Konoha Boarding School escrita por Yellow Flash


Capítulo 10
Capítulo - I love you




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Capítulo X I love you

Encontros duplos...duplos encontros...É engraçado como essas duas palavrinhas podem complicar a sua vida de uma hora para a outra, não? Nesse momento eu estou sentada na cama de baixo do beliche do nosso quarto, como sempre, esperando a Ino terminar de se arrumar no banheiro. Ela entrou no banheiro e está lá há quase quarenta minutos, é um record. Se tivesse um record no ''Guiness Book'' para a patricinha que demora mais tempo no banheiro, Ino já o teria batido há muito tempo. Sorri comigo mesma.

Cruzei as pernas para esperá-la. Bom, ainda bem que eu já estava arrumada. Segundo a Ino eu não tinha as roupas corretas para a ocasião, então ela me emprestou as dela. Apesar de não fazer o meu estilo, até que eram bonitas. Ela me emprestou uma calça jeans branca, uma blusa tomara-que-caia violeta e um sapato preto sem salto. Eu agora estava pondo o relógio de pulso da Hello Kity, que minha avó me deu. Ouvi a maçaneta da porta do banheiro girar.

Finalmente saiu, pensei. Para a minha surpresa, ela só saiu para pegar a secadora de cabelos que estava em cima da cômoda. Suspirei pesadamente. Os garotos estão prestes a chegar e ela faz isso. E como acabou de entrar no banheiro com a secadora de cabelos já dava para imaginar que não tem mais hora para sair de lá. Ficava imaginando quem seria o garoto que estava vindo. A Ino não me deu nem uma pista de quem seja. Até agora eu não sei como eu aceitei ir com eles.

Me levantei e andei até o espelho. Até que não está tão mal, Sakura, pensei. Sim, eu não me acho bonita. Nunca me achei bonita. O primeiro e último namorado que eu tive sempre me dizia que eu tinha que trabalhar melhor minha baixa autoestima, ele sempre me dizia coisas lindas. Pelo que eu me lembro, eu me apaixonei por ele quando ele me defendeu das meninas da escola que estavam me zoando. Isso aconteceu no jardim de infância. Eu sempre odiei aquilo lá.

As meninas não paravam de me zoar, ou melhor, zoar a minha testa. Sempre diziam que eu tinha a testa enorme. Me apelidaram de ''testa de marquise''. Eu só vivia sozinha e chorando, passei a odiar aquilo lá e sempre a pedir ao meu pai para me mudar de colégio, claro que sem dizer a ele o real motivo. Mas depois daquele dia, depois do dia que ele me defendeu, tudo mudou. Quando o vi pela primeira vez ele só era ''o menino novo'', mas depois do que ele fez por mim, passei a vê-lo com outros olhos. Mesmo tendo tão pouca idade eu me apaixonei pela primeira vez. Devia ter uns 7 anos na época.

Quando completamos 11 anos nós começamos a namorar. Graças a ele eu mudei. Graças a ele eu cresci, me tornei forte e independente. Aí chegou o dia em que eu tive que me mudar, como todas as vezes. Eu fiquei tão apaixonada e impressionada com ele que nem me lembrei que isso sempre acontecia. Depois que isso aconteceu, fiquei deprimida por um bom tempo. Foi aí que eu decidi que nunca mais faria laços com alguém, por medo de sofrer na hora de partir. Eu sabia que teria que partir, então levei isso adiante.

Felizmente isso mudou com a decisão do meu pai, que foi a de me matricular nesse internato, quando completei 15 anos no ano passado. Fiz amigos maravilhosos e vou conseguindo mais amigos a cada dia que passa. Mas é como meu pai me dizia, não se pode fazer amigos sem antes conseguir um inimigo. Acho que já podem imaginar de quais pessoinhas estou falando, né?

