Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 49
Capítulo 49: Deixe-a entrar


Notas iniciais do capítulo

Atualização! Peço perdão pela demora para postar o novo capítulo, ando tendo algumas dificuldades para escrever essa fanfic. Se tornou algo tão grande, acabei me perdendo, mas estou aos poucos voltando. Agradeço os comentários anteriores, poucos, mas ainda significativos para o desenvolvimento. Nesse capítulo resolvi explorar mais a relação mãe e filho.

Espero que gostem, boa leitura.



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Kurt tinha vivido em Nova York tempo suficiente para que ele soubesse como lidar com tempestades de neve, assim como a falta de energia. Normalmente havia alguém lá com ele, como Quinn e Sam na sua primeira nevasca. Uma vez até mesmo Finn e alguns colegas do time. Mas esta foi a primeira vez que tinha sido apenas Kurt e Blaine... Sozinhos, e o pior de tudo estava um tempo horrível.

Agora, para a maioria de todos os outros no mundo seria ruim ficar preso e longe dos entes querido, mas este não era o caso. Era Dia dos Namorados, Kurt sempre odiou aquela data, mas era apenas um dia. Ele lembra quando recebeu uma entrega de duas dúzias de rosas vermelhas em um vaso de cristal irlandês. Em seguida, uma semana mais tarde, ele e Sam romperam o namoro.

— Droga! — A voz de Blaine gritou da cozinha.

Kurt olhou por cima de seu notebook ligado pela bateria, onde ele estava trabalhando em um email para a editora. Salvou o documento, pôs o notebook de lado e começou a ir para a cozinha para ver o que havia acontecido com Blaine.

— O que aconteceu?

— Eu tinha acabado de cortar todos os legumes para começar a fazer a sopa, mas agora os fogões não funcionam... É como se o gás estivesse desligado. Kurt, você pode verificar se o aquecedor está funcionando, por favor?

— Como dizer não a você. — Kurt brincou. — Bem, o gás não está funcionado... O aquecedor está desligado. Pode ser uma falha em algum lugar. — Kurt disse, virou cada uma das válvulas de gás do aparelho.

— Kurt, há uma grande nevasca acontecendo, o que vamos fazer sem calor e comida! Como vamos cozinhar?! — Blaine disse enquanto olhava para fora da janela. O frio que veio das janelas tinha uma temperatura abaixo de zero. — Vamos congelar até morrer.

Kurt foi até onde Blaine estava e passou os braços em torno dele por trás.

— Querido, confie em mim, ninguém aqui vai congelar até a morte. Temos a lareira para aquecer e podemos cozinhar nela também. Preciso de sua ajuda para conseguir alguma madeira. — Kurt beijou o topo da cabeça cacheada e Blaine assentiu. Ele sumiu rapidamente dentro do quarto e apareceu com um par de luvas, casaco e protetores de orelha. — Sempre quis usar essas coisas.

Blaine sorriu e correu para o quarto, quando voltou ele estava usando mais camadas de roupa do que Kurt. Começou a vestir o casaco quando Kurt agarrou seu braço.

— O que é isso? Nós só vamos estar lá em cima por alguns minutos... É o suéter que seu pai te deu? Achei que você tinha jogado isso fora. — Kurt olhou para o suéter escuro.

— Eu não queria ficar com frio, além disso, é um suéter novo, não do meu pai. — Blaine respondeu, terminando de por o casaco. — Eu comprei na última vez que sai com Tina, mas nunca usei desde então. Você não gostou?

Kurt abriu a frente de seu casaco e sentiu o material do suéter, balançando a cabeça.

— Isso não vai mantê-lo quente o suficiente, um suéter de lã de ovelha seria melhor.

— Não íamos apenas pegar madeira? — Blaine revirou os olhos, bom humorado. — Vai ser seguro usar a lareira?

— Sim, querido... Está em ótima forma e o limpador de lareiras veio aqui semana passada — Kurt explicou.

— Por que eu não sei disso?

— Você está ocupado com as coisas na floricultura, não queria incomodá-lo.

— Mas você também estava ocupado. — Blaine argumentou.

— Você sabe que sou uma pessoa organizada. Era algo que eu comecei a fazer antes de vir para Nova York. — Kurt respondeu.

