Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 41
Capítulo 41: Grito no vácuo


Notas iniciais do capítulo

Atualização!!!

Desculpa a demora, tive bloqueios criativos e mais bloqueios. Quando pegava o notebook para escrever, simplesmente travava e ficava sem ideia do que escrever. Fiquei prometendo atualizar tal dia, mas esse tal dia nunca chegava, mas finalmente consegui atualizar. Poderia ter atualizado mais cedo, mas a internet não ajudava... Sobre o capítulo, confesso que não ficou do jeito que queria, não achei tão bom, mas queria a opinião de vocês. Na verdade, tive vontade de apagar todo o capítulo e começar de novo, mas uma pessoinha me convenceu do contrário. Boa leitura e aproveitem!



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Cooper não conseguiu acompanhar ele, muito menos Kurt. Blaine queria cancelar aquela sessão de terapia, porque teria uma reunião negócios com Sam e ele perderia mais uma vez a oportunidade de ver o apartamento antes que Kurt aceitasse. Mas Joseph disse que era uma sessão importante, e ele não seria contra. Oliver disse que acompanharia Kurt e se certificaria que daria tudo certo, Quinn prometeu que pagaria um sorvete para Blaine depois da sessão, então o moreno concordou.

Ele sentou em frente a Dr. Martin com Henry no colo, cantarolando a letra de "Magic" em sua cabeça. O refrão havia grupado na sua cabeça e não queria saber, ele testemunhou Kurt ouvindo algumas músicas do Coldplay e acabou gostando dessa. Então, ele simplesmente repetia uma parte e outra. Ele estava preste a cantá-la novamente quando Joseph estalou os dedos e olhou em seus olhos.

— Asperger. — Ele disse.

Blaine engoliu em seco e manteve contatos com os olhos, inclinando-se em sua cadeira um pouco e imaginado o que Kurt estaria fazendo naquele momento.

— Asperger.

— Depois de conhecê-lo nas últimas semanas, me sinto confortável na confirmação de que você tem síndrome de Asperger.

Blaine podia sentir sua respiração ficando mais rasa, seus olhos pousaram nos botões da camisa de Joseph, mas ele balançou a cabeça lentamente.

— Ok. — Ele disse baixinho.

Joseph não disse nada, apenas o observou com uma expressão aberta.

Blaine se remexeu na cadeira. Ele não ficou surpreso, realmente. Ele tinha dito que tinha Asperger antes, mas, você sabe, ele tinha dito um monte de coisas. Ele realmente acreditava em Joseph. E ele parecia calmo e carinhoso sobre o assunto, então... Blaine respirou fundo e assentiu com a cabeça novamente.

— O que, huh, o que isso significa? Eu sei o que é Asperger, mas, para mim, o que significa isso?

Joseph franziu os lábios e Blaine continuou girando o tentáculo de Henry em torno de seus dedos.

— Bem, não muita coisa, Blaine. Você sabe que é um transtorno do aspecto do autismo, e nos não medicamos isso, por isso vamos estreitar nosso foco em seus principais componentes. A principal delas, é claro, sendo a ansiedade social.

— E o que mais? — Blaine perguntou, fazendo contato visual novamente e mantendo-o.

— As outras... Peculiaridades, que vêm com a síndrome de Asperger, nós não vamos tratar. Ou mudar, ou alterar. Assim como, você sabe, em profundo interesse em assuntos específicos, ou inteligência superior, ou esquisitices na fala, humor... Mesmo seus pequenos tiques. Vamos ignorar, por enquanto, porque eles resultam de ansiedade e excitação, e isso é exatamente o que temos vindo a trabalhar.

Blaine processou tudo isso por um momento. Ele parou de tocar o polvo e sua respiração voltou ao normal.

— Então, a gente não vai mudar nada. Eu estou fazendo tudo... Certo?

Joseph sorriu calorosamente para ele.

— Maravilhosamente! Asperger é apenas um nome para colocar tudo o que estamos trabalhando nas últimas semanas.

