Lembranças. escrita por Lua Barreiro, Holden


Capítulo 17
Beijo


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora, sabe como é a criatividade das pessoas. Que droguinha.
Vou tentar escrever um capitulo descente.
Tem uma parte deste capitulo inspirado em New girl, por que eu amo a série e já assisti três vezes as duas temporadas. A porra da terceira não sai logo.



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Eu já esclareci que só faço merda? Pois, bem: Eu só faço merda.

Dylan se levantou rapidamente do sofá, seu olhar era confuso:

- Eu já fiz?- Indagou, gesticulando com a mão. 

Soltei alguns grunhidos mas minhas cordas vocais não funcionavam. O que eu considero algo bom e raro.

O mau da impulsividade.

A porta que se localizava atrás do sofá se abriu, olhamos em um uni ato para o local. Também me levantei, instinto.

- Oi galerinha linda do meu coração.- Gritou Violet ainda na porta. A melodia da sua voz mostrava sua animação.

- Ué, quem te chamou? Otária.- Brinquei.

Ela veio em minha direção e me abraçou sem a minima delicadeza , Dylan se entrometeu no ato:

- Ai amigas que saudades, vamos pintar nossas unhas e falar de garotos hihi.- Forçou sua voz tentando imitar a entonação feminina. 

Nós duas nos afastamos dele. Violet riu, sua risada é um tanto escandalosa, fazendo-me rir também. Dylan continuava sério:

- É(...) Lílith ainda precisamos continuar aquele assunto.- Sussurrou.

- Cara a Villu está aqui né, vamos ficar com ela.- Eu não queria retomar a conversa.

- Eu não quero atrapalhar não.- Afirmou Villu tirando sua jaqueta de três dias.- Vou visitar o Jason, ele me mandou mensagens sobre o ocorrido.

Tentei segurar o seu braço enquanto percorria até a porta, ela apenas virou seu fino rosto para trás e sorriu. Fechei a porta para mesma e evitei olhar para trás.

Quando olhei, Dylan estava com a sobrancelha arqueada esperando que eu dissesse algo.

Tentei formular uma saída estratégica.

Comecei a dançar moonwalker em direção a cozinha, sem trocar olhares com o Dylan. Aquilo pareceu genial na minha mente. 

Mas foi ridículo, nunca consegui realizar uma dança descente. 

Ele foi para a cozinha pisando forte, mas sorria pela minha atuação pavorosa:

- Lílith, pare de me enrolar. Quando eu te deixei?- Perguntou, ainda segurando sua risada.

- Esquece Dylan.- Esbravejei.

Ele se aproximou de mim, eramos dois perto da geladeira. Eu estava encostada. Colocou seus braços próximos a extremidades dos meus. Aquilo me deixou ofegante, podia ver perfeitamente seus lindos olhos claros e sentir seu perfume amadeirado. 

Se impulsionou para mais perto, nossos narizes se encostaram:

- Não vou esquecer.- Pude sentir seu hálito de menta.

O empurrei para trás, não me deixaria cair na tentação de selar meus lábios ao dele.

Não antes dele lembrar quem eu sou. 

- É uma ordem, aquilo foi bobagem.- Tentava pensar em algo para justificar minha burrada.- O simples fato de você desistir de mim quando eu disse que não te amava foi um abandono.

- Mas você me perdoa?- Fingiu que acreditou, pelo menos eu acho.

- Eu diria que cuidei de você por uma noite, lhe dei conselhos de tia e ainda gastei minha pomada geladinha com um panaca como você.- Sorri.- Então sim eu te perdoo. 

- Obrigada, eu lhe compraria outra pomada mas prefiro comprar um violão.- Sento sobre o balcão da cozinha.

- Desde que ele seja cinquenta porcento meu, não vejo problemas.- Abri a porta do armário procurando guloseimas.

- Não sonha, vai.- Sorriu de um modo cafajeste.

Peguei algumas pipocas de caramelo e refrigerantes, fomos até a sala. Conectei o videogame e coloquei o meu jogo que girava em torno da era medieval, contava a história de reis e rainhas onde seus reinos estavam sendo invadidos por lampreias e eles teriam que procurar uma poção para destruí-las. 

