O grande dia havia chegado. Estava ansiosa e nem era o meu casamento!

A casa estava cheia de gente andando de um lado pra outro arrumando toda a decoração dentro, mesmo que o casamento fosse na tenda construída no nosso quintal. Caroline queria tudo muito bem decorado, já que a casa estava melhor e maior depois da reforma.

Ela estava trancada em seu quarto, surtando ou se curando da ressaca de ontem. A despedida dela e da Melissa foi uma noite memorável. Coisa que meu irmão nunca saberá.

Enquanto ela descansa seu sono de beleza, estou tentando ficar de olho para nada sair fora de controle.

—Onde eu coloco isso?— Um dos colaboradores perguntou segurando um grande vaso de flores amarelas. 

—Sei lá... põe dentro do banheiro. Ela não vai dar falta.

Ok. eu não estava indo muito bem com o meu trabalho.

Tentei ligar para ao meu irmão que não havia dado noticias hoje. Seth chegou tarde da noite como bom pai que será.  Mas o bonitão do Stefan (que deveria ter feito o mesmo) e meu irmão ficaram fora a noite inteira com alguns dos híbridos e alguns amigos de Henrik. Ninguém sabia onde ele estava.

—Lina, querida o que você está fazendo?—Tia Beks perguntou. — Deixa que eu cuido dessas coisas, por que você não cuida da parte do buffet? 

—Ninguém cuida de nada!— Caroline apareceu com seu rosto coberto de mascara preta e o cabelo com bobs.— Eu já estou aqui! E já estou assumindo o controle.

—Caroline Forbes. — Tia Beks disse séria e cruzou seus braços.—Tudo está sob controle, volte já para o seu quarto e só volte na hora de dizer sim para o meu irmão.

—Eu não vou voltar para aquele quarto. E Hei!—Ela gritou com o cara segurando a flor amarela desorientado.— Isso é na tenda, lá fora! 

—Caroline, eu acho bom você não estressar uma original no casamento do irmão dela! Vá logo terminar de se arrumar porque falta poucas horas!— Ela gritou e Caroline bufou subindo as escadas.

—Anotando aqui quem vai cuidar de mim no meu casamento—Disse rindo do jeito que ela tava séria.

—Barriguda, vai logo pro buffet. Te vejo daqui algumas horas.— Ela saiu gritando com os colaboradores. Acho que ela estava estressada.

Mas a melhor noticia da minha vida é ir para ao buffet, eu já estava comendo muito antes, agora então nem se fale. 

[...]

Mandei algumas mensagens para Stefan e Henrik que ainda não havia dado sinal de vida, já estava quase na hora do casamento e estava me preocupando. Meu pai estava com tio Elijah na biblioteca bebendo e tendo momentos de cavalheiros. Eu sei que ele chegaria na hora e tudo daria certo. Tudo estava indo bem, mas ainda faltava algo. 

Terminei de comer alguns salgadinhos e fui para o meu quarto me trocar.

—Mas que...— Henrik estava deitado na minha cama.— O que você ta fazendo aqui?

Ele me olhou assustado e se levantou rapidamente trancando a porta.

—Shhh...Eu vou embora e preciso da sua ajuda.— Ele estava agitado.

—O quê?

—Lina, é muita coisa pra mim. Eu amo a Melissa demais. Mas... Eu não sei se sou bom o suficiente para ela ou para formar uma família agora. Você esta grávida! Stefan está tranquilo, mas gente, é um bebê! Um bebê! Você já definiu o plano de vida dele? Já pensou no que ele vai fazer quando crescer? Já compraram fraldas?

Dei uma risada alta e segurei no rosto dele.

—Inspira. Respira.—Fiz o movimento junto com ele.— Fica calmo. É só um surto. Você será um bom marido e com certeza será um bom pai. Não duvide disso.

—Lina...Eu tô com medo.

O puxei para um abraço apertado.