Blaine relaxou em sua cadeira. Ele poderia lidar com isso. Isso estava bem. Dr. Martin inclinou-se sobre sua mesa, rindo enquanto ele empurrou de lado várias bolas de stress com carinhas sorridentes e clipes de papel coloridos.

— Você é uma pessoa muito bem ajustada para sua situação. Eu não acho que o seu passado contribuiu muito, traumaticamente, para seus problemas de hoje. Você é apenas... Muito feliz. E jovem. E você está fazendo tudo certo.

Blaine corou e sorriu para seu colo. Ele colocou Henry de volta na mesa do Dr. Martin e bateu levemente na cabeça do polvo fofo. Imaginou que Henry virasse um grande polvo e tentasse matar ele e Kurt com seus tentáculos, mas era... Assustador.

 Assim que a sessão terminou, ele ligou para Kurt enquanto saia do prédio. Ele sorriu levemente antes de sair ao ver Joseph sair brevemente da sua sala para buscar um café na sala de espera. Deus, que tipo de psicólogo conseguiria aguentar tantas sessões com apenas café? Blaine pensou em comprar-lhe um presente. Talvez um peixe fresco para adicionar ao seu tanque. Ou uma tartaruga.

— Ei, querido! Como foi a sua sessão? — Kurt exclamou.

Blaine podia ouvir coisas batendo do lugar aonde vinha a voz de Kurt e um choramingar miado. Ele sorriu para si mesmo observando a faixa de pedestres.

— Como ficaram as coisas do apartamento? — Blaine perguntou igualmente entusiasmado.

Eu perguntei pri... — Kurt foi cortado e o barulho ficou mais alto. O miado e o barulho de água. Blaine estreitou os olhos e ouviu atentamente. — Simon, seu idiota!

Blaine bufou e cobriu o nariz, mesmo que ninguém estivesse perto. Ele teve que discordar. Simon não era um idiota. Ele era um gênio que sabia como usar seus poderes para irritar Kurt na maior medida possível, e ainda amá-lo.

Ele era um mestre.

— Caia fora da máquina de lavar louça!

Ok, talvez Simon estivesse sendo um idiota neste momento. Ele provavelmente queria um banho. Mas gatos não gostavam de água... Blaine lhe daria um banho amanhã. Ele iria perguntar a Kurt se ele podia usar seu shampoo. Houve vários miados e farfalhar antes de Kurt voltar a linha. Ele tomou algumas respirações profundas e Blaine riu para si mesmo.

Eu perguntei primeiro. — Kurt disse calmamente, ignorando os dois minutos anteriores.

— Eu tenho Asperger. — Blaine deixou escapar, em seguida, balançou a cabeça enquanto caminhava ao longo da calçada.

Kurt ficou em silêncio por minuto. Estranhamente silencioso. O que Simon tinha feito?

Tem certeza? — Ele perguntou com preocupação.

Blaine sorriu para seu tom de voz.

— Sim. Joseph me diagnosticou assim. Mas, hum, eu vou falar... Podemos falar sobre isso quando eu chegar em casa? Eu quero ouvir sobre o apartamento.

Kurt ficou em silêncio por um segundo, mas, em seguida, respondeu alegremente.

Sim, é claro, pequeno. Então, Oliver estava me perseguindo todo momento, porque ele disse que meu namorado assustador o ameaçou para ter certeza que estava bem.

Blaine bufou, ele podia ouvir o sorriso de Kurt através do celular.

— Eu não o ameacei...

Não? Huh? — Kurt provocou.

— Eu só queria saber como você estava lidando com as coisas. — Blaine deu de ombros.

— Tão stalker, Anderson!

Blaine quase saltou com o susto, suspirou aliviado ao ver que era apenas Quinn. Ela sorria abertamente com seu casaco grosso e botas, seu copo de café estava na mão direita e a bolsa pendura no ombro esquerdo.

Quem é?

— Quinn. — Blaine respondeu.

— Olá Hummel. — Quinn zombou. Kurt permaneceu calado por alguns segundos e cantarolou algo em resposta. — Eu vou precisar de Blaine agora. Apenas, desligue.

Quinn... — Kurt repreendeu a amiga.

— Tudo vai ficar bem! — Quinn prometeu.

