Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 1
Capítulo 1: Silêncio de olhos castanhos


Notas iniciais do capítulo

Sentiram minha falta? Duvido. Enfim, uma nova fic para você desfrutarem, o tema meio que vocês vão descobrir lendo esse primeiro capítulo. Quanto a classificação vai ficar por enquanto +16, talvez mais tarde eu mude para +18, porque como me conhecem, eu travo em escrever Lemon. Espero que gostem da história, favoritem e comentem.



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O despertador sobre o criado-mudo anunciou calorosamente que a férias de verão chegava ao fim. Um gemido gutural escapou dos lábios de Kurt enquanto ele enterrava o rosto no travesseiro, querendo se convencer que não era segunda-feira. Alguns minutos, arranjando ânimo para levantar daquela cama quentinha e convidativa, com um longo suspiro, Kurt sentou na cama e esfregou os olhos, sonolentos. Ele tinha que se levantar e ganhar seu dinheirinho no final do mês

O homem de olhos azuis saiu da cama e caminhou em direção ao banheiro, fez sua higiene matinal e voltou ao quarto para arrumar a cama. Quando terminou, ele saiu e entrou na pequena cozinha do seu apartamento. Seu apartamento era um ovo de tão apertado, porém tinha duas janelas grandes, que eram as duas únicas coisas legais sobre o apartamento. Janelas que proporcionavam uma vista para o transito horrível de New York.

Quando Kurt terminava de tomar café, seu celular tocou em alguma parte do apartamento. Ele rapidamente o achou caído ao lado do sofá coberto por um manto xadrez. Era Quinn, como ele previa, sua melhor amiga e colega de trabalho.

— Kurt?

— Oi.

— Kurt!

— Oi?

— Kurt?!

— Quinn está me ouvindo?

Kurt terminou de abotoar a camisa jeans com mangas curtas enquanto dava uma mordida na sua panqueca fria. Seu apartamento estava uma confusão, livros, roupas e papéis espalhados por todos os cantos. Anotou mentalmente de arranjar um tempo para limpar toda aquela bagunça. Ele deu um gole do seu café, apanhou seus óculos e sua bolsa em cima da mesa, tentando decidir entre falar ou tomar o seu café.

— Kurt, onde você está? — Quinn perguntou, parecendo impaciente. Ela era uma grande amiga para Kurt, o que era engraçado, pois ambos não se falavam muito quando estudavam juntos no colegial. Naquele momento eles deveriam estar numa reunião, Quinn já deveria estar, mas Kurt preferiu por enrolar um pouco na cama. — Os professores e o reitor não parecem nem um pouco felizes com a sua demora.

— Garota, estou na metade do caminho. — Kurt mentiu, rindo internamente.

— Apresse-se se quiser continuar a acordando cedo e trabalhando. — Quinn riu, mas estava falando sério no fundo.

— Fique tranquila, estou indo o mais rápido que posso!

Kurt deixou sua caneca de café na pia e correu para fora do apartamento, batendo a porta com força recebendo um olhar repreendedor da sua vizinha da frente. Ele ignorou e continuou correndo, preferiu descer de escadas a ir de elevador, seria péssimo ficar preso naquela coisa. Rápido, Kurt terminou de descer as escadas e tentou passar discretamente por Chuck, porteiro e filho da dona do prédio.

— Hummel, onde vai com tanta pressa? Você tem que pagar o aluguel. — Chuck gritou enquanto seguia Kurt.

— Eu estou atrasado para um compromisso! — Kurt o empurrou quando ele se pôs na sua frente. — Avise a senhora sua mãe que eu a pagarei quando Quinn aceitar sair com você!

— Mas, ela não é... Lésbica? — Chuck perguntou, confuso.

Kurt gargalhou alto e bateu levemente no ombro de Chuck enquanto saia do prédio. O garoto continuou parado, coçando a cabeça enquanto observava Kurt, este destrancou o cadeado da corrente da sua bicicleta, guardou a corrente vermelha na bolsa e subiu na bicicleta. Kurt empurrou os óculos contra ponte do nariz e sorriu para Chuck, que corou levemente, mas era tarde para Kurt perceber aquilo, ele já pedalava pelas ruas de Nova York.

