Eu queria contar a Damon sobre Londres, mas quando chegamos ao apartamento e ele tinha feito tudo aquilo eu simplesmente não consegui.

Não havia contado a ninguém nem mesmo a minha mãe, mas eu tinha que contar.

Passamos praticamente o dia todo na casa do Stefan estudando com o resto do pessoal, e Damon me deixou em casa quando estava anoitecendo.

–Mãe, podemos conversar?- eu disse me sentando em frente à bancada da cozinha onde ela cortava tomates para a salada do jantar.

–Claro filha. - disse e depois me olhou. - O que houve?

–Ah, mãe. Eu não sei o que fazer.

–Me conte o que aconteceu, e quem sabe eu possa te ajudar.

Contei tudo a ela sobre a redação, e sobre ser escolhida para o programa.

–E porque não está feliz com isso?- ela perguntou depois de ouvir tudo.

–Damon, mãe.

–Você o conhece melhor que qualquer um, sabe que ele vai entender a situação e te apoiar, Elena.

–É. Eu sei, mas eu não queria me afastar dele, não agora que estamos namorando.

–Eu sei que vocês se gostam muito, mas é o seu futuro, minha filha.

–Não estou pensando em desistir mãe, só não sei como contar a ele. - deixei que as lágrimas caíssem.

Minha mãe me abraçou e eu continuei chorando por alguns minutos, depois subi para meu quarto e me deitei na cama.

Depois de horas sozinha chorando no meu quarto alguém bateu a porta.

–Entra. -eu disse enxugando o rosto.

A porta se abriu lentamente e Jeremy entrou, ele trazia uma bandeja em mãos.

–Miranda me pediu que te trouxesse isso. - ele disse.

Me ajeitei na cama e Jeremy se sentou ao meu lado deixando a bandeja no criado mudo.

–O que aconteceu? - ele perguntou.

–Não aconteceu nada Jer.

–Qual é Elena, eu sou seu irmão, há pouco tempo, mas sou.

Suspirei cansa e conversei com Jer sobre tudo que estava acontecendo.

–Olha, - ele disse com um sorriso. - eu já namorei a distância e não é tão ruim assim. Vamos ver pelo lado bom, você não vai ter ninguém pra ficar no seu pé o tempo todo.

Soltei uma risadinha quando ele me empurrou com o ombro.

–Vai estar sozinha, sem pais, sem regras, sem namorado pegando no pé, é perfeito. Sonho de todo adolescente.

Ele estava tentando me animar.

–Ah, Jer, você é demais. - eu disse o abraçando.

–Eu sinceramente ainda não sei como você viveu todos esses anos sem mim.

–Nem eu.

–Bom, vou te deixar comer seu lanche e vou indo pro meu quarto estudar mais um pouco. Boa noite mana.

–Boa Noite. - eu disse. - Ah e Jer, não conte ao Damon sobre isso, eu estou esperando o momento certo.

–Tudo bem, só não espere demais.

Assim que Jeremy saiu, fui até meu guarda roupa, ignorando o lanche que ele havia trazido, peguei um pijama depois tomei um banho, pra relaxar.

Quando me deitei já era dez da noite, e por sorte consegui dormir logo.

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Respira Elena, você vai se sair bem.

Era o que eu dizia a mim mesma enquanto encarava a folha de prova a minha frente.

Li a primeira pergunta e me lembrei de tê-la lido para Damon na sexta a noite enquanto tentávamos estudar, eu sabia a resposta, e assim se seguiu as outras ovelhas perguntas, quando me dei por mim já tinha terminado a prova, e por incrível que pareça, primeiro que todos mundo.

Olhei no relógio em cima do quadro, nove e meia, me levantei, peguei minha bolsa, e me dirigi à mesa do professor, estendi minha prova a ele que arqueou a sobrancelha.

–Certeza Srta. Gilbert? Depois que eu pega-la não tem volta.

Suspirei e assenti.

Ele pegou a prova da minha mão e apontou para a mesa no canto da sala onde estavam nossos celulares.

Fui até lá e peguei o meu, enquanto caminhava para a saída da sala olhei para Damon e disse que o esperaria do lado de fora.

Quando atravessei a porta suspirei e senti toda a tensão que tinha na sala de aula se dissipar.

Comecei a caminhar pelo corredor vazio e acabei trombando com minha mãe.

Eu havia dito para ela hoje no café da manhã que ela fosse se encontrar com Sr. Crownie depois que nos já estivéssemos na escola dentro das salas de preferência, pra que Damon não suspeitasse, eu tinha acordado decidida a não contar nada a Damon enquanto não acabasse a semana de provas, eu não podia simplesmente soltar essa bomba nele assim, ele havia perdido quase metade do ano e eu não queria prejudica-lo mais ainda.

