“E naquele dia, quando cheguei o vi lá, no apartamento. E por quê? Na verdade, eu não sei.”

–-//--

É, ele mesmo. Shiba.Eca
–O que você está fazendo aqui? – Ichigo.

–Novidades. –Disse ele se esticando no sofá.

–Qual seria a novidade? – Minha vez de se pronunciar.

–Dia normal, não é? -Endiretou-se- Não, ele não foi normal. Tivemos uma visita no colégio hoje. – Respirando fundo, continuou. - Asano Keigo.

–Eu vi em um jornal que ele morreu. – Respondi.

–Se enganou gatinha. – Como é que é?

– E o que faremos agora? – A cara feia do Ichigo foi totalmente ignorada pelo Shiba.

–Acho que está mais que na hora que eu cuide de Rukia.

Naquele momento eu e o alaranjado nos entreolhamos. Retornando a realidade, eu assenti.

– Tudo bem então.

A parti disso, todos os dias, ele me buscava e me levava para o colégio, trazendo de volta no final do dia. De vez em quando ele até dormia aqui na sala, o que me incomodava. Passar-se-ia muito tempo até eu ver uma fuga daquela rotina insurpotável.
Entretanto, agora haveria uma fuga. Era a época de Natal.

– RANGIKU,COMO VOCÊ PODE NÃO PASSAR O NATAL COM A NOSSA MÃE? – Eu gritava no telefone.

–Gomme Kia-nee-san! Você sabe muito bem que eu terei outra entrevista, e não posso desmarcar-lá! Lembra ainda que foi a mamãe que pediu para eu ficar me preparar bem?Lembra? Sem contar que a Nell vai ficar aqui em ca...

–Tá, tá que seja, mas agora eu pergunto, com quem eu viajarei para Inglaterra? Não ficarei horas num avião sozinha, até porque eu já tenho passagem de milhagens, ou seja, minha querida irmã, NÃO HÁ DEVOLUÇÃO DE DINHEIRO!!!!

–E agora eu te respondo minha querida irmã: convide o Ichigo, ele com certeza irá com você. – Ela disse isso toda melosa, e eu, bem,queriam matar-lá, pois meu rosto ficou quente.

–Sem chance.

–Ok, vá sozinha para a Inglaterra que eu terei que desligar agora. Bye Kia! – Mal ela acabou a frase, desligou e me deixou sozinha.

Já perceberam que não falo que Ichigo está no trabalho? É, logo hoje teve que ir, me deixando, aqui,com uma bendita vergonha do que faria a segui. Até porque um convite desse não era para apenas "amigo", certo?

–Que demora Ichigo. - Fui até a sua direção, quando ele abriu a porta.

–Pensei que você estaria com seu amiguinho Shiba.

–Fique quieto. – 1, 2, 3... respira e vai. – Tenho um convite para você.

–Uh...E qual seria?

–Você quer ir para Inglaterra comigo passar o Natal com a minha mãe que não vejo há um ano e porque eu não posso ter o meu dinheiro de volta pois eu comprei a passagem com milhagem. – Disse isso em alta velocidade e olhando para baixo.

–Como é que é?

–Vamos lá de novo: Você quer ir para Ingla... – Ele tampou minha boca com uma das mãos.

–Eu entendi o recado, mas eu também tenho uma vida aqui, lembra?

–Então isso é um não?

–Isso é um “espere um pouco que já te respondo”, ok?

–Ok.- Aí eu fiz aquela cara de cachorrinho que caiu da mudança.

–Tá, ta eu vou! – Ichigo entrou no quanto, fechando a porta, com toda força.

–E a parte do “espere um pouco que já te respondo”?

–Ah esquece, quando você vai?

–Amanhã, de noite.

–Então ta...Apaguemos qualquer vida social que tenho aqui.-Sussurou.

No meu coração descompassado existiam só felicidades, eu não ficaria sozinha no avião, Ufa!

~~//~~

Na tarde do dia seguinte, nós fomos para o aeroporto. E o Grimmjow nos levou. Quando chegamos ele até nos ajudou a tirar as coisas do carro, mas sempre rindo. E muito.

–Ichigo, parabéns pelo avanço.- Grimmjow tinha um sorriso maroto.
–Cala boca.
–Bom Kia-chan, minha missão está completa. Cuide desse seu ruivo.- O Ichigo corou, muito. E eu também.

