Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 43
Capítulo 43: Apenas um sorriso


Notas iniciais do capítulo

Atualização! Desculpa a demora, quase não entrei no note pra escrever esses dias... Sob ameaças estou postando esse capítulo, que iria postar apenas amanhã, mas fazer o que.Quero dedicar esse capítulo ao Alexandro que recomendou a fanfic, obrigada pelas suas palavras. Ainda fico surpresa pelas recomendações... Enfim, tentei fazer um capítulo cheio e grande, deu nisso. Boa leitura!



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— Já tentou ligar para Quinn?

Kurt suspirou e retirou os óculos de leitura, pondo-os sobre o exemplar grosso. Ele olhou o namorado deitado de barriga pra baixo no sofá grande, meio tristonho.

Fazia duas semanas que Quinn não dava notícias, ela enviou uma mensagem assim que chegou ao seu novo apartamento, dizendo que estava tudo bem e que logo estaria se adaptando. Aquilo não parecia o suficiente para Blaine. Ele queria todos os detalhes, fotos, vídeos... Dava um aperto no peito não ter o mesmo contato que antes com a amiga. Blaine perguntava todas as noites sobre Quinn para Kurt, o que estava começando a deixar o professor sem paciência. Custava ela ligar todo dia para Blaine? Isso estava frustrando-o. Tudo que Kurt conseguia inventar era uma desculpa de como ocupada Quinn estava no seu novo lugar.

— Já, Blaine. Cai direto pra caixa postal toda vez. — Kurt disse, levantando da poltrona e caminhando para o sofá. — Tenho certeza que Quinn está bem, não se preocupe. Podemos pedir pizza ou qualquer outra coisa que você quiser.

— Ok. — Blaine deu de ombros. — Vou para o estúdio.

— Blaine...

— Me chama quando a pizza chegar.

E toda noite era isso. Blaine passava mais tempo no estúdio do que fazendo qualquer coisa, se alimentava na base de biscoitos com formatos de dinossauros e pizza. Toda a ideia de Kurt para Blaine ter uma dieta saudável tinha ido para o vácuo. Numa sessão, a primeira coisa que Joseph perguntou foi onde diabos eles foram capazes de encontrar formas de dinossauros na cidade, porque seu filho iria adorar. Em seguida, depois de Kurt dizer a ele onde poderia encontrar, explicou o que tinha acontecido com Blaine. Dr. Martin disse a Kurt que ele estava exagerando. Sim, Kurt estava ciente. Joseph disse que ele estava agindo como um namorado preocupado e amoroso, e tudo o que ele precisava fazer era falar com Blaine. Basta falar com ele. Isso foi fácil. Ele disse que Blaine, e as pessoas com Asperger em geral, não seriam capazes de lidar com esse modo passivo-agressivo. Ele precisava de uma conversa simples. Kurt podia fazer isso.

Ele já tinha feito antes, e ele poderia fazer de novo.

Faltavam poucos dias para o Natal, a floricultura Flor de Lynn estava numa correria. Após criarem a projeto dificilmente a floricultura ficava parada, Blaine queria ser um polvo para conseguir ajudar a todos ao mesmo tempo. As doações não paravam... Tudo ocorria bem, assim eles esperavam que ficasse. Kurt tirou um dia para ajudar os meninos na floricultura. Toda ajuda era bem-vinda. Kurt atendia algumas pessoas e Blaine ajudava no caminhão. O moreno estava feliz pela presença do namorado.

Ao terminar de ajudar Ryder no caminhou, Blaine entrou na loja, sorrindo abertamente. Quando Kurt ia falar, algo passou no seu caminho, algo não, alguém, um cara. O professor parou e olhou para ele. Cabelo castanho. Olhos claros. A barba por fazer. Ele apenas levantou a sobrancelha, lembrando que estava ali para ajudar os clientes.

— Will. — Ele disse, entendendo a mão com um sorriso.