Aos poucos ele foi ganhando velocidade, passando tranquilamente entre os carros e o trânsito infernal da manhã. Na metade do caminho, Kurt já estava suando, ele precisava chegar o mais rápido possível em NYU ou Quinn lhe mataria. No momento em que Kurt chegou à universidade, ele pulou da sua bicicleta e a amarrou em qualquer canto do campus. Ele correu para a entrada dos prédios e empurrou as portas duplas da entrada de NYU. No bolso da sua calça o seu celular vibrou, ele já sabia muito bem quem era, pegou o celular do bolso e atendeu.

A falta de atenção no caminho fez com que Kurt colidisse com um moreno usando óculos Ray Ban, estilo aviador.

— Olha por onde anda! — Avisou o homem desconhecido.

— D-desculpe, e-eu... — Kurt revirou os olhos quando o homem lhe deu costas. — Foda-se.

— Kurt?

Ele virou o rosto para encontrar Quinn no seu lindo vestido amarelo de verão. A loira segurava o celular na mão esquerda e na direta uma pasta, sua expressão não era uma das melhores.

— Onde você estava? — Quinn perguntou, aproximando-se do amigo.

— Eu acordei tarde! — Kurt exclamou, dando um sorriso amarelo. — Perdi alguma coisa?

— Uma reunião chata.

— Sobre?

— Mais um desses alunos problemas. — Quinn disse com um encolher de ombros.

— Graças a Deus! — Kurt exclamou, aliviado.

— Cale a boca, você é ateu. — Quinn riu.

— Eu sei.

Quinn encarou o amigo seriamente e os dois compartilharam uma gargalhada.

Eles caminharam juntos pelos corredores da universidade, ambos estavam com o tempo vago. Kurt tornou-se um grande amigo para Quinn e vice-versa. Apesar dos rumores que eles eram namorados, algo criado pelos seus alunos, os dois eram assumidos para quem quisesse saber, apesar de que Kurt não gostasse de ser tão exposto. Quinn por seu lado, não se importava, numa de suas aulas em NYU ela deixou claro sobre sua orientação sexual quando um engraçadinho flertou com ela no meio da aula. Kurt simplesmente ignorava os comentários maldosos, vindos até mesmo dos outros professores.

Eles decidiram lecionar juntos assim que saíram do McKinley High. Nova York foi um grande desafio no começo, ambos tornaram-se mestres em licenciatura juntos, com o estágio foi fácil conseguir duas vagas para professores em NYU. Tentaram dividir um apartamento, mas Kurt reclamou sobre os convidados que Quinn trazia a cada noite. Sendo assim, cada um tinha seu apartamento, mas viviam grudados um no outro.

— Tem planos para hoje? — Quinn perguntou enquanto eles caminhavam em direção a sala dos professores.

— Sim, corrigir algumas avaliações virou um plano para virar a madrugada. — Kurt brincou.

— Kurt, você precisa sair! — Quinn disse com razão. — Se divertir, encontrar alguém para esquentar seu lado frio da cama.

Kurt franziu a testa e encarou Quinn, incrédulo.

— Quê? — Quinn riu.

— Você pareceu o Noah falando assim, que horror... Enfim, eu não preciso de ninguém esquentando meu lado frio da cama, porque eu rolo muito quando durmo. então ele não existe.

— Quanto tempo você... Sabe? — Quinn ergueu as sobrancelhas, sorrindo.

— Oh meu Deus, Quinn! — Kurt exclamou, chamando a atenção de outros professores quando eles entraram na sala. Rapidamente, o professor de olhos azuis sorriu constrangido para eles antes de voltar sua atenção para sua amiga. — Que tipo de pergunta é essa?

— Ué, uma pergunta qualquer.

— Para sua informação, na verdade não, não te interessa quando e onde eu fiz sexo! — Kurt disse baixinho apenas para Quinn.

— Você não lembra, não é? — Quinn mordeu o lábio para não rir da expressão e a vermelhidão no rosto de Kurt. — Faz tanto tempo que você não lembra!

