Luz Dos Olhos escrita por Mi Freire


Capítulo 42
Injustiça? Não


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a todos os comentário que venho recebendo. Espero que a história não esteja ficando cansativa. Eu garanto que agora já estamos mais próximos do fim. E eu já tenho em mente um novo projeto! Espero que gostem desse capítulo. E boa leitura.



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— Lembra-se que foi exatamente aqui que nos beijamos pela primeira vez? – Thomaz perguntou, sorrindo agradavelmente.

O terraço Itália é um dos pontos mais incríveis da cidade de São Paulo. No topo do edifício há um restaurante romântico e aconchegante, onde Thomaz levou Melina para jantar. A vista lá de cima proporciona uma visão de 360° de quase toda a cidade, que fica ainda mais deslumbrante ao anoitecer com todas suas luzes acessas.

— É, eu lembro. Foi lindo! – Melina mergulhou em um mar de lembranças. Foi um momento muito marcante para os dois. — Mas você não me trouxe aqui essa noite para relembrar o passado, não é? Vamos direito ao ponto. Está ficando tarde! Eu preciso que você...

— Tudo bem! Tenha só um pouquinho de paciência. – ele bebericou o ultimo gole do seu vinho. — É muito difícil pra mim ter que falar nisso, Melina. Eu não queria ter que insistir nesse assunto. Estou realmente muito mal por não saber lhe dar. Mas não posso simplesmente desistir do melhor período da minha vida: ter você. Melina, eu amo você. Eu errei, eu sei. Eu tentei, mas não consigo viver sem você. Para mim, nenhuma outra será como você, Melina. Eu quero você! Eu não posso desistir facilmente. Somente o seu perdão não será o suficiente...

— Thomaz, eu sinto muito. Mas não posso. Eu não quero! Eu não queria ter que ouvir isso outra vez e nem ter que dizer palavras tão duras e difíceis: me esqueça. Você errou, pediu perdão. Mas nada do que você faça apagará o que aconteceu. Serão eternas cicatrizes cravadas no meu coração. Eu sinto muito mais... Não dá. Não posso...

— Melina, eu ínsito! Por favor, me ouça. Eu sei que nunca serei o bom suficiente para você. Não depois do que eu fiz. Eu me arrependo. Foi uma burrada! Eu me culpo todos os dias pelo que fiz você passar. Mas não é a mesma coisa viver sem você. Não é fácil. Eu não consigo!

Ela já tinha imaginando o que iria ouvir quando aceitou aquele convite. Achou que estaria preparada para ouvir tudo outra vez, mas não estava. Ela se enganou. Melina já não suportava mais ter que ouvir coisas tão repetitivas, cansativas. Queria poder se ver livre daquilo de uma vez por todas. Thomaz teria que entender que não teria mais volta.

Melina está certa disso há um bom tempo: eu não quero voltar.  Foi muito difícil no inicio. Que relacionamento que chega ao fim não é? Mas o tempo foi passando, ela foi se acostumando e se adaptando a dor e a ausência. O tempo não cura, mas ameniza. E até Thomaz reaparecer, estava tudo bem, seguindo normalmente. Só foi ele voltar a aparecer que seu mundo todo voltou a se desmoronar outra vez. Tanto por vê-lo de novo, tanto por escutar todo aquele "chororô" mais uma vez.

Estava na hora de um ponto final definitivo. Por mais que tivesse que magoa-lo. Estava pronta para o que estava prestes a dizer. Aquilo tinha que terminar de uma vez por todas. E nunca mais voltar a se repetir. Para isso, ela teria que ser firme e dura. Mesmo que se arrependesse depois, ao menos tentaria.

— Eu não amo mais você.

Ela o pegou de surpresa.

Thomaz estava falando adoidado o quanto a amava, o quanto estava sendo difícil perde-la o quanto queria tê-la de volta em seus braços. Melina ouvia tudo até então muito calada, pensativa. Thomaz acreditou que estava mesmo prestes a converse-la de perdoá-lo e quere-lo de volta. Mas não. Ela lhe disse as palavras mais cruéis que poderia existir. Coisa que ele não poderia esperar vindo dela. Não de Melina.

