Dreams escrita por AustinandAlly


Capítulo 26
Capitulo 26


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii :)) mais um capitulo quentinho, acabei de escrever e já estou postando. Sei que estou em divida e estou tentando recuperar o tempo perdido. Espero que gostem e que comentem e se a historia merecer que recomendem. Um beijo e obrigada por todos aqueles que comentaram no capitulo passado, fico muito feliz.



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Austin

– Não atenda! – sibilei para o ruivo, era a última coisa que poderia acontecer.

Ele me olhou irritado, ele sabia que se eu ouvisse a voz da garota todos os meus muros e a minha coragem desmoronariam e eu jamais iria embora daqui.

– Você contou pra ela? – perguntei baixo.

– Não, juro! Acho que isso é um sinal Austin, deixe-me atender o telefone!

– Ela não precisa saber Dez, prefiro que saiba quando eu já estiver longe. Eu preciso fazer isso agora. – tentei ser discreto para que minha tia que dirigia o veículo não nos ouvisse.

O ruivo se enterrou no banco claramente irritado com minha teimosia, eu sei que ele só queria que eu ficasse e resolvesse as coisas sem me afastar ou sumir por uns tempos, mas as coisas vão muito além disso, é da vida da garota que eu amo que estamos falando e eu faria qualquer sacrifício por ela, até mesmo partir.

Enfim havíamos chegado e eu fazia o check- in, logo chegaria o momento e eu realmente não imaginava que iria me sentir tão triste em deixar os estados unidos. Uma nova vida me esperava a partir do momento que eu entrasse pela porta do avião e a saudade já apertava sem eu se quer tirar os pés do chão.

– Como quer que eu diga a ela? – de repente o ruivo me perguntou. Estávamos sentados numa cafeteria esperando o embarque iniciar e minha tia estava olhando a banca de revistas.

– Não sei, talvez seja melhor ela descobrir sozinha. – disse tentando parecer calmo, tentando fazer a mim mesmo acreditar que isso era o certo.

– Sabe que isso não é o melhor a fazer, ela vai sofrer se você não deixar ao menos um recado.

Eu sabia disso, inclusive havia preparado um bilhete, mas ainda estava em duvida se deveria entregar ou não. Talvez fosse melhor ir embora sem dizer nada, sem deixar esperanças... na verdade ela já estava refazendo a vida, que tipo de esperança ela teria em relação a mim? Nenhuma! Já tinha até outro cara na jogada

– Ela pode até sofrer no início, mas depois vai se dar conta que era o certo. Ela vai ver que a dor era só porque não pôde dar um adeus pra mim, no fundo eu sei que ela não me quer por perto. - disse.

– Você deve ter ficado louco. Ela te ama cara.. ela só está confusa e você sabe que qualquer um ficaria.

– Tinha outro cara com ela Dez, vai dizer que você não sabia que ela estava se encontrando com outro? E pelo visto eles já haviam se visto muitas vezes, o jeito como ela ria.. era como se o conhecesse de verdade.

O ruivo pareceu chocado, acho que ele não sabia de quem eu estava falando.

– Eu não sei o nome dele e não sei de onde ela o conhece e pra ser sincero nem quero saber. – completei sentindo a raiva pulsar, eu o queria longe dela.

– Juro que não sabia de nada cara, se eu soubesse te contaria. – ele disse claramente lamentando pelo que eu acabava de contar.

– Eu sei que sim Dez, sei também que não esperava encontrar um amigo como você! Prometo mandar notícias, certo? – sorri pra ele, o ruivo era um bom amigo.

Ele sorriu assentindo e de repente o embarque foi anunciado. Nós nos levantamos e minha tia prontamente voltou para junto de nós. Eles me olharam tristes, Tia Charlie estava com os olhos marejados, eu sabia o quanto estava sendo difícil pra ela... e pra mim.

Me dirigi ao local de embarque e apresentei meu passaporte, era hora de partir. Dei um abraço apertado nos dois e os olhei pela última vez antes de entrar pelo túnel que me levaria até o avião. A última coisa que vi foi uma Ally chorosa me esperando do outro lado, fruto da minha imaginação.

...

Ally

Estávamos tomando um sorvete tentando imaginar onde os garotos haviam parado, simplesmente sumiram. Não que Austin já não estivesse sumido desde um tempo, mas Dez já estava começando a preocupar.

– Onde você se meteu Dez? – ouvi Trish gritar quando enfim ele apareceu onde nós estávamos, ele havia sumido por três horas e nós enviamos uma mensagem avisando que estaríamos aqui.

– Eu.. me desculpe Ally. – ele olhou de repente pra mim sem nem ao menos responder Trish, a baixinha ficou mais irritada.

– Desembucha logo ruivo, anda. – ela ordenou enquanto ele continuava sem se importar com o tom ameaçador da garota.

Havia algo errado, seria com Austin? o que estava acontecendo? Comecei a ficar mais preocupada, era quase impossível não ter nada a ver com o meu loiro, porque pela cara de Dez as coisas não estavam nada bem.

