Lexie's Anatomy escrita por gabi


Capítulo 4
Falling to the ground


Notas iniciais do capítulo

Créditos a Shonda Rhimes!



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- Sou Lexie. Lexie Grey. Sou sua.... irmã

- Ótimo Lexie. Depois a gente conversa, você tem que... bom, vai ver onde sua residente está. 

- Mas--

- Saia da frente Dr. Grey! - ela disse gritando e me empurrando.

Como assim ela não ficou animada em me conhecer? Sou adorável. E, simpática, e, e ok, era muito para ela digerir agora mas eu sou irmã dela! E ela não fica um pouquinho animada? Sim, seu pai foi muito ruim com ela, abandonou sua mãe e etc mas, mas nada. Ela tinha um paciente para tratar. Isso foi muito egoísta da minha parte. Segui seu conselho e fui procurar Yang. Não sabia onde ela estava, fiquei procurando igual uma barata tonta. Era muita confusão. 

- Hm.. Senhora?

- 3? Não me chame de senhora! Preciso que você vá buscar os resultados dessa cara.

- Onde? Eu não...

- Não sabe? Procure 3. Vá.

Depois de umas 4 voltas no hospital inteiro, e mais um pouco, achei onde pegava os resultados de exames e fui correndo levar a Yang.

- Onde estava? - Ela disse, furiosa - Estava esperando.

- Estava... Conheci minha irmã.

Ela andava na direção do quadro onde se via os resultados de raios-x. Não sei o nome daquilo ainda. E eu, fui seguindo.

- Foi estranho - continuei - Depois me perdi... Fiquei pensando em Meredith.

Ela parou e me olhou.

- Meredith é sua irmã?

- A Dra. Grey. Meio irmã. Você a conhece?

Antes que pudesse me responder, Christina olhou desesperada para os exames e disse:

- Preciso de bipem o Dr. Shepherd. 

- Dr. Shepherd? - Peguei o panfleto que nos deram com os números dos paiges de todos os médicos do hospital. Fiquei procurando. - Ele é o...

- Alguém bipe o Derek Shepherd. Agora! - Ela disse gritando apavorada como se estivesse presa em uma jaula e não conseguisse sair.

- 3? Estão demorando para alguém bipar o Shepherd, vá procura-lo. 

- Urgente? O que tem ai? 

- Depois te explico, VAI! 

- Mas não sei como é!

- Alto, cabelos bonitos, olhos bonitos - Ela disse perdendo a paciencia. - VAI!

- Mas--

- AGORA! - Ela não aguentou, e gritou.

Procurei Shepherd em todos os lugares, desde o lobbing, até a sala de trauma, todos os lugares, nada. Meredith, contanto estava no balcão de traumas então resolvi ir até lá e me desculpar.

- Desculpe... Por antes, estava nervosa por conhece-la. Não vou mais bloquear passagem, desculpe.

- Você é a garota do bar. - O homem o lado de Meredith falou

- Desculpe?

- A garota do bar. 

- Meu Deus! Sim. Meu Deus! - eu soava desesperada. Ele trabalhava aqui? - Você trabalha aqui.

- Sim - ele disse, com um sorriso simpático. Olhava para Meredith nervoso, tipo um pedido de desculpas. - Trabalho, sim.

- Garota do bar? - Meredith estava quase explodindo. Talvez ela me odiasse. 

- Sim. -olhei para ele nervosa, isso já havia acontecido antes?

Ele também parecia confuso, olhava para mim, e para Meredith, eu, Meredith.

- Eu sou a garota do bar. - Meredith estava a um passo a explodir. Dava para ver a veia de sua testa pulsar.

Ele queria dizer algo mas estava muito constrangido para isso. Queria rir mas percebi que era comigo isso também, e, bom  minha irmã. Quem eu queria causar uma boa impressão. E minha chefe. Então, fiquei calada. E Meredith foi embora.

- Ela me odeia. Minha irmã me odeia.

- Meredith é sua irmã? - Ele parecia surpreso. Ninguém sabia da minha existência? Primeiro George, depois Christina e agora ele.

- Meio irmã. - E então lembrei seu nome, quem ele era, e que eu tinha de chamá-lo. - Me disseram para procurá-lo, Dr. Shepherd.

- Ok. Vamos.

