Uma estranha amizade escrita por Princess of Roses


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos leitores!

Dessa vez estou trazendo pra vocês essa pequena one-shot original adaptada para o universo de Saint Seya.
Apesar de detestar a série ômega, gostei bastante da dinâmica entre Shun e Ryuho, mas já deixo bem claro que não os vejo como casal por motivos óbvios.
Bem, espero que gostem e tenham uma boa leitura.



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Era mais uma tarde agitada para o doutor Shun Kajiwahara, havia muitos pacientes para serem atendidos e era apenas o começo da tarde. Ele sabia que seria um dia desgastante, mas amava sua profissão e tinha um ótimo emprego e uma excelente carreira como médico.
Mas tudo aquilo só foi conseguido graças aos seus esforços e estudo duro, Shun sentia muito orgulho de si mesmo.
No final da tarde quando terminou seu turno, ele pega suas coisas e coloca na maleta e sai de seu consultório.

— Tenha uma boa noite Dr. Shun.
— Igualmente pra você.

Então ele sai daquele lugar deixando a secretaria sozinha, mas quando estava dirigindo para sua casa, ele vê uma pessoa sentada em um beco usando um tipo de capa longa que cobria totalmente seu corpo e rosto. Naquele momento Shun sentiu um arrepio na espinha pensando que fosse algum criminoso, rezava em silencio para que o semáforo abrisse rápido temendo que fosse assaltado ou seqüestrado.

Felizmente o semáforo abriu um pouco depois e o castanho acelerou em direção a sua casa. Quando chegou em casa, foi tomar um banho e depois fazer algo para seu jantar, nesse tempo ele conseguiu tirar de sua mente daquela pessoa totalmente coberta por uma capa preta, aquilo foi realmente um grande susto.

Mais tarde o jovem médico liga seu computador, e começa a procurar alguns vídeos no YouTube sobre alguns assuntos de seu interesse, foi então que encontrou um sobre atividades paranormais e lendas urbanas.
O vídeo tinha oito minutos de duração, então pensou que não era mais um daqueles vídeos com aquelas piadas de mau gosto. Em seguida clicou sobre o vídeo e o deixou carregando enquanto diminuía o volume das caixas de som.

Enquanto o vídeo carregava no modo de pausa, Shun procurava outros vídeos mas não encontrou nada interessante. Deu uma olhada em seus e-mails, mas não encontrou nada interessante.
Foi então que ele viu que o vídeo tinha terminado de carregar, inicialmente o vídeo contava uma história assustadora sobre um fantasma que assombrava uma casa na Irlanda e estava atacando os moradores da casa, causando arranhões em seus corpos. O vídeo era formado por várias fotos e o texto que contava a história, e também uma música de fundo tocada em um piano, era uma música lenta e suave.

Mas perto dos oito minutos quando o final da história ia ser contado, Shun toma um enorme susto ao ver a foto de um monstro horrível e ouvir o som de um grito ao mesmo tempo. 
Ele quase pulou fora da cadeira, mesmo com o volume reduzido o susto foi inevitável, Shun ficou realmente muito irritado ao ouvir o som de gargalhadas no final do vídeo.

— Malditos, eu não acredito que eu cai novamente nesse tipo de brincadeira de mau gosto! Por que esse idiotas não fazem algo melhor em seu tempo livre?!

Antes de desligar o computador, o castanho dá uma ultima olhada em seus e-mails e encontra uma mensagem interessante, era de um de seus amigos.
Shun fica curioso ao ler o título da mensagem "O fantoche vivo". Em seguida abre a mensagem e encontra uma pequena história no campo de texto.
A história era sobre um fantoche que assombrava as pessoas, o fantoche se disfarçava como uma pessoa normal para não ser percebido. Mas às vezes apenas se cobria com uma longa capa, no final do texto o autor não soube explicar se esse fantoche apenas assombrava as pessoas ou também era capaz de matar alguém.

