O relógio despertou já era 17h30 e eu estava sentado jogando videogame com o meu sobrinho.

–Tio Peter vai ter que sair, você vai ter que jogar sozinho.

–Puxa! Estava tão legal! Tudo bem, tio.

–Então tá, vou me arrumar, Bob.

–O.k posso jogar o que eu quiser né?

–Claro.

– Eba!

Subi as escadas até o meu quarto, e me arrumei normalmente, peguei o celular e mandei a seguinte mensagem a Anna:

ESTOU INDO PARA O MC DONALD’S, VEJO VC EM BREVE ANN, ESTOU MEGA ANSIOSO DE TE VER DEPOIS DE OITO MESES, ATÉ LOGO.

BEIJOS.

PETER.

Como eu já estava pronto, era só esperar uma mensagem dela dizendo que está tudo bem, mas na verdade ela me mandou a seguinte mensagem:

“ ESTOU TE ESPERANDO AQUI FAZ MEIA HORA, VEM LOGO PARA CÁ.

COM AMOR, ANNA”

Quando desci as escadas, Bob continuava jogando videogame na mesma posição que antes.

Preguiçoso igual ao tio, pensei, já é de família.

* * *

No caminho do shopping dentro do carro, pensei na resposta que Anna ia dar quando eu mostrasse o contrato, ela provavelmente ia me fitar com aqueles olhos castanhos-claros e dizer que não, e fazer um discurso sobre a idiotice de contratos que não prestam para absolutamente nada na sua vida, e ia me perguntar o porquê da idiotice do contrato, sabendo de toda a resposta.

Realmente, é uma ideia muito idiota e eu me arrependo de ter feito aquela senhora asiática dos olhos azuis, que bem, não era uma senhora, era aquela gostosa mesmo dos olhos azuis, mas meu Deus, o que eu disse?

Parei o carro na frente do McDonald's e saí do mesmo com as mãos trêmulas e suadas ao olhar Anna Giordano em pura forma,- até que namorar minha melhor amiga não seria uma má ideia- logo, fui em direção ao fast food e parei na frente da mesa onde Anna estava sentada, que no mesmo momento estava agarrada ao meu pescoço chorando de saudades.

– AI MEU DEUS, PETER. - ela gritou para o McDonald's inteiro escutar.- COMO VOCÊ ESTÁ... TÃO...- chegou perto dos meus ouvidos e disse - sexy.

– Você acha, Ann? Obrigado pelo seu elogio. - disse enquanto acariciava seus longos cabelos.

– Sim, você está! - ela confirmou sorrindo ao se afastar do meu pescoço, rindo.

– O.k, se você acha. - ri enquanto sentava em um banco em frente a Anna.

– Mas e aí, o que você tem para me contar?

– Eu descobri que Sophia vai casar.

– Nossa, eu queria todas as notícias do mundo, menos dessa biscate.

– HAHAHA, sabe que eu te amo né? Afinal, sou seu melhor amigo, e não tem como nenhuma mulher do mundo te substituir, minha linda. - estiquei minha palmatória para acariciar o seu belo rosto, depois de perceber o que estava fazendo, afastei-me imediatamente.

– Sei... Melhor amiga... Uhum

– O que você quer pedir?- desviei do assunto.

– Um big mac, por favor! - disse ela sorrindo.

– Oito meses sem te ver pessoalmente, Anna. Temos tanta coisa para colocar em dia.

– Verdade.

Ficamos para mais de uma hora conversando alegremente, contando todas as novidades daqueles oito meses passados, que nem sentimos essa uma hora passar, até que decidi contar a história que eu pretendo tramar na frente de Sophia.

E foi naquela tarde, naquele lugar, entreguei o contrato, sorrindo amigavelmente...

–Certo... Peter... O que eu devo fazer quando Sophie chegar? – perguntou enquanto checava o documento informal com três folhas.

–Como minha... Ahn... – pausei enquanto fazia uma careta - Noiva, você poderia me abraçar ou apenas me olhar carinhosamente, sabe... Essas coisas de noivado.

–Sei... Coisas de noivado. Cara, você não acha muito precipitado? Vai que ela esqueceu seu nome... Nunca fui com a cara dela mesmo. – Disse Anna enquanto lia as três folhas.

–Anna, ela nunca esqueceria meu nome, fui eu quem tirou a virgindade dela e... Ok você não precisava saber disso. – Completei a frase rapidamente ao ver Anna emburrada.

–É não precisava mesmo... - resmungou - merda, minha bic falhou, pode me emprestar a sua?

–Claro! – eu disse enquanto entregava a caneta a Anna.

Anna murmurava seu nome baixinho enquanto assinava a última folha.

Parecia estranho por um lado, minha família inteira saberia que eu supostamente me casaria com Anna, todos da minha família viram ela crescer, todos sabem que ela era como uma irmã para mim, inclusive Sophia, ela sabia disso, e desconfiava que eu traía ela com Anna.

– Está tudo certo então, namorado. -disse ela rindo.

– O.k, namorada. - ri junto, mordendo os lábios.

– Namorados beijam namoradas. - disse ela debochando- você poderia me beijar, namorado.

– Vai ficar meio estranho eu beijando você, sei lá, te conheço desde pequena.

– Beija logo!- disse ela brincalhona.

– Eca! - resmunguei.

– Eca digo eu, eu vou ter que fingir ser sua namorada durante a estadia da biscate Sophia.

– Não chame ela assim, ou... ou... eu te beijo.

–Sai para lá!

– Só um beijinho! - brinquei e ela acabou me jogando uma batata.