Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 10
Capítulo 10: Às vezes nem tão simples


Notas iniciais do capítulo

Confesso que nem atualizaria hoje, mas como estou gripada e essa semana vai ser uma tortura, tenho certeza que é melhor atualizar agora. Espero, realmente, que gostem desse capítulo porque ele não é o que vocês esperam tão cedo e... É isso, boa leitura!



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Kurt terminava de lavar a louça do café da manhã enquanto Blaine tomava seu banho sem pressa alguma. O professor enxugou as mãos molhadas no pano de prato, jogou o pano sobre o balcão de mármore quando ouviu o toque do celular em algum lugar da sala. Ele caminhou até a mesinha em frente à televisão e pegou seu celular de cima, ele suspirou ao ler o nome de Quinn na tela. Primeiramente Kurt pensou em rejeitar, mas depois pensou bem, aliás, era Quinn, a pessoa que lhe procuraria no inferno se fosse possível.

Sendo assim, Kurt aceitou a ligação.

— Bom dia, loira! — Kurt saudou, mordendo o lábio para conter o riso.

— Cale a boca e abra essa bendita porta. — Quinn exigiu seriamente.

A ligação foi encerrada e Kurt ouviu uma batida forte na sua porta. Ele massageou as têmporas e respirou fundo, caminhando em direção a porta, ele girou a chave e rodou a maçaneta. Kurt sorriu para Quinn e Sam que estavam do lado de fora, o loiro segurava um saco de papel com um sorriso doce nos lábios. Diferente de Quinn, que tinha os lábios crispados e a sobrancelha arqueada no seu melhor estilo Quinn Fabray. Kurt balançou a cabeça e riu, abrindo espaço para seus amigos entrarem.

Sam foi direto para a cozinha, abrindo seu saco de papel e tirando um sanduíche e alguns bolinhos. Ele logo começou a devorar o que seria seu café da manhã enquanto abria a geladeira e tirava uma jarra de suco. Kurt revirou os olhos e sentou ao lado de Quinn no sofá, a loira lhe encarava seriamente e os pelos do braço de Kurt se arrepiaram.

— O que traz a presença tão adorável de vocês aqui? — Kurt brincou, cruzando os braços.

— Mhfmm, não, hmm, t-tinha suco no apartamento da Quinn. — Sam disse com a boca cheia, ganhando um olhar repreendedor de Kurt. — Desculpe?

— Isso também. — Quinn riu, mas sua expressão ficou séria de repente. — Viemos falar sobre Blaine...

— Sobre mim? — Blaine apareceu enrolado apenas numa toalha branca.

No meio do susto e surpresa, Sam cuspiu todo seu suco que havia bebido sobre o saco de papel. Quinn olhava para Kurt com a sobrancelha arqueada e o sorrisinho malicioso nos lábios, este desviou o olhar com as bochechas coradas.

— Então, isso é realmente sério? — Sam quebrou o silêncio, limpando seus lábios com um guardanapo.

— V-você, uau, já viu quantos biscoitos cabem na sua boca? — Blaine murmurou com os olhos vidrados na boca de Sam, que franziu a testa.

— Nah, isso é algum tipo de desafio? — Sam arqueou a sobrancelha, esquecendo o seu café da manhã.

— E-eu...

— Ok, depois vocês se desafiam! — Quinn interrompeu os dois com um sorriso. — Vamos falar sobre a reação da NYU inteira ao saber que existe um relacionamento entre um aluno e um professor?

— Quinn, pare com isso... — Kurt gemeu, com o rosto enterrado nas mãos.

— Parar com o que, meu caro? Ser realista e tentar alertar meu melhor amigo e colega de trabalho o quanto perigoso é isso? — Quinn apontou para Blaine, que encolheu os ombros. — Você pode perder seu emprego por uma paixonite estúpida, Kurt! Já passei por isso, você e Sam sabem como termina, você acaba com isso logo ou acaba sofrendo as consequências. Como amigos, eu e Sam viemos aqui para ajudar você a decidir...

— Quinn, chega! — Sam exclamou, assustando todos ali. — Estamos falando sobre Kurt, e bem, quem somos para fazer Kurt mudar de ideia sobre algo tão íntimo? Não somos os pais de Kurt para decidir o que é bom e não é pra ele, acho que nem Burt ajudaria nesse momento. Kurt é bem grandinho e merece ter alguém ao seu lado, mesmo com o risco de perder seu emprego, mesmo que seja com o... Blaine.