— Qual é, Kurt, é apenas Quinn — Blaine riu. — Vamos ficar bem.

Quinn suspirou para a feição feliz de Blaine enquanto a outra linha estava muda.

Tudo bem, eu quero vocês aqui antes que anoiteça... Deus, Simon!

— Tchau! — Quinn disse, pegando o celular da mão de Blaine e finalizando a chamada. — Vamos?

— Huh... Vamos. — Blaine franziu a testa.

Eles continuaram o caminho até achar a sorveteria mais próxima. Quinn pagou pelos sorvetes, o seu de morango e o sorvete de duas bolas de Blaine, chocolate e baunilha. A loira fez questão de pegar alguns guardanapos e guardar no bolso, caso Blaine precisasse. Eles conversavam tranquilamente, Blaine contou sobre Henry e Quinn começou a gargalhar, ignorando quem a olhasse feio.

Quando o sorvete acabou, o papo também. Blaine estava começando a fica curioso para onde Quinn estava o levando. A loira apenas sorria e ria das coisas que ele falava, era estranho. Nem sempre a loira era assim. Em um momento de distração de Blaine, Quinn parou e o moreno quase tropeçou, ela assoviou e fez um sinal para o táxi amarelo. O carro parou rapidamente e Quinn abriu a porta para Blaine entrar, eles entraram e Quinn deu algumas informações para o motorista. Ele não conseguiu identificar para onde estava indo, ele não sabia muito sobre Nova York, apenas o caminho do apartamento de Kurt, de Cooper, da floricultura e NYU. O caminho era longo e Blaine se perdeu observando as ruas. Assim que o táxi parou, Blaine saiu enquanto Quinn acertava o dinheiro.

Seus olhos se arregalaram ao ver o grande prédio em sua frente. Quinn sorriu para o homem bondoso no táxi e ficou ao lado de Blaine.

— Estamos em frente ao MoMa, um dos mais importantes museus de arte moderna. As obras de Pablo Picasso e Vicent van Gogh estão expostos aqui... Espero algum dia ver uma de suas obras aqui.

— Como?! Por que estamos aqui?!

Quinn bufou uma risada e encarou o amigo.

— Eu tenho alguns tickets, quer entrar?

Blaine nem ao menos respondeu, puxou a amiga para um abraço apertado antes que eles entrassem no lugar. Havia tanto quadros que ele não sabia por onde começar. Quinn acompanhava o amigo pelos corredores e mais corredores do museu. Mesmo que entendesse pouco daqueles tipos de quadro e artistas, Blaine estava fascinado. Como ele nunca veio aqui antes? Tudo era tão grande e novo. Ele estava encantado com tudo aquilo.

— Isso tudo é tão incrível, Quinn! — Blaine murmurou, olhando sobre seu ombro. Ele estava quase sussurrando, havia poucas pessoas, mas elas estavam tão concentradas nos quadros. Ele tinha medo de atrapalhar qualquer coisa.

— Eu já sabia que iria gostar. — Quinn deu de ombros. Eles caminhavam e faziam uma rápida pausa para apreciar as telas. — Você vive o dia preso naquele apartamento, tirando o fato de sair para trabalhar, mas mesmo assim... Achei que você pudesse descobrir os outros lados das pinturas, tipos diferentes de combinações, aprender sobre alguns pintores conhecidos. Eu não entendo muito sobre isso, mas achei que você fosse entender... Sabe?

— Sim, eu amei... Eu e Cooper tínhamos planos de visitar alguns pontos de Nova York, mas... Aconteceu muita coisa... N-não que eu esteja reclamando. Muita coisa que eu e ele planejamos nunca passou do papel. — Blaine suspirou, pondo as mãos nos bolsos da calça.

— Eu fico feliz por estar proporcionando esse momento para você. Não vejo Cooper há semanas...

— Ele esteve ocupado com o trabalho e mais algumas coisas.

— Mulheres? — Blaine arqueou a sobrancelha. — O quê? Só foi um palpite... Devíamos fazer mais reuniões e convidar ele e sua namorada.

— Não é namorada dele.

