POV David

Já tinham se passado mais de meia hora. Subi para ver como ela estava. Saber que ela estava chorando por mim, me matava profundamente e aos poucos, como se sentir a minha própria dor não fosse suficiente, eu sentia a dela também. Cheguei ao quarto e a cena que eu vejo me deixa paralisado.

Peter estava sentado na cama de Gaby, e ela estava dormindo em seu colo. Então ela não estava sofrendo. Eu era o idiota que estava sofrendo por ela. Depois de tudo que eu lhe disse, de todas as declarações que eu fiz e que ela fez, já na primeira briga (sem fundamento) ela corre para os braços do primeiro que aparece?! Pelo o que parece, ela era quem estava mentindo para mim. E o imbecil do Peter só apareceu aqui para atrapalhar a minha vida. Eu não suportei ver mais. Ele nem pareceu perceber a minha presença. Desci correndo e sai pelas ruas de Vitória, uma cidade pequena, mais desconhecida para mim. Depois de andar durante us 20 minutos, eu cheguei na orla de Camburi, onde várias pessoas estavam caminhando, andando de bicicleta e de patins, alguns de skate, e eu não conhecia nenhuma delas. Sentei em um banquinho e fiquei olhando as ondas, que iam e vinham, sem parecer temer que isso algum dia acabasse, por que isso não iria acabar. Mas o amor que eu sinto por Gabrielly vai, e eu vou conseguir continuar a viver. Não será uma baixinha linda que irá me derrubar.

- Olá.

Olhei para o lado, e uma mulher linda estava sentada ao meu lado, sorrindo delicadamente para mim.

- Oi.

- Você parece estar perdido.

- Você não sabe o quanto.

- Quer alguma informação? Posso te dizer qualquer lugar daqui de Vitória. Nasci aqui.

Ela estava sorrindo para mim. Ela é muito linda, atrativa, gostosa, e não parece ser mais velha do que eu. Quem sabe ela não pode me ajudar mais do que apenas me passando informações?!

- Claro. Por que não damos uma caminhada?!

- Tudo bem.

POV Gaby

Acordei já era de noite. Abri meus olhos e encontrei os olhos castanhos de Peter me olhando.

- Desculpa, eu acho que dormi demais.

- Um pouco mais de três horas.

- E você ficou sentado ai esse tempo todo?!

- Você é linda enquanto dorme. Não me incomodou nem um pouco te ver dormindo.

Como de costume, fiquei igual a um pimentão.

- Brigada Peter.

Ouvimos um barulho de portas batendo e vozes animadas. Quando olhei no relógio, já eram mais de 20:00.

- Crianças, chegamos. – era a voz da tia Bel.

- Gaby?! – era a minha mãe.

- Estou no quarto, mãe.

Ouvimos mais passos e abriram a porta. Claro que a cena não devia ser o que elas estavam esperando.

- Mãe, esse é Peter. Peter, essa é a minha mãe, Luiza, e minha tia Izabel.

- Mas pode me chamar de Bel. – tia Bel foi se aproximando e já se jogando pra cima do Peter. Me deu uma enorme vontade de rir.

- Muito prazer, Bel e Luiza. – Ele apertou a mão das duas, mas não se levantou.

- Onde está meu filho? – a dor voltou com toda força e eu me segurei para não chorar na frente delas.

- Ele saiu já faz algum tempo. – Peter respondeu por mim. Ele tinha saído?!

- O que aconteceu?! Gaby, por que você está chorando?! – minha tia ficou horrorizada.

Contei toda história para as duas. Não sei por que fiz aquilo, mas não queria mais esconder isso. Elas me ouviram sem falar nada. Quando terminei, meus olhos estavam totalmente vermelhos, e Peter estava me abraçando e eu estava agarrada em seu pescoço.

- Bem, Gaby, você não acha que talvez ele estivesse tentando te fazer descobrir tudo?! Ou nem sabia da história?! – tia Bel foi falando. – Eu nunca tinha visto meu filho tão abobalhado por nenhuma garota que eu já tenha visto com ele. – Nenhuma garota?! Quantas garotas ela já tinha visto com ele?! Eu comecei a chorar mais alto ainda.

- Calma Gaby. Agora, onde está o David? – minha mãe estava mais preocupada com o David do que comigo.

- Luiza, ele saiu sem falar nada conosco. Faz quase três horas.

POV David

Andei um pouco com a mulher, seu nome é Helena. Ela me contou sobre cada lugar que eu poderia visitar. Adorei conversar com ela. Mas nada me fazia esquecer da minha pequena, nem mesmo uma gostosa conversando comigo.

- Bem, eu tenho que ir.

- Quer uma carona?! Eu vou para o mesmo lugar que você me falou que era a casa da sua tia.

- Claro. Por que não?!

E fomos os dois rindo em direção ao carro. Não sei por que, mas senti um calafrio percorrer meu corpo antes de entrar no carro.