Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 34
Capítulo 34: A Explosão


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo, queria me desculpar pelos erros, escrevi numa pressa e reli numa preguiça. Respondi os comentários, queria agradecer a todos e fiquei feliz que vocês gostaram do capítulo anterior. Foi apenas prévia de Walter Anderson! Não teremos Klaine neste capítulo, mas é um capítulo importante para o próximos capítulos. Espero que gostem... Tenham uma boa leitura e aproveitem!



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Só poderia ser brincadeira.

Kurt ajeitou os livros contra o peito, encarando justamente Walter. Walter Anderson. Suposto pai de Blaine e Cooper. O homem mais velho continuava olhando desafiadoramente em direção do Hummel, ele nem imaginava que este na sua frente era professor e namorado do seu filho. Um encontro desses poderia destruir por tudo que Kurt construiu ao lado de Blaine.

— Está tudo bem? — Walter perguntou, aproximando-se do outro. Kurt assentiu, mas não, ele não estava bem. — Você está branco!

Walter tentou se aproximar mais do professor, que recuou rapidamente.

— Não! Eu disse estou bem! — Kurt gritou, assustando a si mesmo.

— Mas...  Que mal educado! Eu só estou querendo ajudar.

— E eu não quero sua ajuda! — Kurt disse mais calmo dessa vez. Ele respirou fundo e massageou as têmporas. — Desculpe... E-eu... Só estou um pouco estressado. É isso, estressado.

— Um profissional não deve se estressar no ambiente de trabalho. — Walter advertiu. Kurt olhou para o homem com ódio, ele não estava aguentando a arrogância daquele homem mais. — Eu como um grande profissional nunca deixei transparecer meus sentimentos...

— E-eu não ligo, e-eu... — Kurt respirou fundo novamente. — Eu só quero seguir meu caminho, você pode pedir ajuda para outra pessoa, por favor.

Quando ele começou a andar novamente foi impedido novamente, dessa vez sentiu uma mão segurar seu antebraço.

— Quem você pensa que é?

— Kurt? Pai?

Kurt e Walter se viraram diretamente em direção a voz, encontrando Blaine. O moreno olhava entre os dois, seus olhos estavam arregalados, ora olhando para Kurt, ora para Walter. Seu corpo todo tremia. Quinn estava o seu lado, totalmente confusa, tentando entender o que estava acontecendo a sua frente.

— Pai... — Blaine disse, sentindo sua garganta rasgar com as palavras proferidas. — O que você está fazendo aqui?

— O que acha que vim fazer aqui, Blaine? — Walter disse, amargo. — Eu pago essa universidade pra você! Fui chamado pelo reitor da universidade pelas suas faltas seguidas e ausência de Cooper em algumas reuniões sobre você. Onde sua mãe estava com a cabeça ao deixar este irresponsável cuidar de você!

— Cooper não tem culpa... Ele... Ele tem trabalhado bastante.

— Oh, claro! Trabalhando em alguma lanchonete e vivendo pelas gorjetas. — Walter zombou. — Cooper é um irresponsável, sempre será!

— Não fale assim dele! — Blaine gritou.

— Mas que... Cadê a educação que lhe demos!

Quinn acompanhava toda aquela cena com o coração da na mão. Ela percebeu que nem Kurt ou Blaine estavam prontos para este tipo de confronto. Aproximou-se dos homens e colocou a mão sobre o ombro de Blaine, que estava tenso.

— Eu não acho que é uma boa ideia continuarmos esse tumulto aqui. — Quinn disse tranquilamente. Ela indicou os espectadores que estavam no corredor e Walter arqueou a sobrancelha em sua direção. — Quero que esfriem suas cabeças e em seguida poderemos conversar civilizadamente.

— Quem é você? — Walter indagou.

— Quinn Fabray, professora daqui. E o senhor?

— Walter Anderson, pai desse irresponsável. — Walter direcionou seu olhar para Blaine, que abaixou a cabeça. Quinn fechou os olhos brevemente, como uma prece. — Estava procurando ajuda e encontrei o professor Hummel, mas percebi que não fui bem recebido.

Kurt revirou os olhos.

— Ok, Sr. Anderson. — Quinn sorriu, mesmo que forçado. Ela pôs a mão sobre o ombro do homem, mais gentilmente possível. — Peço desculpas pelo professor Hummel, certamente ele não está num momento bom. Tenho certeza que você quer encontrar a sala da reitoria, certo? Então, me acompanhe, por favor.

— Obrigado, se você tivesse parecido antes, tudo seria mais fácil. — Walter disse, olhando de soslaio para Kurt. O professor pouco se importava para o homem, seu olhar estava em Blaine. O silêncio do moreno lhe preocupava.