Depois de anos, ela finalmente foi sair de lá. Trazia toda a tecnologia que havia levado para lá, junto com ela. Secadora de cabelos, celular e outras coisas. Jogou tudo em cima da cômoda. Eu a olhava com um olhar de reprovação e o olhar de dúvida dela deixava claro que ela não estava entendendo o porque de eu olhar assim. Jura, Ino? Você não entende? Essa Ino as vezes é uma figura.

– Por que está me olhando assim? - ela me perguntou.

– Por nada. - respondi, com um sorriso no rosto. - Eles estão demorando tanto, o que aconteceu?

– O Sai me ligou e disse que vão estar nos esperando lá na entrada do internato. - ela respondeu se perfumando.

– Acha que essa roupa ficou cumprida demais em mim? - perguntei, me olhando no espelho.

Sakura, você está linda. E, acorda, você está falando com Ino Yamanaka, a garota mais estilosa que já pisou nesse internato e sua amiga. Acha mesmo que eu iria dar a você uma roupa que não cabe bem em você? - ela me perguntou.

– Não. - respondi sorrindo.

– Então pronto, gata. E o que é isso? - ela me perguntou, apontando para o meu pulso.

– É o relógio que minha avó me deu quando eu tinha 5 anos. - respondi. Sabia que ela iria implicar com isso.

– Como você disse, ela te deu quando você só tinha 5 anos. Agora você tem 15 e esse relógio é muito infantil pra meninas da nossa idade.

– Não é não! - tentei retrucar, fazendo biquinho.

Sakura... – ela disse, estendendo a mão pra mim.

– Tá bom. - suspirei e entreguei o relógio nas mãos dela.

Andei até a cômoda e comecei a procurar pelo meu celular, já que o relógio a patricinha pegou de mim. Não era um celular comum, era um smartphone, o primeiro que eu ganhei do meu pai no meu aniversário do ano passado. Eu não andava pra cima e pra baixo com ele porque como eu disse, não gosto de ''esbanjar'', e também não preciso dele pra muita coisa.

Decidi levá-lo hoje porque eu iria querer ver a hora. Conhecendo a mim mesma como conheço, acabaria entediada naquele encontro duplo. Após encontrá-lo, coloquei ele no bolso de trás da calça jeans. Vi a Ino abrir a porta e depois de abri-la, ela ficou lá esperando por mim. Corri até lá com cuidado.

(...)

Sasuke Pov's

Andava pelos corredores do internato para esfriar as ideias, como costumava fazer a esta hora da noite. Quando eu saí do quarto hoje mais cedo, estava um pouco mais relaxado, graças ao 'conforto' que a Karin me deu. Uma coisa que eu nunca entendi é a diferença de tratamentos que a Karin dá a mim e às outras pessoas. Ela sempre foi tão amável comigo, mas com as outras pessoas, sempre foi detestável.

Antes eu nunca tinha percebido isso, só depois que o Suigetsu me falou que eu fui notar. Talvez o motivo seja eu nunca prestar muita atenção nas outras pessoas, nem mesmo na minha própria namorada. Olhei para o céu estrelado. De repente tudo o que a Samui me disse hoje mais cedo veio à tona, na minha mente. Será que ela disse a verdade? será que tudo o que ela disse foi verdadeiro?

Não duvido mais de nada agora que parei pra pensar, Fugaku sempre foi um homem cheio de mistérios. Mas por que a Samui estava se envolvendo naquilo? Ela se importa comigo? Nossa, eu estava tão confuso. Tinha tantas perguntas não respondidas. E quanto mais eu parava para pensar, mais perguntas me vinham a mente. Senti uma forte dor na bochecha, onde estava o curativo. Droga. Ainda dói?

De longe eu pude ver o Naruto e os outros. Fiquei observando-os de longe. Pareciam felizes, riam de alguma coisa. Não que eu me importasse, claro. O Naruto me notou. Assim que ele olhou para cá, eu desviei o olhar. Duas garotas - que pareciam ser bem mais novas que eu - passaram conversando, rindo e olhando pra mim. Depois de vê-las passar, olhei para trás. Duas meninas que deviam ter mais ou menos a minha idade estavam conversando. Ainda nem haviam me notado.