Depois disso fizemos as coisas basicas de qualquer aeroporto: check in, despacho das malas, espera pelo voo. Normal.
E embarcamos rumo à Inglaterra.
Não sei bem quantas horas eu fiquei voando, porque cada vez parecia que era um determinado tempo. Com a Rangiku, era até bem rápido(ou máximo possível) e com meu pai, era muito demorado, quase estressante. E com o Ichigo, mais ou menos. Dormimos e conversamos sobre séries,livros e animes a maior parte do tempo.

Ao descer no aeroporto, percebemos que nevava. Aquilo realmente me animou,amo quando neva e faz frio.

Logo chegamos, de taxi, ao hotel. Ele era maravilhoso, mesmo não sendo um famoso cinco estrelas. Era bem iluminado, desde do lado de fora, onde passamos por um jardim apaixonante, cheio de flores e bancos, até o hall, que tinha móveis vitorianos.

Pegando nossa chave, fomos para o quarto 5.

Eutive aquela asciedade que temos quando desejamos algo. No momento, privacidade. Eu pensei que poderia fugir do meu destino de dividir meu quarto com o Ichigo. Mas a vida é injusta. Pelo menos cada um poderia ter um pequeno comodo para relaxar. Isolamento da sociedade, como sinto sua falta!

O quarto era bem grande, e assim com o hall do hotel, era composto por movéis vitorianos e era claro. As paredes eram bege e o chão era de um piso também bege, que estava coberto por tabetes em alguns lugares, como na parte em que tinha uma tv. Não dava para não se sentir confortável lá. Tinha uma pequena cozinha, três banheiro (duas formavam as suítes e um ao lado da cozinha) e uma varanda virada para rua.

Arrumamos nossas coisas em cada quarto, e depois comemos algo. Poderia descançar um pouco, já que era noite e nevava. Descidi que visitaria minha mãe pela manhã.

x*x*x*x*x*x*x*x*x*x*x
POV ICHIGO

–O que faz aqui?- Disse me sentando no sofá, ao lado de Rukia.Pausa para o Déjà vu- Pensei que tivesse dormindo.

–Bem que eu queria, mas a ideia de privacidade me deixou muito ansiosa.- Riu

Ela estava vendo Arrow na tv, e eu só via as cenas, porque para entender o inglês era impossível. Não demorou muito para terminar e nós ficarmos conversando.

–Aonde vamos encontrar sua mãe?

–No hospital. Pensei que eu tivesse te contado, ela meio que vive lá.

–Mas porquê?

Supirou - Ela tem uma bala alojada no seu pulmão. É arriscado tirar, e por isso ela tem alguns outros problemas e deve ficar no hospital para tratar.- Sua expressão era de tristeza, para chorar não faltava muito. Eu estava sem palavras, porém eu podia entender-lá.

–Mães...Coisas tão importantes, não é?- Dei um sorriso desanimado.- Eu sei mais ou menos como é não estar com ela.

–Como assim Ichigo?

–Perdi minha mãe quando eu era pequeno.Ela foi assassinada na minha frente.-Olhei nos seu olhos, que estavam surpresos. - Aquilo me marcou muito, e ás vezes continuo chorando e sonhando com aquelas cenas. Tive sorte, muita sorte de sobreviver. Ou melhor, de ter sido salvo.

–Ichigo...

–Não se importe com isso, até porque é natal e estamos na Inglaterra!- Levantei os braços em viva.- Essa frase ficaria melhor se eu falasse Las Vegas.-Rimos.

Não demoramos muito para dormir,estávamos cansados. E acabamos acordando cedo por conta disso. Com uns dez mil casacos e cachecois, finamente entramos no bendito hospital. Rukia trazia um buquê de rosa vermelhas e brancas, que segundo ela "farão ela lembrar quando otan-san chegava em casa, ás sextas,com flores para okan-san".
Subimos de elevado e ela abriu a porta do quarto, me dando passagem logo em seguida. Fechou e correu para cama, que estava perto da janela, atrás de uma cortina.

–Mãe!-Percebi que elas se abraçaram, e eu fui comprimentar-lás.-Eu estava com saudades de você, mas queria te fazer uma surpresa.- E então Rukia me percebeu perto da cama.- Mãe esse é o... -A senhora me encrarou.

–Ichigo.- E sorriu.