Sombras E Mistérios escrita por Katherine Martell


Capítulo 5
Capítulo 4 - A profecia


Notas iniciais do capítulo

demorei um pouco, desculpa meus caros 3 leitores, espero que gostem e continuem acompanhando a história, bjix *



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/384420/chapter/5

Capitulo 4 – A profecia

O sótão da Casa Grande estava muito quieto, a múmia que guardava que espirito do Oráculo de Delfos estava sentado num banquinho no canto. Vi algumas aranhas na parede, acho que ninguém limpava aquele lugar, parecia que todos os meio-sangues do acampamento tinham medo do Oráculo, e confesso que eu também tinha. Caminhei até ela, me ajoelhei à sua frente, abri as mãos e pedi:

- Ó Oráculo sagrado de Delfos venho até você para que me conceda uma profecia sobre o que há de vir.

Uma fumaça verde começou a sair da boca da múmia e escutei sua voz horripilante dizer:

- Encontrarás aquilo que procuras;

  E verás que não é o que queres;

  Infeliz ficará por ter quebrado a maldição;

 O teu coração será partido e sozinho ficarás.

Um arrepio desceu pela minha espinha, e um calafrio passou pelo meu corpo. Aquilo não fez nenhum sentido, o que eu estou procurando? Que maldição eu vou quebrar? Meu coração será partido? Por quem? 

Minha cabeça doía, e eu me sentia tonto. Virei-me e desci as escadas do sótão entorpecido. Quíron me esperava na varanda com uma expressão que demonstrava bastante curiosidade

- Como foi a profecia? – ele me perguntou logo.

Balancei a cabeça.

- Bastante estranha, algo sobre eu encontrar o que procuro, quebrar uma maldição e ficar infeliz. – deixei a parte do coração partido de fora ele não precisava saber sobre isso e eu não tinha coragem de falar.

- Interessante. – falou ele – Você vai precisar de Argos?

- Sim, por favor, você poderia pedir a ele para que me leve a New York, até algum terminal ferroviário.

- Claro, encontre com ele amanhã bem cedo na saída do acampamento, eu dizer a ele para pegar a van e te esperar lá.

- Quíron minha mãe me disse pra sair hoje do acampamento.

Ele me olhou, e eu podia jurar que tinha um pouco de pena no seu olhar, pena de mim. Ótimo.

- Eu irei falar com Argos, vá arrumar suas coisas, que horas são?

Olhei no meu relógio de pulso.

- 8h35min – respondi.

- Me encontre às nove e meia na saída do acampamento.

 Virei-me e corri em direção ao meu chalé.

O chalé 10 estava quieto, as minhas irmãs provavelmente tinham saído para tomar café da manhã no refeitório. Isso era bom, significava que eu poderia arrumar minhas coisas em paz. Quando eu me abaixei pra pegar a minha mochila debaixo do meu beliche, escuto duas batidas na porta que eu tinha deixado aberta, levantei  a cabeça e vi Laila na porta.

- Algum problema? – perguntei, ela estava de cabeça baixa, vestia uma camiseta do acampamento e jeans claros, os cabelos estavam num rabo de cavalo bagunçado.

- Você vai sair em missão?- ela me perguntou timidamente.

- Sim. – Laila parecia com medo – Laila aconteceu alguma coisa?

- Você pode me levar com você? – essa pergunta me pegou de surpresa.

Levantei-me e sentei na beirada do meu beliche.

- Por que você iria querer ir comigo? – ela andou até mim.

- Eu... – cora e não termina a frase.

- Laila vem cá. – ela anda até mim e senta do meu lado, tinha um olhar assustado, parecia uma bonequinha de porcelana com sardas, e eu não conseguia imaginá-la lutando com algum monstro. - Você é muito nova pra sair em missão e não tem treinamento, tem que ficar no acampamento onde é seguro.

- Mas você vai e deixar sozinha com elas? – Laila não ficava à vontade com as nossas irmãs.

- Elas são suas irmãs tanto quanto eu, e ontem mesmo você me disse que a Silena era legal.

- Ela é. – ela parecia desapontada, mas entendeu que não podia ir. – Qual é a sua missão?

- Queria saber

                                                                      ...

Com a ajuda de Laila eu terminei de arrumar a minha mochila em poucos minutos. Levava Adrastea no meu bolso e me senti mais seguro indo nesta missão com ela, eu já tinha me apegado àquela espada, de quem não se pode escapar, pensei sorrindo internamente, era um bom nome para se dar a uma espada.

 Quando cheguei à saída do acampamento Quíron já estava lá, junto com Argos, o segurança de cem olhos do Acampamento.  Me despedi de Quíron e entrei na van com Argos.

A viagem demorou um pouco, depois de quase uma hora Argos parou a van no estacionamento de terminal rodoviário que eu não sabia o nome, me despedi dele e fui logo comprar minha passagem. O trem para Atlantic City estava quase saindo quando eu entrei nele, procurei um vagão e sentei num assento perto de uma janela. Do outro lado do vagão uma velhinha estranha me encarava, quando a encarei de volta ela sorriu, um sorriso assustador, seus dentes eram marrons e quebrados, um arrepio percorreu os minha espinha. Virei o rosto para a janela, velha esquisita.

Depois de alguns minutos decidi tirar um cochilo, pois estava com muito sono, fecho os meus olhos e quando os abro estou em outro lugar...

O céu estava nublado, uma brisa fria corria pelo campo e a grama se movia com o vento. As ovelhinhas estavam inquietas e não paravam de berrar. O lugar não estava bonito como nos meus outros sonhos, agora ele tinha uma atmosfera pesada, e eu não conseguia parar de ter a sensação de que algo muito ruim tinha acontecido. A garota estava a uns 15 metros de distância de mim, tinha a cabeça levantada e ela estava encarando fixamente o céu cinza. Dessa vez suas vestes não eram brancas, e sim pretas. Sua espessa cabeleira negra não se movimentava com o vento, nem suas vestes. A garota parecia uma estátua, mas não deixava de ser linda.

Fiquei olhando ela por alguns minutos até tomar coragem. Depois andei até ela lentamente, hesitando, eu tinha medo do que podia acontecer. Quando toquei seu ombro esquerdo ela virou o rosto pra mim. Levei um susto, por mais que eu quisesse ver seu rosto, eu não esperava conseguir vê-lo, mas eu vi.

Eu não o via por inteiro, é claro, tudo o que eu enxergava eram os seus olhos. Olhos escuros e belos, porém eles demonstravam uma tristeza imensa, daquele tipo que só se ouve falar em tragédias gregas. Seus olhos estavam direcionados a mim, mas eu tinha a sensação de que eles não me viam, nesse momento eu entendi a frase “você me olha, mas não me vê”.

Eu queria lhe perguntar o que havia acontecido, mas não conseguia achar a minha voz. Depois de algum tempo, eu não saberia dizer se foram segundos ou anos, o sonho se dissolveu.

E quando eu abro os meus olhos de novo, estou de volta no trem, e o mesmo par de olhos do meu sonho está me encarando fixamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

será que é mesmo a garota dos sonhos? tam tam
esperem o próximo capítulo!