Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 6
Capítulo 6: Criando um feriado


Notas iniciais do capítulo

E ai pessoalzinho do bem!
Obrigado pelos comentários anteriores e queria agradecer alguém em especial, para a UmaKlainer que recomendou a fic com suas palavras doces. Obrigada, esse é um capítulo para você, senhorita Anna!



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O despertador tocou sobre o criado-mudo ao lado da cama de Blaine, ele gemeu e afundou o rosto contra o travesseiro. Os primeiros raios de sol espreitaram-se pelas cortinas do quarto. Aquilo anunciava o início de mais um dia para ele. Antes que Blaine pudesse voltar a dormir, Cooper entrou no seu quarto, começando a gritar como o dia estava lindo. Só se fosse pra ele, pensou Blaine. Era a mesma baboseira de sempre. O moreno levantou da sua cama e rastejou para o banheiro no final do corredor. Tomou um rápido banho e vestiu suas roupas simples, uma camisa polo verde e uma calça jeans escura. Ele nem teve tempo de tomar seu café, pois Cooper estava apressado e precisava chegar ao seu novo trabalho cedo. 

Os irmãos Anderson entraram no Sedan de Cooper e Blaine aproveitou para dormir enquanto Cooper dirigia em direção a NYU. Assim que o carro de Cooper parou na entrada de NYU, Blaine acordou e desatou o cinto de segurança, abriu a porta do carro com pressa. Ele se preparava para descer do carro, mas Cooper o segurou pelo braço, Blaine olhou surpreso para o irmão.

— Convide aquela menina Tina, Blaine. — Cooper disse, sorrindo. Blaine revirou os olhos e desvencilhou-se da mão do irmão. — Qual é, você precisa ter pelo menos uma popularidade nessa universidade, sabe, coisas de meninos, como...

— Ok, ok! Va-vamos parar com essa conversa antes que você diga qualquer coisa que me deixe constrangido. — Blaine disse, massageando as têmporas enquanto Cooper ria. — E-essa menina, a Tina, provavelmente tem namorado e eu não quero nada com ela, fim de papo!

— Se ela tiver namorado, sortudo seja ele, caso não, então... Você vai convidá-la, sim!

— Vai me obrigar Cooper? Por que... Sério?

— Ela é a única que parece querer sua amizade! — Cooper insistiu.

— Eu não preciso de amigos! — Blaine exclamou, irritando-se. Cooper recuou um pouco, abrindo a boca para argumentar, mas Blaine foi mais rápido. — Não tente arranjar amigos para mim, todos se afastam de mim, todos eles!

— Blaine...

— Não! — Blaine gritou. — Eu vim para New York estudar, não arranjar amigos, ninguém quer ser amigo de uma aberração!

— Blaine, pare com isso, você não é uma aberração!

— O quê? Eu sou uma aberração, papai e mamãe, eles dizem isso, Cooper! — Blaine disse, entre soluços. Quando uma lágrima escorreu na bochecha corada de Blaine, Cooper viu que havia passado dos limites. — Aqueles "babacas" me acham uma aberração e você fez questão de dizer para o reitor dessa maldita universidade que eu era uma aberração!

Kurt havia acabado de chegar quando viu um Blaine atordoado passando pela multidão de alunos numa correria. O professor amarrou rapidamente sua bicicleta em qualquer lugar e correu atrás de Blaine. Ele precisava ter um fôlego de aço se fosse correr toda vez atrás de Blaine. Se esquivando de algumas pessoas e até mesmo as empurrando, Kurt conseguiu encontrar Blaine. O moreno agora caminhava lentamente por uma parte uma vazia do campus, e ouvia seus soluços de longe.