Shun ficou gelado ao ler a parte do disfarce, poderia ser um fantoche vivo aquela pessoa que ela tinha visto? Então ele desliga seu computador e vai para a cozinha tomar uma xícara de café.
Agora a visão daquela pessoa coberta por uma capa não saia mais de sua mente, principalmente depois de ter lido aquela história. Mas acaba deixando esses pensamentos de lado e vai para seu quarto, amanhã seria outro dia e ele teria que estar descansado, não tinha tempo para ficar devaneando.

Mas na manhã do dia seguinte, antes de entrar na sala de cirurgia ele vê algumas enfermeiras conversando sobre alguém usando uma capa. Então se aproxima do grupo.

— Bom dia Dr. Shun.
— Bom dia, mas vocês não deviam estar trabalhando no centro cirúrgico?
— Sim, nos desculpe, é que ontem quando eu e meu namorado estávamos caminhando no centro da cidade, nós vimos uma pessoa coberta por uma longa capa preta perto de um beco escuro.
— Isso é muito estranho, ontem no final da tarde quando eu estava indo embora, eu também vi uma pessoa totalmente coberta por uma capa, mas isso foi um pouco depois do centro da cidade.
— Meu deus, será que é algum criminoso perigoso?!
— Eu não tenho a mínima idéia, mas agora não é hora pra isso, nós temos um dia longo pela frente, então é melhor deixar isso de lado e tomar muito cuidado.

Elas apenas acenaram com a cabeça, aquela manhã foi realmente muito cansativa, Shun teve que fazer seis cirurgias e depois atender um monte de pacientes no consultório.
A tarde foi um pouco mais tranqüila, mas aquele pensamento do fantoche vivo não saia de sua mente, já tinha tomado três copos de chá, mas não conseguia relaxar ou tirar aquilo de sua mente.

Felizmente era sexta feira e teria o final de semana livre, e isso o deixava um pouco mais tranqüilo, pois poderia descansar e esquecer tudo aquilo.
Quando chegou em sua casa, toma seu banho de rotina, mas dessa vez se arruma para sair. Iria se divertir um pouco na discoteca com alguns de seus amigos da faculdade. Aquilo seria ótimo para relaxar e esquecer tudo que tinha acontecido.
Uma hora depois, Shun estava dirigindo na direção da discoteca, mas de repente sente um arrepio na espinha ao passar pela mesma rua onde tinha visto aquela pessoa, mas para seu alivio não havia ninguém naquele lugar. Então o rapaz suspira aliviado e fala para si mesmo.

— Aquilo deve ter sido uma ilusão da minha mente exausta, mas de qualquer forma espero nunca mais vê-lo novamente.

Mais tarde o rapaz estava se divertindo com alguns amigos de faculdade, o pequeno grupo estava temporariamente no jappão fazendo um curso de especialização, então em breve Shun ficaria sozinho novamente. Mas ele não se importava com isso, já tinha aprendido a desfrutar de sua própria solidão, mas algumas vezes isso o incomodava um pouco.
Shun conversava com seus amigos, mas nunca olhava diretamente para seus rostos ou olhos, por algum motivo ele tinha que desviar seu olhar, mas sem ser arrogante com as outras pessoas. O grupo estava realmente muito animado, eles fizeram um lanche e depois ficaram conversando e ouvindo a boa música da discoteca.

Já era quase maia noite quando ele decidiu ir embora, tinha sido uma noite muito agradável para o jovem doutor. Depois de guardar seu carro na garagem, por algum motivo ele sentiu vontade da dar uma caminhada pela praça que ficava perto de sua casa.
Como não estava muito cansado e a noite estava tão agradável, Shun decide dar uma caminhada pelos arredores deixando a leve brisa do outono balançar seus longos cabelos castanhos enquanto desfrutava de sua caminhada noturna.