— Não?

— Ainda.

— Ainda?

— Ainda.

Ambos riram. Ele encarou a amiga por alguns minutos antes de puxá-la para um abraço. Quinn guinchou em surpresa. Ganhando um olhar de reprovação de quem estava na mesma sala. Ela corou ferozmente sobre os olhares curiosos e ansiosos. Provavelmente eles esperavam um beijo, mas aquilo não era algum filme de adolescentes com câncer.

— Obrigada, Quinn...

Soltando um suspiro, a loira passou seus braços pelo corpo do moreno. O afeto durou poucos minutos até um segurança perguntar se tudo estava bem. Totalmente envergonhados, eles pediram desculpas pelo tumulto. Eles continuaram observando mais quadros e comentando alguns. Blaine mantinha o olhar sobre Quinn, mesmo tentando disfarçar qualquer coisa que ela estivesse escondendo, ele sabia.  A loira nunca ficava assim, tão nervosa ou tão anfitriã. Ela estava sendo óbvia demais, alguma coisa a incomodava e estava começando a incomodar Blaine pelo fato da loira ainda não ter o contado.

Não gastaram muito tempo no museu, Quinn comprou café e alguns donuts. Também alguns para Kurt e Sam. Blaine parecia feliz com o seu doce granulado enquanto caminhava de volta para a casa enquanto Quinn debatia com alguém em uma ligação. Ao encerrar, Blaine percebeu uma mudança na amiga.

— Tudo bem, Quinn? — Blaine perguntou, encarando a amiga. Seu rosto ganhou uma feição preocupada ao ver Quinn estática. — Você está pálida... Aconteceu alguma coisa?

— E-eu... Deus... — Quinn riu, nervosamente. A caminhada de volta para apartamento foi pausada. Ela olhou do celular nas mãos para o moreno. — Isso é tão... Difícil e complicado para mim...

Blaine franziu o cenho e olhou sobre o ombro, procurando achar alguma coisa errada. Não havia nada.

— Algum problema com o seu café? Aquela moça, Vikki, Nikki... Parecia diferente com você hoje.

Quinn riu levemente, encarando o moreno e mordendo o lábio.

— Não, Blaine, não há... Já resolvi o que tinha para resolver com Nikki, aliás, ela me recomendou uma amiga que é funcionária do museu, ela me arranjou os tickets de hoje.

— Oh, preciso agradecê-la na próxima vez. — Blaine anotou mentalmente. — Foi tudo tão maravilhoso!

— Eu vou te apresentar. — Quinn sorriu, logo em seguida dando um suspiro. — Precisamos ir logo para o apartamento.

Blaine assentiu de acordo, começando caminhar ao lado da loira. De repente, ele parou chamando a atenção de Quinn, que arqueou a sobrancelha para o amigo parado.

— Quin... V-você... Você não está escondendo nada de mim... Não é?

A pergunta acertou Quinn em cheio.

Ela piscou lentamente seus olhos sendo observada atentamente pelos olhos castanhos. Sua voz ficou pressa na garganta, seus olhos queriam molhar e suas pernas bambas. Apenas um negar de cabeça foi sua resposta, recebendo um pequeno sorriso de Blaine. O moreno andou até ao lado da amiga, passando seu braço sobre o ombro da outra.

— Vamos para casa... Temos que levar esses donuts para Kurt e Sam antes que acabe!

Quinn sorriu forçadamente olhando para a feição feliz no rosto do moreno. Ela tinha falhado em falar para Blaine sobre sua mudança. Respirou fundo e acompanhou os passos do amigo pelo quarteirão.

***

A cozinha cheirava a pizza, era uma segunda tentativa de fazer as famosas pizzas dos Hummel. Tudo tinha para dar certo daquela vez. Kurt tinha o olhar sobre o forno e outro na sala de estar. Ela tinha acabado de por as pizzas no forno, mas queria ter certeza que tudo daria certo. Alguns ingredientes estavam espalhados pela bancada da cozinha e uma garrafa de vinho estava pela metade. A sala de estar estava uma confusão, a mesinha de centro foi afastada, deixando um espaço maior. Sam havia achado o jogo Twister e apresentado para Blaine. Oliver também estava no apartamento. Kurt não sabia como o loiro conseguiu o jogo, ele tinha suas dúvidas, mas não disse nada.

