Uma ordem judicial passando a guarda de Zara para Maria, em Washington. Assinada por um juiz federal.

― WHAT THE HELL!? ― pensa ele. Ele pega o telefone ao lado de sua cama e liga direto para ela, mas não obtêm resposta. Recosta sua cabeça no travesseiro e tenta se acalmar. Ele fica com muita raiva. Como se não bastasse ter ido embora quer levar Zara junto.

Na manhã seguinte ele vai para a delegacia cedo e Cragen o chama em sua sala. Lá estão Olivia e Munch. Todos parecem não muito felizes e ele percebe que algo aconteceu.

― Bom dia ― diz ele ao entrar na sala. ― O que está havendo? ― todos permanecem em silêncio e Cragen diz:

― Nós temos uma testemunha ocular para o assassinato da Kim. ― diz ele e vira a pasta de arquivos com a foto para Nick. Quando ele vê não consegue acreditar.

― That’s... My father ― diz ele atônito, desequilibrado com o que vê.

― Eu sei ― diz Cragen. ― Nós temos ele sob custódia. ― Nick olha para ele, mais confuso ainda. ― Ele se entregou de manhã e disse que está disposto a entregar o Salieri, mas só pra você.

― Mas como? ― diz Nick. ― Como eles se conhecem?

― O Salieri pesquisou cada um de nós ― diz Olivia. ― Tirou fotos, encontrou parentes etc. ― diz ela, sentando-se. ― E escolheu você, por que era o único que não tem nenhum parente em NY e seria fácil de contatá-los sem você saber.

― Son of a bitch ― sussurra Nick. ― Ele vai pagar por isso. ― diz ele.

Nick vai até a sala de interrogatório e ao olhar pelo vidro encontra dentro da sala ninguém menos que seu velho pai. Havia tanto tempo que não se falavam que duvidava que ele se lembrasse. Mas, também não fazia questão que ele se lembrasse dele depois de tudo o que havia feito anos atrás. Não imaginava ter que encará-lo novamente. Seu passado trazia lembranças dolorosas e arrependimentos que ele pretendia esquecer em sua vinda para NY. Ele toma um pouco de ar e entra na sala. Ao vê-lo o homem solta uma risada irônica.

― Nicholas... ― diz ele. ― Não tá feliz de ver seu papai? ― pergunta. Nick continua na porta, sério, nada feliz. ― Ah, é, lembrei... Eu não sou mais seu pai, né? ― diz ele, que para a surpresa de Nick ainda se recordava.

― O que você fez? ― diz ele, bem direto.

― Seus amiguinhos já te disseram, né? ― diz o cara encostando-se na cadeira. ― Muito bem então, vamos começar... O velhote me chamou me deu uma grana e disse que queria se vingar da loirinha e precisava de ajuda e que se eu quisesse me vingar de você teria que ajudá-lo e eu aceitei. Acabamos? ― diz ele. Nick se controla para não voar para cima dele e esfolar sua cara. Não queria mais olhar para a cara do desgraçado. Ele batera tanto em sua mãe quando Amaro era pequeno que gostaria de fazê-lo sofrer o mesmo.

― Sim ― diz ele e levanta-se saindo da sala, mais sério do que antes. Ao sair todos olham para ele confusos. ― Já tem sua confissão. Agora, se me dão licença. ― diz ele e sai da sala. Olivia quer ir atrás dele, mas Cragen a impede.

― Deixa ele, Liv ― diz ele, segurando-a pelo braço. ― Ele deve estar precisando ficar sozinho.

Amaro segue para casa e entra em seu quarto quebrando tudo. Zara chega da escola e fica assustada. Nick senta-se em sua cadeira e começa a chorar desesperado.

― Você está bem, papai?! ― pergunta ele preocupada. Ele para de chorar e responde:

― Yes, honey ― diz e pega a mão dela, guiando-a até seu colo. E abraçando-a forte.

― Não chora, papai ― diz ele fazendo carinho na cabeça dele e secando as lágrimas. ― Eu te amo, tá! ― Ele sorri e a abraça de novo.

― I love you too ― diz ele.

Era mais do que apenas um ressentimento. Salieri tocara na ferida e Nick estava disposto a fazer justiça, tanto para sua mãe, quanto para Kim e para Rollins.