Assim que percebeu que alguém lhe perseguia, Blaine se virou, um misto de surpresa e confusão tomou conta do seu rosto. Kurt corria na sua direção, a camisa social azul grudada no corpo e Blaine gemeu frustrado, se não fosse por tudo que tinha passado naqueles minutos atrás, ele poderia pensar em outras coisas. O professor ficou em frente do aluno, totalmente ofegante, ele estava curvado com as mãos nos joelhos, tentando recuperar o fôlego.

— Sr. Hummel, o que aconteceu? — Blaine perguntou enquanto secava as lágrimas no seu rosto.

— Eu-eu... Oh meu Deus, estou ficando velho... — Kurt deu um longo suspiro. Blaine mordeu levemente o lábio, tentando não rir. Ele não concordava que Kurt estava ficando velho. — E-eu percebi, você e o seu irmão brigando... Está tudo bem com você?

Blaine assentiu, pensando que agora o professor iria lhe deixar sozinho. Mas Kurt por um lado não acreditou, ele percebeu o rosto corado de Blaine pelo choro e seus olhos inchados.

— Posso realmente acreditar em você? — Kurt perguntou novamente e Blaine assentiu imediatamente. O professor arqueou a sobrancelha em direção de Blaine. — De verdade, Blaine?

— Sim, senhor.

— Ok. — Kurt ajeitou a alça na bolsa no ombro e consultou o relógio de pulso. — Estamos atrasados.

— Oh meu Deus! — Blaine exclamou com os olhos arregalados. — D-devemos... Devemos voltar para a...

— Nem pensar! Eu não vou deixar você assistir as aulas nesse estado. — Kurt fez uma aceno com a mão para Blaine. — Vamos criar um feriado apenas para nós e faltar.

Kurt fechou e abriu a boca várias vezes, ele tinha um pensamento e se realmente fizesse aquilo, ele provavelmente sofreria riscos. Mas então Kurt lembrou de Ariel. Ele devia viver enquanto podia! Certo?

— Eu conheço um café por aqui, que tal?

***

Blaine sentia-se um completo estranho. Quando ele atravessou a porta para dentro da cafeteria, ao lado de Kurt, ele chegou a conclusão que havia sido uma boa ideia aceitar a proposta. Ele olhou ao redor do lugar, havia pouca gente, algumas estavam sozinhas, escrevendo nos seus notebooks rapidamente. Talvez Kurt viesse muito aqui, supôs Blaine, ele escrevia. As cadeiras pareciam confortáveis com aquele assento de couro, o cheiro de café e massa de pão era tudo que se podia inalar.

Enquanto Blaine observava tudo com seus grandes olhos castanhos, Kurt riu e se direcionou para a fila da cafeteria. Por sorte havia apenas duas pessoas na sua frente. Ele virou para trás e Blaine estava logo atrás dele com um sorriso nervoso nos lábios.

É, talvez tivesse sido uma boa ideia.

— O que você quer? — Kurt perguntou, sorrindo.

—Ahn, o quê?

— Pão com queijo, café, chocolate quente, biscoitos, essas coisas...

— Oh sim. — Blaine riu nervosamente.

Ele olhou para o painel dos preços e fez uma careta, ele nem mesmo tinha dinheiro para pagar um pão com manteiga. Kurt percebeu a perturbação no rosto do aluno, ele sorriu quando viu Blaine enfiando as mãos no bolso em busca de dinheiro.

— Apenas faça seu pedido, eu convidei, eu pago. — Kurt disse sorrindo.

—M-mas...

— Eu quero um mocha sem gordura e alguns biscoitos de chocolates — Kurt disse para a balconista, ignorando totalmente Blaine. Ele virou para o moreno e sorriu. — E você?

—Hmm — Blaine ficou pensativo, olhando para o painel. — E-eu quero... Leite quente e também esses... Bi-biscoitos de chocolate.

— Ok! — Disse a balconista enquanto notava tudo num bloco de papel. — Esperem um pouco, vamos entregar na mesa de vocês. Quais os nomes?

—Kur-

— George! — Blaine exclamou com um entusiasmo que Kurt nunca havia visto. Os olhos do professor se estreitaram, quem era George? — Este é o Ted!