— Eu não sei quanto tempo eu vou ser capaz de manter essa posição. — Oliver choramingou, suas estavam costas arqueadas para se manter em cima do tapete, as pernas e as mãos espalhadas uma em cada lado do seu corpo. Sam bufou ao lado dele e Oliver estreitou os olhos. — Você é o próximo!

Sam agachou-se confortavelmente ao lado de Oliver com todas as suas mãos e pés em vermelhos e azuis.

— Ok! — Blaine disse animadamente, segurando o botão rotativo no colo. Ele girou a seta, seus olhos estavam brilhantes e ele parecia o único animado. — Sam, mão direita no verde.

Oliver olhou através do tapete ao mesmo tempo, Sam fez o mesmo, engolindo em seco quando percebeu onde Sam ficaria. Ele atravessou e pôs a mão direita sobre um círculo verde.

— Blaine, você está enganando? — Oliver pediu, estreitando os olhos. Blaine assentiu a cabeça, sorrindo amplamente, segurando botão rotativo para eles verem.

— Se mexa ou perca, Sammy. — Blaine cantarolou.

— Ok, ok. — Sam resmungou. Oliver observou ele tomar uma respiração profunda quando ele estendeu por todo o corpo do namorado, batendo a mão direita em um círculo verde, ficando sobre Oliver. Ele piscou para Oliver, sorrindo timidamente. — Oi!

— Oi. — Oliver sussurrou, sem fôlego.

— Oliver, mão direita no azul!

Oliver olhou para baixo, deslizando a mão do círculo vermelho que estava descansando no mesmo círculo azul que Sam tinha a mão sobre. Ele permitiu que seus dedos deslizassem sobre os de Sam, ligando-os juntos e dando a Sam um sorriso brilhante.

— Suas mãos tem que caber no espaço. — Blaine advert  iu.

— Eles estão! Agora se apresse, minhas costas estão me matando. — Oliver rosnou.

Blaine resmungou algo para si mesmo, girando o ponteiro para Sam e, em seguida, gritando:

— Pé direito no verde.

Sam deixou sua cabeça cair com um sorriso tímido antes de trazer sua perna sobre o corpo de Oliver, até que ele está enrolado ao redor de Oliver completamente.  O rapaz mais novo apertou a mão de Sam, feliz por ver Sam corando correspondente a ele.

— Eu vou cair em dois segundos. — Oliver sussurrou.

Sam inclinou-se para baixo, roçando os lábios na orelha de Oliver quando ele sussurrou de volta.

— Eu vou cair com você.

Blaine zombou, Oliver quase tinha certeza, mas tudo o que ele ouviu foi a risada de Sam quando eles caíram sobre o tapete, ao mesmo tempo. Sam ficou esparramado em cima de Oliver, com as mãos ainda unidas. Sam não pode resistir ao inclinar seu queixo para beijar Oliver, ambos sorriram um contra os lábios um do outro.

— Sam Evans, você não está fazendo sexo em um jogo infantil! — Kurt gritou da cozinha.

— Ugh... Cale a boca, eu não digo nada quando você e Blaine começam a pintar no meio da madrugada.

Blaine corou furiosamente enquanto Kurt olhava mortalmente em direção do loiro.

— Eu acho que chega desse jogo! Vocês, lavem as mãos e me ajudem aqui. — Kurt mandou, tirando o avental.

— Já estamos indo, mamãe! — Blaine e Sam disseram juntos.

— Idiotas. — Kurt riu.

A sala estava arrumada novamente e mesinha de centro no seu devido lugar. Kurt trouxe as pizzas e garrafa de vinho, pondo sobre a mesinha. Oliver zapeava os canais da TV, tentando achar algum filme ou série interessante. Tudo havia dado certo a respeito das pizzas, o que deixou o professor feliz. As risadas exageradas chamou a atenção deles, era Blaine e Sam com suas camisetas molhadas. Kurt revirou os olhos. Ele não sabia quem era pior. Mas pelo menos eles seriam bons modelos para camisetas molhadas. Oliver parecia aprovar isso ao olhar Sam da cabeça aos pés.

