Passionné escrita por Anitha Tunner


Capítulo 29
Lar doce Lar PARTE II


Notas iniciais do capítulo

PERDÃO! Ocupadíssima e sem tempo para postar! Espero que me desculpem e gostem do capítulo de hoje!



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Lar doce Lar PARTE II

― Espero que a viagem tenha sido agradável, Bella. ― assenti enquanto entravamos dentro do Albergue. Maphalda riu e me cutucou animada. ― Você está muito bem para sua primeira transformação!

― O que? ― estava descrente. Maphalda riu outra vez e me olhou levemente.

― Não sentiu nada? Você acabou de virar você mesma! ― ergui a mão e toquei em meu rosto. O nariz, a boca... Tudo estava no meu padrão normal.

― O que... E o que acontece com o outro corpo? ― Maphalda riu longamente.

― O que você acha que nos faz imortais, Bella? ― Maphalda puxava-me para dentro de outra sala abrindo uma grande porta branca. ― Quando nos desfazemos do Outro corpo, é como se absorvêssemos ele para dentro de nós... Pegamos todas as vitaminas da pessoa, todos os conhecimentos, e assim... Ficamos mais fortes!

― Qual seu plano, Maphalda? ― guinchei quando notei a animação exagerada de Maphalda.

― No momento, desejo apenas seu bem, minha cara Bella. ― revirei os olhos caminhando ao lado de Maphalda pela longa casa que para os fundos parecia não acabar mais.

― Você só quer o bem dos outros, Maphalda. Seu coração é puríssimo! ― debochei e Maphalda deu de ombros.

― Todos erramos um dia, e meu erro foi não ter te criado desde criança. ― estremeci com aquilo. Sendo criada por Renée logo na minha transformação matei a humana, e se fosse criada por Maphalda? O que eu faria? Certamente, já teria matado mais do que cinquenta pessoas.

― Vamos logo ao assunto, Maphalda. ― mesmo que estivesse com uma expressão fria por fora, por dentro eu sentia-me despedaçando-me. Eu queria sair dali e voltar para casa, ver se Charlie estava bem, eu queria ver Jack e poder ficar com ele, eu queria esquecer tudo que havia acontecido e ter voltado ao dia que eu ainda era humana... Mas era impossível. Queria chorar e ouvir as piadas sem graça de Cora até que ela me fizesse rir, queria sentir a ironia debochada de Erika e poder ver o humor constrangido de Kelly, até mesmo das provações de Judith eu sentia falta agora... Tudo isso seria muito melhor do que estar dentro de uma família de psicóticos.

Maphalda, a minha frente, abriu mais uma porta, finalmente, chegamos a uma sala gigantesca. O teto era longo e branco creme, o papel de parede era azul escuro com alguns toques brilhosos azuis claros. No centro do teto branco creme, havia um lustre reluzindo fortemente. O chão não passava de um carpete felpudo bem cuidado, tom bege e os sofás eram vermelhos vivos, quadrados e de um lugar só; ao total eram dez sofás.

Allan, que estava sentado em um dos sofás, sorriu e caminhou até mim, puxou minha mão e deu um beijo na palma superior.

― É bom revê-la, Bella. ― concordei. Harry, que estava no sofá ao lado de Allan levantou-se e imitou o gesto do irmão. William também estava na sala, mas não foi educado como os outros. William me olhou de soslaio e suspirou entediado. No outro canto da sala, sentada de pernas cruzadas estava uma mulher alta, magra e com cabelos ruivos que lembravam os de Cora, mas não eram tão brilhantes e não tão compridos. Os olhos dela eram em um tom azul claro, tinha um nariz longo e fino. Lábios carnudos, um queixo arredondado e um olhar amargo. A garota, de no máximo vinte e cinco anos, caminhou até mim e sorriu.

― Eu sou Josepha, era irmã de Maphalda. ― a mulher puxou minha mão e afagou com leveza e me puxou contra ela, encostando os lábios em meu ouvido esquerdo. ― Se você realmente for filha de Thomas, irá ficar longe de Maphalda e seguir sua vida com o livre arbítrio. Maphalda é uma vaca interesseira. ― ri baixo quando Josepha me soltou. Maphalda rosnou e Josepha riu, sentou-se novamente e cruzou as longas pernas, exibindo uma tatuagem que ia do começo de seu pé e serpenteava até o começo da coxa direita. ― Vamos começar logo Maphalda, tenho que amamentar Daniel e Rosie daqui a meia hora.