Nunca passei da primeira fase. Droga.

Dylan olhava assustado para o jogo:

- Você chama isso de história?- Indagou tirando o CD do console.

- Sim cara, aprendi muito de história com esse jogo.- Peguei o CD da sua mão.

- Em primeiro caso não existe armas, tecnologia, lasers e muito menos robôs nesse jogo. Ou seja não presta. E que diabos são lampreias?

- É tipo uma enguia só que com dentes assustadores. Que burro você.- Coloquei o CD novamente bufando.

Ele pegou novamente e o jogou para longe. Soquei seu braço, não esboçou nenhuma reação.

Mas tenho certeza que estava agonizando por dentro.

- Amanhã trago algo que preste.- Disse revirando meus jogos.- Vamos assistir á algum filme.

Coloquei em um canal qualquer e fomos para o sofá, já que estávamos sentados no chão. Sentei ao seu lado, mas o silêncio permanecia.

P.O.V  Violet

Peguei um táxi para ir até a casa de Jason. No meio do caminho me banhei de perfume, já que estava á alguns dias fora de casa. 

Seria uma pena o taxista ter alergia a cheiros fortes. O pobrezinho não parava de espirrar. 

Quando chegamos a casa do garoto, entreguei dez reais para o homem e pedi para que ficasse com o troco. 

Cá estou eu na porta do Jason criando coragem para tocar a campainha, meu dedo ia e voltava. 

Olhei para o lado e havia algumas crianças vindo em minha direção. Estavam rindo e correndo, quando se aproximaram algumas delas trombaram em mim e um dos garotos tocou a campainha. Pensei em gritar, mas corriam tão rápido que não era mais possível enxerga-los.

Foi possível escutar os passos de alguém se aproximando da porta. Roí um pouco de alguma de minhas unhas, faço isso quando estou ansiosa.

Um péssimo hábito.

Finalmente ele abriu a porta, seu cabelo se encontrava bagunçado. Está com uma regata surrada, deixando seu peitoral á vista:

- Oi Jason.- O cumprimentei timidamente. Ainda do lado de fora da porta.

- Violet, você sumiu.- Apontou para dentro da casa, muito bem arrumada por sinal.- Pode entrar.

Entrei. Pedi licença, mais uma de minhas manias. Mas considero uma mania elegante.

- Saí para comemorar com algumas lideres de torcida.- Sabia que o assunto não era de seu agrado, mas era o único.

- Ah é, Lílith tocou no assunto.- Falou desanimado.- Parabéns.

- Obrigada Jason.- Fazia questão de dizer seu nome, tem uma melodia tão apaixonante.

Ele se sentou no sofá que fica próximo ao telão da sala. O estofado brilhava, couro escuro. Me ofereceu ao lugar ao se lado.

Eu não recusei. 

Ajustei meu vestido antes de sentar, mostrar minha chavasca para o Jason, não seria o melhor modo de conquista-lo.

Desculpe pelo termo chulo, mas passei longos dias com aquelas garotas fúteis. 

- Então, o que houve com você e a ruiva?- Perguntei.

- Ela se importa com quem não da a minima para ela.- Passou a mão sobre sua testa.

- Digo que Dylan se importa com ela sim, só não sabe demonstrar.- Me aproximei mais dele.- Já rolou até serenata. 

- Eu só queria alguém que ficasse comigo mesmo sabendo que eu jogo xadrez nas minhas noites de sábado e não vou para festas. 

- Eu jogo dama, serve?

Me aproximei do seu rosto e ele do meu. Eu sabia que estava frágil, mas não me importa. Nossos narizes se encostaram juntamente com as bochechas, isso arrepiou o meu corpo.

Primeiramente juntei meus lábios ao seu pescoço, ele acariciava meus cabelos. Segurou meu rosto erguendo-o para cima. Abri meus olhos e ele os dele:

- Você tem certeza?- Indagou.

- Toda.- Sussurrei.

Fechamos os olhos sincronizadamente e juntamos nossos lábios. Cada movimento era mágico, pelo menos para mim.

(...)


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, e o titulo foi uma pegadinha do malandro glu glu ié ié
Desculpa por isso