POV por Klaus

Dizem que o tempo cura todas as feridas, mais quanto maior é a perda mais profundo é o corte. E mais difícil é o processo pra ficar inteiro novamente.

Fui caçado a maior parte da minha vida pelo meu próprio pai, passei grande parte tentando fazê-lo me enxergar com um grande homem ,mas a única coisa que ele conseguia ver em mim era vergonha. Prometi a mim mesmo que se eu fosse pai as coisas seria diferentes e o engraçado que agora eu sou um pai e não estou agindo diferente dele .

Sei que não fui e nem conseguirei ser um bom pai ,por isso mesmo minha própria filha,o meu próprio sangue conspirou contra mim...É algo que não sei se posso perdoar. Eu não posso perdoar a mim mesmo de ter criado essa situação,a culpa foi minha desde o começo. Se no fundo ela me odeia é porque eu dei uma chance de me odiar a forçando a ficar aqui e isso eu não me perdoou , eu deveria ter sido melhor ...

–Amor...- Caroline apareceu na porta do meu estúdio ,não sei quanto tempo eu estava ali pintando,sei que a sua presença sempre me acalmava . - Eu ouvi tudo o que aconteceu e desculpe mas não quis me envolver ,a bebê estava agitada e só agora dormiu, vim ver como você está.

–Como você acha...

Ela chegou mais próximo a mim me abraçando e olhando para a tela.

–Eu não sou boa em quadros ,mas pelo visto de toda essa obscuridade você não está bem . - Ela acariciou meu rosto e sorriu .- Quando vai se dar conta hein ? -Arqueei a sobrancelha pra ela não entendendo . - Por trás de toda essa brutalidade tem um menino sensível e inseguro que está aprendendo a lidar com diferentes tipos de amor...Klaus você se lembra quando disse que seria o meu último amor ?Pois bem você é com toda certeza do mundo, assim como eu seria o seu último amor .

–Seria ? Você é love. - Beijei a mão dela que continham o anel de noivado.

–"Seria" se você não tivesse mais dois amores. - Ela sorriu como um anjo - Eu não vejo problema nenhum em dividir você com eles,porque eles também te amam e quer o seu bem e te amam tanto que não ligam para o que você já fez no passado. Pode até mesmo ser um amor automático de filho pra pai ,mas também é um amor que foi construído dia após dia e não foi obrigado,foi você que fez eles te amarem,desse jeitinho que você é...

–Isso não justifica o que ela fez. - Eu disse e ela revirou os olhos .

–Não, não mesmo,você não precisou desligar sua humanidade porque é o Klaus Mikaelson e é forte pra lidar com qualquer coisa,mas nós que desligamos tivemos dificuldades em lidar com determinadas coisas, eu perdi minha mãe e foi minha única solução, fiz coisas terríveis que me arrependo até hoje e a Lina perdeu o primeiro e tenho certeza de que é o último amor dela do jeito que as coisas vão ... mas o que eu quero dizer é que podemos não ter sentimentos mas temos inteligência ,ela fez aquilo pra se privar de algo e no fundo você sabe muito bem disso.

–Eu sei lidar com meus problemas love não se preocupe .

–Eu estou vendo como sabe lidar com isso muito bem papai Klaus,a Lina te ama dá uma chance pra ela se explicar melhor .

–Ela não precisa explicar eu a obriguei a estar aqui comigo e ela odeia isso.

–Amor, você pode até ter obrigado ela a ficar aqui tempos atrás mas não foi por obrigação que ela permaneceu , céus como você é difícil ! - Ela disse se afastando de mim e colocando a mão na cintura me olhando serio. - Klaus Mikaelson, eu acho bom você ir agora falar com ela e resolver isso.

Dei um sorriso pra ela de canto ,caminhei até ela segurando a sua cintura e beijei o seu pescoço .

–Ou o que ? - Ela me empurrou.

–Ou nada disso amorzinho. - Ela apontou para o corpo dela e saiu andando.

–Eu posso te fazer mudar de ideia love ! - Gritei .

–Fale com ela ou nada disso meu amor ! - Ela respondeu de volta e eu ri .

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POV por Lina

Por fim entramos em um acordo que iríamos até o local onde Kai "queria" que meu tio e meu pai estivesse ,eu não tenho a minima ideia do que ele pode fazer em uma rua super movimentada hoje mas sei que ele não vai se safar numa boa disso.