O frio do lado de fora era congelante. Ambos subiram as escadas de incêndio. Blaine seguia logo atrás de Kurt no terraço enquanto o escritor pegava alguns gravetos e toras de madeiras em seus braços. Finalmente de volta para o apartamento, Kurt começou a configurar a lareira para um bom e longo fogo.

— Vamos começar este fogo, por uma chaleira no fogo para ter algo quente para beber... Então podemos ter nossa sopa, posso te mostrar um dos truques que podem te impressionar. — Kurt sorriu, tirando o casaco.

— Parece ótimo. — Blaine disse, também tirando suas camadas de roupas para ficar confortável no calor.

Blaine então observou com cuidado o que Kurt estava fazendo assim ele saberia como acender o fogo na lareira na próxima vez. Após acender a lareira, Kurt puxou uma caixa que estava no armário de casacos e abriu-a para encontrar um extenso estoque de suprimentos de emergência.

— Eu comecei a estocar essas coisas depois da primeira tempestade de neve que teve quando Quinn e Sam estavam aqui... Apenas fui adicionando outras coisas, conforme necessário. — Kurt disse, tirando uma chaleira de ferro. Ele pegou a chaleira e encheu-o com água. Em seguida, carregou a chaleira cheia até a lareira e pendurou-a num gancho em forma de “s” invisível na chaminé.

— Como foi que você fez isso? — Blaine perguntou e Kurt lhe mostrou uma série de correntes pesadas pendurados para baixo dentro da chaminé. — Oh, isso é inteligente! Estou surpreso que nunca fez isso antes! Eu e Cooper passamos por outras tempestades na nossa cidade, mas eu acho que tivemos sorte aqui.

Blaine revirou o estoque de suprimentos cuidadosamente. Ele começou a achar diferentes produtos alimentícios na caixa e viu um pote de biscoitos. Aquilo acendeu seu coração.

— Uau! Achei coisas interessantes aqui... Kurt, obrigado... Você realmente pensou em mim quando pôs isso.

— Eu não iria forçá-lo a comer o que eu gosto de comer, querido... Eu sempre penso em você e suas escolhas alimentares. — Kurt sentiu o leve arder nas suas bochechas.

Vestindo um par de luvas pesadas Kurt remexeu um pouco os gravetos da lareira, em seguida, foi até o fogão e trouxe a grande panela de sopa que Blaine tinha feito para por num pequeno caldeirão. Colocou a tampa e pegou a alça e a pendurou com um gancho.

— Parece delicioso, são os vegetais do jardim? — Kurt perguntou, tirando as luvas.

— Sim, eu usei um monte de ervas. Ryder me recomendou para fazer uma sopa, ele disse que é bom em dias frios. — Blaine disse, descansando no sofá da sala de estar.

— Então, como estão indo as coisas agora? Nós não tivemos muita chance de conversar. — Kurt sentou ao lado do namorado.

— Eu estou bem, tenho passado algum tempo com a Tina. Ela é uma boa pessoa...

— Eu reparei. — Kurt olhou atentamente o suéter que o moreno vestia. — Ela parou de frequentar minhas aulas, provavelmente mudou de turma. Você tentou conversar com ela sobre Pam?

— Não... Eu acho que eu realmente não tenho me dado muito tempo para superar a falta dela... Eu não tenho certeza do que eu quero fazer agora. — Blaine disse com tristeza.

— Você sabe que você não tem que decidir agora. Dê um tempo para pensar sobre o seu futuro. Tire uma folga da floricultura, tenho certeza que Ryder iria concordar comigo. — Kurt puxou o namorado para si e Blaine deitou sua cabeça sobre seu ombro.

— Você teve notícias dela?

Kurt suspirou, massageando as costas do menor. Ele tinha encontrado Pam alguns dias atrás na intenção de mostrar um pouco de Nova York para a mulher. Ela havia ficado encantada. Foram do Central Park a Broadway, deu até mesmo tempo de assistir uma peça. Os ingressos foram dados por Rachel, esta entendeu completamente a situação. A relação entre mãe e namorado fluía, mesmo que Kurt percebesse às vezes que Pam parecia hesitante.