Mas quando estava voltando para sua casa, ouve um som de madeira que estava vindo do fundo de um beco escuro. Shun começa a ficar assustado, mas sua curiosidade foi maior que seu medo.
Então ele caminha lentamente em direção ao beco e congela por dentro ao ver o que havia no fundo. Era um tipo de fantoche de madeira e para seu horror o fantoche estava usando uma longa capa preta.

Parecia ser um garoto de aproximadamente quinze anos, seus cabelos eram negros e seus olhos eram verdes, mas parecia ser apenas um fantoche que tinha sido jogado fora no lixo. Shun ficou olhando fixamente o fantoche, ele permanecia imóvel, mas o fato dele estar usando aquela capa preta o assustava muito.
Ele poderia ser um fantoche vivo e atacá-lo a qualquer momento, então o castanho se vira para ir embora, mas de repente escuta novamente aquele som de madeira que o deixa totalmente arrepiado.

Shun se vira rapidamente para trás e fica chocado ao ver o garoto fantoche de pé diante de si, seus olhos estavam arregalados e estava começando a suar frio.
Mas o garoto parecia ser indefeso, ele olhava para Shun com um olhar triste como se estivesse sofrendo.
Shun percebe que ele tinha vários arranhões em sua estrutura de madeira, algumas peças estavam danificadas e seus cabelos estavam uma desordem total. Parecia que alguém tinha tentado destruí-lo ou maltratado ele.

— Então foi você quem eu vi ontem à noite.

Para a surpresa dele, o garoto fantoche acenou com sua cabeça, ele se lembrada de si em seu carro mesmo depois de ter visto um monte de pessoas. Por algum motivo Shun olhou no fundo dos olhos dele, aquela era a primeira vez que olhava no fundo dos olhos de alguém.

O castanho pode sentir o medo e a tristeza nos olhos do garoto, ele devia ser muito solitário. Mesmo sabendo que ele era algum tipo de monstro paranormal, algo dizia em sua mente para ajudar aquele pobre garoto fantoche.
Aquilo parecia loucura, o garoto podia ser perigoso, mas Shun decidiu que iria ajudá-lo, aquelas histórias eram sempre exageradas e se alguém não o ajudasse, ele pode acabar sendo destruído.

— Você gostaria der vir comigo? Você pode ficar algum tempo em minha casa.

o garoto permanece imóvel por alguns momentos, mas depois acena com a cabeça emitindo um som que parecia um suspiro. Aquela era a primeira vez que uma pessoa o estava ajudando, então ele se cobre com sua capa e caminha com Shun até sua casa.
Minutos depois Shun mostra o quarto de hospedes onde ele poderia dormir, depois do jantar, Shun encontra seu hóspede olhando o horizonte pela janela do quarto.

— Bem, eu não sei nada sobre você, mas eu acho que isso pode ajudar e melhorar um pouco a sua estrutura danificada.

Então Shun coloca sobre a mesa de cabeceira um frasco com algum produto especial para madeira e um pano seco para passar o produto no corpo danificado daquele garoto fantoche.
Ao ver o frasco o garoto fica com medo que aquilo fosse para queimá-lo, ao perceber a reação dele Shun tenta acalmá-lo com um tom de voz doce e gentil.

— Não tenha medo, eu não vou te causar nenhum dano, eu só quero ajudar você.

O garoto se aproxima de Shun, então eles se sentam na cama e Shun pode aplicar o produto nele. Quando terminou, a estrutura de madeira parecia como nova.
O garoto sorri para seu salvador, não podia falar porque era um fantoche, mas Shun podia entendê-lo apenas olhando em seus belos olhos verdes.
Apesar de ser um completo desconhecido, Shun não se sentia desconfortável com ele em sua casa.

— Bem, amanhã eu cuidarei do seu cabelo, já está muito tarde e ele parece muito embaraçado. Tenha uma boa noite.