Kurt estreitou os olhos, mas apertou sua mão e se apresentou. Aquele cara não parecia alguém que compraria flores. Kurt mordeu o interior da sua bochecha para não rir, em seguida parou ao ver a expressão no rosto de Blaine. Ele parecia mais um suricato, observando-os alguns metros atrás com os olhos arregalados e alerto. Blaine observava com cautela e balançou a cabeça, juntando as mãos na frente dele, começando a balançar sobre seus calcanhares.

Kurt focou de volta para Will. Ele não tinha ouvido nada que ele disse nos últimos trinta segundos, ele apenas balançou a cabeça e esperou que ele não tivesse feito nenhuma pergunta.

— Trabalhar aqui não deve ser tão difícil para você. — Will comentou. — Arranjos de flores são leves, mas com todos esses músculos deve facilitar mais.

Ok, de onde saiu esse cara? Kurt corou e olhou para Blaine. Deus, quando ele o salvaria?

— É sério! — Ele insistiu, ainda sorrindo, provavelmente achando que Kurt estava caindo na dele. — Você parece tão chegado... É o dono?

Os dedos de Blaine estavam batucando contra suas coxas, ainda balançando sobre seus calcanhares. Will levantou uma sobrancelha para Kurt.

— Você fala? — Ele perguntou.

Aparentemente não nos últimos três minutos. Kurt não estava muito focado no que o rapaz dizia, na verdade, ele queria que o rapaz fosse embora. Blaine pareceu concordar, o moreno passou por Will abruptamente e se inclinou contra Kurt, beijando seu namorado completamente na boca e, em seguida mordendo seu lábio inferior enquanto ele se afastava. Kurt lambeu os lábios atordoado. O que havia acontecido?

— Sim, ele fala. — Blaine afirmou, puxando Kurt contra si e olhando com firmeza para Will. Kurt ficou apenas olhando para as nuvens, sonhador.

Will não disse nada. Ele só se afastou para tentar falar com Kitty, que estava com mais outros clientes, enquanto Kurt fez Blaine beijá-lo novamente.

Naquele mesmo dia, Blaine levou Kurt para algum tipo de resgate para animais. Blaine parecia uma criança olhando para todas as gaiolas com animais, Kurt estava logo atrás, sorridente. Ele havia prometido ao moreno um novo animal quando já estivessem no novo apartamento. Eles só foram autorizados a ter três animais em seu apartamento, então... Aquela era a oportunidade de Blaine. Quando Blaine mudou-se para próxima gaiola com um husky siberiano, macio e branco, que estava deitado com a cabeça nas suas patas. Blaine olhou para o cão com olhos suaves e azuis, espremeu os dedos entre as grades da gaiola e afagou levemente no estômago do cachorro.

Ele parecia mais um lobo.

Uma assistente parou ao lado de Blaine, sorrindo levemente para os dois.

— Qual o nome dele? — Kurt perguntou.

— Zyon.

Sua pequena família estava crescendo e Simon teria uma nova companhia

***

Para grande surpresa de Kurt, Simon aceitou Zyon, quer dizer, aceitou do jeito dele. Apenas observando de longe... Aos poucos o coraçãozinho de Simon foi amolecendo. Kurt acabou encontrando Simon e Zyon dormindo juntos no sofá. Eles seriam grandes amigos... Mesmo que Simon tivesse negado o suposto rumor.

A notícia que Brittany e Santana viriam para o natal deixou Blaine um pouco animado. Kurt conseguiu convencer a amiga latina, assim que soube sobre a ausência de Quinn e o estado de Blaine, o coração da latina amoleceu. A ida para buscar as meninas no aeroporto foi rápida, Blaine estava tão saltitante que esqueceu completamente sobre seu discurso. A barriga de Brittany estava enorme e Santana tomava todos os cuidados com a mulher. As duas ficariam no antigo apartamento, que agora era de Sam, temporariamente... Todo o projeto da floricultura seria feito à tarde no Central Park, teria algumas atrações e Blaine convidou o resgate animal para se juntar ao projeto.

