Capítulo XI – The beautiful teacher

Estava assistindo à aula nesse momento, aula de ciências com o professor Orochimaru. A aula até que é interessante para uma aula de ciências, ele faz experimentos e nos ensina e mostra um monte de coisas das quais nunca ouvimos falar. É raro eu gostar de uma aula de ciências, não sei porque mas eu nunca gostei dessa matéria. Eu sempre acabava dormindo nessas horas, porque os professores eram entediantes e o som da voz deles me provocava sono. Era só olhar para a lousa que da onde eu estava dava para ver perfeitamente o professor Orochimaru e seu ajudante, o Kabuto.

Um aviãozinho de papel pousou na minha mesa. Julgando pelo visual do papel, diria que era da Ino. Droga. Lá vem ela com aquelas perguntas chatas. Ontem, no nosso encontro duplo, aconteceu uma coisa...desagradável. Eu e o garoto que a Ino 'conseguiu' pra me acompanhar estávamos nos despedindo, até aí tudo bem. Só que em um ''ataque'' imprevisível, inesperado e surpresa, ele me beijou e a Ino viu. Ela só não viu a parte que eu dei um empurrão nele.

Depois que cheguei do encontro eu fui direto para o quarto, vesti meu pijama e fui dormir, tudo para não ouvir aquelas perguntas idiotas dela. Hoje de manhã eu tentei evitá-la mas ela acabou me seguindo até aqui e não parou de me perguntar coisas relacionadas a aquele acontecimento. Eu não respondia nada, só ficava tentando mudar de assunto, já que qualquer coisa que eu disser a ela eu sei que irá piorar tudo. Saí tão rápido e tão preocupada com ela me ver que acabei nem vendo os outros.

Abri o aviãozinho de papel. Lá estava escrito o que eu esperava que uma 'patricinha' como ela escrevesse. ''Você é bem mais apressada do que eu esperava Sakura, beijando logo no primeiro encontro? O que você achou do beijo? foi ruim? ele beija bem? coloque as respostas no aviãozinho e jogue sem que ninguém perceba.'' Abri um sorriso no rosto. Olhei para o lado e lá estava ela, umas 5 mesas ao lado da minha. Assim que me viu, ela acenou sorrindo. Suspirei pesadamente.

Sem que o professor ou seu ajudante me notassem eu picotei o papel em inúmeros pedacinhos, mostrando a ela o que estava fazendo. Todos os pedaços caíam no chão. Ela me lançou um olhar de reprovação. Sorri ao ver aquele olhar. Porcaria, por que ela se importa tanto com isso? será que se eu contar o que aconteceu ela vai parar de pegar no meu pé? Decidi contar a ela, mas não agora, talvez no nosso quarto.

– Atenção, turma. - o professor pediu, atraindo nossa atenção para ele. - Quero avisar que a semana que vêm inteira eu ficarei impossibilitado de vir dar aulas.

Ele parou de falar assim que os falatórios começaram por toda a sala. Todos pareciam felizes ao saber que ele irá ficar ausente tanto tempo, mas não porque não gostavam dele, todos achavam que assim iriam sair mais cedo. Não entendo porque eles ficaram assim. Já ficamos sem aula por causa do feriado, será que não é o bastante? Talvez seja o bastante só pra mim. Ele começou a pedir para todos pararem de falar, e logo, eles pararam.

– Não se animem muito. Um outro professor virá me substituir, seu nome é Kakashi. Kakashi Hatake.

Kakashi? deve ser ainda mais estranho que ele, ouvi alguns cochicharem e rirem, em seguida. Ouvimos o professor mandar o ''professor substituto'' entrar, e após isso, o vimos entrar por ali. Todos se calaram assim que o viram, pareciam surpresos. As meninas estavam boquiabertas, inclusive eu. Só depois eu fui despertar do ''transe''. Meu Deus, ele é muito lindo. Acho que estou passando mal. Todas as meninas sorriam e comentavam sobre ele.

