Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 26
Capítulo 26: O telefonema


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu não sei como preencher isso. Primeiramente, queria agradecer pelos comentários, como vocês perceberam, eu estou fazendo de tudo para responder. Segundo, obrigado pelas favoritações. Meu emocional não está legal e acho que isso é realmente uma das razões para este capítulo.

Me desculpem por qualquer erro de escrita nesse capítulo, boa leitura.



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Kurt suspirou e procurou as chaves do apartamento no bolso da calça social. Seu dia estava sendo um pouco estressante, Cooper deu uma carona para Blaine cedo demais, o moreno viu que o namorado dormia tão tranquilo que preferiu deixá-lo dormir e ir logo para a universidade. Kurt acordou atrasado e teve que pegar o metrô, pois o pneu da sua bicicleta tinha inventado de secar. As coisas não pararam por aí, Kurt acabou levando uma reclamação pelo atraso e não recebeu ligação importante que esperava de Marley.

Ele girou a maçaneta da porta e entrou no seu apartamento, deixando sua bolsa cair na entrada. Logo que pôs os olhos na sala de estar, ele percebeu o sofá e a poltrona afastada e vários jornais espalhados pelo piso. Blaine estava no centro em frente ao quadro segurado pelo tripé na sua frente. Seus lábios estavam crispados e sua expressão séria, o pincel fino estava pendurado na orelha. Kurt sorriu, querendo fotografar aquele momento tão adorável.

— Olá, Sr. Anderson! — Kurt brincou, sorridente.

Blaine virou-se e olhou curioso para Kurt. O professor arqueou a sobrancelha e andou em direção ao namorado.

— Vejo que está ocupado. — Kurt continuou, já que o moreno permanecia calado. Os olhos azuis focaram no quadro, havia o esboço leve do rosto do leão e as tintas aquarelas misturadas, num tom rosa, vermelho e amarelo. — Eu gosto das cores, são cores quentes e vivas, combinam com o desenho! — Kurt olhou para o outro quadro, escorado no tripé. — Também gostei do pontilhismo deste, dá uma mistura óptica nos olhos.

— Por que você chegou agora? — Blaine perguntou.

— Quinn brigou com Ariel e tive que vir de metrô para casa. Eu não aguentaria aquelas duas brigando no carro a viagem inteira. — Kurt bufou.

— Às vezes eu não sei qual é a da Quinn. — Blaine disse, abaixando-se para pegar o pote de biscoitos também ao lado do tripé. — Ora ela está com a morena loira dela, ora Ariel, ora Ashley ou sei lá quem.

— Loira morena? — Kurt riu.

— Morena loira! Eu e Sam estávamos saindo do apartamento e essa mulher saiu do apartamento de Quinn correndo, depois Quinn apareceu, mas estava irritada e toda descabelada. A mulher era morena só que loira, acho que era peruca. — Blaine deu de ombros, pegando um biscoito e mordendo. — Ela poderia ter uma namorada séria.

— Nah, Quinn nunca foi de namorar sério, tanto com homens ou mulheres. Seus namorados do colegial foram todos traídos ou coisas assim.

— Poderíamos arranjar uma namorada para ela. — Blaine sugeriu. — Cada um tem seu par, menos Quinn!

— Até mesmo Sam... — Kurt resmungou.

— Sim! Oliver é super legal! — Blaine disse e Kurt revirou os olhos. — Algum problema?

— Não, apenas, Sam disse que não estava interessado em ninguém e de repente aparece esse tal de Oliver e muda tudo. — Kurt explicou, franzindo a testa.

— Justamente, o amor não tem hora marcada e nem data para chegar. Oliver apenas apareceu e Sam gostou dele, assim como aconteceu comigo e com você. — Blaine sorriu.

— É... Você tem razão, meu amor. — Kurt sorriu e bicou os lábios de Blaine, que sorriu ainda mais. O professor tirou o pote de biscoitos da mão do namorado e pegou um para si. — Sem biscoitos, lembra?

— Mas...

— Você prometeu que seria mais saudável, Blaine.

— Kurt...

— Comer açúcar te deixa muito elétrico... Não queremos que você gaste toda a sua energia apenas pintando. — Kurt sorriu maliciosamente, arqueando a sobrancelha. — Vou fazer algo para você comer.

— Certo. — Blaine soltou um muxoxo.