— O quê? – ele queria ter certeza de que ouvira certo.

— Eu não amo mais você. – ela repetiu friamente, tentando transparecer o mais indiferente possível. Por mais que sentisse que por dentro se dividia em pequenos pedaços. — Desista! Eu não quero voltar mais pra você. Você está perdoado, mas não vai ser a mesma coisa. Não tem como você voltar atrás e concertar. Aconteceu, tudo bem. Eu te perdoou, mas não sou capaz de ama-lo na mesma intensidade.

— Melina, você não sabe o que está dizendo.

Melina levantou-se para ir embora. Não conseguia olhar para Thomaz. Sente vergonha de si mesma por ter sido tão cruel. Ela não consegue ser tão fria com as pessoas. Melina tenta, mas é sempre muito difícil pra ela ser tão cruel, tão maléfica como quem não tem coração.

As pessoas não pensam duas vezes antes de magoa-la, mas ela, não é capaz de pagar na mesma moeda. Não se sente bem tendo que mentir. Ela sabe que o ama e talvez nunca deixe de amar independentemente do que aconteceu. Mas a história que eles tiveram juntos ficou no passado. Somente no passado.

— Não vai, por favor. Não me deixe! – Thomaz gritou aos prantos, chamando a atenção de todos em volta.

Melina nem se quer olhou para trás. Não conseguiria. Apenas seguiu em frente, rumo à saída antes que ele fosse mais rápido. Enquanto caminhava a passos largos, tentava conter o choro que caia cada vez mais rápido banhando seu rosto.

~*~

A chuva lá fora caia na mesma intensidade que suas lágrimas.

Melina não conseguiu sair da cama no dia seguinte, além de frio e chuvoso, ela estava esgotada mentalmente. Mal ia ao banheiro e também não comeu quase nada. Queria apenas estar desconectada do mundo por um momento. Sem celular, sem telefones, internet, amigos, conversas ou coisas do tipo. Melina queria ficar sozinha.

Foi fácil. Já que Daniele fora viajar para a casa dos pais; Ariela também passou o dia trancafiada em seu quarto, comendo e na internet aproveitando ao máximo cada minuto das férias. Marcela praticamente se mudara para a casa do namorado. Ainda bem, Melina não suportaria ter que olhar para ela. Com Nicolas foi ainda mais fácil, Melina apenas lhe pediu um tempo. E ele sempre tão compreensível, apesar de preocupado, lhe deu um tempo.

Melina se perguntava por quanto tempo poderia ficar ali deitada em sua cama, debaixo das cobertas na companhia de sua cachorrinha, vendo o tempo passar sem precisar fazer muito esforço. Logo ela teria que agir. Sim, estava de férias, mas não desempregada. Ainda tinha suas responsabilidades, contas a pagar e deveres a cumprir. Além de dar satisfações aos amigos e familiares pela ausência.

Apesar de ainda fazer frio como foi previsto, o sol tentava dar as caras na manhã de domingo. Melina aproveitou para tentar se erguer. A primeira coisa a se fazer depois de tomar um banho e lavar a alma: ligar seu telefone celular. Muitas chamadas perdidas. Entre elas, umas vinte de Thomaz, ainda muito insistente; sua mãe que mal sabia o que estava acontecendo,.seu pai provavelmente querendo saber de alguma novidade e por ultimo uma ou duas de Daniele, preocupada.

Melina não telefonaria para nenhum deles naquele momento, talvez mais tarde, outra hora, ou até outro dia. Arrastou-se até a cozinha, cumprimentou Ariela que não fez muitas perguntas e preparou algo para comer, estava faminta. Enquanto devorava seu pão com frios e café e leite quentinhos, ela olhava pensativa, pela janela da cozinha, observando a garoa fina lá fora e as tentativas inúteis do sol aparecer.

— Melina! – Ariela gritou de dentro do seu quarto, interrompendo os pensamentos de Melina. — Abre a porta! Estou ocupada. Deve ser Marcela ou alguma visita pra você.

