- Percy, você sabe que é depois de amanhã né?

               Era uma linda noite de domingo, sentado ao lado de Anabeth, abraçando-a, sentindo o cheiro de seus cabelos loiros e sedosos, ele não podia acreditar que havia esquecido! Estava tão na cara, mas ele só se lembrara do aniversário quando ela mencionou.

               - Claro que eu sei! Como eu poderia esquecer? – disse Percy.

               Ele não podia admitir a falha na frente de Anabeth. O que ela iria pensar? Que ele não a amava mais? Que ele havia se esquecido dela? Que seu aniversário de namoro não era mais tão importante assim para ele? Claro que era. Além disso, Percy tinha mais uma coisa a se preocupar: ele não comprara um presente para ela.

               Porém, era domingo, e todas as lojas estavam fechadas, ainda assim, não era nada fácil sair do Acampamento Meio-Sangue para visitar umas lojinhas na cidade (que por sinal ficava muito longe). Ele sabia exatamente o que fazer! Na manhã seguinte ele iria acordar mais cedo e comprar um presente para Anabeth, e se as harpias o pegassem... Ele precisava de sorte!

               Assim que Apolo deu o ar de sua graça no céu, pouco antes de seis horas da manhã, ele saiu. Tentou andar o mais silenciosamente possível, e assim que conseguiu sair da ala dos chalés estava quase nos portões, longe de todos, quando foi surpreendido por uma presença inesperada.

               Surgindo da névoa escura, de um azul da cor do anoitecer, um ser se formou bem a sua frente: tinha cabelos escuros, era de uma beleza encantadora, um tanto que tentadora, porem assustadora, exalava confiança, força e poder, pele branca como a neve e um olhar profundo capaz de fazer qualquer homem se render. Sua presença era confortável como a noite, nas costas trazia um arco. Só podia ser uma pessoa, ou melhor, uma deusa.

               - Ártemis!

               - Por que está tão surpreso? Ia fazer algo que não devia? Percy Jackson. – a deusa perguntou.

               - Eu só ia comprar um presente para Anabeth! Nada mais! – respondeu Percy.

               - É claro que eu sei o que você ia fazer! Esqueceu que fala com uma deusa? Eu vim aqui para lhe entregar uma coisa. – disse Ártemis.

               - Um presente? – indagou Percy.

               - Não seja tolo! O presente não é para você, é para outra pessoa! Mas tome, espero que você saiba muito bem o que fazer com ele!

               Ela o entregou um par de brincos. Eles eram redondos (não perfeitas esferas), brancos, brilhantes, e lindos! Perfeitos para Anabeth! E quando Percy olhou pera frente a deusa não estava mais lá, o que sobrara era aquela névoa azul escura de novo.

Percy olha para a formação em U dos chalés e decide voltar, a final, já tinha o que precisava.