Stefan e Henrik estão do outro lado da rua aguardando qualquer movimento estranho enquanto eu e meu tio Elijah estamos aqui sentados como dois cidadãos felizes tomando um belíssimo Martíni no Rousseau's .

Nada está diferente ou estranho , as pessoas estão lá fora felizes e alegres como sempre, as pessoas aqui dentro estão todas se divertindo só meu tio que está um pouco rígido e tenso .

–Tio , ele vai aparecer uma hora ou outra,então relaxa um pouco e se divirta. - Disse levantando meu copo ao ar ele me olhou e depois abriu um meio sorriso .

–Como pode em momentos como este se parecer tanto com meu irmão .

–Está no meu DNA . - Dei um gole na minha bebida que desceu rasgando. - Eu preciso urgente do meu corpo ,descia mais suave .

Percebi que meu tio não havia prestado a atenção em mim enquanto ele olhava para um outro canto do bar fui ver pra quem ele olhava, mas o garçom chegou entregando uma dose de Bourbon com um bilhete para ele.

–Deixa a minha mãe saber que está recebendo bilhetinhos e bebidas pra você ver só ...- Disse brincando mas a feição dele não era das boas quando ele terminou de ler, ele sorriu e deu uma gorjeta gorda ao garçom que ficou satisfeito.

–Não saia daqui até eu voltar. - Ele disse bem sério pra mim enquanto se levantava e estava saindo pelos fundos.

–O que ? Não. - Eu disse me levantando mas ele segurou forte nos meus ombros me fazendo sentar.

–Não se atreva a sair daqui sem as minhas ordens Nikolina.- Ele disse e sabemos que não é nada bom quando me chamam assim .

–Sim senhor.- Não me atrevi a dizer mais nada e me sentei para esperar por ele e observei até que ele saísse para poder falar com meu irmão . - Rik! Tio Elijah acabou de sair pelo fundos vai atrás dele pelo amor de Deus .

Meu coração se acelerou porque sei que com certeza é o Kai fazendo um de seus joguinhos,meu tio me deixar aqui é pior porque fico mais apreensiva. Stefan entrou no bar e acenou pra mim assim que se sentou no balcão pediu alguma coisa pra ele. Henrik com certeza me ouviu e foi até lá deixando Stefan aqui pra me proteger,é tão ruim quando não tenho minha super audição agora.

–Obrigada por estar aqui,eu estou com medo . - Stefan virou pra mim fingindo fazer cara de surpresa ,revirei os olhos e ri .

Ele pegou uma caneta com o garçom escreveu em um guardanapo e fez o garçom entregar pra mim abri e li :

Lina Mikaelson com medo? Estou chocado ! Mas eu te amo do mesmo jeito,dá um sorrisinho se também me ama .

Dobrei o bilhete o colocando ao lado do meu copo e olhei para Stefan com cara seria colocando as mãos sobre meu queixo ,ele arqueou a sobrancelha e depois de alguns segundos eu abri um enorme sorriso pra ele que riu,ele levantou seu copo fazendo um brinde para o alto e falando alguma coisa para o garçom apontando para mim o garçom sorriu e apertou as mãos dele o cumprimentando,eu daria tudo pra saber o que ele falou pra ele.

Por um momento eu estava bem e tranquila porque Stefan me causava isso , minha preocupação diminuiu até que Stefan olhou para a porta pagou o garçom e antes de sair do bar piscou pra mim sorrindo, olhei para os lados não entendendo porque ele saiu dali ,até que minhas duvidas acabaram quando meu pai se sentou na minha frente.

–Pai ? - Perguntei surpresa por ele estar ali meu coração se acelerou mas se acalmou logo quando vi tio Elijah do lado de fora do bar pela janela,ele acenou pra mim tranquilo era a deixa pra que eu pudesse ficar ali .

–Desculpe todo esse suspense Sweet. - Ele disse calmo e deu uma olhadinha para fora - Até que Stefan soube deixar você bem ocupada enquanto eu falava com Elijah...

–Então era você o autor do bilhete ,o bom é que não vou precisa contar isso a minha mãe. - Ele fez menção de perguntar o que era que eu tava falando mas resolveu que era irrelevante o que realmente era e deixou pra lá . - Hã...O que você está fazendo aqui sentado na minha frente e calmo sem querer me matar...

–Eu não quero matar você Sweetheart eu quero me desculpar , estamos aqui pelo mesmo assunto resgatar o Kol e precisamos estar bem um com o outro .