Eles comiam tranquilamente entre risadas e comentários sobre o filme. Era uma reunião pequena em comemoração ao apartamento novo, mas eles ainda estavam no antigo. Talvez fosse a última reunião naquele lugar. Eles não sabiam ainda... Só iriam se mudar quando o outro estivesse todo mobilhado. No meio de uma mordida na pizza, Blaine franziu a testa. Ele sentia falta de algo naquele lugar.

— Cadê a Quinn?

Kurt e Sam se entreolharam, culpados. O loiro deu de ombros voltando sua atenção para o filme enquanto o professor tomava um gole do vinho branco.

— Eu não sei, talvez no apartamento dela... — Kurt respondeu.

— Devíamos ter chamado ela. — Blaine suspirou. — Ela estava estranha hoje, parecia que estava escondendo alguma coisa de mim.

— Espera... Ela não te contou não? — Kurt franziu a testa.

— Não... Ela disse que estava tudo bem. — Blaine disse. — Há algo que ela queria me contar?

— E-eu não sei... Quer dizer, é apenas Quinn, nunca sabemos qual é a dela. — Kurt sorriu forçadamente, aliviado quando o namorado concordou. — Fique tranquilo, meu amor, mais tarde você leva algumas fatias de pizza para ela. Ela vai amar!

— Vai mesmo. — Blaine sorriu.

— Agora, vamos voltar a assistir o filme. — Kurt disse, beijando a bochecha do moreno. Blaine assentiu e se aconchegou no corpo do maior. — Eu quero saber o que acontece no final.

O filme terminou e Oliver foi para sua casa. Todos já estavam em seus quartos e prontos para dormir, mas Blaine lembrou que levaria algumas fatias de pizzas para Quinn. Kurt resmungou alguma coisa do seu lado da cama enquanto o moreno vestia seu roupão felpudo. Cruzou o caminho com Simon, que entrava no quarto e se acomodou na beira da cama. Ele passou na cozinha para pegar as pizzas e saiu do apartamento, parando em frente a porta do apartamento de Quinn. Ele esperava que a amiga estivesse acordada. Ele nem mesmo viu o horário antes de decidir vir. Bateu levemente na porta e olhou o corredor vazio.

Depois de alguns minutos esperando alguém atender a porta, Blaine bufou e bateu mais forte na porta, ignorando o barulho alto. O ranger da porta abrindo deixou o moreno de olhos arregalados. Ele empurrou levemente a porta, tentando não fazer barulho e entrou no apartamento. Franziu a testa logo em seguida. Algo estava diferente no apartamento, talvez fosse a pouca mobília e as caixas espalhadas.

— Quinn?

— Você disse que estava tudo bem, disse que apoiava a ideia da mudança... O que mudou?

Aquela voz não era de Quinn.

Blaine caminhou em direção ao quarto da amiga e encontrou a porta entre aberta.  Através da pequena brecha dava para ver loira, que estava de costas para armário, jogando algumas peças de roupa sobre a cama. O moreno percebeu outra pessoa, que botava as roupas para dentro do armário.

— Você não pensa em como eu ficaria?

Aquela voz parecia familiar. Seus olhos se arregalaram assim que ele pegou o vislumbre dos cabelos castanhos. Quinn havia parado de mexer nas roupas, dando toda sua atenção para a outra. Blaine ficou na estreita, esperando que conseguisse ver o rosto da morena.

— Não, porque eu pensaria? Não é como se nós estivéssemos juntas nem nada.

— Ah, vamos lá Q! Eu estava bêbada naquele dia e concordava com tudo que você falava... Eu estou aqui com você, não com outra pessoa, isso deve dizer alguma coisa!

— Claro! Você está com tesão e eu sou a única pessoa disponível. — Quinn agarrou a camisa das mãos da morena, redobrando-a. — Olha, não precisamos mais conversar... Eu não quero você aqui.