Melina nem havia percebido que alguém batia na porta.

O que pensaria dela ao vê-la abrir a porta com aquela aparência terrível de quem não dorme há dias, a falta de animo, aquele descontentamento e os olhos inchados de tanta chorar?

— Nossa! Você está péssima! – ele brincou, entrando sem mesmo ser convidado. Passou direto, indo em direção ao sofá. Já era de se esperar. — Se eu soubesse, teria vindo em outra hora.

— Quem é Melina? – Ariela gritou outra vez. Mas antes mesmo que Melina pudesse responder, a morena veio saltando e pulou nos braços de Henrique quase o derrubando para trás.

Melina cruzou os braços, observando a cena.

— Eu senti tanta saudade! – Ariela voltou a chão, passando as mãos por seus cabelos afros e sorrindo. — Veio me ver?

— Na verdade, não. – Henrique respondeu, forçando um sorrisinho simpático. — Eu vim falar com Melina.

A morena falou “Ah” levemente aborrecida. Estava explicito. Mas Henrique não parecia se importar, diferentemente de Melina.

— Topa sair comigo? – Henrique ignorou a presença de Ariela e virou-se para Melina. — Você está péssima! Precisa mudar essa carinha. Não imagina o quanto você está horrível.

— Ah – Melina finalmente conseguiu sorrir. — Nossa! Obrigada por toda sua sinceridade. Mas não. Não quero sair, não vai dá..

— Na verdade, eu não vim aqui no intuito de te convidar.  E sim lhe convocar para sair comigo. Combinamos, lembra?

Sim, ela lembra.

— Tá. Eu vou! – Melina saiu do lugar. — Vou me arrumar. Você espera alguns minutos?

— Só não demore muito.

~*~

— Está com fome? – ele perguntou. Ambos entravam uma lanchonete simples no centro da cidade.

— Não. Acabei de tomar café da manhã. – Melina revelou, sentando de frente para Henrique em uma das mesas na parte externa da pequena lanchonete.

— Eu estou faminto! Ainda não comi nada hoje – ele sorria, animado. Melina se encolheu dentro da sua jaqueta de couro. — Para ser sincero com você: eu não pensei em nada de interessante pra gente fazer juntos que pudesse te surpreender. Mas estava com vontade de te ver e vim assim mesmo. – ele deixou o cardápio de lado e se pôs a olhar para ela que inda não tinha uma expressão amigável. — O que foi?

— Comigo? Nada! – Melina disfarçou o desconforto com um meio sorriso. — Então, já escolheu algo para pedir?

A garçonete trouxe o pedido de Henrique alguns minutos depois.

— Eu não sou muito bom pra essas coisas, mas estou realmente preocupado com você. – ele limpou cuidadosamente o canto da boca levemente sujo de maionese. — Fala: o que aconteceu? Não adiantar mentir pra mim. Eu não te conheço muito bem, mas sei pelo seu olhar que tem algo te entristecendo. O que é?

— O.K. Você venceu – Melina se encolheu ainda mais dentro de sua jaqueta preta. Fazia muito frio aquele dia. E o sol que tentava a todos os modos dar as caras, foi impedido por nuvens escuras. — Eu terminei com Thomaz. Ele me traiu.

Melina podia sentir as lágrimas invadirem seus olhos.

— Por favor, não insista que eu te conte essa história desde o inicio. Eu não suportaria! Está sendo muito difícil pra mim.

Sem palavras, Henrique deu uma ultima mordida em seu sanduiche e deixou o resto de lado. De uma maneira muito estranha, já estava sem apetite. Lamentava muito por Melina e o fim de seu relacionamento, mas no fundo, estava contente por alguma razão.

— Desculpe tocar no assunto.

Um filhotinho vira-lata se aproximou da mesa do casal, com um olhar tristonho, os pelos úmidos pela garoa e as patas fracas, tremiam, como se estivesse com muito frio ou fome.

