Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 11
Capítulo 11: Decisões a serem tomadas


Notas iniciais do capítulo

Um atrás do outro, talvez esse capítulo alegre vocês ou não. Me desculpem alguns erros toscos, não tive tempo de checar algumas coisas. Dessa vez consegui responder vocês e obrigado pelos comentários, sei que todas querem matar o Cooper, mas relaxem e boa leitura.



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A segunda-feira chegou tão rápido, Sam já estava de volta a Florida e Quinn, bem, Quinn continuava sendo contra o casal Klaine, como os nomeou. As coisas voltaram ao seu normal, como Kurt não recebeu nenhuma notícia de Blaine desde então, ele voltou a escrever e fazer suas anotações para suas próximas aulas. O professor nem teve paciência para voltar ao seu “normal”, seu pensamento estava distante, num certo rapaz de olhos castanhos e agora com os cachos cobertos de gel. Mesmo que não demonstrasse, Kurt temia um pouco sobre o seu relacionamento com Blaine, aquele beijo foi algo incrível, seria difícil de esquecer, mas... Blaine parecia ter saído de um desenho animado, ele era tratado como uma criança e agia assim.

Também havia Cooper, o irmão empata foda. Esse ele tinha certeza que não seria fácil. Havia tantos problemas que um caso entre um aluno e professor era a última coisa que Kurt pensaria, mas ele tinha Quinn para pensar por ele. No momento que Kurt olhou para Blaine naquela sala lotada de alunos, ele sabia, nada dali para frente seria fácil.

Kurt suspirou e prendeu a corrente na sua bicicleta, começando a caminhar lentamente pelo campus de NYU. Ele havia chegado cedo demais naquele dia, ainda nem tinha tomado café, por isso segurava um copo de café na mão e um saco de papel na outra. Ele sentou num banco e tirou uma rosquinha do saco, começando a comê-la enquanto observava os poucos alunos ali presentes. Ele deu um gole do seu café e ergueu sua cabeça, encontrando o carro de Cooper parando a alguns metros dali. O Anderson mais velho saiu do carro e abriu a porta para um Blaine cabisbaixo. Aquilo chamou a atenção do professor e ele sabia que algo errado havia acontecido.

Os olhos azuis e castanhos se encontraram, mas Blaine desviou imediatamente, andando nervosamente em direção a Tina, que lhe recebeu com um abraço. Cooper sorria ao ver os dois e no momento que percebeu Kurt observando-os, seu sorriso caiu. Ele caminhou em direção ao Hummel que nem percebeu sua presença, pois seus olhos estavam grudados em Blaine.

— Kurt Hummel. — Cooper disse, parando em frente de Kurt e cruzando os braços.

Kurt arqueou a sobrancelha e franziu a testa. Ele teve vontade de rir ao ver a mesma jaqueta de couro e os óculos escuros pendurado na camisa branca, não era só Blaine que precisava de uma repaginada.

— Bom dia, Cooper. — Kurt disse tranquilamente. — O que devo a honra?

—Eu vou ser claro aqui. — Cooper rosnou, olhando fixamente nos olhos azuis. — Fique longe do meu irmão, ele já tem problemas demais pra lidar com alguém como você!

— Do que você está falando? — Kurt perguntou, levantando abruptamente do banco.

— Eu sei que Blaine estava com você, nem venha negar, porque isso é obvio. — Cooper disse, cutucando o peito de Kurt com o indicador e o empurrando levemente. — Blaine é muito inocente nesse mundo novo, eu não o quero nessa confusão. Você é um professor, entende sobre isso mais do que eu, deixe meu irmão em paz. Ele tem seus próprios problemas para lidar...

— Blaine não tem problemas. — Kurt disse, mantendo sua tranquilidade. — Então, é você quem coloca essas coisas na cabeça dele.

Quinn conversava com uma aluna sobre a aula passada quando percebeu a conversa um pouco longe dali. Ela pediu com licença da garota e caminhou em direção aos dois homens, aquilo não acabaria bem.