Quinn começou a caminhar sendo seguida por Walter, ambos com uma expressão séria no rosto. Kurt tentou alguma aproximação com o namorado, mas assim que ouviu o pai chamar, Blaine seguiu em direção ao pai. Ainda com a cabeça abaixada. Kurt apenas suspirou.

A chegada de Walter Anderson poderia acabar todos os seus planos.

***

— Como vocês deixaram isso acontecer? — Sam exclamou incrédulo.

— Sam, calma. — Oliver pediu.

— Mas... Deus...

Kurt revirou os olhos e deu um gole da sua taça de vinho. Não foi uma surpresa saber que Blaine havia ido embora com o pai. Cooper não mandou nenhuma mensagem dando sinal de vida e nem respondeu mensagens e chamadas de Quinn. Depois de horas eles tinham desistido, com uma garrafa de vinho e alguns petiscos, eles sentaram na sala de estar e permaneceram esperando. Kurt estava sentado desajeitado na poltrona, Sam e Oliver dividiam o sofá e Quinn estava no chão, com as costas contra o sofá. Naquele momento Sam havia acabado de chegar, com Oliver no reboque, e Quinn tentava explicar tudo que tinha acontecido.

— Não podíamos fazer nada. — Quinn deu de ombros, balançando o líquido na sua taça. Ela olhou para Kurt, preocupada com o silêncio do amigo. — Não podíamos simplesmente impedir de Blaine seguir seu pai, era o pai dele. Todos aqui sabemos como é o pai de Blaine, como Blaine reage com qualquer menção do próprio pai.

— Eu não sei...

— Cale a boca. — Quinn cortou Oliver. — Você é novato, não se intrometa.

— Quinn. — Kurt repreendeu e Quinn revirou os olhos. Ele olhou para Oliver num pedido de desculpas silencioso e o rapaz apenas escolheu os ombros. — Se Oliver realmente vai ser namorado de Sam, ele vai fazer parte dessa confusão.

Sam e Oliver coraram ao ouvir o termo namorado. Eles não tinham oficializado nada e tiveram poucas conversas sobre o assunto.

— Ainda dá tempo de escapar, queridinho. — Quinn sorriu falsamente.

— Quinn... — Sam rosnou.

— Ok, ok, estou caindo fora daqui. — Quinn levantou-se do chão e todos seguiram seus movimentos com o olhar. A loira empurrou sua taça para Oliver e pegou seu casaco. — Avisem quando o Bilbo voltar.

— Não vai ficar para esperar conosco? — Sam franziu a testa.

— Claro que não, duh, já perdi muito tempo aqui. — Quinn disse, pondo o casaco. — Minha bunda já está quadrada, tenho minhas coisas para fazer e problemas para resolver. Iria sugerir o mesmo, mas conheço e sei que vocês vão ficar esperando.

— Os problemas envolvem sua amante? — Sam provocou.

— Envolvem qualquer pessoa menos o seu interesse na minha vida, Evans. — Quinn retrucou, abrindo a porta do apartamento e saindo, fechando-a num baque surdo.

— Delicada. — Oliver murmurou.

O silêncio constrangedor tomou conta do apartamento. Sam e Oliver observavam Kurt sentado na poltrona com o olhar fixo na taça de vinho. Nenhum deles se atreveu a falar. O pensamento de Kurt estava longe daquele apartamento. Sua preocupação gritava. Ele queria saber de Blaine, como o moreno estava, se havia comido alguma coisa ou até mesmo temia que tivesse acontecido alguma crise. Ele não se perdoaria caso algo grave acontecesse com Blaine. Mesmo que ele não pudesse evitar. Ele queria estar ao lado do namorado em todos os minutos. Talvez Cooper estivesse fazendo seu trabalho como irmão.

O que mais deixava Kurt preocupado era Cooper não ter respondido. Céus, o que custava... Apenas um “está tudo bem” ou “ok” deixaria ele e seus amigos aliviados. Todos estavam preocupados. Estava claro com a reação de Sam quando ouviu a notícia ou quando Quinn começou a espalhar seu veneno para todos os lados. Era óbvia a preocupação da loira, mas ela não deixaria transparecer. Em pouco tempo, Blaine conseguiu cativar todos com seu jeito.

— Vocês podem ir. — Kurt disse depois de um tempo.

— O quê?

— Você ouviu, Sam. — Kurt suspirou, olhando para os dois. — Quinn tomou a decisão certa. Não sabemos quando Blaine volta ou se vai voltar. Não quero que vocês percam tempo esperando aqui comigo, é idiota.

— Acho que Kurt está certo. — Oliver sorriu timidamente. — Devíamos...

— Eu fico.