Sempre que Melina se deparava com cenas assim, de animais abandonado sofrendo nas ruas violentas do centro da cidade, ela sentiu seu coração se oprimir. Já estava muito triste desde que brigou pela ultima vez com Thomaz, agora ali, diante do cachorrinho, ficou ainda mais triste e não foi possível segurar as lágrimas.

— Toma, dá isso pra ele. – Henrique ofereceu o resto do seu sanduíche ainda no prato.

Melina sorriu agradecida e estendeu o ultimo pedaço para o cachorrinho, torcendo para que ele comesse.

Se ela pudesse levaria todos eles para casa.

— Sai da minha frente vira-lata! – as calçadas do centro estavam sempre bem movimentadas.

No momento em que Melina tentava alimentar o cãozinho, um homem forte, um pouco acima do peso, careca, tatuado e com um bigodinho preto passava por ali. E de proposito chutou o cachorrinho, atirando-o longe. O animalzinho gritou de dor.

— Você é louco? – Melina levantou-se rapidamente do lugar onde estava. Assustada e ao mesmo tempo pegando fogo de tanta fúria. A cadeira caiu para trás e o homem se virou surpreso.

— Tá falando comigo garota? - o homem voltou um pouco para trás e se pôs diante de Melina, encarando-a nervosamente. Ele aparentava ser assustador para muitas pessoas, mas para Melina não.

O hálito do homem fedia a cachaça.

— Porque fez aquilo? Ficou maluco? – o rosto dos dois estava separado apenas por alguns centímetros. Melina prendeu forte a respiração e cerrou os punhos.

— Quem você pensa que é garotinha? – O cara riu, monstruosamente. Atiçando ainda mais a raiva de Melina. — Você não é nada! Eu faço o que bem entender da minha vida, tá me ouvindo?

— Da sua vida sim. Mas não daquele pobre animalzinho. Enquanto eu puder defender, eu vou defendê-los. Todos eles. E não ouse a passar por cima de mim outra vez. – ela elevou o tom da voz.

O cara riu outra vez, incrédulo. Melina não segurou por muito tempo e acertou um soco no rosto dele.

Além de Marcela, ela nunca havia batido em mais ninguém. Seu punho ficou dolorido, depois da pancada. Mas acertou em cheio e estava contente por isso. Foi mais que merecido. Aquele homem estava sendo muito abusado, isso ela não poderia tolerar.

O nariz dele sangrava.

— Olha o que você fez! – ele rosnou alto, tocando no próprio nariz e vendo que manchava a ponta de seus dedos com sangue. — Agora olha só o que eu vou fazer com ele já que não posso te bater.

O homem pegou o cachorro, muito friamente, ergueu alto e Melina fechou os olhos no mesmo momento. Sabia que ele ou iria jogar o animalzinho para baixo de encontro ao chão duro molhado de concreto ou atira-lo longe tamanha sua fragilidade.

Muitas pessoas se aglomeraram em volta, mas nenhuma delas ousou em agir de nenhuma forma. Como se aquilo não passasse de um espetáculo. Melina odiou cada um deles. 

Fracos e inúteis.

Melina esperou pelo momento em que ouviria os gritos do animalzinho ferido jogado no chão. Mas não teria coragem de ver com os próprios olhos tamanha crueldade sem poder fazer nada. Já que a diferença entre ela e o tal sujeito era horrenda.

— Me solta garoto! – Melina abriu os olhos e deparou-se com uma cena surpreendente.

Henrique agarrado ao punho do homem e impedindo que ele fizesse qualquer coisa contra o cachorrinho.

— Primeiro solta o animal – Henrique pediu — Você quer bater em alguém? Bata em mim! Seja justo pelo menos uma vez na vida.

Mais uma vez o homem riu incrédulo. Depositou o animalzinho no chão e Melina correu para socorrê-lo antes que o homem mudasse de ideia. Ao se afastar, Melina esperou pelo pior. Henrique apanharia feio daquele homem, por uma briga que ela havia provocado.

Henrique desviou-se facilmente do primeiro golpe. Nunca foi de brigar, nunca antes se meteu em tamanha encrenca. Mas não poderia deixar aquela cena injusta passar sem que ninguém fizesse nada para evitar. Sua decisão foi tomada rapidamente, antes do sujeito cometer qualquer maldade com aquele animal que Melina defendia com garra.