Pedi para me seguir, ele começou a me perguntar coisas, tipo meu nome, por que queria ser médica, quem é minha residente. Quando respondi Christina ele, surpreendentemente, disse:

- Yang? Ela é boa, pode ser dura demais com você ás vezes, mas ela quer fazer você tão boa quanto ela. Yang, vai te humilhar, rir da sua cara e te fazer ficar um lixo. Mas é assim que ela ensina, não se rebaixe ao nível dela. Se você reclamar com alguém, ela vai te rebaixar mais ainda. Ela quer que você fique forte, e aguente as mortes, s cirurgias de 14hrs que você terá de passar. - Fiquei perplexa. Parei na frente da sala de trauma 

- É aqui?

Fiz que sim com a cabeça. 

- Ótimo. Você primeiro - e sorriu, simpático.

- O que temos aqui? - Shepherd perguntou.

- Venha ver os raios-x -disse Yang.

- O crânio está desconectado das vértebras cervicais

Olhei junto com eles. Em poucas palavras, o crânio do paciente estava "fora de seu corpo". Digo, estava em seu corpo, mas não estava ligado a nada nele.

- Foi decapitado internamente

- 90% morrem

- E os outros 10%? - perguntei com medo da resposta.

- Nunca vi nenhum - a resposta que eu temia estava ali. 

- Sempre há uma primeira vez. Ele voltou dos mortos. - Fiz piada. Não foi muito agradável. Devia ter retirado o que eu disse. 

- Henry - ele disse calmamente ao paciente. Era tão tranquilo o jeito que ele falava, tão macio, como seda. - Sou o Dr. Shepherd. Seu crânio está desconectado. Tentarei uni-lo com uma cirurgia. Entendeu? Pisque uma vez para "sim" e duas vezes para "não"

uma piscada

- Sei que dá medo. Prometo que farei tudo o que puder. Você tem família?

uma piscada

- Entraremos em contato. Imobilizem a coluna e contatem a família. - Pobre Henry estava desesperado. Dava dó olhar para ele. Então, Shepherd disse uma coisa que me assustou. 

- Descubra se ele é doador de órgãos. - Deixe-me explicar, quando se entra em coma, você tem um período de tempo até todos os seus órgãos pararem ou ter hipotermia. Neste perido de tempo, médicos entram em contato com a família para ver se é doador. Se for, os órgãos ajudam na recuperação de uma outra pessoa.

Olhei para Henry, ele queria ajuda. Não queria morrer. Queria viver, ele tinha uma família. Ele era feliz até ir ao trabalho tranquilamente, bater em um veado e ter seu crânio decapitado internamente. Ele estava com medo, tremendo. 

- Com licença Doutora - alguém me tirou de meus pensamentos - precisamos prepara-lo para cirurgia. 

- Ah claro, desculpe.

Uma hora depois, Derek Shepherd nos convidou para ver a cirurgia de perto. 

- Começando a fusão - ele disse, girando uma chave de fenda cirurgica ao redor do pescoço de Henry para re-conectar seu crânio em seu corpo. Aquela era 1 em 1 milhão para se ver ao vivo. Algo nunca experimentado, novo.

Até que ele se mexeu.

Herny, o paciente anestesiado, moveu o braço.

- Ele... Ele se mexeu?

Yang olhou para o braço, movendo.

- Sim, ele me mexeu - ela disse se apressando para avisar que precisavam de mais anestesia.

- A anestesia passou muito rápido - Derek estava apavorado, como ele disse, um movimento sequer e ele morre. - Yang, estabilize o pescoço.

- 3! Venha e segure os pés - dei meu bloquinho de anotações para minha colega e fui correndo - Pegue o lençol, e cuidado com a zona esterilizada. 

Estava desesperada. Mal conseguia respirar, como assim eu, segurar os pés, eu, sem tocar a zona esterilizada. Comigo, tudo podia ir  mal.

- Temos que mantê-lo imóvel. Nem o menos movimento. - Derek falou em desespero

- Não pode se mexer. Ouviu? Não dará certo se você se mexer. - Christina falava com Henry. Não comigo, não com Derek. Com Herny. Christina Yang tinha um coração apesar de tudo.

- Não deixe aquele que o amam. Precisam de você. Mais do que a lembrança do seu amor. 

Ficamos mais uma meia hora assim, até que Derek disse que Christina podia soltá-lo e a cirurgia havia acabado. Depois que Christina se lavou, e eu me lavei, tomei coragem e disse

- Foi doce o que você fez ali.