Kurt sorriu levemente para Sam, mas negou com a cabeça.

— Sério, Kurt, eu posso ficar... Não tenho nenhum plano para hoje. — Sam deu de ombros. Ele nem percebeu a sobrancelha arqueada de Oliver. — Eu fico aqui com você, sem problemas.

— Sam, Kurt disse que não precisamos...

— Verdade, você não precisa. — Sam concordou. — Você mencionou que precisava conversar com Sebastian, não é?

— É... Mas eu pensei...

— Acho que é o momento perfeito para você fazer isso. — Sam sorriu, apertando o joelho do rapaz.

— Acho que sim. — Oliver murmurou.

Quando o jovem de olhos azuis finalmente saiu do apartamento, despindo-se timidamente de Kurt. O professor abria outra garrafa de vinho. Ele sentou no sofá, onde Sam zapeava os canais da televisão. Ele ofereceu mais vinho para o loiro, que aceitou com um aceno.

— Assim você só vai afastá-lo...

— Quem?

— Oliver.

Sam deu de ombros.

— Sam...

— Ele me deixa confuso e tem Sebastian. Ugh, esse cara empata todos os nossos momentos e Oliver fica correndo atrás dele, como um daqueles poodles de madame. — Sam desabafou, tomando um longo gole de vinho. — E não teria porque ele ficar conosco. Como Quinn disse, ele é novato aqui. Seria confuso demais para ele.

— Ele parecia querer outra coisa, talvez essa fosse a oportunidade dele de ficar mais tempo com você. — Kurt disse. — Você acabou de reclamar que fica pouco tempo com Oliver e quando tem oportunidade, prefere ficar comigo, seu ex-namorado, o que você acha que Oliver vai pensar?

— Eu sei. — Sam suspirou, olhando diretamente para Kurt. Um pequeno sorriso brotou nos lábios carnudos do loiro. — Mas eu não conseguiria... Estar com ele enquanto você está aqui, sozinho, se acabando numa garrafa de vinho e assistindo filmes depressivos.

— Sam...

— Que tal comermos alguma coisa. — Sam desviou o olhar e levantou do sofá, indo em direção a cozinha. — Poderíamos pedir pizza ou fazer sanduíches como os velhos tempos.

— Os velhos tempos quando você ficava bêbado com Quinn e acabavam na cama juntos? — Kurt riu alto, lembrando-se do momento.

— Eu não me lembro disso. — Sam gargalhou. — É coisa sua.

— Quem dera que fosse... — Kurt sussurrou.

— Para de resmungar e vem me ajudar aqui. — Sam mandou, abrindo a geladeira e tirando mantimentos necessários para fazer os sanduíches. Logo Kurt se juntou ao loiro na cozinha, passando manteiga nos pães. — Coloca uma música ai, Hummel.

— Qual?

— Menos Adele, por favor.

Kurt revirou os olhos, deixando os pães sobre um prato e pegando o celular de Sam sobre o balcão de mármore. Ele procurou entre as músicas no celular do loiro alguma música que lhe agradecesse. Logo a música Turning Page, do Sleeping At Last começou a tocar. Sam franziu a testa e parou de colocar vinho nas taças.

— Kurt... Essa não, vamos agitar. — Sam sorriu, apertando ombro do amigo. Ele empurrou a taça de vinho para Kurt. — Beba!

Ele pegou o celular e mudou para a próxima música, que era Latch, do Disclosure. A batida eletrônica começou e Sam aumentou o volume. Kurt suspirou e voltou sua atenção para os pães.

***

Blaine juntou suas mãos trêmulas sentado no pequeno sofá do apartamento de Cooper. Ele ouvia o bate boca entre pai e irmão. Fazia horas e não terminava. Ambos estavam vermelhos e as veias quase explodindo. Walter cuspia palavras duras contra Cooper, que revidava ferozmente e gargalhava no rosto do pai. Sempre era sim. Em todas as brigas deles, mas dessa vez, sua mãe não estava ali para acabar a confusão. E se dependesse de Blaine, aquilo duraria horas. A discussão era sem contexto algum. Ora era sobre o trabalho de Cooper, ora sobre a ausência de Blaine em NYU. Walter apenas queria bater boca. Como sempre fazia.

As palmas da mão do moreno cobriram seus ouvidos. Ele queria parar de ouvir aquilo, queria silêncio, o silêncio que só existia no apartamento de Kurt. Ele queria Kurt. Queria que Kurt o tirasse o mais rápido dali. Longe daqueles dois. Longe de qualquer tipo de confusão.

— Que tipo de exemplo você dá para seu irmão? Olha essa zona que você chama de apartamento, parece que um furacão passou nesse lugar. — Walter gritou, pegando uma roupa jogada sobre o sofá e jogando em direção de Cooper. — Que lugar imundo!