Enquanto Blaine voltou sua atenção para suas pinturas, Kurt tomou um rápido banho para fazer um pequeno lanche para Blaine. Naquela manhã Blaine teve a oportunidade de contar para Cooper sobre seu verdadeiro amor para as pinturas e desenhos, mesmo que o irmão já soubesse sobre elas, mas ele não contou sobre a parte de desistir da universidade. A verdade era que, Blaine não queria arranjar briga com seu irmão, logo agora que tudo estava dando certo. Mas ele achou melhor contar pelo menos uma pequena parte da história. Cooper apenas acenou a cabeça e olhou orgulhoso para o irmão. Os pais deles não foram tocados naquela conversa, Cooper queria deixar seu irmão mais novo confortável para se abrir.

Blaine não estava sendo totalmente apoiado naquela decisão, mas ele chegaria aonde queria.

Quando Kurt terminou de colocar o copo de suco na bandeja, ele caminhou para a sala de estar, onde continuava Blaine, mas agora trocando o quadro pintado para um em branco. Ele pôs a bandeja sobre a mesinha de centro e pigarreou, chamando atenção do namorado.

— Você é tão bonito todo sujo. — Ele sorriu para Blaine, tirando um cacho perdido com uma mão e prendendo atrás da sua orelha, com a outra ele tirou um pouco de tinta que tinha no queixo do namorado.

— Eu nunca vou tomar banho novamente. — Blaine provocou, fazendo-o rir antes dele se afastar.

— Deixe de graça e coma. — Kurt ordenou, batendo no estômago do moreno.

Blaine bufou, pegando o sanduíche de cima da bandeja e o copo de suco. Ele sentou no sofá enquanto observava o namorado voltar para a cozinha. Então foi naquele momento que Blaine percebeu. Kurt parecia nervoso, seus olhos não paravam em muitos lugares e suas mãos faziam movimentos rápidos, mas descuidados.

— Kurt?

Não houve resposta, apenas um múrmuro baixo.

— Algum problema? — Blaine perguntou, preocupado. Kurt negou rapidamente, soltando uma risadinha nervosa. — Não minta para mim, Kurt. Eu sei que tem algum problema, mas eu preciso que você fale pra mim, somos namorados, certo?

Kurt ergueu a cabeça e encontrou a preocupação nos grandes olhos castanhos. Ele caminhou para a sala de estar e sentou ao lado do namorado, derrotado.

— Eu não recebi nenhuma ligação de Marley, faz dias que estou esperando, mas... E se eles desistiram do meu livro? Eu não vou aguentar isso, Blaine, eu não quero continuar sendo apenas aquele professorzinho de literatura, e-eu não... — Kurt suspirou, com os olhos fixos nos seus pés pálidos e descalços. Blaine tinha deixado seu sanduíche cair de volta para bandeja, ele nunca tinha visto o namorado assim, Kurt sempre era o forte daquela relação e agora, ele parecia tão destruído e frágil. — Meu pai sempre disse que as coisas não eram fáceis e que tínhamos que correr atrás delas, ele tinha razão.  Blaine, eu não vejo meu pai há anos... E dói...

— O quê? Mas, eu pensei que vocês fossem amigos, como você mesmo disse. — Blaine disse, confuso.

— Eu sou um ingrato... Meu pai me ajudou a vida toda, mesmo com a minha orientação sexual, ele nunca me julgou. Ele me ajudou a chegar em Nova York e assim que pus os pés nessa cidade, todo meu passado foi apagado. Eu dei costas para Lima. Eu dei costas para o meu próprio pai. — Kurt respondeu, limpando as lágrimas que caiam rapidamente dos seus olhos. Aquilo acertou de algum jeito Blaine, ele via as mãos trêmulas do namorado limparem as lágrimas caídas sem fazer poder nada. — E quando Marley me disse que eu tinha essa oportunidade, eu fiquei tão feliz! A primeira pessoa que eu queria contar era meu pai, eu queria ouvir um “parabéns” saindo da sua boca e o tapinha nas costas que ele me daria, seguido por um abraço, aquele abraço que ele tanto ama dar nas pessoas.

— Kurt...

— Eu quero ser escritor, um grande escritor para o meu pai! — Kurt disse, elevando o tom de voz. — Mas, eu preciso dessa oportunidade, e eu não vou deixá-la escapar.

Kurt respirou fundo e encarou o namorado, que tinha lágrimas escorrendo pelas bochechas. Blaine limpou rapidamente seu rosto e pôs uma expressão séria no rosto, ele segurou o rosto pálido do namorado com as duas mãos, surpreendendo Kurt.

