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Um mês. Um mês que Damon não via Elena, que ela havia voltado a trabalhar normalmente no hospital e um mês que Damon ia visitar o túmulo de Katherine todos os dias. Elena levava sua vida normalmente. E Damon também.

Elena trabalhava com todas as suas forças e não tinha nem um tempo para lazer. Ela nem mesmo queria isso, queria apenas se centrar no trabalho. Damon chegou a morar com Stefan durante duas semanas, mas os dois irmãos se convenceram que o melhor seria Damon retomar sua vida sozinho. Caroline relutou, mas depois de algum tempo concordou.

Nos momentos em que Elena não trabalhava ela ou estava com Bonnie ou em sua casa. A vida para ela parecia sozinha, mais do que uma vez fora. Ela entrava em seu apartamento e começava a pensar que aquela não era mais sua casa. Sentia saudades de viver na casa Salvatore, de dar carinho para Lana e Nina, de esperar Damon para o almoço e para o jantar, de Damon... Tudo infelizmente levava a ele, Damon. Ela se sentia tão mal, por estar apaixonada pelo seu cunhado, por estar apaixonada pelo ex marido de sua irmã morta, que ela nem queria pensar sobre. Preferia esquecer, apagar, continuar sua vida apagando toda aquela semana que mudara sua vida inteira.

Mas Damon, ele não fazia ideia do que estava acontecendo. Ele deitava sua cabeça e perguntava o que estava acontecendo com ele. Ao mesmo tempo que ele chorava pela morte de Katherine ele ficava feliz por ter Elena viva. Ele se odiava por querer compensar a morte de Katherine por Elena. Mas ele não sabia o que fazer, Damon algumas vezes chegou a pensar em procurar Elena, porém ele se recusava, mesmo que não fosse perceptível, a dor de Damon ainda era muito grande, a perda de Katherine ainda era muito sentida. Por isso ele ia todas as manhãs no cemitério, mais especificamente ao túmulo de Katherine.

Sempre que Elena ia ao hospital via Damon, todas as manhãs, sentado em frente a lápide de Katherine, ela nunca viu Damon chorando, ele parecia mais conversar com Katherine, e deixava sempre flores diversificadas. Elena gostava de ver Damon, mesmo que fosse por segundos, ela gostava, na verdade, amava. Mas naquela manhã tudo foi um pouco diferente.

Damon não estava lá, nem ele nem seu carro. Elena reduziu a velocidade e pensou um pouco se ela deveria ou não, afinal, ela nunca havia ido no túmulo de sua irmã após o enterro. Ela estacionou o carro, comprou um pequeno buquê de flores de um senhor que as vendia na frente do cemitério, assim que ela estava adentrando o mesmo o senhor falou.

– A senhorita parece um pouco abatida, tudo tem um propósito nessa vida, jovem moça.

Elena sorriu e assentiu com a cabeça, seguiu em frente e após alguns metros encontrou a lápide da irmã. A morena não fez nada, apenas se ajoelhou e depositou as flores, após alguns minutos de silêncio finalmente falou.

– Oi. Eu, espero que goste das flores, eu reparei que o Damon trás várias flores e achei que você gostava, então eu trouxe as minhas favoritas, narcisos. Espero que a gente compartilhe mais que apenas a mesma aparência. - Elena olhou ao seu redor, era uma manhã um tanto fria mas ainda sim ensolarada, o sol do verão teimava em continuar embora o frio do outono já houvesse chegado. Elena ouviu o barulho de um carro estacionando mas quando olhou para a rua não viu ninguém, então voltou sua concentração para Katherine.

Elena deu um suspiro e continuou.

– Katherine, eu prometi, eu não vou chorar, então por favor não pense que eu não estou triste pela sua morte, a verdade é que eu já estou cansada de passar noites chorando e pensando, então... - Alguns instantes de silêncio - Katherine Pierce Salvatore, é um sobrenome bonito, mas eu acho que ai deveria estar Gilbert não é? - Elena sorriu e continuou - Ah Kath, você já sabia? Sabia de tudo isso? De mim? - Elena perguntou passando a mão pelo nome lapidado no granito negro a frente dela. - Quero dizer, quem sabe, se você tivesse me procurado mais, talvez isso tudo seria diferente, talvez você não estivesse morta, talvez eu não estivesse nessa situação com o Damon, talvez...

Elena cerrou os punhos e apoiou sua cabeça nos mesmos, e uma lágrima então escorreu, mas ela rapidamente as secou.

– Eu, eu não consigo, EU NÃO CONSIGO OKAY? EU SIMPLESMENTE NÃO CONSIGO PORQUE... Porque eu perdi minha irmã. Deus, eu perdi minha irmã, e, eu não tive chances de te conhecer Katherine, eu não tive, Katherine, você morreu segurando nas minhas mãos e eu não fiz nada, eu não pude. E tudo o que eu queria era me livrar dessa culpa, era te ter de volta, era estar no seu lugar.

Elena estava se acalmando, secando suas lágrimas e continuava a falar.

– Katherine desculpe por não ter passado a vida contigo, por ter te deixado ir, por ter deixado seu filho ir, por ter fingido ser você... - Elena ia falar sobre Damon, "desculpe ter me apaixonado por Damon", mas então ela ouviu um barulho vindo de trás dela.

Elena rapidamente se virou, algumas lágrimas ainda embasavam sua visão, então ela secou-as e encontrou quem ela menos esperava. Seu olhar era confuso, ele estava com as sobrancelhas franzidas mas ele de alguma forma havia entendido tudo. Ele abriu seus braços e lá foi onde Elena se se encontrou. Ela sorriu fraco, para si mesma e então falou.

– Damon...