— Eu lembro muito bem quando transei pela última vez! — Kurt gritou, irritando-se.

Seus olhos se arregalaram e Quinn rompeu em gargalhas. Todos os presentes na sala olhavam na direção dos dois professores mais novos, alguns com olhares repreendedores e outros com sorrisos divertidos nos rostos. Kurt rapidamente deslizou para fora da sala, tentando cavar um buraco no chão e sumir.

***

Deu o horário para Kurt começar sua aula. Ele sentou em sua mesa e olhou ao redor da sala de aula vazia, suspirando antes que mais um período começasse. Ele observou a sala ir enchendo e deu a classe um ou dois minutos para se acalmarem. Ele notou alguns nomes que ele conhecia, porque ele lhes havia ensinado anteriormente, bem também havia nomes que ele não conhecia.

Kurt pôs os seus óculos que estavam no bolso da sua camisa e olhou para os seus alunos.

— Bom dia! Espero que todos tenham tido um ótimo verão! — Ele disse com entusiasmo. — Ao contrário de vocês, eu tive que ficar revisando algumas provas anteriores e corrigindo os erros sádicos de alguns de vocês! Para aqueles que não me conhecem, eu sou o Sr. Hummel, e sim. Os rumores são verdadeiros. Eu sou o melhor professor nesta universidade.

Ele riu junto com sua classe.

— Não digam isso a Srta. Fabray, provavelmente ela vai achar que roubei o script de apresentação dela. — Kurt pegou um papel qualquer da sua mesa, causando mais risadas.

Sorrindo, ele olhou em volta e percebeu alguns daqueles rostos novos. Seu coração saltou em sua boca quando ele percebeu um novato. O aluno era moreno dos olhos castanhos, alguns cachos caiam na sua testa, talvez atrapalhando um pouco sua visão, vestido com roupas simples e olhando diretamente para Kurt. 

O professor desviou o olhar intenso e deu a sua classe algum trabalho para começar e tomou o seu lugar de volta atrás de sua mesa, escondendo-se dos olhares do moreno. Foi a primeira vez que Kurt teve aquela atração por alguém, ainda mais com um aluno, isso deveria ser ilegal e antiético.

Alguns minutos depois, Kurt levantou da sua cadeira e começou a passear entre as cadeiras para ter a certeza que seus alunos estavam focados. Quando finalmente parou ao lado da carteira do moreno, Kurt percebeu que sua folha estava em branco, quer dizer, havia alguns rabiscos de desenhos, mas não era isso que o professor queria.

— Então, o que você vai fazer no seu trabalho? — Kurt perguntou, cruzando os braços.

Não houve resposta e isso chamou a atenção dos outros alunos.

— Alguém aí? — Kurt brincou, arrancando risadas de seus alunos. — Você fala por acaso?

 — Blaine...

— O quê? — Kurt arqueou a sobrancelha com um sorriso.

— Meu nome é Blaine.

— Ok, Blaine. O que tem em mente? — Kurt perguntou.

Não houve resposta novamente, aquilo estava começando a irritar Kurt. Ele agachou ao lado da carteira do Blaine e olhou diretamente para o moreno, que tinha a cabeça abaixada, evitando qualquer contato com o professor.

— Blaine, tem alguma coisa em mente para a lição? — Kurt perguntou novamente, apenas para o aluno. — Se você não sabe o que fazer, pode tirar dúvidas, estou aqui justamente para isso.

Kurt sorriu para ajudar, mas o moreno se recusava olhar para ele. O professor levantou e caminhou de volta para sua mesa em silêncio, alguns múrmuros começaram pela sala, mas ele rapidamente pediu silêncio. A classe voltou ao dever enquanto Kurt pegou a lista de chamada e procurou o nome de Blaine na lista.

Blaine Devon Anderson era o nome.

Claro que Kurt não tinha autorização para outras informações, mas o novo aluno parecia ter a mesma idade que o restante dos alunos dentro da sala. Era quieto demais, isso estava incomodando. Todo esse silêncio só fez o professor ficar intrigado e mais curioso sobre o aluno.