— Mas Sam...

— Não, senhorita Fabray! — Sam a cortou, apontando o indicador na direção dela. — Avisamos você sobre Serena e você nos ouviu? Não, como sempre. Agora vamos deixar Kurt e Blaine decidirem o que eles realmente querem.

Quinn corou com a menção da sua ex-aluna, aquilo era uma longa história. Ela apenas levantou as mãos em rendição. Kurt sorriu e puxou a amiga para um abraço apertado, Quinn gemeu contra o peito do amigo, mas deixou-se ser abraçada. Os dois eram observados por Sam e Blaine, o moreno tinha conseguido um bolinho de chocolate para si. Sam desviou os olhos e olhou para Blaine, com os braços cruzados.

— É melhor se vestir, cara.

— Oh, sim!

Blaine sorriu constrangido e correu em direção ao quarto de Kurt. Sam revirou os olhos e se aproximou em direção dos amigos no sofá, ele sentou ao lado de Quinn e depositou um beijo na sua bochecha.

— Podemos fugir enquanto ele se veste? — Sam sugeriu, sorrindo amplamente.

— Sam! — Kurt exclamou, batendo no braço do loiro.

Sam ergueu a mão para Quinn, que bateu.

— Vocês são terríveis!

***

— Quando Santana e Brittany chegam? — Quinn perguntou, abrindo a porta do seu carro.

Quando Blaine estava completamente vestido, Quinn decidiu era hora de ir, mesmo Kurt sendo totalmente contra isso. Talvez Cooper tivesse ligado para polícia ou coisa do tipo. Eles estavam indo para o aeroporto, Sam voltava tinha uma viagem marcada para Florida, na verdade ele estava atrasado. Kurt abriu a porta do banco de trás e entrou, em seguida veio Blaine. Sam estava no banco de passageiro, vendo as estações na rádio. Enquanto Quinn ligava o carro e começava a dirigir pelas ruas de Nova York.

— Não sei, elas não falaram. — Sam disse, finalmente achando uma música interessante numa estação. — Santana disse que Rachel ofereceu ingressos a todos para sua nova peça.

—O Hudson vai? — Quinn perguntou, franzindo o cenho.

— Sim, ele é namorado dela. — Sam riu.

— Não posso ir... — Quinn disse tranquilamente. Sam olhou para Kurt pelo retrovisor interno, que revirou os olhos. — Tenho que arranjar algo pra fazer até lá.

— Quinn não consegue ficar num ambiente com Rachel sem precisar de um babador. — Sam explicou para Blaine, que estava confuso e Quinn bufou, irritada. — Vamos lá, Quinn!  Sabemos o quanto você gosta da...

— Cale a boca ou eu te enxoto daqui! — Quinn gritou, freando o carro abruptamente.

Blaine tinha os olhos arregalados e, graça a Deus, ele estava usando o cinco de segurança. O moreno optou por segurar em algo firme, mas Kurt segurou sua mão e apertou suavemente, sorrindo.

— Tudo bem? — Kurt perguntou e Blaine assentiu. — Desculpa isso tudo, caso você precise de ajuda, acredite, pode contar com esses malucos.

— Ok,.— Blaine sorriu.

— Ei, casal! — Quinn gritou, chamando atenção dos dois. — Ainda não sei o endereço do apartamento do Anderson aí.

Blaine piscou algumas vezes e começou a explicar para Quinn, ela entendeu perfeitamente. A viagem toda de carro, Sam e Quinn discutiam sobre a ida a peça de Rachel Berry, Blaine lembrou-se da menção da diva e sorriu. Ele e Kurt trocavam alguns olhares e carícias, apenas inocente. Sam, às vezes olhava para os dois e suspirava, ele ganhava um olhar confortador de Quinn e um sorriso.

Quando o carro de Quinn parou em frente ao prédio dos irmãos Anderson, um silêncio se instalou. Quinn olhava impacientemente para o relógio e Sam procurava outra música na rádio. A loira olhou de esguelha para Kurt, que logo entendeu o que significava. Kurt abriu a porta e saiu do carro, Blaine veio logo atrás dele. Eles caminharam em direção as portas duplas do prédio e pararam um de frente para o outro.

— Ei. — Kurt disse, segurando levemente o queixo de Blaine e erguendo sua cabeça para seus olhos se encontrarem. O moreno sorriu levemente e corou. — Tudo bem?

— Sim. — Blaine respondeu, coçando a nuca. — Seria pedir demais pedir para você ficar comigo?