— Tudo bem, Sr. George e Sr. Ted, vocês podem sentar ali e esperar o pedido! — Disse a balconista, apontando para uma mesa no fundo da cafeteria.

Ainda confuso Kurt entregou o dinheiro necessário para a balconista e acompanhou Blaine até a mesa. Eles sentaram-se à mesa, um na frente do outro, para esperar seus pedidos, parecia que havia chegado mais gente naquele momento. Kurt olhou para Blaine divertido com os palitinhos sobre a mesa, ele sorriu e pigarreou, chamando a atenção do moreno.

— Quem é George e Ted? — Kurt perguntou.

— Você não assiste?

— O quê?

—Geroge, O Curioso... Não? — Blaine estava incrédulo e Kurt estava o ponto de rir, pensando que era alguma brincadeira. Mas assim que percebeu a expressão do moreno, percebeu que era sério. — Ted é O Homem do Chapéu Amarelo e amigo de George, que vive aprontando por aí!

Isso era um desenho animado para crianças, certo? Kurt estava tão interessado naquela história que nem percebeu que uma barista havia aparecido com os pedidos.

— Sr. George e Sr. Ted? — A barista questionou, rapidamente Blaine assentiu com um sorriso enorme nos lábios. Pelo menos ele havia relaxado, pensou Kurt. — Aqui estão os seus pedidos! Um mocha sem gordura, um copo de leite quente e os biscoitos de chocolates.

— Obrigado, moça! — Blaine agradeceu com um doce sorriso.

Kurt observava toda a movimentação na sua frente. Ele não deixou de sorrir quando Blaine agradeceu daquele jeito tão inocente que só existia nele, havia algo naquele garoto que era cativante e para Kurt era tarde demais para desistir de se envolver. Era como se Kurt fosse feito para cuidar de Blaine, não apenas em relação de amigos, mas para ficar sempre com ele.

— Seu café vai esfriar, Sr. Hummel. — Blaine disse, despertando o professor dos seus pensamentos. Kurt arqueou a sobrancelha ao ouvir o sobrenome e Blaine corou. — Kurt, desculpe.

— Bem melhor. — Kurt sorriu, pegando o copo de café e bebericando. Ele sorriu contra o copo quando Blaine deu a primeiro mordida no biscoito, Blaine parecia tão feliz e era apenas um biscoito de chocolate. — É bom?

— O quê? — Blaine perguntou, distraído demais com seu biscoito.

— O biscoito de chocolate, está com uma aparência boa! —Kurt disse, apontando para os biscoitos.

— Oh, sim, estão maravilhosos, devemos agradecer quem os fez. — Blaine disse com a boca cheia. Ele rapidamente engoliu o biscoito quando percebeu a falta dos modos, ao contrário do que esperava do professor, Kurt riu e pegou um para si, o mordendo. — Gostou?

— Sim. — Kurt disse com a boca cheia. Os dois riram e quase se engasgaram. — Minha mãe fazia os melhores biscoitos de amendoim, ela fazia todos os domingos quando íamos fazer um piquenique no pequeno parque do nosso bairro. Eu me lembro de aparecer correndo na cozinha para roubar alguns biscoitos acabados de sair do forno e me esconder no quarto para comê-los.

— Minha mãe também sabe fazer biscoitos. — Blaine disse, dando um gole no seu leite. — Mas infelizmente ela não vai fazer mais para mim.

— Oh, ela faleceu? — Kurt perguntou, sentindo-se culpado pelo assunto.

—N-não, ela está viva. — Blaine disse, brincando com um biscoito. Kurt preferiu ficar não tocar no assunto, talvez Blaine não quisesse falar sobre aquilo ainda. — M-mas a sua mãe...