—Eu sei meu irmão e isso é normal ainda mais agora.—Soltei e abri um sorriso pra ele que já estava mais calmo.— Henrik Mikaelson, você vai se casar daqui a pouco, então por favor, vá se trocar.

—Ok. Eu vou me casar. — Ele estava saindo do quarto.— Meu deus eu vou me casar!— Ele se virou agitado novamente e eu deixei meus olhos sombrios.

—Vai logo.

—Tá tá.

 Eu tive que rir desse momento. Quem diria que eu Lina Mikaelson seria a sensata do dia e ajudaria Henrik Mikaelson com seu surto?

[...]

Acabei me arrumando rápido com medo de Henrik surtar novamente, queria estar para ele quando precisasse. Assim que eu desci fui para a biblioteca e ouvi tia Rebekah gritar com meu pai. Cheguei mais perto e percebi que era ele que estava surtando agora.

—Niklaus Mikaelson, você é um bom irmão, é um bom pai e será um bom marido! Agora chega disso e vá se casar!

Dei risada e entrei na biblioteca.

—Sweet, você está linda!

Eu o abracei de supetão.

—Pai, você está um gato! Eu te amo. — Dei um beijo na bochecha dele.—Eu sabia que os homens dessa casa eram uns medrosos.

Ele ficou sério, mas depois abriu um sorriso e me beijou na testa.

—Eu amo vocês.— Ele passou a mão na minha barriga e eu sorri.

[...]

Os convidados estavam chegando aos poucos, sendo recepcionados com champanhe e alguns petiscos,  iam se ajeitando em seus lugares. Todos estavam muito bem vestidos, lobos, vampiros, humanos em um só lugar. Confesso que estava apreensiva, afinal é da minha família que estamos falando. Mas quero pensar positivo porque este dia é muito especial.

Olhei em volta procurando por Stefan e o avistei conversando com alguns amigos do Henrik. Ele estava sorridente, muito bem vestido e sem sua gravata que aliás estava comigo. 

—Com licença rapazes, posso roubar ele de vocês por um minutinho?— Eles me olharam e abriram um sorriso coisa que Stefan não gostou muito, acenamos e eu puxei para um cantinho.

Passei a gravata pelo seu pescoço.

—Antes que você fale, eu estava com seu irmão o tempo todo, ele bebeu demais essa noite! Ficou surtado e eu não deixaria meu cunhado sozinho.

—Obrigada por cuidar dele, mas não me deixa no escuro de novo eu fico preocupada!—Estava dando laços na gravata e ele segurava minha cintura.

—Eu sei amor, desculpas não farei isso novamente.—Ele se aproximou do meu rosto e me deu um beijo rápido.

—Ah! Que momento romântico!—Damon apareceu puxando o Stefan pelos ombros— Como está o meu sobrinho preferido?

Ele passou as mãos em minha barriga sorrindo.

—Estamos bem, obrigada.— Eu não sei muito bem como reagir ao meu cunhado.

—Ele é seu único sobrinho.— Stefan disse revirando os olhos.

—Não seja chato irmão. Hoje é dia de comemorar! Finalmente a loirinha está desencalhando, tudo bem que com o monstro original...Sem ofensas cunhadinha. E aliás, receber a noticias de terceiros que eu serei tio,  me deixou  um pouco decepcionado, porém estou feliz!

—Damon, tudo foi muito rápido.— Stefan falava com ele.— E eu ia te ligar.

—Claro que ia.— Ele deu um sorrisinho falso e olhou para o lado onde Elena estava caminhando até nós.—Ah, ela não é linda? É irmão, quem diria que os Salvatore's iriam sossegar? 

Stefan deu um sorrisinho de canto e veio ao meu lado entrelaçando minhas mãos nas deles. Elena parou ao lado de Damon.

—Parabéns Stefan pelo bebê, Lina você está radiante.