— Blaine... — Kurt riu.

—T-tudo bem! Eu entendo depois de tudo que Quinn disse e... — Blaine gaguejou, mas Kurt o interrompeu.

— Eu não ligo para aquela doida — Kurt disse calmamente, ele puxou Blaine para um abraço aperto. Rapidamente o moreno relaxou nos braços do mais velho. — Blaine, você é importante pra mim! E ontem, foi maravilhoso. Senti-me como um jogador de Poker, porque eu apostei todas minhas fichas nesse jogo, que somos eu e você e pretendo ganhar com isso.

— Então, es-estamos juntos? — Blaine perguntou, meio hesitante.

— Bem, eu pretendo pedir oficialmente ainda. — Kurt disse, sorrindo. — Oh meu Deus, ainda nem tivemos um encontro ainda. Precisamos de algo especial para oficializar, certo?

— Certo... — Blaine riu.

— Kurt, vamos logo! Sam precisa entrar naquele maldito avião ainda hoje. — Quinn gritou, buzinando. Kurt revirou os olhos enquanto Blaine sorriu, abaixando a cabeça. — Não revire os olhos para mim, Porcelana!

— Cale a boca, Lucy Q! — Kurt gritou de volta, irritando-se.

— Parem vocês dois agora! Me ajuda a escolher uma música boa! — Sam exclamou para Quinn.

Kurt quase bufou quando Quinn lhe mostrou seu dedo do meio, ele iria revidar, mas percebeu o silêncio de Blaine e voltou sua atenção ao moreno.

— Desculpa, apenas... — Kurt fechou os olhos e expirou.

— Sam precisa ir embora, ele pode perder seu avião e se for por minha c-causa... E-eu...

— Está tudo bem! — Kurt disse, afagando seu ombro. — Precisamos mesmo ir, vai ficar tudo bem com Cooper?

Blaine abriu e fechou a boca várias vezes. Ok, encontrar Cooper, ele temia um pouco disso. Mas não queria colocar Kurt naquilo, não agora.

— Sim! — Blaine assentiu rapidamente. 

Eles se fitaram por alguns minutos e Kurt deu um passo em sua direção, fazendo Blaine corar levemente nas bochechas. A buzina do carro de Quinn foi o grande empata foda e fez Kurt recuar rapidamente, ele percebeu que ainda estavam em público e amaldiçoou aquilo.

— Vamos logo! — Quinn gritou, buzinando novamente.

— Estou indo! — Kurt gritou, sem desviar os olhos de Blaine. — É melhor eu ir, então... Tchau!

— Tchau...

Blaine acompanhou com os olhos, Kurt entrar no carro de Quinn. Os dois professores começaram a discutir loucamente enquanto Quinn tentativa ligar o carro. Sam desistiu de ouvir a rádio e olhou para fora da janela, encontrando Blaine no mesmo lugar que antes, ele acenou com a mão em um “até mais” talvez e Blaine sorriu, acenando de volta.

***

Cooper sentou na sua poltrona de couro enquanto observava dois policias conversarem com alguém pelo rádio. Ele estava tremendo e isso tudo era por causa de Blaine, o seu único irmão que havia simplesmente desaparecido da fase da terra. Se seus pais soubessem disso, ele estava frito, ele ouviria todo aquele discurso sobre o quanto New York não faria bem a alguém como Blaine. Uma aberração, como eles mesmos diriam. Quando um policial com um bigode se aproximou de Cooper, ele imediatamente levantou e olhou esperançoso para o homem.

— Bem, Sr. Anderson — disse o policial num suspiro longo. — Não recebemos nenhuma notícia do seu irmão, talvez ele estivesse na casa de um amigo ou...

— Blaine não tem amigos. — Cooper o cortou.

— Você tem certeza?

Por um momento Cooper congelou, ele franziu sua testa e caiu nos seus pensamentos de cabeça. Ele havia tentado falar com Tina sobre Blaine, mas a asiática não sabia de nada, apenas comentou ter visto Blaine falando com o professor Hummel. O professor que Blaine idolatrava, o professor que tinha algum tipo de obsessão pelo seu irmão. Os olhos de Cooper se arregalaram e uma lâmpada de acendeu sobre sua cabeça.

— Eu acho que sei onde ele está! — Cooper disse, atraindo a atenção dos dois policias. — Mesmo querendo que isso seja apenas uma coisa insana minha.

— Você pode nos falar sobre isso? — O policial perguntou.

