Cartas Para Romeu escrita por Manú san
Acho que é bem assim que começa... No mundo nasce sempre pessoas novas, denominadas bebês...
Não acredito que um dia eu fui chamada assim... Um dia fui carregada e fraca como um bebê...
Eu nunca fui uma bebê normal... Aprendi a falar com dois messes e a andar com três... Os médicos falaram que isso era incrível e que nunca haviam visto em sua vida algo assim... Resumindo: Eu sempre fui a diferente nesse mundo de loucos.
Mas nunca entendi porque, até hoje não entendo... O porque das pessoas diferentes serem tão descriminadas... Por que eles querem que os diferentes sejam igual a eles? Isso é terrível!
- Eu nunca serei igual a vocês! - Gritei me levantando da cama em um pulo - Oque? Isso era só um sonho? - Perguntava com a mão em minha cabeça
Olhei para o relógio e nele marcava três e dez da manhã.
- Não acredito... Ah! Agora vou ficar acordada jogando Asasino Screet
[...]
- Você é muito idiota, sabia? - Disse Leo batendo em minha mesa com a mão
- Tsc! Só por causa que eu acordei de madrugada, fiquei jogando video game e agora tó dormindo na aula. Conta outra Leo - Disse me levantando da mesa e indo até a porta da sala que dava até o corredor escolar
- Você vai morrer sabia? - Falou Leo. Meu como ele gosta de irritar!
- Por que jumentinho? - Perguntei apertando sua bochecha
- Por que a senhorita retards não dormiu e agora é a aula de educação física e a professora te odeia, então ela vai te forçar a fazer a aula e aí você morre sendo pisada pelo povo da queima - Disse ele apertando minha bochecha também
- Você é mesmo um jumento, nem me avisa né? - Disse zangada
- Tá na TPM é? - Perguntou me irritando mais ainda
- Cala a boca querido, se não eu irei arranca-lá e coloca-lá em seu cú com muito carinho e amor - Disse dando um sorriso falso
- Sabia que eu adoro esse seu jeitinho de falar "eu te amo" pra mim? - Perguntou me dando um abraço
- Eu sei - Disse dando um beijinho no rosto do mesmo - Mas você é um idiota, sabia?
- É eu sei, você me fala isso todo dia - Disse ele pensativo
Mostrei a língua para ele.
- Chata! - Falou mostrando a língua logo em seguida
- Jumento do meu coração! - Disse rindo da cara do mesmo
- Ok retards, hoje você ganhou - Disse fazendo cara feia
- Avá! - Gritei e saí correndo até a quadra. Acho que não estou tão cansada
[...]
- Aí meu Deus eu to morrendo, me ajuda! - Disse dramaticamente no meio da queimada - Acho que vou cair - Disse canbaleando, estava meio zonza
Caí, mas não senti o chão. Olhei para cima e vi o garoto de ontem.
- Nossa... Quase que você caí hein? - Disse me pegando no colo e atravessando a quadra comigo em seus braços
- Não precisa fazer isso... - Falei timidamente, acho que minha bochecha queimou
- Você tá morrendo lembra? - Disse rindo falando do drama que fiz antes de cair em seus braços
- Eu tó, mas não é pra tanto - Disse cruzando meus braços
- Eu não tive tempo de me apresentar ontem - Disse com um sorriso em seus lábios - Me chamo Alex, muito prazer
- Me chamo Laiza - Disse sorridente
- Um nome bonito, para uma dona mais ainda - Disse me fazendo corar
Ri desajeitada.
- Chegamos em um banco, posso te deixar aqui? - Perguntou sorrindo
- Claro - Disse dando um pequeno sorriso
- Durma um pouco, tá bom? Depois eu volto aqui pra te acordar
- Tudo bem, mas volta viu? - Disse com se fosse uma ordem
- Tá bom sargento, pode deixar - Falou com as mãos para cima - De qualquer forma, tchau - Disse ele me dando um beijo no rosto
- O... Obrigada por me trazer até aqui - Gaguejei
- Nada não - Falou voltando para o jogo
Suspirei.
- Nossa... - Falei me deitando no banco
Daí dormi...
- Você sabe que tem que ser igual a nós se quiser ser social! - Meu pai gritou
- Quem disse que eu quero ser ocial? - Falei quando tinha oito anos
- Garota! Você tem que ser como as pessoas normais! Entendeu?! - Gritou
- Não entendi não, e quer saber? Nunca entenderei. Porque nem você me fará mudar meu jeito! - Gritei fechando a porta de meu quarto com força - Bando de idiotas, acham que pra ser uma alguém temos que ser iguais... Só os idiotas pesam assim - Disse deitada em meu colchão
- Abre essa porta Laiza! - Gritou meu pai batendo com força em minha porta
- Arrebenta ela mais fácil que pedir para que eu abra - Disse deitada em minha cama com fones de ouvido e música no máximo
- O que eu fiz para você ser assim? - Perguntou papai
- Disse essas coisas horríveis para mim - Falei séria
- Oque? - Perguntei assustada
- Laiza? Oque foi? Teve um pesadelo? - Perguntou Alex com a mão em minhas costas
- Não, só uma lembrança triste - Disse pasma
- Quer falar sobre isso? - Perguntou se sentando ao meu lado
- Não, eu acho melhor não Alex. Meu passado foi legal, mas a partir dos meus oito anos parou de ser tão divertido e alegre - Disse o olhando fixamente
Ele me abraçou de repente me assustando com seu ato.
- Calma... - Cuchichou em meu ouvido
- É... Sabe?... Não precisa se preocupar - Disse o estranhando
- Claro que precisa - Falou ele passando as mãos em meu cabelo
- Você é diferente dos outros garotos populares daqui... - Disse parada em meio de seus braços
- E você é diferente de todas as garotas daqui - Disse ele me largando e dando uma risada gostosa de ouvir - Desculpe Laiza, mas eu tenho que ir me trocar, a gente se fala mais tarde pode ser? - Perguntou já em pé
- De boa - Falei me levantando também - Adios cumpadre! - Falei dando tchaucinho
- Adios tica! - Falou ele dando uma piscadela para mim
♥ Continua... ♥
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