Ela virou para mim.

- Foi? Obrigada. Estava tentando manter o paciente imóvel - ela disse num tom irônico.

- Eu só quis dizer que foi--

- Eu entendi. Agora vai fazer outra coisa 3.

Saí de lá e andei nos corredores até chegar na maternidade. E George O'Malley estava na frente da vidraça, vendo os bebês.

- Tudo é encantador aqui

- Eu trouxe este há uma hora - apontou para um bebê gordinho, fofinho, mordendo suas próprias mãos. Olhei para ele assustada. Tudo bem que ele repetiu, mas ano passado ele era um estagiário. Provavelmente nunca havia feito isso. Nunca. 

- Por que não está feliz?

- Eu já fiz isto antes! É déjà vu! - Ele gritava comigo. Como eu disse antes, provavelmente, provavelmente ele nunca havia feito isso. E eu estava errada.

- Ah... Não passou na prova, George, acontece. Não é culpa de ninguém. Não?

- Sim, não é culpa de ninguém - seu tom de irônia era igual o de Christina. - Callie deu os cartões de estudo para Christina, Meredith não escreveu nada. Christina estava planejando o casamento. E Izzie tinha que... Você sabe. Eu.. Eu sou o responsável. Sempre fui o responsável. Não digo "e eu?", "quando conseguirei o que eu quero?" "Quando serei mais do que alguém que não passa na prova?" - Gritava, bem alto, de raiva, de angustia. - Não estou dizendo isso, mas...

- Mas, e você? - eu disse, concordando com ele.

- Sim! - George havia parado de gritar mas continuava bravo. 

- Eu não planejei estar aqui. Eu ia para outro hospital. - desabafei - Mas a minha mãe tem soluços e me vi em um funeral. Todos temos problemas. Mães morrem, pais bebem tanto que se esquecem em que ano estamos. E irmãs que... Há uns meses eu nem sabia que Meredith Grey existia. E ela não fala comigo. Não quero estar aqui. Daria tudo para não estar aqui. Para ter a vida que planejei. Não tenho tempo para perguntar "e eu?". Então você muda, e supera. Estou aqui agora. E você? - apontei para o bebê - Trouxe uma criança ao mundo hoje. Pare de ser fazer de vitima. 

Ele me olhou apavorado. Nem eu sabia que tinha tudo aquilo dentro de mim para desabafar com um completo estranho que conheci no vestiário uns dias atrás. 

- Você.

Ele fez uma pausa.

- É meio que ótima.

- Eu sei

E ficamos encarando os bebês, ali em paz, em silêncio. Até que George recebeu uma mensagem

- Lexie, tenho que ir. 

- Tudo bem. Vai.

E eu continuei lá. Só olhando. Quando começou a ficar tarde, voltei ao vestiário e contei a todos sobre o parto de George. Estavam todos comentando. E George entrou na cena. Todos estavam o olhando.

- Que? - ele gritou

- Nós... Nós ouvimos que você fez um parto hoje. 

- No seu primeiro dia como estagiário. - Adicionei

- Sim - ele respondeu.

E as perguntas começaram a vir

- Como foi? 

- Você fez sozinho? 

- É a coisa mais incrível do mundo?

- No seu primeiro dia. - repeti. Como se fosse um re-começo, acho que ele entendeu minha mensagem. Nos encaramos por um tempo. Seus olhos verdes eram muito bonitos e hipnotizantes.

- Foi ótimo. Ele saiu rápido - Todos se juntaram para ouvir, como se sua mãe estivesse contando uma historia - Tive que achar o cordão. Conhecem Tredelenburg? 

E ficou nos explicando, passo a passo. 

Todos nós percebemos que estavamos em turnos, descemos para preencher uns formulários. Estava andando até o balcão para entregar os formulários.

- Meredith.

Ela me olhou, sorri para ela. Do outro lado ouvi "Meredith". Derek Shepherd estava lá. Porém, Meredith ficou parada por um tempo e depois decidiu ir com Derek. Fiquei magoada, mas fiquei feliz em saber que eu era uma opção. Ela estava pensando em me escolher. Só pensando, mas isso já bastava


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Notas finais do capítulo

Esse capitulo ficou grande, eu tinha que acabar o capítulo. :) até sábado! e para falar comigo: http://twitter.com/@ifeel22 ou http://twitter.com/@oislexie



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