— Você vai ser um escritor, Kurt, eu sei disso! Sabe como eu sei? Porque eu... E-eu vou estar ao seu lado quando isso acontecer, eu também serei alguém... Eu vou ser um grande pintor, um dos melhores que todo o mundo já conhecera. — Blaine afirmou, olhando seriamente para o namorado.

— Você vai, pequeno...

— Seu pai vai se orgulhar de você, assim como os meus pais! — Blaine sorriu.

Kurt sorriu e puxou o namorado para um abraço apertando, ignorando a tinta manchando a sua camisa. Era naqueles braços inocentes que ele encontrava, finalmente, a paz.

***

Sam sorriu para o barman atrás da bancada e pegou as duas garrafas de cerveja sobre o balcão. Ele caminhou de volta para sua mesa, pôs as cervejas sobre a mesa e puxou a cadeira para sentar. Sorriu ao ver que atenção que Oliver tinha no celular foi virada para ele. O rapaz sorriu timidamente e agradeceu, tomando uma garrafa de cerveja.

— Então, você costuma vir muito aqui quando vem para Nova York? — Oliver perguntou, dando um gole da bebida.

— Às vezes, a Toca é um bom lugar para pensar. Antigamente vinha com meus amigos, éramos um grupo de cinco pessoas. Você já conhece Kurt e Quinn, mas também tinha Brittany e Santana. — Sam sorriu.

— Tantas meninas e apenas vocês dois? — Oliver arqueou a sobrancelha.

— Estudávamos juntos no colegial, éramos um grude, qualquer coisa que acontecesse com um, estávamos lá! — Sam explicou, dando de ombros. — Kurt e eu namorávamos naquela época enquanto Brittany e Santana também, quer dizer, Brittany está grávida agora e eu não me surpreendo por elas ainda estarem juntas até hoje.

— E Quinn?

— Quinn é uma enrolada com esse mundo das mulheres. — Sam revirou os olhos.

— Então, você realmente namorava Kurt? — Sam assentiu, bebendo sua cerveja. — Isso é engraçado, porque você tem uma amizade incrível com Blaine, que é namorado de Kurt. Você não tem ciúme?

— Todos somos amigos, eu não vejo porque apenas ignorar Blaine por ser namorado de Kurt, ele também é meu amigo agora. — Sam desconversou.

— Gostei da resposta, mesmo que não tenha respondido a minha pergunta. Você tem ciúme, não é? — Oliver insistiu, cruzando os braços sobre o peito. Sam olhou curiosamente para o rapaz mais novo em sua frente, mas não respondeu. — Você ainda ama Kurt.

Isso não era uma pergunta e sim uma afirmação, Sam apenas suspirou.

— Sou tão óbvio? — Sam riu nervosamente.

— Talvez não para eles dois, mas para mim sim. — Oliver respondeu, dando de ombros.

— Kurt fez grande importância na minha vida, eu não consigo me ver sem ele algum dia.

— Então, você preferiu se aceitar a esse namoro para vê-lo feliz e tê-lo por perto? Esperto, mas doloroso. — Oliver riu, deixando a garrafa seca sobre a mesa. — Você precisa de alguém, Sam.

— Eu sei, Oliver...

— Por isso estamos aqui?

— Mais ou menos, mas eu também preciso de um amigo, então você apareceu. — Sam riu quando Oliver revirou os olhos. — Então...

— Bem, devemos escrever uma lista de prós e contras antes de tomar qualquer respeito ao nosso relacionamento. — Oliver disse, tranquilamente. Sam assentiu com os olhos arregalados. — Ok, vamos começar com os contras.

— Nossa diferença de idade. — Sam estala o dedo e aponta para Oliver. — Você tem apenas dezenove anos.

— Certo.

— Acho se Sebastian descobrir sobre nós, estamos ferrados. — Sam continuou. Meu Deus, ele com certeza têm um monte de contras. — Realmente.

— Ok, prós! — Oliver o interrompeu. Ele fez uma pausa, sentindo-se nervoso de repente. — Eu quero.

— Oh... — Sam lambeu os lábios antes de morder o lábio inferior. — Eu quero.

— Estou contando como dois. — Oliver luta contra o sorriso no seu rosto.

— Isso melhoraria os meus negócios e, provavelmente, minhas habilidades para o surf. — Sam sorriu. Ele está mentindo sobre tudo isso, mas mesmo assim Oliver anotou mentalmente.

— Também melhoraria nas minhas habilidades como assistente na loja e na parceria.

— Então os prós saem ganhando. — Sam sorriu.

— É, os prós ganhar . — Oliver concordou.