— O que está aconteceu aqui? — Quinn perguntou, chamando a atenção dos dois. — Tudo bem, Kurt?

— Sim, apenas estamos conversando. — Kurt sorriu, apontando para Cooper, que riu.

— Uma conversa pacífica. — Cooper sorriu de volta, cinicamente.

— Kurt... — Quinn segurou o ombro do amigo, olhando ao redor. — Algumas pessoas estão olhando, não queremos chamar atenção, ainda estamos no campus.

— Foda-se, Quinn! — Kurt sussurrou, sem desviar dos olhos de Cooper. — Blaine é a pessoa mais doce que eu conheci, e, oh Deus, ele é sim inocente, mas ele vai amadurecer e ver o quanto é manipulado por você. Cooper, você está tão acostumado a defender seu irmão que ficou cego sobre as pessoas que querem fazer bem para ele. Eu me importo com ele, eu quero seu bem e mesmo que nosso relacionamento seja o mais errado, eu posso fazê-lo feliz.

— Você não pode! — Cooper disse, empurrando Kurt levemente. — Ele é meu irmão!

— Ele é seu irmão, isso é verdade, mas você não manda e desmanda na vida dele. — Kurt corrigiu, irritando-se.

— Não, eu não mando, mas sou a única pessoa que lhe resta! O reitor adoraria saber sobre essa historinha, poderíamos discutir com ele isso, certo? — Cooper gargalhou alto.

— Eu não me importo. — Kurt riu levemente, enxugando as lágrimas que ele mesmo nem sabia estarem ali. — Eu já perdi tantas coisas da minha... E-eu perdi minha mãe e tive que aguentar a zoação das pessoas todos os dias, perdi a pessoa que pensei que ficaria pra sempre, perdi tantas coisas, Cooper!

— Eu perdi meus pais, eu não quero perder meu irmão! — Cooper gritou.

— O que está acontecendo aqui? — Blaine perguntou, assustado. Tina estava logo ao seu lado, completamente confusa. — Cooper, o que você ainda faz aqui?

— Nada, vamos embora daqui, você só vai voltar quando eu arranjar seus horários! — Cooper disse, puxando Blaine para o seu lado e voltando a olhar para Kurt. — É melhor pensar em tudo que eu falei, Hummel.

— Você é o único que precisa pensar aqui. — Kurt respondeu.

Cooper fitou Kurt alguns segundos antes de pegar Blaine pelo braço e o levar dali, o moreno tentava escapar, mas Cooper era mais forte que ele. Aquilo só fez o coração de Kurt se torcer, ele desabou no banco, ouvindo a partida do carro de Cooper. Tina continuava totalmente avulsa ali, olhando para todos os lados, tentando entender o que havia acontecido naqueles poucos minutos. Quinn sentou ao lado do professor e o encarou, como um “eu te disse”.

— Vá se ferrar, Quinn. — Kurt sussurrou e Quinn riu.

***

Já estava de noite quando Cooper apareceu no quarto de Blaine, o chamando para jantar. Era macarronada novamente e ugh, aquela macarronada maldita. O moreno fingiu não ouvir, ele enterrou ainda mais seu rosto contra o travesseiro na tentativa de sumir. As cenas de mais cedo passavam na sua mente, Kurt e Cooper discutindo era surreal, ele não esperava por isso tão cedo, ver os dois naquela situação lembrou um pouco seus próprios pais. Quando seus pais começavam a brigar, Blaine fugia para o quarto do irmão e o abraçava o mais apertado que conseguisse, como se Cooper pudesse fugir a qualquer minuto. No instante que tudo acabada, Cooper deixava Blaine dormir com ele, explicando que era apenas por uma bobeira e não era sua culpa, Blaine não era besta, ele sabia que sempre que seus pais discutiam a culpa era sua. Sempre seria.