Shun não conseguia entender o porque, mas estava começando a sentir um carinho especial por aquele garoto fantoche.
Ele preferiu manter seu hóspede em absoluto segredo, no dia seguinte Shun não falou nada sobre o assunto, mas quando chegou em sua casa na hora do almoço, ele toma um grande susto quando entrou no quarto de hospedes.
Havia um lindo menino de aproximadamente oito ou nove anos, o menino olhou e sorriu para o castanho, só então Shun o reconheceu, ele era o garoto fantoche em seu disfarce humano.

— Eu não acredito no que eu estou vendo, então essa é a sua aparência humana. Um lindo menino que se veste como um boneco.

Ele ri e sorri para Shun, mas seus belos cabelos ainda eram uma desordem. Apesar de ser assustador em sua forma original, Shun não sentia medo dele. Então o castanho olha para o menino e sorri gentilmente.

— Eu adoraria poder te chamar de outra forma que apenas você.

Então Shun entrega a ele um bloco de notas e uma caneta, então o garoto começa a escrever alguma coisa e depois entrega o bloco de notas para Shun.

— Ryuho, é um belo nome. Bem, o meu nome é Shun.

Em seguida Shun pega um frasco e uma escova de cabelos, aquele produto era um tipo de banho seco para perucas, como Ryuho era feito de madeira ele não podia molhá-lo com muita freqüência. Alguns minutos depois Shun termina de escovar e desembaraçar os cabelos dele, agora Ryuho parecia um pequeno príncipe.

Os dias foram passando e um forte laço de amizade foi se formando entre eles, Ryuho era como um irmão para Shun, apesar de sua aparência um pouco assustadora, ele preferia ver Ryuho em sua forma original.
Quando Ryuho estava distraído com seus jogos, Shun pesquisava na internet sobre o termo "Fantoche Vivo", mas todas as histórias eram absurdamente exageradas. Em algumas os autores diziam que Ryuho seria capaz de matá-lo sem motivos, e em outra falavam que ele iria assombrá-lo pelo resto de sua vida.

Em uma tarde de quarta feira, Shun chega em sua casa mas não encontra Ryuho em nenhum lugar da casa. O castanho começa a entrar em desespero, Ryuho nunca tinha saído daquele lugar, alguém poderia destruí-lo se visse ele em sua verdadeira forma.

Então ele deixa suas coisas na sala de estar e corre até a rua para procurá-lo, mas para seu alivio, ele encontra Ryuho em sua forma humana brincando com outras crianças na praça perto de sua casa.
Ryuho parecia tão inocente e feliz jogando com outras crianças, como ele poderia fazer algo ruim a alguém? Ele permanece ali escondida atrás de uma arvore observando o pequeno menino brincar.
Minutos depois, decidiu voltar pra sua casa e Ryuho retornou duas horas depois.

— Da próxima vez deixe um bilhete avisando que você saiu, hoje você me deu um grande susto. Então não faça mais isso.

Ryuho olha para o castanho um pouco triste e envergonhado, aquela era a primeira vez que uma pessoa estava lhe ajudando sem se importar com sua verdadeira aparência ou quem realmente ele era.
O garoto sentia um carinho especial por Shun, o castanho era muito doce e gentil consigo. Ryuho sabia que não poderia desapontá-lo ou iria perder seu único e verdadeiro amigo. Tinha ódio e pavor das pessoas, mas Shun era uma exceção.

Em uma noite, Shun tinha dito a Ryuho que não precisava usar sua pele humana quando estivesse dentro de sua casa e também que ele o preferia em sua verdadeira forma.
Ryuho era realmente muito doce e às vezes um pouco travesso, e mesmo sendo um tipo de monstro, Shun conseguia ver sua beleza interior, para ele Ryuho era bonito em seu interior e exterior.

Mas em uma tarde, a secretaria bate na porta de seu consultório.

— Doutor, chegou aqui um garoto de aproximadamente dezesseis anos ferido no braço, a mãe dele está desesperada pedindo ajuda.
— Diga para eles entrarem.

