Annabeth nunca teve uma vida fácil. Seu pai sempre foi distante e depois que se conheceu sua madrasta quando ela tinha três anos. A filha de Atena se lembra como se fosse ontem que quando seu pai lhe falou que ia se casar que ficou feliz, que pensou que finalmente teria uma mãe, mas não. Afinal ela não queria uma aberração perto dos filhos dela.

– Annabeth tenho que lhe contar algo. – seu pai disse sentando ao lado dela que olhava para as figuras de um livro de arquitetura.

– O que? – perguntou curiosa.

– Milena e eu queremos que você entre com as alianças.

– Serio? – perguntou feliz.

– Sim.

Sua madrasta disse que ela seria a daminha de honrar, ela levaria as alianças. Annabeth pensou que se arrumaria junto com Milena, mais não.

– Alguém deve vim me buscar. Tenho certeza. – ela disse olhando para o relógio.

Mas Annabeth esperou por horas que alguém fosse lhe busca, mais nada. Quando faltava uma hora para o casamento, ela colocou o vestido e fez uma trança de lado no cabelo. Ela esperou que seu fosse lhe busca mais ele não apareceu, nem ninguém. Annabeth ligou para ele, mas ninguém atendeu, ela foi para o seu quarto e pegou sua mesada, foi até a rua pegou um taxi e foi para a igreja. Ela chegou lá na hora da troca de alianças. Seu pai e sua madrasta olhavam para o tapete vermelho, onde sua prima estava entrando com as alianças. Annabeth ficou olhando para aquela cena sem acreditar no que via. Quando seu pai pegou as alianças sorriu para sua prima. Annabeth sentiu seus olhos se encherem de lágrimas quando sua prima virou-se, o vestido era igual ao dela. Ela queria sair dali, mais não podia estava congelada.

– Como você pode? – ela disse baixinho.

– Annabeth? – uma voz disse ao lado dela, quando a cerimônia terminou. Ela olhou e viu sua tia. – Por que você está vestida assim? – nessa hora seu pai virou-se para a frente e a viu. O sorriso dele sumiu.

– Annabeth. – ele disse deixou a noiva no altar e foi em direção a filha.

– Como você pode? – ela perguntou para ele. – Você disse que queria que eu entrasse com as alianças. Levou-me para escolher o vestido e deu um igual a ela.

– Eu queria.

– Então por que ninguém foi me arrumar? - ela o interrompeu - ME BUSCAR? Eu tive que vim sozinha.

– Filha eu... – seu pai tentou se aproximar.

– NÃO ME TOQUE E NÃO ME CHAME DE FILHA. – ela gritou se afastando dele. – EU TE ODEIO E A ODEIO TAMBÉM. EU ODEIO TODOS VOCÊS.

Annabeth se virou e saiu correndo. Ela nunca correu tanto quanto naquele dia. Ela não sabia para onde ir apenas queria fugir, deixar tudo pra trás. Ela parou pouco tempo depois, ofegante. Annabeth se sentou no chão e chorou como nunca na vida. Ela não sabia quanto tempo ficou ali.

– O que uma semideusa tão deliciosa faz sozinha aqui? – uma voz grossa falou.

Annabeth olhou para cima e viu um homem alto em pé ao lado dela. Ela gritou e saiu correndo. Aquele homem tinha apenas um olho no meio da testa. Ela sabia que não conseguiria fugir ele, muito menos lutar, então ela se escondeu. Depois de ter certeza que ele foi embora ela foi para a casa. Não queria, mas tinha medo do monstro voltar.

– Annabeth. – seu pai falou assim que ela entrou. – O que aconteceu? Onde você estava? Por que seu vestido está rasgado?

– Me deixa. – ela disse indo para o seu quarto.

Depois desse dia ela foi atacada por vários monstros e por aranhas. Muitas aranhas. Annabeth não falava com seu pai ou com sua madrasta. Depois que seus irmãos nasceram, as coisas ficaram pior. Seu pai não os tratava com a mesma frieza e isso a machucou. Quando ela tinha sete anos saiu de casa. Ela ficou dias andado pelas ruas, sozinha. Até que encontrou Tyson e ele passou a cuidar dela. Quando Percy a salvou ela se sentiu radiante, mas as coisas não são assim tão fácil. Ele era um deus.

Depois que Percy foi embora para treinar os dragões, Annabeth sentiu uma dor enorme. Ela se lembrou que da última vez que ele se foi, eles ficaram um ano sem se verem e quando ele voltou, eles brigaram. A filha da Atena suspirou olhando para os papeis na sua frente. Ela percebeu como sua vida mudou. Ela se lembrou de todas as vezes que ficava em casa com medo e nem o pai, nem a madrasta iam ao seu quarto, ou quando iam falavam para ela que parasse de frescura. Ela não sabia o que sentia quando pensava em seu pai. Não sabia se um dia voltaria para casa. O tempo foi passando e sempre que podia Percy ia visitá-la. Ela se sentia feliz com ele.

– Annie. – ela escutou alguém a chamando baixinho. – Annie acorde.

– Percy? – ela disse quando abriu os olhos.

– Oi.

– Percy. – ela gritou pulando em cima dele, os dois foram para o chão. – Que saudades. Como você está? Pode tirar esses óculos escuros para eu ver seus olhos? Já te falei que eu não ligo para a cicatriz.

Percy riu e tirou óculos escuros. Em seu olho esquerdo estava uma cicatriz.

– Você está ainda mais bonito. – Annabeth disse sem pensa e corou.

– Obrigado. Vem, vamos tomar um pouco de sol.

Os dois andaram por um tempo em silencio.

– Percy sua mãe só tem você não é? – ela perguntou quebrando o silencio.

– Sim. Por quê?

– Você acha... Deixa pra lá.

– O que foi?

– Euqueriasabersevocêachaqueelapossaquerermeadotar. – Annabeth falou tão rápido que ele não entendeu.

– Que?

– Eu queria saber se você acha que ela possa querer me adotar. – disse sem olhar para ele. – Eu sei que você acha que tenho que voltar para casa do meu pai, mais não estou pronta. Mas não quero ficar no acampamento o ano todo. Quero estudar em uma escola, fazer coisas normais.

– Podemos falar com ela. – ele disse sorrindo.

– Agora?

– Sim. Venha.

Os dois foram para o chalé de Percy onde tinha uma fonte, ele pegou uma moeda de lá e jogou novamente.

– Deusa, aceite minha oferenda. – a moeda sumiu. – Sally Jackson. Oi mãe. – ele disse quando ela apareceu no arco Iris.

– Percy. Annabeth. Tudo bem? – perguntou preocupada.

– Sim mãe. Mas Annabeth quer te pedi algo.

– Fale querida.

– Senhora Jackson eu...