–Ah Elena, que bom que te achei. Estou um pouco perdida por aqui. -minha ame disse sorrindo.

–Oi mãe. Vamos eu te ajudo.

No caminho até a sala da diretora minha mãe e eu conversamos sobre a prova que eu havia acabado de fazer.

–Acho que fui bem. - eu disse para ela, e era a verdade, eu consegui responder sem muita dificuldade.

Bati a porta e Sra. Kinsgley, e ela disse para entrar.

–Oh, Sra. Gilbert estava falando agora mesmo com Sr. Crownie ao telefone e ele disse que está chegando. Sentem-se.

Como da outra vez e me sentei no meio, minha mãe ficou a minha esquerda e a cadeira vaga a direita seria do Sr. Crownie.

Segundos depois ele entrou na sala com uma maleta mãos.

Depois das apresentações ele nos mostrou panfletos da universidade, do campus, do dormitório, era tudo muito perfeito e acredite apesar de tudo que andei pensando ontem sobre Damon, eu fiquei animada com a conversa.

–Se aceitar se matricular no programa pode ir para lá assim que acabarem suas aulas, para se adaptar ao clima, a cidade e tudo mais, ou se preferir pode ir quando as aulas começarem, daqui a três meses.

Eu pensei e obviamente eu iria só quando começasse o ano letivo, passaria o máximo de tempo possível com Damon, minha família e meus queridos amigos.

Pouco mais de dez horas eu e minha mãe estávamos no estacionamento.

–Tem certeza que não quer ir comigo?

–Não, mãe. Eu disse que esperaria Damon.

–Certo, nos vemos mais tarde.

Ela entrou no carro e eu me sentei em uma das mesas do lado de fora onde já havia algumas pessoas, ninguém da turma.

Pouco depois a mesa foi se enchendo, primeiro Klaus, que era de outra série, depois Bonnie, Tyler, Caroline, Kol, Damon, Ric, Meredith, Jer, Rebekah, Anna, Matt e por último Rose, não que ela fosse burra, mas ela era perfeccionista demais quando o assunto era prova.

Conversamos um pouco sobre a prova e outros assuntos, e quando fomos embora já era hora do almoço, ou seja, no horário normal.

A tarde estudamos para a prova de química do dia seguinte, essa com toda certeza seria a pior se todas.

Quatro matérias teriam um dia só pra elas, Inglês, Matemática, Física e Química. O resto seriam todas no mesmo dia, pois eram as mais fáceis.

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A semana passou rápido, e eu consegui evitar o máximo possível parecer estranha, às provas foram boas, em parte, a única que fui mal foi química para variar.

Damon continuou sendo o namorado perfeito e eu não queria magoa-lo, mas eu teria que contar.

Estávamos no Grill, era sexta a noite, e comemorávamos por ter conseguido passar por essa semana super cansativa.

Eu conversei com Jeremy durante a semana e ele me disse para dizer logo a Damon sobre Londres e eu prometi a ele que contaria quando acabássemos a prova de hoje, há horas atrás, mas não consegui, eu e Damon estávamos conversando na casa dele depois que saímos da escola, e eu fui covarde.

Agora, aqui, sentados juntos, todos nós foi preciso mais que duas mesas juntas pra caber todo mundo, eu tentava não parecer distante, dispersa, mas a cada cinco segundos, me pegava pensando em uma maneira de dizer a Damon.

Recebi um chute fraco por debaixo da mesa, olhei para minha frente e Jeremy me encarava com aquele olhar tipo: "Tá na cara. Disfarce melhor." E depois ele fez sinal para que eu o seguisse.

–Eu vou pegar mais uma bebida. - ele disse.

–Vou com você Jer. - eu disse me levantando rápido, depois me dirigi a Damon. - Volto já.

Ele me deu um selinho e eu segui Jeremy até o balcão, os garçons e garçonetes estavam muito ocupados, o lugar estava lotado de gente, era mais rápido conseguir uma bebida no bar.

–Você tem que contar a ele. -Jeremy disse sério.

–Sei disso, eu ia contar hoje, mas não consegui.

–Elena, ele merece saber.

–Jer eu não quero estragar o baile de ninguém, se eu contar agora amanhã ninguém vai se divertir, e eu só vou daqui a três meses.

–Certo Elena. Você quem sabe, mas se você demorar demais quando Damon souber ao invés de ficar triste ele vai ficar bravo, pensa nisso.

–De amanhã não passa.

Pegamos as bebidas depois de um tempo e voltamos para a mesa, onde a turma ria e conversava animadamente, com sempre, e, meu Deus, como eu vou sentir falta desses doidos, sem que eu percebesse estava com os olhos cheios de lágrimas.

Jeremy me olhou preocupado, então eu engoli o choro e me forcei a aproveitar esse tempo com os diodos que mais amo no mundo e meu namorado.