Momentos depois a mãe e o garoto entram no consultório, então Shun examina o ferimento em seu braço esquerdo. Aquilo pareciam marcas de vários arranhões causados por unhas humanas.

— Mas o que aconteceu, quem fez isso com você?
— Eu não sei, eu e alguns amigos estávamos jogando em uma praça perto do centro da cidade, a nossa bola acabou indo para dentro de um beco e eu fui pega-la. Mas quando eu ia voltar, alguém totalmente coberto por uma capa preta me atacou e depois fugiu e desapareceu nas sombras.

Ao ouvir aquilo Shun rapidamente se lembrou de Ryuho, aquele garoto poderia ter sido a pessoa que quase destruiu ele. O jovem médico não queria acreditar que Ryuho pudesse atacar alguém sem nenhuma razão.
Então ele limpa o ferimento e coloca uma bandagem entorno do braço dele.

— Evite entrar nesses lugares perigosos, você tem sorte de ter acabado só com esses arranhões.
— Sim doutor, mas eu não entendo por que fui atacado por nada.
— Há muitas pessoas ruins nas ruas, então você e seus amigos devem ser mais cuidadosos.

Mas para a tristeza de Shun, Ryuho não estava em casa quando ele chegou. Uma hora mais tarde ele aparece em sua forma humana, mas a ponta de seus dedos estavam sujos de sangue.

— Então foi você quem atacou o garoto, ele e sua mãe foram pedir ajuda em meu consultório. Ryuho por que você fez isso?!

Ele apenas baixa a cabeça, mas não demonstrava sinais de arrependimento. Então Shun mostra uma foto do garoto para ele.

— Ryuho foi ele quem tentou destruir você naquele dia?! Por favor, me responda!

O menino apenas acena um sim com a cabeça. Shun nunca pensou que ele fosse capaz de pensar ou tentar se vingar de alguém.

— Eu sei que ele fez algo terrível com você, mas a vingança é algo terrível, eu nunca pensei que alguém tão doce e puro como você fosse capaz de fazer isso.

O menino olha com uma expressão vazia para Shun e vai para seu quarto.
Na manhã do dia seguinte Shun acorda e sente o cheiro de chá de morango, sua bebida favorita. Ao entrar na cozinha, fica de boca aberta ao ver que Ryuho tinha feito o café da manhã pra ele. O menino tinha visto ele usar achaleira algumas vezes. Shun interpretou aquilo como um pedido de desculpas.

— Obrigado pela sua gentileza meu querido, mas nunca mais faça aquilo novamente.

Mas ao invés de sorrir, o garoto olhou um pouco triste para o castanho, como se ele estivesse tentando dizer alguma coisa.

— O que aconteceu, por que você ficou triste?

Ryuho evitou olhar para Shun.
Naquela tarde quando Shun teve algum tempo livre antes do seu próximo paciente chegar, ele começou a pesquisar novamente sobre o Fantoche Vivo para tentar descobrir um pouco mais sobre Ryuho. Minutos depois, o castanho encontra um texto interessante em um blog.
Mas sentiu um arrepio na espinha e um aperto no peito ao ler uma parte que dizia o seguinte:

“O fantoche vivo não é totalmente livre, algo ou alguém o controla algumas vezes obrigando eles a fazerem algo terrível ou apenas assombrar alguém. Mas esses fantoches não são imortais, se sua estrutura for seriamente danificada ou queimada, o fantoche vivo morrerá”.

Aquilo fez Shun sentir um aperto em seu coração, apesar de ser um tipo de monstro, ele amava Ryuho como se fosse seu irmão e não queria perdê-lo.
Mas para piorar as coisas, quando chegou em sua casa à noite, não encontrou Ryuho em nenhum lugar. Então corre na direção da praça onde ele brincava com as outras crianças, mas Ryuho não estava lá. 
Sem escolha, Shun volta para sua casa e decide esperar por ele. Já eram duas horas da madrugada e Ryuho ainda não tinha retornado, mas o castanho acaba adormecendo.