— Ela faleceu quando eu era pequeno. — Kurt disse rapidamente antes que Blaine completasse sua frase. Blaine abriu a boca para falar, mas Kurt levantou a mão. — Não peça desculpas, não foi culpa sua.

— Oh... Ok.

— Eu e meu pai tivemos que lidar com tudo isso, tentamos seguir tudo como fosse antes, mas... — Kurt suspirou e olhou para um ponto fixo na mesa. — Nunca foi a mesma coisa depois que ela morreu. Meu pai tentou fazer de tudo para me alegrar depois da morte dela, mas ele se enganava, eu o ouvia chorando todas as noites depois que ele me deixava na cama.

Certa vez, Kurt se juntou ao seu pai para dormir. Os dois passaram grande parte de noite conversando como seria depois de tudo, mesmo que Burt fizesse planos incríveis com o filho, parecia impossível realizar todos. A relação de Burt e Kurt sempre foi agradável, mas as coisas na oficina do Hummel mais velho sempre atrapalhou o relacionamento pai e filho.

— Ele me ajudou a vir para New York, consegui me formar em Literatura em NYU e consegui um emprego bom o suficiente para pagar minhas contas. — Kurt disse tranquilamente, olhando agora nos olhos de Blaine.

—O-o que aconteceu com o seu pai? — Blaine perguntou, curioso.

— Meu pai vive em Lima, Ohio, com a esposa dele, Carole, mãe do menino que eu tive minha primeira apaixonite. — Kurt riu, lembrando-se disso. — Nome dele é Finn, alguém que eu queria como namorado e virou meu meio-irmão, um idiota, mas é um grande jogador.

— Oh, ele joga o quê? Baralho, esconde-esconde? — Blaine sorriu.

— Não. — Kurt gargalhou, pegando mais um biscoito e comendo. — Ele joga no time Vancouver Canucks, ele poderia ser a mascote, mas ele é um dos jogadores.

— Por quê? — Blaine riu.

— A mascote é uma orca que se chama Fin, é tudo ironia do destino. — Kurt disse, dando de ombros.

Ele lembra o dia quando souberam do contrato de Finn com o time, ele e Quinn passaram mais ou menos meia hora rindo dessa piada besta da mascote. Principalmente Quinn, que lembrava em todos os jogos do time, chegava a ser engraçado a implicância de Quinn pelo seu meio-irmão.

— Chega dessa conversa chata. — Kurt disse, antes de tomar seu último gole de café. — Vamos continuar nosso feriado! Como você é novato por aqui, posso te mostrar algumas coisas que conheço em Nova York e aproveitar algumas coisas pendentes, aceita?

Blaine terminou de mastigar o seu biscoito e bebeu rapidamente seu leite. Ambos já tinham terminado suas refeições, sobrou apenas um biscoito e claro que Kurt deixou pra Blaine.

—S-sim, podemos ir ao Central Park?

— Claro, podemos ir aonde você quiser.

Ambos levantaram da mesa com sorrisos grandes nos lábios. Kurt puxou o celular do bolso e viu algumas chamadas de Quinn, ele ignorou e desligou o celular, voltando a prestar atenção em Blaine, que continuava a contar coisas sobre o tal desenho animado. Blaine até mesmo sugeriu assistir George, O Curioso com ele.

— Seria legal, assistir, eu nunca ouvi falar...

— Você não sabe o que está perdendo, George é um macaco muito legal, ele vive explorando as coisas pelo museu onde Ted trabalha. Ele tem muitos amigos também.

Kurt franziu a testa ao descobrir que George era um macaco, tudo bem, ele ficaria bem com isso. Apesar de estar ansioso sobre o desenho animado, agora era o momento de explorar New York com Blaine, O Curioso.


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Notas finais do capítulo

Haverá sim um continuação para esse capítulo. George e Ted vão começar New York do jeito deles, espero que tenham gostado. No próximo capítulo teremos mais Klaine e talvez Cooper, coisa boa não vem dele, sério. Comentários? :)