A porta foi aberta e todos os olhos presentes na sala foram em direção de Blaine, que ficou mudo. Cooper pensou que fosse miragem, mas assim que viu o olhar assustado do irmão, correu rapidamente em sua direção, num abraço apertado.

— Blaine, oh meu Deus, Blaine, você está vivo! — Cooper exclamou, segurando Blaine sem querer soltar. — Eu perdi você, meu irmãozinho.

Os dois polícias se entreolharam e Blaine corou furiosamente, empurrando seu irmão para longe. Cooper segurou o rosto de Blaine com as duas mãos e procurou qualquer ferimento ou corte no seu rosto.

— Você está bem, isso é ótimo! — Cooper disse com os olhos marejados. Ele olhou para o corte de cabelo e franziu as sobrancelhas. — Quando isso aconteceu?

— Para com isso, Cooper! — Blaine rosnou.

— Blaine, que isso?!

O homem bigodudo pigarreou atrás dos dois e eles se viraram.

— Acho que acabamos por aqui — Disse ele, apontando para o seu parceiro de trabalho. — Vamos, perdemos nosso tempo demais aqui.

— Oh, obrigado... — Cooper disse enquanto acompanhava os dois homens até a porta. Quando eles foram embora, Cooper fechou a porta com força. —... Por não ajudarem com nada!

Ele nem percebeu quando Blaine já tinha entrado no seu quarto, ignorando toda aquela cena. Blaine jogou sua bolsa sobre a cadeira e caminhou em direção ao seu armário, o abrindo e tirando suas roupas. Ele tirou sua camisa e sua calça jeans e trocou por uma roupa normal. Seu short das Tartarugas Ninjas e uma camiseta branca, ele sabia que não sairia de casa tão cedo. Ele se virou com o barulho da porta de abrindo, Cooper estava escorado no batente da porta com os braços cruzados e com uma carranca no rosto. O moreno abriu a boca para falar, mas Cooper levantou a mão num gesto para ficar calado.

— Eu não quero saber o que você fez com o Sr. Hummel! — Cooper pediu tranquilamente e Blaine abriu a boca pra falar novamente, mas foi cortado. — Não! Blaine, eu tenho cara de palhaço? Responde, eu tenho cara de palhaço porra?!

— N-não...

— Não, eu não tenho! — Cooper gritou, aproximando-se de Blaine, que recuou. — Como você ousa sumir assim sem me falar? Eu poderia ter deixado você em Columbus com nossos pais, trabalhando miseravelmente em qualquer lugar daquela cidade, mas não! Eu quis o seu bem, fui o único que se importou com o seu futuro e você decide estragar tudo isso com um professor, nem me venha dizer que estava sozinho por aí, porque é mentira!

— Cooper, d-deixae-eu... E-eu posso explicar. — Blaine pediu, limpando as lágrimas nas suas bochechas.

— Explicar o que? Meu Deus, Blaine, Você é apenas uma criança!

— Eu não sou uma criança, você não é ninguém para mandar em mim! — Blaine explodiu, avançando em cima do irmão e o empurrando. — Kurt também se importa comigo!

— Não como eu me importo! — Cooper gritou, segurando os dois braços do irmão e olhando nos seus olhos. — Eu não ligo se ele se importa com você! Você está morando nesse apartamento sob minha responsabilidade, então eu mando em você!

Cooper empurrou Blaine, este caiu sobre cama por sorte. Ele começou a chorar desesperadamente, querendo que tudo fosse alguma brincadeira e que Kurt estivesse ao seu lado. Cooper passou as mãos no cabelo e respirou fundo, antes de declarar:

— Blaine Devon, eu proíbo você de ver aquele cara! Não importa que ele seja seu professor, vou com você segunda-feira a NYU e vamos mudar o seu horário, você entendeu?

Blaine não respondeu, apenas rastejou pela sua cama e agarrou seu travesseiro, abraçando-o. Cooper limpou a lágrima que escapou dos seus olhos e se aproximou do irmão.

— Eu estou fazendo isso pelo seu bem, entenda isso.


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Notas finais do capítulo

Mais coisas irão acontecer, vocês nem imaginam. Enfim, queria agradecer especialmente a tsuki chan por recomendar a fic, realmente, vocês que mandam comentários e recomendam são demais. No próximo capítulo, vamos ter mais Anderbros e a reação do Kurt sobre as coisas que aconteceram, entre mais coisas. Comentários e críticas, alguém?