Lembranças. escrita por Lua Barreiro, Holden


Capítulo 19
Rainha dos imprevistos.


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, desculpem pela demora T-T Sei que enrolo mil anos pra postar, mas graças a Luana (que não parou de me encher) concluí o capítulo. Enfim, boa leitura e não se esqueçam dos reviews.



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- Você tem uma corrente dessa?- Ele perguntou seriamente.

  Meu coração gelou (...)

  Senti meus olhos embaçarem e minhas pernas bambearem. Droga, eu deveria saber que Violet não prestava quando estava bêbada.

  Aliás, ninguém presta quando se está bêbado.

- (Hic) É claro que ela tem.- a garota balbuciou as palavras colocando os braços em volta de nossos pescoços.- Aliás (hic) ela veio para Austrália, justamente por vo...

  Não! Não! Droga! Pense Louise! Pense logo!

- Hã... Por vodka!- gritei colocando minha mão com força sobre os lábios dela, quase que como um tapa.- Sempre soube que Camberra é a capital da vodka.- que porra foi essa?- Agora vamos levá-la pra casa, Dylan.

  Ele me olhou com um ar confuso. Eu também ficaria se estivesse em sua pele, não posso culpá-lo. Mas não era justo Violet acabar com tudo daquela maneira.

  Pensando bem, não era justo o que eu estava fazendo com Dylan.

  Mas isso já é outra história.

  Começamos a guiá-la até o apartamento. O garoto sempre soltava uns olhares com ar de interrogações para mim, sabia que iria me rodear de perguntas mais tarde. Violet balbuciava coisas desconexas e não parava de cair. Foi quando ele se encheu das tropicadas da menina e a ergueu, jogando-a em suas costas.

   Tá, eu não gostei muito, mas... Mas o que, Louise?... Não éramos nada mesmo.

  Ok, eu estava com ciúmes, mas e daí?

  Preciso parar com essa mania de discutir com meu próprio subconsciente.

  Enfim, chegamos ao pequenino apartamento. Dylan deixou-a no sofá e eu folguei um pouco seu vestido, pois ele me parecia um tanto colado. Notei que Villu não tomava banho fazia um tempo, e a mandaria diretamente pro banheiro assim que acordasse.

- Não pense que vai fugir Lílith.- o garoto de olhos claros fitou-me seriamente assim que abri a geladeira em busca de minha garrafinha d’água.

 - De quê?- perguntei fingindo um olhar confuso.- Não me diga que quer água da minha garrafinha?! Isso é nojento!

- Não, quero saber sobre a correntinha.- respondeu secamente.- É verdade que tem uma igual a minha?

  Caralho! E agora? Deuses, por que tudo tem que ser tão complicado?

  Por que o otário não cala a boca e se engasga com sua curiosidade?

  Confesso, acho que isso soou meio cruel demais.

  Dylan aproximou-se de mim, porém, logo recuei dois passos para trás, deixando a maldita garrafa cair no chão. Ninguém se importou sobre o fato. Apenas ficamos nos fitando intensamente, até minha bochecha começar a arder como uma brasa (brega não? Foda-se) e eu ser obrigada a desviar o olhar novamente.

- O que me esconde Lílith?- suas palavras fizeram minhas pernas bambearem.

- E-eu?- gaguejei quando ele chegou mais perto ainda, fazendo com que eu encostasse-se à geladeira e o mesmo apoiasse as duas mãos próximas a minha cabeça, soltando um olhar fuzilante para minha direção.

  Droga, como aquele par de olhos azuis me derretiam tanto?

  Foco Lílith, foco!

- Nada!- gritei e desviei-me de sua barreira correndo para o outro lado da cozinha (que por sinal nem era tão grande).- Agora chega de tantas perguntas! Eu desmaio quando fico nervosa, sabia?!

  Sou a rainha dos imprevistos.

  Até parece.

- Desmaia, é?- riu ironicamente.

  Isso me ofendeu.

- Sim...- murmurei.- Oh, não estou conseguindo ver a... luz.- dito isso, caí no assoalho com elegância dando vários rodopios no chão até parar numa pose de morte perfeita, com os dois braços completamente esticados e os olhos revirados.

  Tenho certeza que isso foi convincente.

  Não é?

  Senti uma sombra próxima ao meu corpo, porém não me atrevi a abrir os olhos. De repente, mãos pesadas e grandes seguram meus dois pulsos (não, três sua anta dãã) com toda força possível. Solto um urro de dor e abro os olhos desesperadamente. Dylan havia apoiado os joelhos no chão e ficado sobre mim enquanto prensava meus braços contra o assoalho.

  Garoto pare de ser tão sexy.

  Olá Louise masoquista.

- Vai me contar o porquê de tanto mistério?- sorriu com o canto dos lábios.- Ou vou ter que tomar sérias providências?- sussurrou perto de meus ouvidos causando-me calafrios intensos.

- É? Tipo o que?- murmurei com dificuldade ainda o fitando.

- Tipo isso.

  Ele foi aproximando-se de meu rosto lentamente e, com certa grosseria, tirou uma madeixa ruiva que estava à frente de meu olho esquerdo. Beijou minha bochecha levemente e em seguida deu-lhe uma mordiscada um tanto dolorida.

  Eu deveria gritar, certo?

  Errado. Muito, muito errado!

- Dylan...- indaguei lentamente.- Isso é golpe baixo.

  O garoto não disse mais nada. Apenas fitou meus lábios com desejo e foi aproximando-se deles com toda vontade no mundo. Fechei os olhos esperando ansiosamente o momento que Dylan me agarrasse ali mesmo.

  Cara, o que houve com a Louise santinha?

- Caham!- alguém pigarreou atrás de nós.

  Ele saiu rapidamente de cima de mim e tentou se recompor. Enquanto eu fiquei lá parada. Estática. Fora de mim.

  Querendo trucidar Violet!

- Espero não estar atrapalhando nada.- sorriu amarelo.- Só vim... Pegar um sabonete.- correu até o armário, agarrando o maldito sabonete e saindo logo em seguida.

  O silêncio pairou sobre o local.

- É... Ãhn... Bem, já vou indo.- disse instantes depois.

- Sim... Já está tarde.- sorri timidamente.

  Guiei-o até a porta da sala e nos despedimos com um abraço seco. Bom, veja por um bom lado, pelo menos ele esqueceu sobre a correntinha.

  Sou a mestre dos imprevistos.
 


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