— Não vou mentir ou esconder as coisas de você novamente, eu estive com Pam. — Kurt sentiu o moreno ficar tenso, mas continuou. — Passamos algum tempo juntos. Ela ainda tem um pé pra trás, mas eu vejo que ela quer mudar por você. Conversamos sobre sua estadia na cidade, ela pareceu gostar bastante daqui. Acho que dependendo do que der entre vocês, ela vai decidir ficar ou não. Voltar a morar com seu pai não é uma opção para ela.

— Ela realmente largou Walter? — Blaine perguntou.

— Eu acredito que sim, mas ter largado ele não significa que ela não o ama mais. Acredito que tenha sido uma decisão difícil para ela, mas ela escolheu vocês. — Kurt afastou o namorado o suficiente para ver o seu rosto sereno. — Como já disse, deixe-a entrar aos poucos. Vocês não precisam necessariamente falar sobre o que aconteceu no passado, apenas uma conversa sobre o que fizeram todo esse tempo. Isso deixará vocês mais confortáveis quando acontecer uma conversa séria. Eu estou do lado da sua felicidade.

— Eu quero encontrá-la. — Blaine sentou-se e sentiu a mão de Kurt sobre a sua. Ele respirou fundo e olhou naqueles olhos azuis. — Apenas nós. Isso vai ser bom, certo?

— Claro que vai, meu amor. — Kurt concordou, puxando o moreno para um leve beijo. — Agora, o que você vai usar? Porque eu acho que você deve vestir o jeans que eu vi nas suas compras com a Tina. Se as coisas ficarem feias, ele vai me dar consolo para ser capaz de olhar para a sua bunda. Oh, aquela camisa vermelha, acho que iria fazer você se sentir mais confortável também.

— Kurt... — Blaine escondeu o rosto vermelho entre as mãos. — Por favor.

— De preferência, jeans e camisa apertada.

Blaine balançou a cabeça e sorriu. No dia, ele vestiu-se com a roupa desejada, enquanto Kurt sorria com satisfação. O sorriso só desapareceu quando eles saíram do carro e começaram a longa caminhada até a porta do apartamento de Cooper. Ficaram ali por alguns segundos tensos antes de Kurt olhar, preocupado, para o namorado. O moreno respirou fundo e soltou o ar, em seguida, tomou outro e soltou. Quando ele tomou o terceiro, Kurt estendeu a mão e tocou a companhia. Blaine olhou assustado para a ação, mas o escritor deu de ombros.

— Alguém tinha que fazer isso.

Blaine estava em pânico agora. A batida do seu coração disparou e sua respiração voltou superficial e rápida. Ele agarrou a mão de Kurt. O escritor apertou-a com força, trouxe-a até seus lábios para um beijo rápido e, em seguida, rapidamente deixou cair à medida que ouviu os passos se aproximando da porta. Blaine não estava pronto. Quando a maçaneta da porta girou Blaine tomou a mão de Kurt de novo, segurando-a mais apertada para que o outro não pudesse se afastar.

Isto é o que ele precisava. Isto é o que ele queria. Isto é o que ele ia ter. Kurt não discutiu, é por isso que ele estava aqui.

A porta se abriu e com os olhos arregalados Pam Anderson vacilou, ela agarrou-se à porta para o apoio. Kurt viu a emoção em seus olhos. Era nada menos do que pura alegria. Ela tropeçou um passo hesitante em direção a seu filho. O escritor sentiu o aperto em sua mão diminuir e deixou-a, permitindo que Blaine trouxesse os braços levemente em torno a mulher, que se jogou para o filho, puxando-o para perto e chorando lágrimas de alegria.

Kurt deu um passo para trás e deu-lhes o seu momento, viu Blaine levantar os olhos, lutando consigo mesmo para não ceder ás suas emoções ainda. Kurt viu, então, que apesar da insistência de Blaine que estava feliz em sua nova vida, livre do controle dos seus pais, ele os perdeu. Perdeu o conforto da família, apesar de tudo que passou nela.

Blaine segurou sua mãe por um minuto até que ela se recompôs. Pam deu um passo para dentro do apartamento abrindo mais a porta para os dois entrarem. Blaine olhou rapidamente para Kurt, que lhe deu um sorriso tranquilizador e segui-o.

— Então, onde devemos começar? Nova York? Como você conseguiu o emprego na floricultura? Eu tirei todas as informações de Cooper sobre esses últimos tempos... E-eu... Blaine, estou tão orgulhosa de você. Eu não sei se isso significa alguma coisa para você, mas eu estou. Você tem feito muito mais com sua vida do que...