Sam estendeu a mão sobre a mesa para segurar a mão livre de Oliver, fazendo o corpo do mais novo aquecer.

— Vá para um encontro comigo na sexta?

Tudo que Oliver pôde fazer é acenar a cabeça.

***

Foi quando Kurt estava na sala de aula, fazendo algumas anotações e esperando sua turma acabar uma prova. Seu celular vibrou sobre a mesa, trazendo tanto a atenção de Kurt quanto a de Blaine para si. O professor parecia ter congelado enquanto Blaine esqueceu sua prova por um momento. Seu celular continuava vibrando e o nome de Marley na tela piscava sem parar. Num rápido pedido de desculpas, Kurt saiu da sala e atendeu a ligação. Quando ele voltou para dentro da sala, o coração de Blaine batia fortemente e um sorriso enorme preencheu seu rosto ao ver a expressão de felicidade do namorado e professor.

Tina e Calvin se entreolharam, confusos e curiosos.

Horas mais tarde, ambos estavam no apartamento, planejando a roupa que Kurt vestiria para a reunião com os editores. O professor vestiu um dos seus melhores ternos e aceitou a gravata borboleta azul e branca de Blaine. Ele ganhou um beijo de boa sorte demorado do moreno, um abraço de Quinn e os polegares levantados de Sam.

Agora, a reunião estava sendo feita num dos escritórios principais da Editora. Não era uma reunião qualquer como da última vez, aquela era A Reunião. Dali em diante toda história de ia ser desenvolvida com mais seriedade e profissionalismo, tantos os personagens quanto os detalhes da história. Ela ganharia um sentido mais realista para o futuro público leitor. Kurt acompanharia tudo aquilo, não deixando que ninguém mudasse sua ideia inicial.

Editores discutiam numa enorme mesa, trocando rápidas palavras e fazendo anotações em seus blocos. Suas expressões eram sérias e sem nenhuma emoção. Eles faziam algumas perguntas para tirar dúvidas de Kurt, que respondia calmamente ou apenas acenava com a cabeça. Marley acompanhava tudo, mesmo que tivesse falando no celular. Ao final da reunião, algumas coisas ficaram decididas e outras pendentes. Os nomes dos personagens foram mantidos assim como o nome do primeiro livro.

Kurt não podia ficar mais orgulhoso de todo seu trabalho.

Ele estava recebendo alguns elogios quando uma secretária entrou, trazendo um balde de champanhe e taças para uma rápida comemoração. Educadamente, ele aceitou uma taça, ganhando um sorriso de Marley.

— Um brinde para a saga Sombras de Priestly, nosso futuro bestseller!

Todos na sala trocaram sorrisos e fizeram o brinde. Enquanto estava numa conversa com um dos editores chefes, Kurt pediu licença ao sentir o celular vibrar no bolso e deixou a taça de champanhe sobre a mesa. Ele retirou o celular do bolso da calça e olhou curioso para a tela do aparelho, era uma ligação feita de Lima, ele reconhecia aquele número, mas não fazia ideia quem fosse. Aceitando a ligação, meio hesitante, ele respondeu:

— Oi?

— Kurt? Kurt Hummel?

— Sim, ele mesmo.

— Bem, Kurt, eu sou Josh e trabalho com o seu pai na oficina. O senhor Burt foi internado após um ataque cardíaco, ele está em observação... Desculpe-me se interrompi algum momento importante seu, mas esta não é uma conversa para ter num telefonema. Você é o parente mais próximo e...

— E Carole? Ela é sua esposa!

— Ela foi mandada para casa, a pobre mulher não aguentou acompanhar o sofrimento do marido.

— Oh meu Deus...

— Mantenha a calma, estão pedindo a sua presença para assinar algumas documentações do hospital para seu pai.

— Quando?

— O mais rápido possível.

— Ok.

— Er... Ok?

— Estarei em Lima amanhã de manhã se possível, obrigado por avisar, Josh.

Antes que Josh pudesse responder, a ligação havia sido encerrada. Ninguém do escritório entendeu quando Kurt saiu tremendo para fora da sala e do prédio.


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Notas finais do capítulo

Burt e a volta para Lima, no próximo capítulo

Tentei explicar um pouco mais sobre o Kurt, assim nos capítulos seguintes já podemos ter uma ideia do que ele e Blaine passaram. Estou focando em Oliver e Sam, depois quem sabe no Sebastian. E Quinn... Não tenho nada a comentar dela. Espero que tenham gostado, comentem suas sugestões e opiniões.
:)



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