Ele falava alguma coisa mas eu não ouvia nada. Estava hipnotizada pela beleza dele. Quando despertei, ouvi o sinal tocar. Me levantei e comecei a arrumar as minhas coisas, que estavam em cima da mesa. Vi a Ino caminhar em minha direção. Lá vem ela com aquelas perguntas idiotas outra vez. Antes que ela pudesse me perguntar algo, coloquei a mochila nas costas e comecei a descer as escadas. Lá estava um grupo de meninas da minha idade dando em cima do professor. Sorri. Não é de se estranhar. A Ino finalmente me alcançou, parando do meu lado.

– Qual é a sua, Sakura? não vai mesmo me contar nada? vai me deixar curiosa? - ela me perguntou.

– Ino, não aconteceu nada. O idiota me beijou em um movimento surpresa, só isso. Se você gosta de espionar as pessoas deveria ficar pra ver tudo. Eu dei um empurrão nele e saí dali.

– Ai, nossa, tá bom. Mas e aí, gostou dele? - ela me perguntou. Tá falando sério, Ino? as vezes eu me pergunto o que essa patricinha tem na cabeça.

– Eu não vou nem responder. - eu disse.

– Você viu o professor? Ele parece um Deus grego, é muito lindo. - ela me dizia, com um sorriso no rosto.

– Ino, e o... Sai?– perguntei.

– O que é que tem?

– Ele é seu namorado...lembra?

– Claro. Ele também é lindo.

– O Sai não se importa de você ficar olhando para outros homens assim? - perguntei.

– Não. Ele também só vive olhando para outras garotas, nós não ligamos muito pra isso. Mas, e aí, vai fazer o que hoje? topa mais um encontro duplo?

– Claro que não, eu...- parei de falar ao ouvir um choro extremamente irritante.

Quando dei por mim nós já estávamos na ala dos dormitórios femininos. O tal ''choro irritante'' vinha do banheiro. Eu e Ino corremos até lá para ver o que era. Olhamos uma para a outra, nos perguntávamos se devíamos abrir mesmo para ver o que era. Resolvemos abrir, quem sabe seja alguém precisando de ajuda, não é? Inesperadamente, a porta estava trancada. Batemos algumas vezes na porta.

– Quem é que está aí? Está tudo bem? - eu perguntei.

– Vá embora! - a mulher gritou.

– É a inspetora. - a Ino me disse.

– Tem certeza?

– Tenho, esse grito é inconfundível. Agora que já sabemos quem é, vamos embora. - ela disse, me puxando pelo pulso.

– Espera. - eu disse, parando-a. - Ela pode estar precisando de ajuda. - Ela pode estar precisando de ajuda.

– Ahh, tá bom. - ela me disse, após suspirar profundamente.

– Inspetora Tsunade, o que aconteceu? - perguntei.

Ouvimos alguma coisa na porta. Ela só podia estar destrancando-a. Após alguns segundos ali paradas, a porta se abriu. Em seguida, com toda a brutalidade - algo não muito feminino - ela nos puxou para dentro do banheiro. Nossa, ela estava péssima. Maquiagem borrada, roupa manchada com algum doce... aquilo era nojento. Ino a olhou com cara de nojo.

– Coloquei vocês aqui porque eu não quero que ninguém saiba. - ela disse.

– O que foi? - perguntei.

– Meu namorado terminou comigo. - ela disse, desabando em lágrimas.

''Desabou'' em cima de mim e nós nos chocamos com a porta logo atrás. Eu dava ''tapinhas'' nas costas dela, na tentativa de acalmá-la. Ela chorava e berrava nos meus ouvidos. Olhei para a cara da Ino, que se divertia com toda aquela situação. Em um gesto inesperado ela me largou e agarrou a Ino. As duas se chocaram com a parede. Sim, agora era a minha vez de rir.

– Vai ficar tudo bem. - a Ino dizia. - Por que ele terminou com você?acho que estou diante de um dos motivos... – eu a ouvi murmurar.