O tempo acabou assustando o professor e alegrando os alunos. Rapidamente, todos recolheram suas coisas enquanto ignoravam totalmente o que Kurt dizia. Enquanto a sala esvaziava, Kurt manteve o olhar sobre Blaine, este que arrumava suas coisas com todo cuidado. O professor se aproximou do aluno, lentamente, para não assustá-lo e pigarreou, chamando atenção de Blaine. Os olhos azuis encontraram aqueles olhos castanhos totalmente misteriosos.

— Blaine, certo? — Kurt perguntou mesmo sabendo a resposta, o moreno assentiu lentamente. — Está tudo bem? Você me parecia meio nervoso, talvez isso tudo seja muito novo pra você. Imagino que tenha vindo de uma cidade pequena e agora está aqui, em Nova York, um lugar novo e cheio de coisas para explorar. Pode acreditar, também me senti assim na primeira vez.

Blaine brincava com a alça da bolsa no seu ombro enquanto ouvia seu professor, atentamente.

— Saiba que estou aqui para ajudar, como todos os professores. Você pode contar com Srta. Fabray, talvez ela dê aula para você ou não, eu não sei... Mas mesmo assim, ela lhe ajudaria como conselheira. — Kurt disse sorrindo gentilmente para o aluno. Ele percebeu que Blaine continuava nervoso. Provavelmente estava querendo fugir daquela conversa chata, pensou. —Precisa tirar alguma dúvida?

— E-eu... Eu queria falar sobre... Uh huh — Blaine por um momento pareceu congelar. Ele olhou rapidamente para porta e abaixou a cabeça. Kurt seguiu o olhar do moreno e encontrou o mesmo homem que ele esbarrou no começo do dia, agora sem os óculos escuros. — Eu tenho que ir, Sr. Hummel.

— Tudo bem, até amanhã. — Kurt disse, sorrindo.

Blaine passou rapidamente por Kurt em direção ao homem na porta. Ele pareceu se desculpar com o homem mais velho e saiu da sala, mas antes o professor pigarreou, chamando atenção do homem que acompanhava Blaine.

— Com licença, você é responsável por Blaine? — Kurt perguntou, caminhando em direção ao homem.

— Sim, eu sou. — O homem cruzou os braços sobre o peito, num ato intimidador. — Algum problema?

— Hmm, eu sou Kurt. Kurt Hummel. — Kurt sorriu, estendendo a mão para o homem. — Professor de Blaine.

— Eu percebi isso — Disse o homem, olhando para a mão de Kurt em desdém. — Cooper Anderson.

— Você é?

— Irmão... Com licença, isso é algum tipo de interrogatório?

— Não, quer dizer — Kurt engoliu em seco e coçou a garganta. — Blaine não foi muito produtivo, ele me parecia muito quieto, isso me intrigou um pouco. Há algum problema com ele?

— Se meu irmão tem algum problema? — Cooper riu sem humor. Ele descruzou os braços e olhou diretamente nos olhos azuis do professor. — Não há nada de errado com meu irmão, Hummel. Como você mesmo disse, ele apenas estava quieto, então, eu lhe pergunto, há algum problema com isso?

— Hmm... Não. — Kurt sorriu nervosamente.

— Acho bom.

Sendo assim Cooper saiu da sala e Kurt sentiu um alívio imenso. Ele massageou as têmporas e esperou outra turma encher a sala novamente. Com um suspiro demorado, ele desabou na sua cadeira e observou cada aluno tomar seu lugar. Esse ano não seria fácil.


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Notas finais do capítulo

Loucas para descobrir sobre esse Blaine?

Temos essa amizade linda entre Quinn e Kurt, que eu peguei de NGORT, porque eu estou cansada de ver Rachel sendo melhor amiga do Kurt, apenas é frustrante, sei lá, espero que entendam. Cooper vai aparecer muito, pois ele é meio que um irmão muito protetor, haverá muito interação entre Kurt e Cooper como essa, eles não vão se bicar. Então é isso!

Comentários, críticas, sugestões são mais do que bem-vindas :)