Pequenos Contos escrita por Leo Lucas


Capítulo 1
Slender man


Notas iniciais do capítulo

Eu tenho outra fanfic, mas acabo ficando sem imaginação e inspiração para continuar e minha mente acaba pensando em todos os tipos de coisas, as histórias serão leves mas espero que gostem, sempre que me der coragem postarei mais, então, obrigados a todos os que lerem e deixem os seus comentários aí.



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     Tínhamos oito anos na época eu acho, naquela noite foi tudo muito rápido, aquela sensação, foi terrível, ninguém que passasse por algo assim iria querer ficar lembrando, mas aquilo nunca saiu da minha cabeça, eu nunca consegui esquecer...

     Nós éramos amigos, brincávamos todos os dias juntos, Daniel e eu sempre íamos até a floresta durante a tarde, brincávamos até quase anoitecer, lembro que nos divertíamos muito.

     Certo dia ficamos lá até um pouco mais tarde, era a época dos vagalumes, o pai de Daniel sempre nos levava até lá à noite para vermos eles e então ia me deixar em casa, mas nesse dia nós resolvemos ir sozinhos. Tudo ocorreu bem, até a hora de voltarmos, nós fomos brincando de pique-pega, eu era mais rápido e ele corria atrás de mim, então ouvimos um grito, nós ficamos apreensivos e de repente a expressão de Daniel era puro pânico, eu tentava falar com ele, mas ele não respondia, quando ele finalmente olhou pra mim, o terror no rosto dele era indescritível, tinham lágrimas nos olhos dele e ele apenas sussurrou “Correr” e saímos correndo para casa. O que ele viu? Eu realmente não sabia. No dia seguinte ficamos sabendo que uma das filhas do madeireiro tinha desaparecido, ela havia ido dormir e simplesmente não estava na cama na manhã seguinte. Nós não achamos coincidência com o grito que ouvimos na noite passada, parando para pensar o grito realmente parecia ser de uma garota (ainda me pergunto o que Daniel viu exatamente), mas não dissemos nada a ninguém. Uma semana depois as buscas foram encerradas, simplesmente não haviam pistas dela, nem de que ninguém havia entrado na casa, o pai dela ficou arrasado e até entrou em depressão, mas conseguiu se recuperar quando descobriu no mês seguinte que a sua mulher estava grávida, isso o deu forças para voltar a trabalhar e sair daquele estado. Cerca de dois meses depois daquilo Daniel já estava bem melhor, conseguíamos brincar como antes, mas nunca mais ficamos na floresta até escurecer, ao entardecer já estávamos em casa.

     Ele não ficou bem por muito tempo, duas semanas após o ocorrido na floresta ele começou, mais uma vez, a ficar com muito medo de que algo pudesse acontecer, ele dizia que sonhava todos os dias com “o homem” que ele viu na floresta. Eu não entendia bem, mas ele sempre me dizia tudo, me jurava que era real, ele disse que nunca mais tinha dormido com a janela aberta com medo de que ele pudesse entrar. Ele sempre estava lá na janela e de alguma forma olhava para ele, “ele não tem olhos” era o que ele sempre dizia. O pai dele? Obviamente não acreditava em nada, sempre dizia que era apenas um sonho ruim, um pesadelo. Antes fosse.

     Um dia meus pais tiveram que viajar, um tio meu que morava fora havia morrido e meu pais não tinham como me levar junto, então eu iria dormir na casa do Daniel, passamos o dia na casa dele, ele tinha muito medo para poder sair, brincamos o dia todo no seu quarto até a hora de ir dormir, foi até divertido. Daniel estava muito animado com a ideia de eu ir dormir lá, acho que ele pensava que comigo lá “ele” não viria. Eu dormi calmamente, mas a certa hora da noite eu acordei, vi Daniel recostado na cama, sentado, seus olhos estavam vidrados na janela, ele estava chorando, então eu também olhei para a janela, eu não devia ter feito aquilo, eu realmente não deveria ter feito aquilo. Ele estava lá, exatamente como Daniel havia descrito, não havia rosto, mas ele estava claramente olhando para o meu amigo, eu não sei o que aconteceu, terror puro tomou conta de mim, eu queria me levantar e correr, mas meu corpo não se mexia, eu queria chorar, mas as lágrimas não corriam, eu queria gritar pelo pai de Daniel, mas o som não saía. Aquela era a última noite de agonia de Daniel, seria a última que “ele” viria até a sua casa. “Ele” abriu a janela e uma mar de negro entrou junto com ele, tentáculos balançando em suas costas, ele tinha quase três metros, seus braços chegavam a encostar-se ao chão, Daniel gritou muito alto, o pai dele foi correndo ao quarto.

     “Ele” pegou Daniel com um dos tentáculos, e ficou olhando para mim, aquilo fez meu estômago embrulhar, quando o pai de Daniel chegou eu pensei que ficaria tudo bem, ele estava armado e disparou contra “ele”, foi menos que inútil, nada aconteceu apenas o deixou com raiva, ele abriu Daniel ao meio, suas tripas caíram ao chão e o sangue pintou o local, eu caí da cama numa tentativa de correr, lembro-me de ter vomitado e depois “ele” jogando o pai do meu melhor amigo com muita força fazendo-o atravessar a parede, então “ele” foi até lá, eu ouvi o som de estalos e então desmaiei. Quando acordei no dia seguinte, era como se nada tivesse acontecido, não avia sangue, não havia parede quebrada e também, eu ainda estava no chão e as camas estavam arrumadas, como se ninguém dormisse lá há alguns dias, não havia Daniel e nem o pai dele, eu entrei em pânico, comecei a chorar e de repente todas as lembranças da noite passada me vieram a mente, vomitei novamente.

     Muitas coisas aconteceram desde então, eu passei por tratamento psiquiátrico, fiquei internado algumas vezes, até que resolvi que ninguém acreditaria em mim e parei de tentar fazê-los acreditar, voltei para a casa dos meus pais e pude viver uma vida a margem do normal, mas sempre com medo. “Ele” olhou para mim da mesma forma que havia olhado para Daniel. Por que eu estou escrevendo isso? Porque agora, aos vinte e cinco anos, eu comecei a sonhar com “ele”, sim “ele” está em tudo que eu vejo, em todos os meus sonhos. Quanto tempo faz isso? Uma semana. Eu estou enviando esse e-mail para todas as pessoas que eu puder, essa será a minha última noite, eu já posso vê-lo na janela em frente ao meu computador. É o meu último relato. Meus pais moram muito longe de mim agora, eu aluguei um quarto de motel para fazer isso, eu não quero que minha esposa e filha corram risco, essa será realmente a minha última noite.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, assim que eu tiver "como" eu postarei mais aqui.



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