Kurt tinha saído um pouco mais cedo para desfrutar uma caminhada de duas horas com Zyon, o cachorro ainda estava pulando ao lado do professor desde caminho de casa. Estava lotado. Cachorros. Gatos. Crianças e mais crianças. Kurt fez o caminho para o grande pátio de exercícios, onde o evento principal estava ocorrendo.

— Kurt! — Kurt virou-se ao ouvir o grito animado e sorriu ao ver Brittany vindo à sua direção. Havia um pato em seus braços.

— Ei Britt! O que você tem aí?

Kurt tomou um pouco de distância quando o pato tentou lhe bicar. Santana emergiu da multidão com a mais sem graça e sombria expressão. Kurt já tinha visto este rosto algumas vezes. Ela parecia resignado com algum tipo de destino. Como a forca. Ou uma morte dolorosa.

— Eles resgatam patos aqui, tipo, com suas asas machucadas e outras coisas. — Brittany explicou brilhantemente. — E esse carinha nasceu aqui, ele nunca esteve em estado selvagem, porque os outros patos podem machucá-los ou ele morreria ou algo assim. Então, decidimos adotar ele, Valerie também pareceu gostar dele, ela chutou!

Kurt mordeu os lábios até sangrar para não rir. Santana parecia pronta para matar alguém. De preferência, um pato, mas provavelmente não iria acontecer, pelo jeito que seu olhar assassino estava fixo em Kurt.

— Seu nome é Duck. — Brittany exclamou.

Claro que era.

— É ótimo que você está resgatando um animal, Britt. — Kurt disse, tentando não rir. Ele precisava sair daquele lugar o mais rápido possível. — Você viram Blaine?

Brittany assentiu, balançando o pato como um bebê, talvez ela estivesse treinando. O olhar de Santana suavizou um pouco, e ela inclinou a cabeça em direção à parte de trás do pequeno palco.

— Ele estava pirando um pouco, Hummel. Vá acalmá-lo...

— Sim! San disse que ia bater em alguém que não gostar do discurso de Blaine, mas eu não acho que Blaine acreditou nela.

Kurt sorriu em agradecimento, depois perdeu a cabeça por meio segundo e estendeu a mão para acariciar o pato na cabeça. Ele envolveu a mordida com um guardanapo, foi surpreendido que patos pudessem machucar ao ponto de tirar sangue, porque na verdade, eles não têm dentes. Não é?  Kurt pesquisaria aquilo em qualquer momento.

Ele encontrou Blaine sentado nos degraus do lado de trás do palco e balançando para frente e para trás.  Blaine disparou quando viu Kurt, atingiu-o em dois passos, envolvendo-o em um abraço. Rapidamente, Kurt devolveu o abraço e esfregou as costas de Blaine, trêmulo.

— Você está bem, fique calmo. Eu te amo!

— Eu amo você. Eu também te amo. Te amo tanto. — Blaine disse.

Kurt teve que sorrir. Ele afastou-se e amarrou Zyon em um poste qualquer. Ele estava pensando em amarrá-lo em um suporte de metal do palco, mas ele percebeu que não seria uma boa ideia, caso Zyon tentasse fugir e derrubasse todo o palco. Ainda mais com Blaine e ele lá.

— Blaine, eu só quero te fazer uma pergunta, ok? — Kurt disse, agarrando ambas as mãos trêmulas de Blaine.

— O que aconteceu com sua mão? — Blaine perguntou, olhando para o guardanapo e bandagem que Kurt tinha inventado. O sangue estava encharcando, um pouco nojento.

— Não é nada. O pato de Britt me mordeu.

Blaine franziu a testa e moveu a mão como se fosse beijá-lo, mas pareceu mudar de ideia no meio do caminho. Kurt pensou que era melhor. Quem sabe de onde aquele pato tinha vindo. Deus, ele precisaria de alguma vacina?

— Vá em frente, pergunte. — Blaine tinha os olhos castanhos ansiosos.

— Você quer ser um pintor?

Uma pergunta. Isso é tudo que Kurt tinha. Simples e fácil.