Senti como se já as tivesse visto antes. Estavam falando sobre mim e Karin? foi essa a impressão que me passaram. Assim que me notaram elas pararam de conversar. Saí imediatamente dali, iria procurar pela Karin. Perguntar a ela o que ela tinha falado sobre nós a aquelas garotas. Hoje mais cedo, depois que pedi a ela pra me deixar sozinho, ela disse que estaria na Sala de TV assistindo a um filme. Resolvi ir até lá, já que estava perto mesmo. Fui caminhando na direção da sala.

Os corredores do internato a essa hora não estavam muito cheios, não tão cheios quanto estão de dia. Provavelmente estavam todos em seus respectivos quartos, na Sala de Recreação, a praia, outros devem ter saído para irem ao shopping, como a maioria fazia em uma noite como essas. Depois de andar um pouco, finalmente cheguei a Sala de TV. Lá estava ela, como eu esperava. O filme havia acabado, ela estava conversando com a... Temari? pensei que elas se odiavam. Resolvi me aproximar um pouco mais. Coloquei o capuz do meu casaco verde-musgo na cabeça e as mãos nos bolsos do mesmo.

Agora me conta Karin, por que você me chamou aqui? Nós nos detestamos, esqueceu? - a Temari perguntou. Isso eu já esperava.

– Eu sei, loira. M-mas isso é porque... eu estou desesperada e não tenho mais ninguém pra conversar. - ela respondeu, corando.

– Ninguém? Karin, você é uma das garotas mais populares dessa escola e tem um namorado que é o sonho de quase 90% das meninas dessa escola. Como não tem ninguém pra conversar? Você está aprontando alguma pra mim, não está? Olha, se você fizer alguma coisa eu juro que vou-

– P-por favor, fica. - ela pediu. Pela primeira vez eu a vi pedir algo assim a alguém, era de partir o coração de qualquer um.

– Tá bom. - a Temari disse, se sentando. - Pode falar, eu estou te ouvindo.

– É que hoje... hoje aconteceu uma coisa com o Sasuke... - sabia que era sobre mim. Agora eu prestava mais atenção nela que nunca prestei antes. - Uma coisa que me deixou... não sei, não sei como explicar como eu me senti.

–...triste? emocionada?

– É... e quando eu cheguei no quarto e vi ele tão mal o meu coração se partiu em dois. Não sei mas... acha que eu possa estar...amando?

– O quê? Pode repetir isso de novo?

– Eu acho que amo o Sasuke.– cara. Por essa eu não esperava., fiquei ali para ver se escutava mais.- Eu acho não, agora eu tenho certeza. Não sei... estou confusa.

Não esperava por essa. Quando comecei a namorá-la eu achei que ela não era do tipo que se apaixonava assim, por isso comecei a ficar com ela. Não que eu nunca tivesse escutado esse tipo de coisa antes, mas, me senti diferente ouvindo isso dela. Saí imediatamente dali, com cuidado para não deixá-las saber que eu estava ali escutando tudo. Pronto. Se antes eu estava mal, agora tudo piorou. Eu me sinto bem com a Karin, gosto dela mas, não amo ela.

Andava na direção da praça do campus. O que eu faço agora? me perguntei.

(...)

Andei por todo o campus e só parei de andar depois que cheguei lá na praça. Ainda não havia pensado em nada para dizer ou fazer quando ela fosse me ''confessar'' aquilo. Me sentei em um dos bancos, em cima da mesa de concreto. Noite de lua-cheia, é? de longe eu pude avistar os amigos do Itachi correndo até a praia, como sempre faziam a essa hora.

Depois de vê-los sair, vi Itachi passar. Mas ele não se parecia com alguém que estava indo a praia, nem mesmo sendo a essa hora da noite. Eu nada disse e nem tentei chamar a atenção dele mas ele me notou. Ele veio andando em minha direção e só parou quando chegou até mim, se sentando ao meu lado.