Alguns minutos depois, Cooper apareceu na porta segurando uma bacia com algumas verduras e legumes. Ele usava o avental como sempre e tinha um sorriso nos lábios, como se nada mais cedo tivesse acontecido. Ele bateu levemente na madeira da porta e Blaine afundou ainda mais seu rosto contra o travesseiro, temendo por sua respiração.

— Para com essa criancice, Blaine; — Cooper disse, revirando os olhos. — Preciso de ajuda aqui com os legumes e verduras, você é meu companheiro aqui hein?

Blaine não respondeu e Cooper suspirou.

— Parece que ainda não nos entendemos, não é, camarada? — Cooper se aproximou, deixando a bacia sobre a mesa do notebook e sentando-se na cama de Blaine, o moreno rapidamente recuou. — Ficar longe de Kurt é a melhor coisa...

— Melhor coisa pra quem? — Blaine gritou, sentando-se rapidamente na cama e encarando o irmão. — Pra mim não é, Cooper! E-eu cansei de sentar e ouvir os seus pedidos... Quero viver como qualquer adolescente normal...

— Blaine, você não é normal! — Cooper disse, mantendo sua calma. — Você mesmo disse que só veio para New York estudar! Então esse professor aparece e você muda de ideia, como isso aconteceu?

— Eu gosto dele, ok? — Blaine disse baixinho, abaixando a cabeça. — Ele me faz bem, me faz confortável com as outras pessoas. Naquele dia que brigamos, ele... Ele me levou para conhecer New York, como você nunca faria ou pensaria tentar fazer comigo, ele me comprou roupas e até que enfim, consegui me livrar dos meus c-cachos! Ele me enxergou no meio daquela multidão que me ignorava e me julgava.

— Eu posso comprar suas roupas e mandar cortar seus cabelos! — Cooper sorriu, segurando as mãos de Blaine.

— Não vai ser a mesma coisa! — Blaine gritou, livrando-se das mãos de Cooper.

Cooper levantou da cama, antes que fizesse algo errado. Ele começou a andar pelo quarto, mexendo nas coisas de Blaine, que ficou confuso.

— Eu não sou melhor o bastante para cuidar de você, não é? — Cooper suspirou, pegando uma folha de papel com o desenho de Kurt nele. — Quer dizer, todos os esses anos, você teve que me ouvir reclamar sobre meu trabalho idiota com publicidade e você, simplesmente cansou...

— Cooper, não é isso! — Blaine se defendeu.

— Vou te dar opções, Blaine. — Cooper declarou, virando-se e encarando Blaine. — A primeira, você permanece nesse apartamento sob os meus cuidados e esquecer quem é Kurt Hummel...

— Ou? — Blaine disse, hesitante.

— Ou, você pega todas as suas coisas e sai desse apartamento em 30 minutos. — Cooper disse. — Leve apenas o que você tem por direito, apenas as coisas que Kurt lhe deu... Blaine... Por favor, pense nisso.

Com isso, Cooper pegou sua bacia de cima da mesa e saiu pela porta fora. Blaine congelou com as palavras do irmão, isso tudo era brincadeira, não era? O moreno começou a chorar desesperadamente, enquanto desabava de costas na sua cama. Ele olhou para o teto procurando resposta e tentando sumir daquela confusão, ele nunca imaginou isso acontecendo. Minutos se passaram e Blaine continuava na mesma posição, totalmente travado no tempo, ele suspirou e sentou-se de repente. Seu olhar caiu sobre a sua bolsa sobre a cadeira e então estava decidido.

***

— Qual é o plano, Sam?

— Podemos entrar no apartamento de Cooper, pegar Blaine, escondê-lo até Cooper desistir de tentar achá-lo. — Sam explicou seu plano brilhante, através do alto falante do celular.

Quinn franziu a testa e olhou para a cozinha, onde Kurt estava abrindo a caixa de pizza. O professor riu, pegando um pedaço de pizza para si.

— Como você namorou esse tapado? — Quinn sussurrou para Kurt, que deu de ombros.

