Me chamo Gerard Way, moro num lugarzinho pouco conhecido em Seattle, desde pequeno para ser sincero, foi aqui, exatamente neste lugar que minha maior decepção ocorreu...
   Dava minha vida por um amor que nunca existiu, mas que inconscientemente, destruiu a minha ingenuidade.
   Tudo começou quando me apercebi que a nossa amizade era mais intensa que uma simples amizade.

    Sentia algo por ele que nunca senti por ninguém.
   Quando olhava em seus olhos sentia um frio na espinha, quando falava com ele minhas pernas tremiam e minhas mãos suavam.
    Por vezes tinha medo que ele percebesse o efeito que causava em mim, por isso tentava reprimir meus sentimentos e a quem confidenciava todos os meus problemas. Ele nunca me julgava por mais erros que eu cometesse. Sabia como me fazer sorrir.      
    Bastava ouvir o seu riso harmonioso  e infantilmente ruidoso para me contagiar com a sua felicidade.

    
     O facto de ele ser meu vizinho, facilitava os nossos encontros, por isso mesmo, posso afirmar que, literalmente, ele estava comigo sempre quando eu mais precisava de apoio.
   Sei que sou um sortudo por ter tido uma amizade tão longa e ao mesmo tempo tão intensa. É algo raro. Só sinto pena or tudo ter acabado, mas só se irá saber porquê mais tarde.
   Johnny e eu éramos inseparáveis... ele era minha fortaleza nos momentos complicados, queria poder gritar ao mundo o que sentia por ele mais temia o que poderia acontecer, temia acabar com a nossa amizade...

   Seria talvez essa a única confidência que nunca lhe tinha desvendado.
    Não iria querer perder a sua amizade por nada deste Mundo, tendo como consequência, ter de o amar em segredo.

   Era um dia como outro qualquer apesar da neve fria que caia do lado de fora da minha janela, não haveria aula hoje, foi o que anunciaram nos jornais, Johnny estava do lado de fora da minha casa apertando a campaínha. Minha mãe abriu a porta e em seguida recebeu um abraço amigável de Johnny que em seguida subiu as escadas e veio ao meu encontro.

- Gerard hora de acordar! - falou enquanto invadia meu quarto- O dia está incrivelmente... Branco

Sorri timidamente e disse:

-Bom dia pra você também-meu coração acelerou quando ele sentou-se ao meu lado - Er... E então o que queres fazer hoje?

   Ele levantou o rosto e em seguida colocou a mão no queixo me fazendo suspirar.

- Não sei... E você, o que quer fazer? – Ele me olhou com seus olhos castanhos, fiquei por um minuto boquiaberto, mas logo percebi o tão tolo que fui - Gerard? GERARD!!!

- Que é?? 'Tou pensando!! – joguei uma desculpa meio fraca, mais pelo que vi consegui enganá-lo. - Bom não sei, mas acho melhor sairmos do meu quarto antes que minha mãe venha bater na minha porta.

   Ele deu uma risada leve e se levantou em direcção ao meu
guarda-roupas, de onde tirou umas roupas ao acaso e as atirou para a beira da cama.

- Veste isso!  - ele me ordenou de forma infantil, mas adorável.

- Para quê? -perguntei analisando seu rosto

  
- Porque nós vamos lá para fora, e eu não quero um picolé como amigo. - Ele chegou perto demais; Nossos rostos estavam quase encostados, então tentei respirar novamente e finalmente fiz um sinal com a cabeça.

   Eu estava prestes a tirar a minha camiseta, mas Johnny ainda estava em meu quarto

  - Você não vai sair? - perguntei

- Para quê? - minha reacção foi uma cara de espanto, ele viu e riu.

- Você é hilário Gerard. Você não tem nada que eu nunca tenha visto.