–Não acredito . - Abri minha boca ironicamente - Klaus Mikaelson se desculpando, eu preciso de uma dose da forte . - Chamei o garçom meu pai revirou os olhos e ia falar alguma coisa , eu acenei pra ele esperar enquanto falava com o garçom .- Por favor me traz a melhor garrafa de Bourbon que você tiver, e a propósito o que aquele cara falou pra você?

O garçom sorriu pra mim .

–Ele me disse que se você sorrisse era porque iria pagar o Bourbon dele .- Olhei pra ele e ia falar algo mas ele deu uma risada - E me disse também que você era alguém especial e que passaria o resto da vida com você Sra. Salvatore.

Eu pensei em sorrir quando meu pai forçou uma tosse.

– Sra Salvatore ? - Meu pai disse olhando para o garçom .

–Desculpa Senhor, foi o que ele disse não eu .- O garçom saiu rapidinho dali e eu fiquei rindo olhando do outro lado da rua mas não vi ninguém.

–Você o ama ? - Meu pai perguntou do nada.

–Com todo respeito pai ,mas essa é a pergunta mais idiota que você já fez pra mim ,não é um pouco óbvio devido a tudo o que aconteceu comigo nos últimos dias,desliguei a minha humanidade quando ele morreu ...

Ele ficou olhando no fundo dos meus olhos e ele queria falar algo mas dessa vez não deixou passar.

–E religou quando achou que eu iria morrer...

–Pai , se essa conversa for por ciumes eu não quero falar.

–Não é por ciumes que eu estou aqui , Caroline me obrigou...

–Está aqui por obrigação então ? Com licença . - Ia me levantando quando ele segurou na minha mão .

–Não ! Espera,senta aqui comigo ...- Ele pediu e algo em mim me fez voltar a sentar. - Sweet ,na verdade ela conversou comigo e me fez ver as coisas que eu não conseguia enxergar...Eu sei que você desligou porque amava o Stefan e não iria suportar a dor quando ele se foi...E depois eu entendi que você fez o que fez comigo porque eu seria e fui o seu gatilho pra voltar.

Era inacreditável o quanto eu estava emotiva que meus olhos já estavam lacrimejados,bom saber que ele conseguiu me entender.

–Você sempre vai ser o meu gatilho pai você é o meu amor,não que eu faça isso novamente não se preocupe não irei ! Mas agora você entende né ? Eu sei que o fim não justifica os meios, mas eu só fiz aquilo porque você poderia me trazer de volta a qualquer instante que quisesse e eu não iria deixar porque não queria voltar ao sofrimento,quando começaram a se empenhar eu tive que fazer isso porque pra mim era a única solução...Mas eu nunca faria mal a você, e você precisa entender que eu estava fora de controle - Acariciei o seu rosto - Eu amo você pai .

Ele piscou os seus olhos algumas vezes ele não tiraria a pose de durão na frente dessas pessoas,ele puxou a minha mão e me fez sentar ao lado dele me surpreendi com o forte abraço que ele me deu .

–Eu nunca vou me acostumar com isso...com essas palavras ... Eu não mereço eu fiz coisas no passa...

–Não estraga! - Tampei a boca dele com a minha mão rindo -Não pode só dizer que também me ama e ponto ? - Disse brincando e dei um beijo no seu rosto ele sorriu de canto .

–Você já sabe, não preciso dizer. - Levantei uma sobrancelha pra ele .

–Ah precisa sim ...- Fiquei encarando e ele respirou fundo .

–Como você é difícil... - Ele revirou os olhos e continuei olhando ele .- Eu amo ...

Ele não terminou sua frase quando me jogou no chão e ficou por cima de mim enquanto meus ouvidos começaram a fazer pim...Seus braços estavam sobre a minha cabeça quando de longe ouvi uma gritaria,olhei para o lado e vi o garçom ali ao lado deitado inconsciente não sabia se ele estava morto porque não conseguiria ouvir as batidas do seu coração. Foi tudo muito rápido quando olhei para o outro lado pessoas estavam correndo e algumas machucadas, me desesperei para ver como meu pai estava fiquei aliviada ao saber que ele estava bem um pouco machucado mas bem , o vidro do Rousseau's havia se estilhaçado em milhares de pedacinhos de vidros , Henrik com Stefan e tio Elijah estavam chegando quando uma voz me chamou a atenção.

–Ora, ora...O papai e a filhinha estão juntinhos. Como a união da família é linda não é ?