Soul escrita por Writer


Capítulo 5
Lidando com Deuses - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Culpem Vampire Academy. Só pra constar o quanto eu to viciada, eu li os três primeiros livros em uma semana. Estou no quarto, morrendo de chorar em metade do livro. E EU FIZ UMA CAPA NOVA! Depois me digam nos Reviews o que acharam.



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Eu estava extremamente... Brava. Acho que eu nunca tinha sentido isso em relação à algo que se tratava de mim. Eu havia ficado brava com Nico aquela hora na escola, mas aquilo era algo bem mais fraco. Eu mal o conhecia mas não conseguia ficar bravo com ele facilmente. Mas voltando à minha situação. Eu estava brava. Eu queria... Bater a cabeça de alguém na parede. É, por aí. Mas a cabeça que eu queria criar galos e cortes era do meu suposto pai. Ou de qualquer um que ouzasse me irritar.


–Você está bem? - Os deuses falavam na sala, mas a única coisa que eu ouvi foi a pergunta de Nico. Talvez porque ele estava perto, ou seu tom de voz era preocupado. Alguém preocupado comigo era coisa nova.
–Eu quero bater a cabeça de alguém na parede. - Disse com os dentes cerrados e os punhos fechados.
–As vezes eu quero bater a cabeça das pessoas também, mas é contra as regras da sociedade. Se acostume com isso. - Ele falou e eu cruzei os braços na frente do corpo olhando por ele.
–Vocês querem se estapear ou vão agir decentemente? - Abaixei a cabeça, levemente envergonhada. Fui repreendida por Hades. O dia estava sendo conturbado.
–Eu tecnicamente não posso tocá-la e vice-versa. - Nico falou, não se importando com o fato de estar sendo rude com deuses.
–Voltando ao assunto útil. - Atena falou. - Eu não vejo sentido em quase nada. Pra começo de conversa, se ela nunca teve vida, nunca morreu, o que ela é?
–Eu não vejo motivo para dar vida a ela. - Zeus acabou me mostrando que era bem possível que eu continuasse do jeito que estava, ou iria para o Mundo Inferior. - Ela pode ser perigosa. Tânatos nunca teve filhos, o que significa que não sabemos o que ela pode fazer.
–Pare de ter medo de tudo Zeus. - Artémis disse irritada.
–Ela é apenas uma semideusa. - Acrescentou Afrodite. Sua voz era doce. Ela me olhava como se tivesse pena de mim. Senti medo por causa disso. Se uma deusa sentia pena de mim, era provável que meu destino não era um dos melhores.
–Não. Ela é mais uma criatura irritante com a qual eu posso ter que lidar. - Dionísio falou. Até onde eu sabia, ele era diretor do acampamento em que os semideuses passavam o verão, ou viviam lá. Acampamento Meio Sangue.
–Sua opinião é sempre a mesma Dionísio. Últimamente ela mal importa. - Apolo falou. Em sua orelha havia um fone de ouvido. Tentei imaginar quais os tipos de músicas ele ouvia. Esperava que não ouvisse nada como essas músicas pop irritantes.
–Vocês dois são igualmente irritantes. - Hermes se pronunciou pela primeira vez.
–Dá pra parar de desviar do assunto? - Poseidon apertou os olhos, visivelmente impaciente.
–Vamos votar logo? - Ares disse impaciente. Seus óculos só faziam sua aparência mais assustadora.
–Digamos que ela ganhe vida. - Hera falou pela primeira vez. - Onde ela vai viver? - É aí que a idéia de Nico entrava.
–Ela vai ficar comigo, e com os outros semideuses. - Ele disse sem soar nem um pouco tímido nem nada. - Nós podemos treinar ela.
–Ok, vamos votar logo porque eu tenho mais o que fazer. - Zeus soou rude. Ele parecia ser daquele tipo chato de pessoa. - Levante a mão quem é a favor.


Hades, Poseidon, Afrodite, Perséfone, Atena, Héstia, Hermes, Apolo e Atena levantaram a mão. Eram nove deuses contra cinco. Nós ganhamos. Eu não acreditava que aquilo estava realmente acontecendo. Meu queixo caiu, em choque e eu mal podia piscar. Sim, eu piscava.


–Parabéns Sophie. Você vai ter sua vida. - Ouvi Nico dizer em meu ouvido.