— Sim. — Blaine respondeu, seus lábios se curvaram para cima. Ele parecia animado. E nervoso. Kurt olhou atentamente o rosto do namorado, mas sabia que ele era incapaz de mentir. Um “sim” era bom o suficiente para ele.

Kurt sorriu e beijou Blaine.

Blaine corou e Kurt bagunçou seu cabelo, rindo quando Blaine se contorceu em distância. Kurt olhou em volta para a multidão e depois para o celular. Blaine tinha cinco minutos antes de seu discurso. Aquele lugar parecia mais um hospício. Crianças e animais dividiam o mesmo espaço, a mesma bagunça. Blaine respirou fundo e olhou para Kurt com sua expressão sufocada. Kurt não esperava tanta gente. Blaine estava prestes a falar com todos eles. Kurt apertou suas mãos trêmulas novamente e Blaine mudou seu peso de um lado para o outro.

— Tudo bem, querido. Respire. Lembre-se, apenas respire. — Kurt esfregou as costas de Blaine um pouco mais. — Você praticou isso, você decorou tudo, certo? Se acontecer alguma coisa, eu vou pular no palco e começar a cantar e dançar “Not The Boy Next Door”.

Ou “Single Ladies”. Será que a multidão de crianças e cães iriam apreciar? De qualquer maneira, eles iriam deixar este lugar com aplausos.

— Você é mais corajoso do que você acredita e mais forte e mais esperto. Eu sempre estarei com você. — Kurt puxou Blaine para um abraço. — Você está aqui porque se importa. Então, basta ir lá e falar para eles.

Kurt sorriu para ele e, sem seguida, ajeitou a rosa dentro do bolso na frente da camisa de Blaine. Desatou Zyon de seu poste e entregou a coleira para Blaine.

— Leve ele lá em cima. Se ele pular para fora do palco ou algo assim... Eu vou pegá-lo.

Blaine assentiu com a cabeça e bateu levemente a cabeça de Zyon, torcendo a coleira em torno de seus dedos. Kurt deu-lhe um último beijo, demorando mais do que devia.

***

Kurt sentou-se na grama na frente do placo ao lado de Santana, Brittany e Duck. Ele ficou longe de Duck. Na medida do possível. Mas ele sabia que se ele quisesse atacá-lo, ele o faria. Não havia como pará-lo. Ele era um pássaro irritado.

— Aqui para falar um pouco sobre a alegria de adotar animais e um dos assistentes mais valorizados da floricultura. Ele só está aqui poucos meses, mas ele sabe exatamente como fazer todos se apaixonar por ele e talvez a equipe também. — Ryder falou do palco com um sorriso.

Kurt ignorou o leve vibrar do seu celular no bolso.

— Boas vindas, Blaine Anderson e seu pequeno monstro, Zyon.

Kurt bateu palmas altas e assobiou quando Blaine subiu os degraus, ou Zyon o arrastou, até o palco. Santana assobiou, o que aterrorizou o pato, porque ele bateu suas assas e gritou como se alguém estivesse o queimando. Se pelo menos Kurt tivesse um isqueiro.

Blaine parecia levemente alerto quando ele olhou para o pato do palco. Kurt compreendeu. Ele estava apavorado. Mas ele desviou o olhar do pato violento e fixou em Blaine. Seu celular continuava vibrando. A boca de Blaine estava ligeiramente aberta, mas ele não tinha dito nada. Ele estava olhando para a multidão, balançou a cabeça uma vez e bagunçou seus cachos, olhando para Kurt. Kurt sorriu exageradamente e sussurrou lentamente: “Palavras. Comece com palavras. E um sorriso”.

Depois disso, Kurt não tinha ideia do que dizer, mas esse sorriso não deixava seu rosto. Blaine precisava dele.

— Olá, pessoal! — Blaine cumprimentou alegremente, agarrando-se firmemente a coleira de Zyon. Kurt podia ver seu peito arfante.

— E ai! — Santana gritou.