— É isso que você acha? Que eu só quero uma transa rápida? Achei que você me conhecesse melhor do que isso.

— Eu sei que é. — Quinn zombou. — Agora me tire da sua lista e siga em frente, porque isso nunca vai acontecer de novo.

— Isso tudo é uma besteira e você sabe disso. Você não foi uma conquista, você me beijou primeiro, lembra?

— Eu não me lembro de quando você recusou esse fato, eu me lembro de você me implorando para transar com você. E eu fiz e fiz de novo. Já estou feita disso!

— Tem certeza? Somos mais do que isso. Pare de agir como uma vadia com medo e lide com isso.

— Por quê? — Quinn bufou. — Eu quero dizer, por que me preocupar quando, no final, você vai acabar com ele novamente e eu? Sozinha, como sempre.

— Você está ficando louca!

— Eu não estou ficando louca! Eu não sou a garota que todos escolhem para ficar. Cada pessoa que estava comigo queria porque queria algo para mim. Finn, Puck, Ariel e até mesmo você estava atrás de mim, porque queria consertar a pobre quebrada Quinn. Ninguém quer ficar e conhecer o meu verdadeiro eu. Eu pensei por um minuto que algo poderia acontecer entre você e eu, mas hoje eu percebi que eu sou apenas um espaço reservado. — Quinn limpou rapidamente suas lágrimas. — Sempre foi e sempre será ele pra você. Então, eu estou terminando isso antes que eu fique mais envolvida, porque eu não posso lidar com outro coração partido.

— E Ashley? Você acha que essas meninas podem te dar alguma coisa?

— Eu não sei. — Quinn olha para baixo, envergonhada. Ela encolheu ombros sorrindo, importante. — Eu gosto do sexo, mas não passa disso. Ashley escreveu sobre a nossa transa e postou em um site de contos eróticos ou algo assim... Vê? Mais alguém me usando.

— Não é isso...

— Não, eu preciso que você saia e esqueça o que aconteceu. Talvez a gente possa salvar a nossa amizade antes de estragar tudo completamente...

A morena caminhou na direção da loira, tentando colocar os braços em volta da outra, mas Quinn balançou a cabeça e se afastou.

— Deixe-me manter um pouco do meu orgulho... Eu não estou indo embora pra me livrar dos problemas que tenho aqui!

A respiração de Blaine ficou engatada. Se ele bem havia entendido Quinn iria embora. Iria embora de Nova York.

— Não sei quanto tempo ficarei, se eu gostar do lugar e me adaptar a ele... Quem sabe fique pra sempre! Não é isso que queremos...

— Você está errada sobre isso. Você está tão errada e eu vou provar isso, mas eu vou dar-lhe espaço agora.

A porta é aberta de supetão, assustando Blaine. Ele encarou finalmente a mulher tão misteriosa. O que deveria ser um momento emocionante por saber a identidade da mulher não parecia tão bom quanto Blaine planejava. Quinn percebeu a presença do amigo e ficou surpresa. Os olhos castanhos viajavam entre a amiga e morena.

— V-você...

— Deus, Blaine... O que diabos você está fazendo aqui?

— V-você vai realmente embora?

As lágrimas começam a deslizar sobre o rosto moreno e ele não tinha vergonha ao se expor assim. A dor que ele sentia era maior. Ele olhava diretamente para os olhos lacrimejados da loira, ela tentou alguma aproximação, mas ele cambaleou para trás dando espaço para a outra mulher passar e fugir do apartamento.

— E-eu posso explicar...

— V-você disse que não estava me escondendo nada... Você mentiu para mim, Quinn... Mentiu!

— Eu não quis, Blaine. — Quinn tentou argumentar.

— Não quis? Eu não sou um idiota, Quinn... E-eu... Eu sei que muitos acham que sou um completo idiota, mas eu não sou! Você sabe disso!

— Desculpa, eu não quis.

— Por que você não me contou? — Blaine perguntou, avançando sobre a loira. — Por quê?

— Blaine, calma. — Quinn segurou o moreno pelos ombros, tentando controlá-lo. — Você precisa se acalmar.