No dia seguinte ele procura por Ryuho na cidade e onde tinha visto o menino pela primeira vez, mas o garoto parecia ter evaporado. E se alguém tivesse destruído ele? Não, tinha que arrancar esses pensamentos negativos de sua mente, ele tinha que ser otimista.

Três dias depois, Shun tinha perdido as esperanças de encontrá-lo, agora ele estava deprimida e triste.
Mas naquela manhã o castanho é acordada por alguém batendo em sua porta, ao abri-la e ver quem era, seu coração quase parou. Ryuho estava na sua frente, mas sua estrutura de madeira estava seriamente danificada e havia algumas manchas de sangue em várias partes de seu corpo de madeira.

— Meu deus! Ryuho o que aconteceu com você?!

Mas ele apenas olha para Shun com uma expressão vazia e em seguida cai no chão e permanece imóvel.

— Ryuho não, por favor não me deixe!

Shun segura ele em seus braços e o coloca sobre sua cama, em seguida pega um tubo de cola e alguns produtos especiais para madeira, precisava concertar a estrutura de madeira ou Ryuho iria morrer. Alguns minutos mais tarde, o castanho termina de concertar o corpo dele, mas Ryuho ainda permanecia imóvel, foi então que Shun sente a pequena mão dele sobre seu pulso.

— Ryuho me perdoe, eu não sabia que...

Mas antes que ele pudesse terminar a frase, Ryuho olha no fundo de seus olhos, Shun podia sentir a agonia dele quando foi controlado e forçado a fazer algo contra sua vontade. O jovem médico sentiu raiva e tristeza ao mesmo tempo, Ryuho merecia ser livre, mas o mundo não é perfeito.

Na noite daquele mesmo dia, Ryuho já estava recuperado dos golpes em seu corpo de madeira. Antes de dormir, Shun vai vê-lo em seu quarto, em seguida ele se senta na cama ao lado do garoto.

— Eu fico feliz que você esteja bem, eu tive muito medo de perder você meu querido.

Ryuho é surpreendido quando Shun o abraça carinhosamente, foi então que ele percebeu que Shun estava chorando. Ryuho olha para o castanho e sorri levemente e depois também o abraça. 
Aquela era a primeira vez que alguém lhe abraçava com tanto carinho e amor. Em seu interior Ryuho desejava ser livre para ficar sempre com Shun e nunca mais se preocupar com nada.

Depois daquele dia Ryuho nunca mais desapareceu, mas ainda fazia o que sempre fez antes, assombrar e matar quem ele odiava. Mas fazia aquilo sem que o castanho soubesse, para Shun ele nunca faria nada ruim.
Já fazia quase dois meses que Ryuho estava morando com Shun, adorava caminhar com o castanho no final da tarde disfarçado como um menino normal ou visitá-lo algumas vezes em segredo em seu consultório.

Apesar de suas sutis diferenças, eles conviviam em uma perfeita harmonia. E apesar daqueles terríveis acontecimentos, aqueles dois meses foram muito bons para ambos.
Mas em uma manhã, Shun não encontra Ryuho em nenhum lugar, foi então que viu uma folha de papel dobrada ao meio. Na folha estava escrito uma mensagem.

“Obrigado por tudo Shun, eu jamais irei esquecer você. Mas chegou à hora de eu ir embora, não chore porque eu vou ficar bem. Novamente muito obrigado por tudo”.

Depois de ler a mensagem deixada por Ryuho, Shun sente uma tristeza amarga em seu coração, ele sabia que mais cedo ou mais tarde Ryuho teria que ir embora. Agora só restavam as lembranças dos bons momentos que eles passaram juntos.
Mas Shun sabia que jamais iria esquecê-lo e que uma parte daquele menino sempre estará em seu coração. E não importa onde Ryuho esteja, ele também sempre terá uma pequena parte de Shun consigo, pois aquela estranha amizade seria inesquecível.


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