Devo confessar que eu tinha uma vontade imensa de dar na cara dela, e sim, ainda pelo motivo dela ter matado meu tio anos atrás. Mas me lembrei de que não estou falando com Kol, então relevo. 

—Obrigada Elena, você está linda.—Stefan disse e eu sem querer apertei a mão dele, ele segurou um risinho.

—Obrigada.—Eu disse.

—Por nada, Caroline está no quarto? Preciso acalma-la sei que está surtando.

—Sim e falando nisso preciso ir ver como meu irmão e meu pai estão, por favor, fiquem á vontade.—Respondi.

—Já me sinto em casa.— Damon disse quando eu sai deixando os três lá.

Respirei fundo e voltei ao meu sorriso de anfitriã. Tudo estava indo muito bem, meu pai e meu irmão estavam conversando de canto e quando me viram pararam de conversar e disfarçadamente deram um pequeno sorriso, tinha alguma coisa acontecendo.

—Olha aqui Mikaelson's se vocês estão planejando fugir...Eu pego as chaves do carro.

Eles deram um sorrisinho e foi a confirmação de que tinha algo.

—Sweet...—Meu pai começou— Ninguém melhor do que eu defenderia você contra tudo e todos. Menos contra Caroline.—Ele coçou a cabeça.—Ela leva esse negocio de casamento muito á sério, assim como eu é claro. Mas a questão de ser apenas uma vez pra ela é importante.

Arqueei a sobrancelha tentando entender aonde ele queria chegar. Henrik estava com as mãos no bolso olhando de um lado para outro dando um sorrisinho para algumas pessoas que estavam passando por ali.

—Pai, você não deve ficar preocupado com nada, tudo vai ficar bem, tudo vai ser lindo!— Disse enquanto colocava a mão no ombro dele.

—Sweet, é só uma vez que vamos nos casar...E...—Eu vi um pelinho no seu smoking e fui retirar. Sem pretensão olhei por cima e vi Terumy sorrindo conversando com Sky.—Caroline, te respeita muito...—Ele continuou e eu olhava Terumy  que estava de mãos dadas com uma pessoa.—Mas ela sempre sonhou com esse momento e queria que fosse tudo perfeito. E gostaria que todos os integrantes da família estivesse nesse grande dia, ela entende tudo o que aconteceu, mas acredita que tudo irá voltar ao normal e não quer as fotos sem ninguém...E seu irmão me disse que você estava estranha ontem...—Eu apertei seu ombro com força.

—Seja mais claro, pai.

Eu estava olhando para meu tio Kol sorridente conversando com minhas hibridas.

—Calma,  Kol está aqui, mas se você não estiver confortável com isso eu mesmo mandarei ele ir embora.

Eu queria que ele fosse...Mas, não seria justo.

Não pela Caroline, na verdade ela é a única sensata nessa família, ela enxerga coisas que ninguém consegue ver. É o casamento do meu pai e eu não posso privar ele de estar com seus irmãos reunidos no dia mais feliz da vida dele. Eu sei que ele também está chateado com tudo o que aconteceu, mas se ele não se importasse realmente com seu irmão já o teria arrastado  daqui. Eu não farei isso com meu pai, não é justo.

—Deixe que ele fique e aproveite o casamento do irmão e do sobrinho, é um momento único afinal. E segundo, Caroline, as fotos precisam estar com todos os integrantes da família, né?—Eu disse sorrindo soltando seu ombro. Henrik olhou pra mim surpreso.—Por mim tudo bem.

Meu pai deu um sorriso de canto. Henrik deu uma risadinha sabendo que não era genuíno minhas palavras. E eu dei um aceno indo até a cozinha, esse conflito me deixou com sede.

Quando cheguei na cozinha, ela estava bem movimentada. Peguei algumas bolsas de sangue e fui para o andar de cima beber tranquila, passei rapidamente pelo quarto de Caroline e Elena saiu do quarto limpando suas lágrimas.

