns de seus alunos como entrar na água, bateu-se com Afrodite.

- Hoje é seu aniversário, e ainda está ensinando? – fez um som desaprovador com a boca e revirou os olhos verdes claros – Bem, eu trouxe o meu presente. – encarou o colar de Poseidon com curiosidade jogado em seu peito de qualquer jeito e sorriu – Aqui. – empurrou um pacotinho verde com um laço entre o azul e o verde

O  moreno riu, balançando a cabeça. Deixou o papel se desdobrar em sua mão e encontrar um CD de Simple Plan.

- Sério? – acenou o quadrado em frente aos olhos dela – Nem tenho tempo de ouvir.

- Você é uma droga. Mas eu tenho outro presente te procurando por aí. – deu de ombros – Bem, vou cair na onda com meu namorado.

- Se você gosta de chamar Ares de namorado, vai lá.

A morena lhe mandou língua enquanto procurava o namorado em meio a multidão de sábado.

Voltou ao lugar de antes, reparando em seu aluno mais novo com dificuldade para manter o equilíbrio. Foi até lá, ajudando-o. Ensinando onde deveria colocar o pé, e depois de quase meia hora ali parado, tentando recuperar o equilíbrio que sempre teve, sorriu ao ver quando garotinho ficou em pé por mais tempo que o esperado.

- Você consegue. – encorajou o garotinho que assentia freneticamente voltando para o mar

Com passos calmos, negou mais uma ida ao mar com seu irmão. Sentou-se no palco novamente, pegando seu violão e treinando. A qualquer momento, te chamariam para cantar e estava tão feliz por cantar novamente. Por ter feito outra música, por ficar em frente a tanta gente, de novo.

Um cara alto acenou perguntando se já podia começar, Poseidon assentiu, apoiando o violão de um jeito confortável, repassando as notas mentalmente.

Começou a música.

Como sempre, nunca conseguia sua própria voz sair das caixas de som, era mais como outra voz que entrava em sua mente e repetia tudo que falava.

- But someday, I will find my way back to where your name is written in the sand. – teve que sorrir com a estrofe, lembrava-lhe claramente quando estava sentado com Atena no último dia que se viram

Mais cedo antes dela ir embora, encontrou um galho, a forçara a escrever seu nome para que a maré pudesse subir e apagar seu nome. Fora naquela mesma praia.

Riu. Havia seis anos que não havia, que irônico.

- ‘Cause I remember every sunset, I remember every word you said, we were never gonna say goodbye, singing...  – cantou a última parte com um sorriso maior vendo a plateia o acompanhar e aquilo pareceu lhe revigorar

Intimamente, percebeu que aquela música fora escrita apenas para ela.

Só não ousou admitir para si mesmo.

- Tell me how to get back to back to summer Paradise with you and I’ll be there in a heartbeat. – finalizou com um sorriso e então...

Uma salva de palmas.

Agradeceu e desceu do palco com um sorriso.

- Sabe... – uma voz soou bem em frente à ele enquanto entregava o violão para seu assistente das aulas – Você fica bem cantando sobre o paraíso. Deveria escrever isso mais vezes.

Poseidon riu ao reconhecer a voz e então, abraçar a garota com força, beijando sua testa.

- Quanto tempo, Atena! Pra quem vinha todo verão, você se perdeu no enorme paraíso, huh?

- Realmente. Formada em Arquitetura com mérito. Sinto-me culpada.

- Ah, vai se gabar agora? – Poseidon riu, passando o braço sobre seus ombros

- Senti sua falta. – disse parando de andar, encarando os olhos esmeraldas que tanto sentia falta

- Eu também. – acompanhou – Você não está namorando, está?

Atena riu e negou com a cabeça, em poucos minutos, sentindo os lábios dele tocarem os seus com leveza.

- Feliz aniversário. – a loira tirou alguma coisa da bolsa

Uma tigela. Uma tigela lilás.

- Eu nunca vou cansar de te dar isso, mas... Minha torta de limão aperfeiçoada. Espero que goste. – empurrou para ele.

- Podemos comer juntos à noite. Pode esconder isso de volta na sua bolsa enorme e vamos curtir a praia, ok? Não quero que você fuja de novo.

- Não vou fugir. Vou trabalhar aqui. Em Santa Bárbara, não é ótimo?

- Você está brincando. – sua voz era falha

- Talvez, não. – a mulher saltitou e sorriu – Então, quando você vai decidir me ensinar a surfar?         Eu vim por causa disso, queridinho.

- Que interesseira. – resmungou com um sorriso, pegando sua prancha no caminho – Sabe de uma coisa? Preciso fazer uma coisa clichê no meu dia de aniversário.

- Poseidon! Não. – Atena revirou os olhos, deixando a bolsa de lado, e retirando a roupa, ficando apenas de biquíni

O moreno percebeu que mesmo depois de seis anos. Ela continuava intacta.

- O que você quer fazer, huh? Acredite que vai ser meu presente de aniversário para você.

Poseidon inclinou-se sobre ela, pegando com os dedos calejados o colar de identificação que caia entre seus seios no biquíni tomara que caia. Segurou o A169P369 passando as pontas dos dedos com um sorriso.

- Lembra por que colocamos isso?

- Claro. – Atena riu e puxou da mão dele – Um porque é meu número preferido, meia nova porque você é um pervertido! – brincou empurrando seu ombro

- Você concordou.

- Mentira. Mas, diga logo o que você quer de aniversário.

- Where your name is written in the sand. – cantarolou

- Ah, não. – Atena enfiou o rosto entre as mãos, corando

- Sim. – segurou as mãos dela e apontou para a areia úmida próxima a maré

Os dois caminharam até lá. Com risinhos e revirar de olhos, desenharam ATENA POSEIDON sem o &. Sentiam que eles eram um só agora.

O moreno colocou-a em cima da prancha ainda na areia, tentando-a fazer equilibrar-se, mas eram tentativas falhas e inúteis.

A maré não tocou o nome. Nem quando a noite chegou e ambos ficaram abraçados em uma canga velha da garagem dele.

Nem quando eles ainda estavam acordados, beijando-se na mesma canga e melados de areia pela brincadeira idiota de guerra de areia.

O “desenho” ainda continuava lá. Intocado. Parecia mais uma obra de arte que a natureza tinha feito.

Foi só mais um beijo até que estivessem dormindo na areia, vivendo um dia após o outro.

O dia só havia começado para ambos.

E uma nova vida também.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aaaaaaaaai?
Digam ai o que acharam, o que odiaram, o que realmente não querem.
Espero reviews!
Obrigada, meus babys!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Summer Paradise." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.