– Ele disse que sou muito ciumenta e melosa. Eu não sou ciumenta e melosa! - ela disse, sacudindo a Ino.

– Se acalma ou você vai me quebrar inteira. - a Ino disse.

– Olha, inspetora, agora nós temos que ir. Mas, qualquer coisa pode nos chamar, estaremos aqui. - eu disse, abrindo a porta. - Vamos embora, Ino. - a puxei, antes de sair dali.

(...)

Eu e Ino estávamos chegando na lanchonete, de longe nós já avistamos o nosso ''grupo''. Andamos rapidamente na direção deles. Assim que chegamos, o Naruto fechou a cara, se levantou e saiu imediatamente dali. Estranhei aquela atitude, nunca o vi assim antes. Coloquei o meu prato com comida em cima da mesa, puxei uma cadeira e me sentei. Adivinhem aonde? ao lado dos dois chameguentos. Logo que olhei para o lado eu vi a Ino dar um selinho nele.

– Onde vocês estavam? - a Temari perguntou.

– Essa vocês vão gostar de ouvir. Estávamos a caminho daqui e quando passamos pelo banheiro, ouvimos um choro. Adivinhem de quem era. - a Ino disse.

– De quem? - a Tenten perguntou, ansiosa.

– Da inspetora. - ela completou.

– Que problemático. Vocês não sabem o que acontecem quando a Tsunade chora dentro do banheiro trocado? - o Shikamaru perguntou.

– Não. - eu e Ino respondemos.

– O que acontece? - a Ino perguntou.

– Ouvi falarem que ela chora assim quando o namorado dela dá um ''chute'' nela. E quando uma garota entra lá para consolar ela, ela fica o resto do dia na cola dessa pessoa.

– Um aviso seria bom, né? - a Ino disse. - E agora? Não quero aquela mulher na minha cola o dia todo. Isso é tudo culpa sua!

– Como eu iria saber!? - eu disse.

– Fala aí, o que aconteceu quando vocês encontraram ela. - o Kiba perguntou.

– Ela estava chorando, com a toda manchada e com a maquiagem borrada. - a Ino respondeu, sorrindo.

– Nossa, que horror. - o Kiba disse.

– Gente, o que deu no Naruto? Por que ele saiu daquele jeito quando chegamos? - perguntei.

– Sei lá, Naruto sempre foi muito estranho. E olha que quem está falando sou eu, companheiro de quarto dele.

– Naruto é um cara complicado. Disse que tinha que ir fazer um trabalho da escola.

– Falando em gente complicada... - a Temari disse.

Nós olhamos para trás e lá vinha a Karin. Porcaria. Meu dia mal começou e os problemas já estão vindo assim. Assim que ela percebeu que nós a notamos, ela abriu um sorriso naquela cara de baranga dela. Logo ela se aproximou de nós e parou com os braços cruzados.

– O que você quer agora, Karin? – perguntei.

– Pensa que eu sou uma boba, não é? Acha que eu não soube do que você fez pra impressionar o meu namorado?– ela perguntou.

– Do que você está falando? - perguntei.

– Ahh, não se faça de santa, coisa rosa. Está todo mundo falando de quando você defendeu o meu Sasuke do Gaara e do Kankurou. E eu que achava que já te conhecia. Aqui vai um aviso pra você: Fica bem longe dele. Entendeu ou vai querer que eu repita? quer que eu soletre pra ficar mais fácil de você assimilar?

– Primeiro, eu não tenho que te dar satisfações do que faço ou deixo de fazer. Não tenho que te explicar o porque de eu ter ajudado o ''seu Sasuke'' mas vou dizer assim mesmo. Eu detesto violência. E também eu estava me perguntando o porque de a ''namorada'' dele não estar lá para ajudá-lo.

– Não fale do que você não sabe! - ela disse, com raiva.- Eu estava presa na sala.