—Tudo bem?— Perguntei e ela secou suas lágrimas.

—Não é todo dia que sua melhor amiga se casa não é mesmo?—Ela disse sorrindo.

—É, imagino. A minha decidiu adiar as coisas, terei a emoção do parto dela primeiro.

—Ah que legal, estão grávidas juntas! Queria ter esse privilégio, mas Caroline e eu não teremos essa oportunidade. Fico feliz que ela tenha adotado Liz, ela realmente é uma gracinha.

Ah, a bebê foi batizada de Elizabeth em homenagem á sua mãe que faleceu. Caroline decidiu adota-la e agora eu tenho uma irmãzinha. 

—É sim, eu achei que minha tia adotaria a bebê, mas quem sabe, talvez ela tenha outra chance.

—Rebekah foi muito complacente com a Car, aliás, sua família tem mostrado um outro lado que ninguém conhecia.

—É eu sei que não temos uma boa fama por aí. Mas é questão de convivência. Eu não suportava a ideia de ser filha do Klaus, mas hoje eu não viveria em um mundo onde ele não estivesse. 

—Eu gostaria de poder ter os meus pais ao meu lado, aproveite bastante, eu até falaria que eles não são pra sempre, mas no seu caso...

Nós duas rimos, até que ela não é tão ruim assim, pelo contrário é até legal.

—Se não se importa Elena— Mostrei as bolsas de sangue e ela entendeu.

—Ah! por favor, fique á vontade. Eu vou ao banheiro retocar a maquiagem, nos vemos lá embaixo.

Acenei que sim e entrei no meu quarto, olhei em volta para saber se não tinha nenhum Henrik surtado.

Estava sozinha. Me sentei na minha janela e olhei lá embaixo, tinha tanta gente que eu não conhecia começando pelos amigos do meu irmão, alguns eu tenho certeza que era bruxos porque estavam se exibindo para minhas hibridas. Tadinhos, vai ser preciso mais para chamar a atenção delas.

Quando terminei minhas bolsas, ao sair do quarto eu o tranquei com magia, durante a festa quero ter certeza de que ninguém irá entrar aqui.

Passei pelo corredor e estava vazio, ao chegar perto da escada ouvi alguém subir. Era Kol.

—Tampinha, você está linda.—Ele me olhou radiante.

Eu não precisava forçar sorriso pra ele.

—Obrigada.— Passei por ele, mas me virei.— E você e Terumy? Se assumiram para todos.

—Ela tem sido uma boa companheira. E obrigado por me deixar participar do casamento do meu irmão e do Henrik, é importante pra mim.

—Aproveite a festa.—Eu disse e ele entrou no banheiro. Continuei andando até que meu sapato grudasse no meu vestido.—Merda.

Segurei na parede para retirar o tecido longo dos meus saltos. E senti um cheiro forte de sangue. Me lembrei de que joguei as bolsinhas dentro do meu banheiro e estava quase secas, não tinha como o cheiro vir para cá.

Kol saiu do banheiro e seu rosto estava bem assustado, ele me olhou surpreso e se virou rápido escondendo suas mãos, achei estranha essa atitude. Eu não ia falar nada, não tenho nada a falar. Ele entrou novamente no banheiro. Deixei meus ouvidos atentos e eu não ouvia nada. Ele estava parado. Mas fazendo o quê? Quer saber, eu sou curiosa, eu vou até lá.

Abri a porta pra checar e a porta bateu nas costa de Kol que se virou bem apavorado quando me viu, suas mãos estavam com manchas de sangue e ele não tinha como esconder dessa vez.

—O que você fez?—Perguntei assustada com o que eu estava vendo.

—Lina, fica calma. Preciso da sua ajuda, isso não é o que parece.

—Não é? —Havia uma pequena poça de sangue no chão indo a um corpo.—Tio Kol, por que você matou Elena Gilbert?