Virei pra ele e ele sorria levemente. Então ouvi palavras em grego, pareciam estar sendo sussurradas. Quando elas pararam, tudo ficou branco.

Me sentei bruscamente. Busquei por ar com a mesma falta de delicadeza. Havia algo batendo dentro de mim. Então o choque me atingiu como um tijolo. O Olimpo, os deuses, a votação. Vida. Eu não conseguia acreditar.

A terceira e quarta coisa que eu notei foi: Estava frio e eu estava sentada em algo macio. Eu só entendia o que era macio porque aquilo que eu estava sentindo era o contrário de duro. Apertei o almofadado e ele recuou. Macio era legal, conclui. Mas o tecido eu demorei para descobrir o que era. Tive que descobrir pela aparência. Era couro. As cores eram mais vivas do que as quais eu via antes.


–Bom dia! - Eu me assustei com a voz feminina ao meu lado. Soltei um gritinho e cai da poltrona.


Eu não devia ter nem um minuto de vida e havia caído nesse meio tempo. Dor no lado direito do meu corpo e gelado. Muito gelado! POR FAVOR ALGUÉM ME LEVANTA DESSE CHÃO!


–Desculpe. - A pessoa que havia me assustado veio até mim e me ajudou a levantar. Sua mão era macia e quentinha. Só fui descobrir quem havia me assustado e ajudado depois. Nada mais e nada menos do que a própria Afrodite.
–Tudo bem. - Sentei encolhida na poltrona. Toquei meus braços. Não eram quentinhos como os dela. Eram frios, mas não como o meu novo inimigo, o mármore. Mas eram extremamente macios e brancos como leite.
–Você sabe quem eu sou, certo? - Ela era um doce.
–Sei sim. - Tentei soar normal.
–Está com frio? - Assenti.


Havia algo cobrindo minhas pernas. Toquei. Meu melhor palpite era que aquilo era uma legging. Ela tinha uma estampa tribal em preto e cinza. Eu calçava coturnos femininos pretos. Então, o ambiente pareceu esquentar alguns graus e eu me senti mais confortável.


–Está quase na hora de você ir Sophie. Quer se olhar no espelho? - Ela deu um sorriso lindo. Sua pele era clara, seus cabelos castanhos e olhos verdes.
–Quero. - Me obriguei a tentar ser o mais simpática possível.
–Então venha. - Ela me estendeu a mão para me ajudar a levantar.


Coloquei os pés no chão, mas ainda sentada. Era bom saber que o frio pavoroso do mármore não passava pelos sapatos. Peguei sua mão quentinha e macia e levantei. Percebi que agora eu tinha peso. Ela soltou a minha mão e andou pela sala. Eu a segui. Ela parou ao lado de um espelho. Fiquei de frente para ele e me olhei.

Deuses! Eu não estava com a mesma aparência sem graça de antes. Eu estava diferente. Mas era diferente em um sentido bom, porque eu estava realmente linda. Pra começo de conversa, eu era baixinha agora. Tipo 1,65. Minha pele era branca como leite, minhas bochechas rosadas e meus lábios vermelhos. Meus cabelos estavam quase o oposto do que eram antes. Eles estavam lisos e claros. Tão claros que pareciam brancos. Eles iam até o meio das minhas costas. Meus olhos eram de um azul claro mas brilhante. Eu usava os coturnos, a calça legging com estampa tribal em preto e cinza, e uma camiseta preta solta e que ia até os meus quadris. Eu estava com um corpo perfeito. Quadris de um tamanho médio, bom para o tamanho que eu estava, e peitos um pouquinho maiores do que a média. Meu queixo caiu enquanto eu me via. Afrodite sorria.


–Eu decidi fazer jus à frase "A morte é linda". - Era algo meio macabro de se dizer, mas ela estava certa. - Já que seu pai parece seguir esse conceito decidi te colocar no mesmo.
–Obrigada. - Eu disse me virando pra ela e dando um sorriso largo. - Obrigado deve ser pouco. - Ela riu.
–Está tudo bem. Eu tenho umas coisas pra você. - Além de um corpo lindo eu iria ganhar coisas.
–É muita coisa pra um dia só. - Murmurei.


Ela se virou, pegou algo e voltou para mim. Era uma carteira, grande. Ela era preta cheia de tachinhas em bronze.