—Ei, Fabray! — Sam repreendeu. — Eu ouvi isso.

— A intenção era essa, meu querido. — Quinn riu, dando um gole do seu vinho. — Vamos falar sério agora, Cooper se apegou demais nessa de cuidar de Blaine.

— Isso é estranho, será que eles, tipo... Vocês sabem...

— Não, Sam, que horror! — Quinn gritou.

— Gente, isso é sério! — Kurt exclamou e os dois loiros se calaram. — Apesar de tudo, eu não culpo Cooper, ele ajudou Blaine sobre sua síndrome e com os pais deles. Acho que, os pais de Blaine não aceitam isso direito e Cooper estava lá para ajudar.

— Bom, ele tem que entender que Blaine tem uma vida a viver, sem ele. — Sam complementou.

— Sim, mas ele não ente isso, isso que é foda. — Kurt gemeu em frustração, dando uma mordida na pizza. — Ele me odeia.

— E eu o odeio. — Quinn resmungou.

—Hmm, eu não sei. — Sam riu. — Eu nunca o vi, nem sei quem é...

Kurt bufou e pediu que Sam estivesse ali para arremessar uma almofada naquela cabeleira loira. Ele sentou ao lado de Quinn no sofá e recebeu uma tapinha na coxa pela amiga. Naquele momento o plano brilhante de Sam passava pela cabeça dele, mesmo que fosse a coisa mais louca de se fazer. Sequestrar Blaine e trazê-lo para seu apartamento e fingir que as luzes foram embora novamente... Bem, além de louco, Kurt fez o plano ficar pervertido.

—Temos que fazer algo, talvez falar com os Anderson. — Sam disse, quebrando o silêncio.

— Volte a ficar calado, Sam. — Quinn sorriu e revirou os olhos.

—Qual é, sou o único aqui dando ideias. — Sam exclamou, suspirando.

— Ok, vamos tentar novamente com a ideia do Sam. — Kurt disse, pegando o celular da mão de Quinn. A loira olhou incrédulo para amiga, sem o entender. — Diga Sam.

— Realmente? — Quinn perguntou.

— Bem, enquanto vocês pegam Blaine no apartamento enquanto tento seduzir Cooper com a minha dança do White Chocolate, tirando todo o seu tempo, ele nem vai perceber vocês e Blaine.

Kurt e Quinn se entreolharam e ambos caíram na gargalhada.

— Isso é sério! — Sam exclamou, irritando-se.

— Oh meu Deus, isso é sério, Sam? — Quinn disse entre gargalhadas altas. — Socorro, eu vou mijar nas calças!

— Que horror, Quinn — Kurt gritou, voltando a rir. — Vamos esquecer esse plano, Sam, ok?

— Sim... — Sam resmungou.

Uma lâmpada se acendeu na cabeça de Kurt e ele abriu a boca para falar, mas uma batida forte na porta interrompeu. Quinn arqueou a sobrancelha e Kurt deu de ombros, sem saber quem era, pois a pizza já havia chegado. O professor levantou e caminhou até a porta, girou a maçaneta e seus olhos se arregalaram.

— Quem é? — Sam questionou, estranhando todo o silêncio.

— B-Blaine? — Kurt gaguejou. — C-como, v-você… Oh meu Deus!

Blaine balançou a cabeça freneticamente e jogou-se nos braços de Kurt, que o recebeu carinhosamente. Foi nesse momento que Kurt percebeu que não haveria escapatória, a única coisa que ele fez, foi segurar Blaine o mais forte que conseguia.


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Notas finais do capítulo

Bem, isso é bom?
Estava tão feliz escrevendo isso, tão feliz que quase tive um bloqueio criativo, mas foi apenas um desvio bobo. Gostei de escrever o Sam, vou sentir saudades de escrever ele, por causa da Florida e tal. Mas, no próximo capítulo vamos ter mais Klaine e mais Klaine, ainda não sei direito... Até mais e eu quero comentários, hein!!