— Parem! – Melina gritava agitada. — Pelo amor de Deus, ninguém vai fazer nada? Façam alguma coisa! Por favor.

Henrique foi pego de desprevenido e o golpe foi certeiro alguns poucos milímetros acima de sua sobrancelha direita. O corte foi ocasionado por um anel do homem que pegou de raspão e fez um corte de mais ou menos três centímetros.

Sangrou no mesmo momento.

— O que está acontecendo aqui?- dois policiais finalmente chegaram para o alivio de Melina ainda com o animal nos braços.

Henrique saiu dali o mais depressa possível, arrastando Melina consigo pelo meio da multidão. Ele não queria ter que prestar queixas. Sabia que aquele homem pagaria pelo mal que fez uma hora ou outra. Ao olhar para trás, enquanto corriam em direção ao seu carro, Henrique viu que alguns homem seguraram o criminoso para a policia.

— Porque correu? – Melina entrou no carro, ainda segurando o cachorrinho. Ele tremia de medo e ela de raiva. — Poderíamos fazer com que aquele marginal fosse preso!

— Ele vai ser preso, não se preocupe. – Henrique ligou o carro, mas não fazia ideia de onde poderiam ir.

— O que vamos fazer com ele? – Melina se referia ao cachorrinho abandonado. — Ele pode estar machucado. Não quero ter que deixa-lo.

— Você gosta mesmo dos animais, não é? Faria qualquer coisa para protege-los. Nunca conheci alguém como você.

Um sorriso de orgulho iluminava o rosto de Henrique.

— Escolhi a minha profissão, não por dinheiro e sim por amor. Eu já sabia o que queria fazer desde pequena. Nasci com isso.

— É lindo! De verdade – ele ainda sorria. — Você virou uma leoa quando aquele homem fez o que fez. Eu não suportaria que ele te machucasse ou cometesse alguma injustiça. Eu nunca lutei pelas minhas causas, mas esse me pareceu o momento certo.

— Obrigada – Melina desviou o olhar timidamente. — Você também fez um ótimo trabalho! Olha só pra você, está ferido!

Melina colocou o cachorrinho no banco de trás, para que ele pudesse ficar mais a vontade enquanto ela e Henrique resolveriam aquela situação.

— Me deixa dá uma olhada. – ela se aproximou do ferimento dele, vendo que sagrava bastante.

Henrique suspirou ao toque dela. Poucas vezes estiveram tão perto um do outro. A sensação era como poder flutuar.

— Você tem um kit de primeiros socorros aqui no carro?

— Porque eu teria? – ele riu. — Vocês que fazem medicina, são sempre tão certinho.

— Não! Apenas prevenidos. – ela riu descontraída.

— Sorte sua eu, tenho sim. Por muita insistência da minha mãe – ele apontou para o porta-luvas. — Pega ali, por favor.

Melina fez tudo que podia para o sangue estancar.

— Pronto! Você vai ficar melhor – ela sorriu, ao finalizar seu trabalho. — Fiz um pequeno curativo.

— Ainda está doendo – ele fingiu. — Minha mãe costuma beijar os machucados do meu irmãozinho. Porque não faz o mesmo?

— Tá brincando comigo? – ela riu. Ele riu também. Mas logo voltou a ficar sério, voltando a sua expressão teatral. — O.K. 

Dada por vencida, Melina depositou um beijinho na testa de Henrique. Próximo ao ferimento.

A aproximação dos dois nos últimos minutos, fez com que eles trocarem alguns olhares mais demorados.

— Tive uma ideia! – ele quebrou o encanto. — Vou te levar a um lugar muito especial não muito longe daqui. É uma espécie de santuário. De um amigo meu. Topa?

— Mas e o cachorrinho? O que faremos com ele?

— Não se preocupe – ele pousou sua mão sobre a dela. — Eu cuido disso pra você.


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Notas finais do capítulo

Grandes surpresas estão por vir.



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