–Seu pai mandou. - Ela disse. Eu estava quase pegando antes dela dizer isso. - Coloquei todos os seus documentos aqui. Ele, através dessa carteira, vai te dar 1.500 doláres por mês. Ele acha que você consegue sobreviver com isso. Eu já discordo. Tenho bolsas mais caras que isso.
–Fico feliz que ele finalmente me notou. - Murmurei e peguei o presente.
–Ele sempre soube de você. Só nunca pode chegar perto porque se não Zeus poderia ver você. - Ela disse. - Tem outra coisa. - Ela abriu a outra mão e havia uma pedra roxa, do tamanho de um relógio de pulso grande. Havia alguns veios lilás nela, que eu achei mais fascinante ainda. - É uma espada.
–Meio pequeno pra ser uma, não acha? - Perguntei pra ela enquanto pegava a pedra.
–Ela está apenas disfarçada. Mais discreto, pode levar pra qualquer lugar. - Ela me explicou.
–Como ela vira espada?
–Aperte ela.
–Ok. Acho que entendi.


Ela suspirou e bateram na porta.


–Mais uma coisinha. - Ela tirou do bolso um par de óculos de sol da Ray Ban. Eu sempre amei óculos de sol mas nunca consegui usar, obviamente.
–Descobriu minha paixão secreta? - Brinquei e ela riu. Bateram na porta novamente. Peguei os óculos e os coloquei no topo da cabeça.
–Nico está aqui. - Ela me disse e saiu andando para abrir a porta.


Eu a segui, claro. No caminho ela disse um impaciente "já vai". No meio tempo, enfiei a pedra na carteira. Ela abriu a porta e eu mal estava por perto. Minhas pernas eram pequenas, já ela tinha pernas de modelo.


–Oi. - Ouvi a voz de Nico antes de vê-lo. - Ela já acordou?
–Já. - Afrodite sorria enormemente. Deuses, ela era muito feliz.
–Ótimo, porque está na hora da gente ir.
–Ok. Tchau Nico. - Ela se virou pra mim. - Tchau Sophie.


E então ela sumiu deixando um cheiro bom no ar. Era o primeiro cheiro que eu sentia desde que havia acordado, e não sabia descrever como era ou o que cheirava.


–Sophie? - Nico chamou do outro lado da porta entreaberta.
–Oi. - Falei indo até a porta e a abrindo.


O choque dele em relação a minha aparência me deixou levemente envergonhada. Ele me olhou de cima a baixo, fazendo meu rosto esquentar. Acho que isso era corar. Ele estudou cada detalhe do meu rosto antes de dizer algo. Notei que ele era uns bons centímetros mais alto que eu.


–Se não fosse pela voz acharia que era outra pessoa. - Ele disse.
–Afrodite disse que tentou me colocar no mesmo conceito que ela acha que meu pai segue: "a morte é linda". Já eu acho que ela fez isso porque estava a fim de montar alguém. - Falei ainda envergonhada com o estudo dele.
–Ela conseguiu. - Ele estava falando aquilo com uma facilidade enorme, já eu estava quase derretendo por esse e outro motivos. Corei violentamente. - Vamos? Temos que passar na escola e pegar o resto do pessoal.


O outro motivo de estar quase morrendo era o que ele parecia mais bonito olhando do ponto de vista de alguém vivo. Seus cabelos pretos eram brilhantes e pareciam macios. Seus olhos cor de chocolate eram mais vivos. Sua pele parecia macia. Tudo nele me fazia ter vontade de tocar nele. Me segurei. Eu estava viva faziam apenas alguns minutos e já queria agarrar ele.
–Mas eles só saem as 15 horas. - Recuperei parte da minha sanidade.
–São 14:40. - Ele me avisou e saiu andando. Eu segui, tentando acompanhar seu ritmo mas era muito pra mim conseguir.


Se não fosse pela sola do coturno eu iria escorregar no chão. O Olimpo tinha um cheiro bom, mas eu não sabia do que era.

A diferença entre ter a visão de uma pessoa viva e como fantasma era que quando eu estava na versão fantasma, parecia que eu via tudo com uma névoa na minha frente. As cores eram bem menos vivas do que eram agora.


–Devagar, por favor. - Falei.


Estávamos saindo pelas grandes portas que ficavam na entrada do Olimpo, e indo para um caminho de pedra que era cercado por Manhattan. Estava frio ali. Eu estava morrendo de medo de cair. Ele olhou pra mim, ridiculamente afastada dele, bufou e me esperou.