— Eu tenho pouco tempo para cuidar do apartamento, se você sabe, eu trabalho quase o dia inteiro! — Cooper retrucou.

— Trabalha tanto assim que não vejo o dinheiro! — Walter zombou e Cooper recuou. — Pensei que você seria uma pessoa responsável com a liberdade que eu e sua mãe demos, mas vejo que não. Continua o mesmo! Eu não estaria aqui por sua causa, eu tenho problemas em Ohio, mas estou aqui, resolvendo os seus problemas. Problemas que você traz para mim e sua mãe. Problemas que temos por sua causa!

— Eu tenho cuidado de Blaine...

— Tem certeza? Porque quando eu fui a universidade, o reitor disse que você não comparece nas reuniões que são feitas especialmente para ver o comportamento do seu irmão. Disse que aquele professorzinho Hummel se preocupa mais do que você.

— C-como... O senhor conheceu o Kurt?

— Kurt? Que intimidade com o professorzinho é essa. — Walter bufou, revirando os olhos. — Ele estava estressado demais para meu gosto, a sorte dele que não disse nada para o reitor.

— Você não seria capaz...

— Seria! — Walter disse sério. — Mas a senhorita Fabray foi gentil o suficiente para me ajudar, ela pediu desculpas pelo erro do colega de trabalho. Ela é bem diferente do Hummel, tem uma postura e jeito para estar na sociedade. São mulheres assim que vocês devem conhecer.

Cooper teve vontade de rir, mas apenas revirou os olhos. Porque mesmo que ele tentasse alguma coisa com Quinn, a única coisa que ganharia dela seria um fora.

— Eu não quero que Blaine tenha aulas com esse professor, ele é desqualificado. — Walter decidiu, sentando na poltrona.

— O quê? — Ambos os Anderson gritaram para o pai.

— Vocês ouviram.

— Por que isso? O senhor mesmo disse, ele é único que se preocupa com Blaine dentro daquela universidade. Seria burrice tirá-lo!

— Eu não gostei dos trejeitos. — Walter disse, tranquilamente. — Ouvi alguns boatos que ele é gay.

— E qual é o problema? — Blaine levantou-se do sofá, incomodado.

— Vai defender o professor bicha agora? — Walter provocou.

— Não fale dele assim!

— Eu falo do jeito que eu quiser! — Walter levantou a voz, levantando da poltrona para enfrentar Blaine. O moreno não vacilou a postura. — Bicha, uma raça nojenta! Não deveriam nem mesmo existir, mas essas leis que foram aprovadas por estúpidos dão tal liberdade para esse povinho.

— Não fale dele assim! — Blaine gritou, assustando tanto Cooper quanto Walter. Ele segurou a gola da camisa do pai e o puxou, cara a cara. — Você não o conhece! Kurt é uma pessoa maravilhosa e ele não merece suas palavras rudes, não merece ser chamado disso e daquilo. Você não sabe o quanto ele me ajudou, com as crises, com a universidade... Ele me fez alguém especial! E-ele me ergueu quando ninguém se importava, ele me amou quando mais ninguém demonstrava isso, ele estava do meu lado nos piores momentos... Ele não fugiu ou me chamou de aberração! Ele me ama! E-ele me ama...

— O que...

— E-eu...

— Você tem um caso com esse homem?

As palavras pareciam apenas ter escapado dos seus lábios. Os nós dos dedos de Blaine estavam brancos, lentamente ele soltou a camisa de Walter e recuou levemente. Cooper acompanhava tudo com os olhos arregalados, a confissão do irmão poderia mudar tudo. A bomba havia sido solta... Assim.

— Meu Deus... É pior que eu pensava — Walter levou as mãos para os cabelos. — Isso é doente!

— Pai, eu o amo...

— Cale a boca! — Walter gritou meio tonto. — Eu não quero ouvir a sua voz, e-eu...

— Pai, você está bem? — Cooper perguntou.

O homem estava branco e suando frio, suas mãos bagunçavam seus cabelos. Ele desabou sobre a poltrona e Blaine caiu de joelhos na sua frente, preocupado. Cooper correu em direção da cozinha para pegar um copo de água. Quando o copo estava sendo oferecido, Walter negou e empurrou levemente o copo, olhando entre os dois filhos.


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Notas finais do capítulo

EITA!

Termino mais um capítulo assim, só que dessa vez com os Anderson. O próximo capítulo vai ser mais extrovertido, já tenho algumas ideias, mas ainda haverá drama por causa do Walter. Prometo Kum e Klaine! Comentários e críticas? Ambas são bem-vindas assim como suas sugestões. Até mais...
:)