– Por que você está com essa cara, Sasuke? É pelo que aconteceu hoje mais cedo?

– Eu já até tinha me esquecido disso, seu idiota. - respondi.

– Sempre mau-humorado. Isso faz com que as pessoas pensem que nem sou seu irmão. - ele falou, sorrindo. - Por que você está assim, então?

– Acabei de escutar a Karin dizer uma coisa... - respondi.

– Ela disse que ama você, não foi? - ele perguntou. Cara. Como ele adivinhou isso? olhei assustado para ele.

– Como adivinhou?

– Eu te conheço...e já passei por isso. Mas e aí, você ama ela?

– Não, não, não me pergunta isso. - eu o pedi. - Não sei o que devo fazer.

– Só diga a verdade. Mentir pra ela não vai resolver as coisas. As pessoas tem a mania engraçada de achar que a mentira vai amenizar alguma coisa, quando na verdade tudo o que ela faz é piorar tudo. - ele me disse.

Tsc...você e suas frases sem sentido. - falei sorrindo. - Mas me ajudou. Valeu, irmão. - me levantei.

(...)

Sasuke...

Eu a ouvi me chamar, enquanto passava pelo corredor a caminho do meu quarto.O que eu faço agora? ela provavelmente vai se declarar. Eu detesto quando isso acontece. Sim, essa não é a primeira vez que isso acontece. Em toda a minha vida eu já fiquei com muitas garotas, mas namorei com poucas. E meus namoros sempre acabavam assim. Elas se declaram, as coisas ficam estranhas entre nós, elas acham que a declaração ''me assustou'' e nós terminamos.

Eu não queria que isso acontecesse agora, já estava cheio disso. Olhei para ela ainda de costas, sem me virar por completo. Retirei o capuz que cobria a minha cabeça, passei as mãos por entre os cabelos e coloquei as mãos dentro dos bolsos do casaco novamente, enquanto me virava para ela. Ela veio andando com calma em minha direção, eu parei para ouvir o que ela tinha a me dizer. Já sabia o que fazer. Iria ser o mesmo Sasuke de sempre, se é que me entendem.

– O quê é? - perguntei friamente.

– Eu.. quero falar uma coisa com você. - ela me disse.

– Bem, eu estou aqui e estou com pressa. Fala rápido. - eu disse com minha característica expressão facial fria no rosto.

– Por que você está me tratando assim? - ela me perguntou.

– Assim como?

– Está muito frio, você nunca falou assim comigo antes. Me escuta, o que eu tenho pra te dizer é importante.

– Espera... antes que comece a falar, eu sei o que vai dizer. Eu ouvi sua conversa com a Temari. É sério?

– É... é sim, eu amo você, de verdade... Mas e você? o que sente por mim? - Droga. Por que me perguntar isso? não sabia o que dizer. - Sei que você não é bom expressando os sentimentos mas... pelo menos faça alguma coisa que prove que sente alguma coisa por mim... se você sente, claro.

Me calei por alguns instantes. Nada me vinha à cabeça. Ela não dizia nada mas me olhava nos olhos. Tinha certeza que ela esperava por uma resposta. Antes de pensar em dizer alguma coisa, olhei para frente. Aquela garota... a Sakura... estava beijando alguém, algum garoto. Nunca tinha o visto antes.

– Me responde...- não a deixei terminar de falar.

A calei com um beijo. Um bom, macio e profundo beijo. Segurava o queixo dela, e pela expressão, ela ficou surpresa. Depois de alguns segundos ela envolveu os braços na minha nuca, retribuindo o beijo com desejo. Logo nós nos separamos, pela necessidade de respirar. Ela me olhava sorrindo.

– É s-sério? - ela me perguntou.

Eu nada disse, apenas acenei com a cabeça em sinal positivo. Na verdade nem mesmo eu entendi o porque de ter beijado a Karin naquele momento. Foi por impulso. Só sabia que precisava daquilo. Era a única certeza que eu tinha.

...


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