Kurt revirou os olhos, mas sorriu agradecido. Qualquer tipo de familiaridade seria bom para Blaine. Ele finalmente puxou o celular do bolso e ergueu as sobrancelhas ao ver o nome na tela.

— Obrigado, obrigado por ter vindo apoiar nosso projeto para as crianças hoje.  Mesmo se você não está ajudando, mesmo se você está apenas olhando ao redor, seu apoio significa muito para nós.

Blaine respirou fundo e balançou-se nas pontas dos pés. Duas frases e provavelmente ele estava exausto. Ele rangeu os dentes. Kurt queria que ele falasse. Sobre qualquer coisa. Bichos. Doces. Biscoitos de dinossauros. Zyon pulou e colocou as patas dianteiras contra o estômago de Blaine. À procura de comida. Naquela manhã o moreno não conseguiu lhe dar biscoitos, Kurt pôs apenas sua ração. Blaine empurrou-o para baixo e riu, relaxado.

— Este é Zyon, meu segundo melhor amigo, há também Simon, meu gato. Suas comidas favoritas são biscoitos e sobras de pizzas. Ele está conosco há pouco tempo, mas gosta de nadar no parque no meio do inverno, se as lagoas não são congeladas. Simon, que não está aqui, também gosta de biscoitos, principalmente a massa crua. O que eu acho nojento, mas deixo alguns para ele. Ele odeia água, mas sempre arranja um jeito de aparecer molhado.

A plateia estava rindo. Eles provavelmente pensaram que Blaine estava brincando. Ele estava, na verdade, apenas listando fatos sobre Simon e Zyon, mas Kurt riu junto, porque algumas das coisas que fez com Simon poderiam ser qualificadas como maus-tratos de animais e ele não queria ser preso. Blaine piscou exageradamente e levemente bateu no microfone algumas vezes, começando seu breve discurso, devagar e claramente.

— O rosto de um animal... Po-pode mudar uma vida. Ele pode mudar a mente... A perspectiva. Ele pode inspirar emoção e isso pode trazer conforto. Em um dia horrível, quando você está atrasado ou você não tem biscoitos, e ninguém está falando com você, e as pessoas estão sendo ruins... Um gato. Ou um cão. Ou um pato. — Blaine fez uma pausa e deu um sorriso em direção a Duck. — E eles... Eles não pedem nada em troca, exceto waffles e brownies. Sentam-se ali com seus ouvidos atentos e olhos confiantes e corações leais e almas, eles te ouvem rir e chorar ou reclamar. Eles não mudam. Seres humanos podem dizer “oh, hoje eu quero ser uma coruja”, mas os animais são consistentes.

Kurt ficou perdido nesse ponto, perguntando como ele poderia se transformar em uma coruja e como diabos Blaine tinha pensado em por isso em seu discurso.

— Os animais não entendem por que, por que as pessoas que deveriam cuidar deles, amá-los... Os abandonam ou negligenciá-los... Então, eles acabam em resgates. Se tiverem sorte. E começam sentar em gaiolas grandes durante todo o dia, esperando que alguém levá-los para casa.

Blaine respirou fundo e afagou a cabeça de Zyon por um momento.

— Eu não acho que seria divertido. Sentado em gaiolas, esperando alguém salvá-lo. Quer dizer, eu sei que não é. Me senti assim um grande parte da minha vida... Tendo meus pais por perto, mas eu não estava... Feliz... Ou sendo amado. Isso mudou pouco tempo.

A visão de Kurt ia embaçando, ele agarrou a grama para que não levantasse e iniciasse algum tipo de demonstração pública de afeto. Santana continuou insistindo que estava chovendo em seu rosto.

— E isso é porque encontrei Simon e Zyon depois que conheci meu namorado, meu primeiro amor.

Santana tinha que pegar o braço de Kurt para impedi-lo de correr para o palco. Blaine estava sorrindo para ele com aqueles olhos castanhos e brilhantes, ele parecia tão apaixonado, não importava o quão hesitante suas palavras foram saindo, e Kurt estava tão orgulhoso.