— O que se esperava? — Blaine terminou para ela.

Pam assentiu com um puxão de seus lábios para um sorriso de desculpas.

— Ainda é incrível. Eu vi as fotos de suas pinturas. Você tem talento. — Houve uma pausa na conversa e a tensão aumentou. — Então, como tudo isso aconteceu?

— Kurt era meu professor em NYU, ele me ajudou com meus problemas e me defendeu. — Blaine começou. Ele endireitou-se com confiança e estendeu a mão, imediatamente, Kurt segurou sua mão, olhando nos olhos de Blaine antes de ambos voltarem para Pam. — E-ele me libertou um pouco do meu mundinho fechado. Ele me mostrou coisas maravilhosas, mudou meu jeito desleixado, posso dizer que tenho uma alimentação melhor por causa dele... Mas eu ainda continuo comendo meus doces.

Kurt revirou os olhos, massageando as costas da mão do namorado com seu polegar. Aquele gesto carinhoso não passou despercebido por Pam, que voltou sua atenção para o filho.

— Eu saí da universidade e consegui um emprego, onde trabalho com meus amigos. Eu tenho amigos, dos quais nunca imaginei que teria. Somos uma família. — Blaine olhou profundamente nos olhos da mãe. — Eles me aceitaram mesmo tendo Asperger, isso nunca pareceu um problema para eles, ao contrário, eles procuraram me ajudar e Kurt sempre esteve ao meu lado. Mãe, eu sou feliz.

— Eu estou feliz, querido. Eu perdi você. Tem sido assim por muito tempo. — Pam enxugou rapidamente as lágrimas enquanto caíam. — Você está crescido agora. Você não é meu garotinho.

Blaine engoliu o nó na garganta.

— Você é um homem agora.

— Eu devo isso a tudo que passei na vida, me tornei um homem por causa disso. Eu tenho um emprego, minha casa, minha família. Não precisei nem de você e muito menos de Walter pra isso. Kurt me ajudou a derrubar todas essas barreiras postas pelo transtorno. Superei meu medo de falar em público, de não confiar nas pessoas. Descobri meu amor pela arte. Tudo isso eu devo a ele.

— Blaine... — Kurt apertou sua mão.

— Não... Eu estou dizendo a verdade. — Blaine disse, olhando para ambos. — Eu parei de ser aquele Blaine estranho e fechado por causa dele. Quis ser alguém melhor para ele, porque sei que ele tinha se esforçado o bastante pra me ajudar. Ele me fez um homem na vida, ele me fez um homem na cama.

Kurt ergueu as sobrancelhas para o moreno. Ele tinha gostado daquele Blaine mais ousado. Mas lembrava da presença de Pam.

— É melhor não falar mais sobre isso. Está fazendo a sua mãe desconfortável. — Kurt olhou para a mais velha, que, na verdade, parecia tranquila.

— Eu sei que você tem feito sexo com homens...

— Apenas com um. — Kurt corrigiu.

— Eu não concordo com isso, mas, obviamente, não vai impedi-lo, então o que mais posso fazer? Nada.

— Então, você realmente concorda com tudo isso? — Blaine perguntou, hesitante.

— Eu estou aprendendo a concordar. Eu não acho certo, mas se é para ver você feliz, que seja. Eu tenho que agradecer a Kurt por trazer tanta felicidade a sua vida. — Pam sorriu para Kurt, que sorriu de volta. Ele sabia que ela estava dando tudo de si. Via isso nos poucos dias que eles saíram juntos. — Queria ter percebido antes a besteira que fiz de ficar contra meus filhos. Eu sei que perdi a confiança de você e Cooper, mas pretendo recompensar tudo isso. Estou atrás do perdão de vocês.

Blaine assentiu, sorrindo levemente. Ele estendeu sua outra mão para a mulher, que a segurou com a sua trêmula, dando um leve aperto. Era o suficiente para aquele momento.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram?

Mencionei nas notas finais do capítulo passado uma despedida e resolvi guardar para o próximo capítulo. Quem diria que chegaríamos ao capítulo 50, não sei o que pretendo fazer nesse capítulo, mas quero trazer algo especial para quem acompanha dede o início. Críticas, sugestões e comentários são bem-vindos, valeu e falou. :)



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