–Não consigo imaginar você correndo. - Ele murmurou.
–Vai a merda. - Soltei, sentindo aquele mal humor que ele causava em mim. Aquele mal humor bobo, que no fim das contas eu gostava. Ele rolou os olhos. Na mesma hora eu alcancei ele, e ele voltou a andar. Pelo menos ele estava mais devagar.
–Afrodite te deu um corpo... Decente, - Ele ia dizer outra coisa. - mas você é mole.
–Desculpe por ter apenas alguns minutos de vida, então. - Respondi.


Entramos no elevador. Ele fechou as portas e desceu. Quando o elevador começou a descer senti algo estranho na barriga. Encostei na parede.


–Isso que você está sentindo é frio na barriga. - Ele explicou.
–Valeu, Google de Sensações Humanas.
–Não vou te dizer mais nada. - Ele disse levemente irritado.


Depois de uns instantes o elevador parou, assim como o dito 'frio na barriga'. As portas se abriram, e nós saímos. Ele continuou a andar um pouco mais devagar do que geralmente o fazia. Estava sendo um pouco irritante ser pequena. Não fiquei surpresa de estarmos no Empire State. Eu sabia, através de Percy e Annabeth, que o Olimpo ficava aqui. Abaixei meus óculos de sol, me sentindo poderosa por um longo momento.

Nico deu um leve aceno de cabeça para o porteiro. O porteiro fez o mesmo. Eu acho que eles não se conheciam. Eles só estavam dizendo um 'oi' silencioso. Saímos do prédio e eu fiquei feliz ao lembrar que era Outono. Pelo menos eu não ia morrer de calor ou frio. Não ainda. Mas havia um sol quente, mas nem tanto.

Os barulhos, os cheiros estranhos, a fumaça. Era um resumo do que eu senti quando sai dali. Um vento leve e gostoso passava por mim. As ruas e vitrines estavam todas naquelas cores de sempre. Laranja, amarelo, marrom.

Fiquei um bom tempo deslumbrada com as coisas enquanto caminhávamos para escola. Não demoramos para chegar ali, mas eu estava ofegante. Meu coração batia como um pasarinho dentro de mim.

Havia um degrau alto ao lado da entrada, um de cada lado da escadaria da saída da escola. Subi ali com um pouco de dificuldade, e sentamos para esperar. Eu estava sentada no degrau do outro lado quando vi Nico. Mal sentamos um minuto. O sinal tocou, e várias pessoas começaram a sair.


–Vamos pra mais pra frente. - Ele falou e desceu.


Apesar de eu não ter pedido, eu ia pedir, ele estendeu as duas mãos para me dar um apoio para descer. Peguei suas mãos e eram frias como as minhas. Uma sensação estranha viajou pelas minhas mãos. Desci dali e demoramos um tempo para soltarmos as mãos. Corei, e vi um fantasma da cor vermelha passar pelo seu rosto.

Ele virou as costas e caminhou até um ponto mais distante, onde eles poderiam nos ver quando sairem. Eu segui, obviamente. Cruzei os braços na frente do corpo, sentindo que não havia mais nada que eu podia fazer com eles. Notei os olhares de vários alunos passavam por nós, principalmente por mim. Vi também os populares - jogadores, líderes de torcida, garotos e garotas bonitas - estudando a mim e a Nico. Alguns deles deveriam estar pensando que eu era namorada dele, aposto. Na verdade eu iria gostar muito se isso fosse verdade.

Finalmente o pessoal apareceu. Eles pareciam com sono.


–E aí Nico. Como foi? - Hazel perguntou curiosa, provavelmente achando que eu era só uma outra aluna veterana.
–Bem. - Ele respondeu.
–Quem é a loira bonita? - Leo perguntou. Eu corei muito, e acho que se levasse um tapa eu estaria menos vermelha. Tentei disfarçar isso, usar uma voz mais provocativa.
–Acho que você já me conhece. - Coloquei os óculos na cabeça, e eles pareciam maravilhados com a minha aparência vista ao todo. - Sou Sophie.


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Notas finais do capítulo

Ei vocês já leram Vampire Academy? Só curiosidade de achar mais gente do fandom sgdshsbs. Me contem o que acharam do capítulo e da capa nova. Me contem o que acharam da aparência da Sophie. Me contem qualquer coisa.



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