— Nossos animais são como uma ponte para nós. Eu não sou... Bom com as pessoas, então... Eles tornaram mais fáceis. Animais unem pessoas. Eles têm olhos de cores diferentes, maneiras mais padrões e cores do que as pessoas, seria muito legal ver em um ser humano com manchas de dálmatas, mas...

Blaine pareceu perder a linha de raciocínio por um momento enquanto olhava pra multidão. Ele voltou para a realidade quando Zyon tentou pular para fora do palco, mas rapidamente, o moreno puxou-o de volta.

— E, hm... — Blaine piscou os olhos e lambeu os lábios. — Pode não parecer como animais facilitam as coisas quando estão comendo o seu leitor de DVD ou inundando a sua cozinha... Mas eles fazem.  Quando você precisa de uma cara feliz para você sorrir. E-eles fazem.

Kurt tinha se perdido cerca de quatro minutos. Blaine estava fazendo ele se apaixonar por Simon. Isso não deveria ser normal. Ele não deveria estar apaixonado por seu gato. Deus, ele queria adotar todo esse resgate de animais. Todos os animais. As crianças também. Trazê-los todos para casa.

— Tecnicamente, Simon gosta mais do meu namorado, Kurt.

— Sim, claro! — Santana gritou, inclinando-se para Kurt, mantendo distância do pato furioso nos braços de Brittany.

Blaine sorriu para a multidão.

— Kurt é o mais bondoso homem, que conheço, e, juntos nos trouxemos dois resgates em nossa casa. Ele os chama de demônio e lobo... Eles meio que são. Mas eles são a nossa família agora.

Kurt perguntou-se o que o demônio estava destruindo agora.

— Eu só espero que alguns de vocês ou todos vocês, vão dar uma chance a esses animais. Apenas mais uma chance. Eles não vão decepcionar, eles vão te dar amor e sorrisos enquanto vivem.

Duck não parecia concordar.

— Então, obrigado por terem vindo. Meu amigo Ryder também agradece. Ele é dono da floricultura. E-ele é realmente bonito, mas... Ele namora. Queria agradecer ele pela oportunidade. E se você gosta de animais, sugiro visitar os jardins zoológicos. Você pode sentar e assistir os ursos polares no Central Park, ou os leões no Bronx. Ah, e o zoológico do Bronx tem zebra e elefantes.

Blaine virou bruscamente, arrastando Zyon enquanto o público aplaudiu. A multidão ao redor do palco começou a se separar, como todo mundo voltou a olhar ao redor do lugar, olhando os animais e arranjos de flores. Kurt caminhou até o palco e reconheceu Blaine no meio da multidão.

— Isso foi perfeito! — Kurt gritou, pulando com as mãos nos ombros de Blaine para beijá-lo na boca. Blaine sorriu para ele e suas orelhas ficaram vermelhas.

— Você-você acha que as pessoas ouviram?

— Oh meu Deus, pequeno, Santana tinha lágrimas. Sim, eles escutaram. Vocês estavam quebrando alguns corações!

Blaine mordeu o lábio. Ele parecia animado agora.

— Eu tenho algo para te mostrar. — Kurt sorriu, tirando o celular do bolso e entregando para Blaine. O moreno aceitou, meio hesitante. — Olha, B!

Blaine afastou-se de Kurt para poder ver a tela do celular. Era Quinn. O rosto de Quinn na tela com um grande sorriso. Ele nem tinha percebido que era uma chamada de vídeo pelo Skype. A loira riu levemente quando viu os olhos castanhos ficando molhados, limpando suas próprias lágrimas felizes.

— Quinn!

— Olá, pequeno Elfo... Eu senti sua falta.


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Notas finais do capítulo

Agora você já pode dar um cheiro no seu bichinho, gato, cachorro ou papagaio. Gostaram? Ainda não respondi os comentários, mas vou responder ainda essa semana. Comentem e mandem sugestões no que devo melhorar. Até mais...



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