– Na sala? era feriado, Karin. Olha, não me interessa nada saber seus motivos para não estar lá. Eu já tenho problemas demais para um dia só. - eu disse, em seguida a vi sair, me ameaçando como todas as outras vezes.

– Eu já volto, pessoal. - o Kiba disse.

– Vai aonde, menino? - a Ino perguntou.

– Eu vou...comprar estalinhos. - ele disse, correndo dali.

– Nossa, o que deu nele? - perguntei.

– Sei lá, está todo mundo estranho hoje. - a Temari falou.

Levei um baita susto ao ouvir novamente aquele choro irritante, atrás de mim. Ah não, falei mentalmente. O Shikamaru estava certo quando disse tudo aquilo. Vi todos se levantarem da mesa, inclusive a Ino. Mas antes que ela pudesse sair, a agarrei pelo pulso, segurando-a ali. Se eu teria que ficar, ela iria ficar também. Depois que eu a segurei, ela se sentou novamente.

– O-oi.- eu disse, forçando um sorriso.- O que está fazendo aqui?

– Vocês disseram que eu poderia procurá-las quando precisasse de alguma coisa. Aqui estou eu. - ela falou.

– O que fazemos agora? – a Ino cochichou no meu ouvido.

– Como eu vou saber? – eu disse.

– Isso é tudo culpa sua! - ela falou.

– Meninas! - ela nos chamou.- Preciso de vocês.

–...- Suspirei. - Do que você precisa, inspetora?

– Venham comigo. - ela disse, nos puxando pela mão. Nossa, ela tem mesmo muita força nos braços.

(...)

Naruto pov's

Estava sentado no puff do meu quarto, jogando tiro ao alvo. Está certo que eu não estava conseguindo acertar nenhuma, mas pelo menos me distraía. Ou não. Agradecia ao diretor por ter colocado todos em horário de aula agora, já que agora eu tinha muito tempo para pensar e esfriar as ideias. Ou quase isso. A imagem da Sakura beijando aquele garoto não saía mais da minha cabeça. Será que... eu estou apaixonado por ela?

Sacudi a cabeça em uma tentativa falha de afastar aqueles pensamentos. Quando a vi hoje de manhã eu não consegui me segurar, me levantei imediatamente dali. Não queria olhar para ela hoje. Muitas coisas se passavam na minha cabeça agora, e uma delas era uma dúvida que sempre esteve presente em mim. Por que será que caras arrogantes, grossos e frios como o Sasuke conseguem a garota que querem, enquanto eu que sou legal, simpático e extrovertido não consigo quase nenhuma? Por que tenho tanto medo de contar o que sinto a ela?

Antes que pudesse responder essa questão a mim mesmo, ouvi alguém bater na porta. ''Entra'', provavelmente é o Kiba querendo me fazer perguntas. Do jeito que eu saí da mesa até a Sakura deve ter estranhado. Olhei para o vidro e observando o reflexo do mesmo, pude ver que era mesmo ele. Ele andou na minha direção e se sentou do meu lado.

– Fala aí, o que foi, cara? - ele me perguntou.

– O que? O que você quer saber? Não tem nada pra você saber.- respondi, forçando um sorriso.

– Qual é. Pode desabafar para o Kiba aqui. O jeito que você saiu da mesa não engana ninguém.

– Você não se importa. - falei.

– Eu posso ser ''um idiota'' com você em momentos normais, mas somos amigos. Pode dizer.

– Eu vi a Sakura beijando outro garoto ontem. Desde então eu me sinto estranho, tão confuso. Não sei porquê.

– Eu sei porquê. - olhei pra ele.- Você está apaixonado.

– É, talvez seja. Escuta, não vá contar isso pra ninguém, tá? - eu falei.

– Tranquilo, cara. Ei, cê tá jogando tiro ao alvo? - ele me perguntou.

– Tô, por quê?

– Porque você é péssimo nisso. - ele disse, sorrindo.- Deixa eu te ensinar, é assim que se joga.

......