http://www.youtube.com/watch?v=Bag1gUxuU0g

´Cause you and I

We were born to die.

Ela sempre fora uma grande médica, trabalhava em sua especialidade, neurologia, e também era plantonista, ficava no hospital normalmente três noites além de seu expediente, para ajudar em casos complexos ou apenas para dar conforto a famílias. Essa era uma dessas noites.

Eram 10:39 da noite, a chuva caia muito forte lá fora e a doutora não tinha motivo para continuar no hospital, já que seu plantão havia acabado a uma hora atrás. Não havia nenhum caso grave que necessitasse a presença dela lá, apenas um caso de um menino de cindo anos que engoliu uma minhoca, e uma senhora que teve um início de AVC. As atendentes e algumas enfermeiras fofocavam sobre a novela enquanto alguns médicos jogavam cartas. E havia aqueles como a morena, que ficavam passeando pelo hospital, foi isso que a médica fez por uma hora até que no meio de seus devaneios a voz da amiga e colega e chamou a atenção.

– Elena. - Gritou Bonnie

– Bonnie, onde você estava? - Elena perguntou indo ao encontro da amiga com quem já trabalhava a anos.

– Eu estava dando os remédios do senhor Peter. E ele lhe mandou um beijou. - Disse Bonnie tentando fazer uma cara sensual.

– Bonnie, por favor, ele tem idade para ser meu vô.

– Ah Elena, o amor não escolhe idade. - A amiga disse em resposta fazendo Elena rir.

As duas foram caminhando até a recepção, e durante todo o tempo Bonnie mandava Elena ir embora e aproveitar a noite e outro dia que também seria de sua folga. Elena sentia que precisava ficar no hospital, ela sentia que algo iria acontecer, mas ao mesmo tempo ela sentia que tudo isso era coisa de sua cabeça. Finalmente Bonnie a convenceu, as duas foram até a recepção deixar alguns prontuários e assim que Elena ia em direção a grande porta toda aquela movimentação conhecida por todos ali tomou conta do recinto que a poucos minutos era calmo.

A sirene da ambulância, o som das maquinas, os médicos e paramédicos pedindo ajuda, tudo estava prestes a começar.

Um casal então deu entrada no hospital, motivo: acidente de carro.

A mulher possuía em torno de 28, no máximo 30 anos, alta, cabelo castanho, grávida.

O homem possuía a mesma linha de idade, talvez mais, uns 30 e poucos anos. Moreno. Aparentemente homem da moça. A emergência que a cinco minutos era calma, com um caso ali outro aqui, agora estava tomada de médicos e enfermeiros, o estado deles era grave, o homem havia sofrido um grande impacto na cabeça, e com a mulher, o mesmo. Elena chamou Annabel, uma grande amiga e uma enfermeira muito capacitada para ajudar a atender o homem, enquanto ela e Bonnie viam como estava a mulher, Elena chegou perto dela e a examinou, era pior do que ela imaginava, nesses momentos o lado humano, o lado emocional grita mais alto, seu lado de médica foi afastado e ela segurou a mão da mulher que era extremamente parecida com ela, se a situação não fosse aquela, de vida ou morte, Elena com certeza iria ficar mais impressionada pela semelhança das duas, cujas tinham apenas os cabelos diferente- Elena possuía cabelos lisos e Katherine cabelos cacheados - e os olhos que eram um pouco mais escuros do que o de Elena, mas a semelhança era extremamente notável, a moça apertou a mão dela e ela arregalou os olhos, olhou para onde a outra mão da moça estava e viu ela lentamente leva-la a sua barriga. "Ela quer saber sobre seu filho" Elena concluiu, mas ele não estava mais lá, o sangue no vestido azul-anil da mulher confirmava isso, consequência do acidente, com certeza foi enquanto ela ainda estava nos destroços do carro. Elena fechou os olhos e negou com a cabeça, a moça, sem mais forças deixou uma lágrima escorrer, e então sussurrou:

– Cuide dele, salve ele, salve meu marido.

Elena olhou com um olhar de ternura, tristeza e pena, todos juntos.

– Por favor. - E lá se ia mais umas palavras balbuciadas com dificuldade, e uma tonelada de esforço.

– Eu prometo.

A mulher deu um sorriso fraco, mas verdadeiro. Aquelas palavras, aquelas últimas palavras que a mulher acabara de dizer, foram como se o chão tivesse se abrindo, e o mundo tivesse caindo sobre Elena, depois disso, a moça deu um suspiro com muita dificuldade e aquele foi seu último.

– Katherine Pierce, hora da morte 10:48.

Elena ouviu aquilo e olhou para a máquina que monitorava seus batimentos, havia apenas uma linha longa e reta, tentar a reanimação não adiantava, era inútil, Ela havia morrido.

Elena cumpriu sua promessa e correu para onde o homem estava, ele estava deplorável, fisicamente, mas seus batimentos e sinais vitais estavam bons. Elena viu Annabel trazendo uma doze de morfina para o quarto, ela não seria usada, mas nunca se sabe.

– A... A moça, a Katherine, ela... ela morreu. - Elena falou para Annabel, Elena estava quase chorando e Annabel entendeu que ela havia criado um laço forte com a mulher com quem passou no máximo dois minutos. As duas apenas se olhavam, não havia lágrimas nem desespero, apenas silêncio entre as duas, e um olhar de luto.

– Como é o nome do homem? - Elena perguntou se recompondo.

– Damon, Damon Salvatore.