— Eu não preciso me acalmar! Eu preciso de explicações! — Blaine gritou, empurrando os braços de Quinn para longe. A loira ficou assustada com a ação do amigo. — V-vocês continuam a me tratar como uma criança... Eu sou sempre o último a saber das coisas...

— Blaine...

— Você mentiu para mim! — Blaine gritou. As lágrimas escorriam livremente pelo seu rosto. Ele cambaleou até a parede mais próxima e foi deslizando até o chão. — Por que, Quinn?

— Eu precisei. — Quinn suspirou, sentando beira da cama. — Talvez você não entenda, mas foi preciso, eu queria contar para você... Eu ia contar hoje, mas você estava tão feliz, não quis estragar o momento com uma notícia dessas. Desculpe-me...

— Pra onde?

— Ingletarra, Reino Unido. Recebi a proposta de lecionar em Oxford...

— Oxford? — Blaine perdeu o ar por um momento. — I-isso é...

— Incrível, eu sei. — Quinn sorriu tristemente enquanto Blaine assentia. — Eles diminuíram meu prazo de escolha, acabei aceitando. As coisas aqui em Nova York estão ótimas. Você está indo bem nas sessões, trabalhado bastante na floricultura. Sam arranjou um namorado e vai bem com os negócios. Kurt conseguiu finalmente apoio para o seu livro... Eu não me encaixo em nenhum lugar, já fiz tudo o que tinha pra fazer.

— Podemos arrumar um jeito de você se encaixar nas nossas vidas...

— Eu não quero me meter na vida de vocês, tenho que começa a viver a minha. — Quinn disse. — A ligação que eu recebi mais cedo quando estávamos voltando para o apartamento era de Shelby. Finalmente tomei coragem de ligar para ela e perguntar sobre Beth.

— Você o que? — Blaine indagou.

— Pois é, eu pensei, por que não? Beth tem direito de saber quem é a verdadeira mãe dela. Shelby foi gentil e entendeu a situação, marcamos um encontro. Tenho que aproveitar o pouco tempo para resolver alguns problemas não resolvidos.

— É sobre a...

— Também. — Quinn interrompeu. — Isso pode ficar apenas entre nós dois?

Blaine assentiu rapidamente, passando os braços ao redor de si.

— Você vai pra sempre, Quinn?

— Eu não sei, Blaine. Eu realmente não sei.

— Blaine!

Quinn olhou em direção a porta e encontrou os olhos preocupados e sonolentos de Kurt. Sam estava logo atrás apenas vestindo apenas um short de pijama. Eles olhavam entre Blaine e Quinn, totalmente calados. O professor agachou ao lado do namorado, que olhava diretamente para a loira na cama.

— O que aconteceu? — Kurt perguntou, limpando as lágrimas do namorado com o polegar. — Blaine, você está bem?

— Não acha melhor ligarmos para o Dr. Martin? — Sam sugeriu.

— Não precisa, Blaine está bem. — Quinn respondeu.

— Blaine? — Kurt segurou o rosto do moreno entre suas mãos. Os olhos inchados e vermelhos dele fizeram o coração do professor quebrar. — Você está bem?

— Você sabia? Você sabia sobre Quinn? — Blaine olhou profundamente nos olhos de Kurt.

— Eu sabia Blaine... Eu sabia.

Tudo que Kurt poderia fazer naquele momento era manter o namorado em seus braços, numa forma de aliviar a dor que Blaine sentia. Não seria uma noite fácil, não seria fácil.


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Notas finais do capítulo

Gostaram ou não?

Imaginei escrever algo maior na conversa entre Blaine e Quinn, mas acabei me perdendo e preferi deixar assim. Como já disse, algumas partes não ficaram do jeito que eu queria, mas tenho esperança que vocês gostem. No próximo capítulo teremos um pequeno avanço, apenas algumas semanas... Iremos direto para o Natal e logo virá Ano Novo. A despedida da Quinn também está incluída no capítulo. Para aqueles que querem saber sobre a amante de Quinn, algum palpite de quem seja? Por quê? Espero que tenham gostado, até o próximo capítulo. :)



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