― Já disse como é ridícula uma velha como você ter filhos nessa idade, Josepha? ― Josepha suspirou e olhou para as longas unhas pintadas de rosa, Maphalda indicou para que eu me sentasse. Sentei-me em um dos sofás que ficava ao lado de Josepha.

― Maphalda, minha cara, ridículo é ter filhos para fazê-los soldadinhos como você fez os seus... ― Maphalda rosnou ameaçando a levantar, mas Allan segurou a própria mãe. Maphalda sentou-se novamente. Josepha revirou os olhos, e virou-se, encarando-me seriamente. ― Comece Maphalda. ― ordenou.

― Bella, temos algumas pendências para resolver com você ― olhei Maphalda e ela passou a língua pelos lábios, continuando: ― você já se Transformou e agora, você tem uma escolha...

― Escolha? ― Maphalda concordou.

― Depois da Transformação, todas as famílias de Transmorfos fazem isso com seus integrantes... ― prosseguiu Josepha. ― Você pode seguir sua família sanguínea, ser um membro fiel que estará sempre ao lado da sua Raça, protegendo você e os outros; ou você pode ser você mesma.

― Ser eu mesma? ― olhei Josepha que sorriu.

― Largar esse instinto, tentar fazer sua própria vida...

― Não de ouvidos as bobagens de Josepha! ― Maphalda cortou a irmã. Josepha não reagiu e puxou minhas mãos com leveza, as afagando.

― Eu não entrei para família como os outros, e hoje sou muito mais feliz do que Maphalda... ― Josepha pareceu procurar as palavras: ― Você não terá liberdades aqui, Bella. Eu sei que você está apaixonada por aquele Bruxo, e sei que se você ficar com Maphalda... Ela jamais deixará você chegar perto dele...

― As Raças não se cruzam! Nós não podemos nem chegar perto dos outros! Você conhece as regras! ― protestou Maphalda e Josepha largou minhas mãos, levantou-se e caminhou até a frente de Maphalda elegantemente. Josepha apontou o dedo para a cara de Maphalda.

― As Raças sim se misturam! Todos os meus filhos são metade Transmorfos e metade Bruxos. E não existe mais essa sua loucura de não podemos chegar perto das outras Raças, ainda temos o contrato dos terrenos, mas isso não significa que se a paz houver não poderemos nos relacionar com os outros! ― Maphalda rosnou.

― Metade Bruxos? Aberrações! ― Josepha puxou Maphalda pela gola do vestido preto.

― Nunca. Ouse. Botar. O. Nome. Dos. Meus. Filhos. Na. Sua. Boca. Imunda. ― ela falou entre dentes. William riu e Harry puxou Josepha com cuidado de Maphalda que continuava a encarar. Josepha mexeu os braços bruscamente, se desfazendo dos braços de Harry.

Por um segundo, a rivalidade entre as irmãs se acalmou, mas em seguida, voltou com o dobro da potencia.

― Então, Bella, já decidiu?

― Ignore tudo que Josepha disse Bella. ― Maphalda tentou me persuadir. Josepha riu roucamente.

― Olhe para mim, Bella. ― Josepha sorriu. ― Eu sou o mesmo sangue que Maphalda, e não sou como ela! Você não precisa ser uma assassina como eles!

Josepha parecia estar certa. Eu já havia matado um inocente e a consciência matava-me agora, quando lembrava tudo que a jovem garota poderia ter feito. Casar, se formar, ter filhos, ser feliz... E em um abraço brutal, eu acabei com tudo aquilo. Mas, eu também achei curioso nesse momento o modo de como eu me sentia bem em falar com Josepha e o quanto eu me identificava com as propostas da irmã de Maphalda.

Mas, eu também não podia descartar que Maphalda, mesmo de uma forma masoquista e bruta, tenha me ajudado na Transformação. Me contado certas coisas e deveres. Mas... E Jack? Charlie? Cora? Kelly? Como todos esses ficariam se eu escolhesse o lado de Maphalda...

Um sorriso tomou conta de minha boca, eu já havia decidido e não precisavam mais palavras para me fazer mudar de ideia.


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Notas finais do capítulo

Bom?
Ruim?
Já estou com o próximo pronto, então, não irei demorar muito para postar!
Comentem! Beijos e obrigada.