Estávamos os três sentados numa mesa da sorveteria próxima à minha casa e o garoto continuava sem falar nos deixando aflitas e ansiosas pelo que quer que ele quisesse dizer.

– Ele partiu. – o som saiu de sua boca e eu imaginei estar ouvindo coisas. Partiu?

– Do que você está falando? – percebi Trish gelar na cadeira em frente à minha, então a ficha começava a cair. Ele tinha ido embora, ele havia me deixado aqui sem dizer nada.

– Ele disse que precisava de um tempo pra ele, que era o melhor a fazer. – Dez disse de cabeça baixa encarando o nada.

– Como assim? Ele não me disse nada, nós nem se quer conversamos. Onde ele está Dez? – estava quase gritando, minha voz alterada. Ele não podia ter me deixado assim, não desse jeito.

– Ele está no avião agora, indo pra algum lugar da Europa. – ele disse sem desviar seus olhos de mim, ele estava triste, eu podia ver.

A dor me consumiu, cada centímetro do meu corpo foi invadido por uma dor aguda. Ele estava indo pra outro continente, estava colocando todo o oceano entre nós. O que ele estava fazendo? O que eu estava fazendo? Agora era tarde.

– Ele não deixou nada? Um bilhete ou o que quer que fosse? – ouvi Trish perguntar, eu já tinha perdido minha voz. Sucumbindo na escuridão, apenas vi o ruivo balançar a cabeça negativamente.

Me levantei, eu precisava ficar só, precisava pensar no que estava acontecendo. Entender que eu não o veria mais, estávamos além de distantes... completamente separados. Ouvi as vozes me chamarem, mas eu só ouvia, não estava escutando de verdade. As coisas pararam de fazer sentido, nada seria o mesmo agora.

– ALLY! ALLY! – estavam gritando, mas a essa altura eu já tinha fugido.

Andei sem rumo, meu celular tocava, mas eu simplesmente o desliguei depois de insistirem o suficiente para me irritar. O vento era gentil com meu rosto e cabelo, eu imaginei ser o toque dele em minha face, imaginei que o veria, mas era tudo ilusão. Porque? Porque ele havia me deixado? Ele nem se quer se despediu. Eu fui burra, eu não disse que o amava... eu não consegui evitar tudo isso.

Minhas pernas doíam, o céu estava escuro e eu estava enfim sentada depois de muito caminhar. Sentada em um banco qualquer da praia imaginando pela milésima vez que o vento eram seus dedos alisando minha face, meus cabelos.

– Ally? – abri meus olhos lentamente diante do chamado.

– O que você está fazendo aqui sozinha? Está ventando muito hoje, pode pegar um resfriado. – de repente senti um casaco quentinho escorrendo pelos meus ombros e eu não pude evitar lembrar do dia em que Austin havia tirado o capuz e colocado sob meu corpo para me proteger de Cassidy.

Eu me virei para encarar quem estava ali comigo, eu queria que fosse ele, mas o cheiro da peça de roupa que me envolvia não era o mesmo e quando enfim encarei o rosto da pessoa a meu lado constatei que era somente Dave, meu Austin mais uma vez não estava aqui. Eu chorei e ele me abraçou, chorei pela primeira vez desde que soube que ele havia me deixado.

– hey, o que houve? – ele perguntou gentil enquanto me embalava. Eu apenas neguei com a cabeça, eu não queria falar.

– Tá tudo bem, eu vou te levar pra casa. – foi a última coisa que eu ouvi. Apaguei por completo.

....

3 mês depois

Fazia exatamente 3 messes que eu nem se quer sabia notícias dele, ele desapareceu rapidamente da mesma forma que apareceu em minha vida, tão de surpresa. Dez dizia que nem mesmo com ele Austin tentou se comunicar, mas eu tinha minhas dúvidas.. talvez ele só não quisesse falar comigo. A dor de sua ausência ainda me atingia como pequenas agulhas me perfurando lenta e infernal, as coisas estavam começando a ficar difíceis, o tratamento não estava mais avançando, estava tudo estagnado e os médicos corriam contra o tempo para tentar evitar qualquer tipo de complicação.

Estava sentindo que as esperanças haviam sido roubadas de mim, meus pais estavam tristes e eu podia perceber. Talvez eu precisasse de um transplante de medula, mas o pior era não conseguir encontrar alguém compatível, esse era meu medo e eu rezava todos os dias para que isso não acontecesse. Eu me perguntava, onde ele está agora? E se eu não aguentar? Eu o veria de novo?

– Os exames indicam que apenas houve uma pequena alteração em algumas partes do seu corpo, mas não precisa se preocupar. – Dave disse me tirando de meus devaneios.

– Por enquanto. – respondi desanimada, até quando continuaria assim?

– Não fale desse jeito Ally, vai dar tudo certo. Você é uma garota forte e sabe disso. – ele sorriu pra mim me estendo a mão, eu a peguei e ele me puxou para seus braços.

Eu estava começando a pensar se Dave sentia algo a mais por mim, sua atenção e seu carinho era demasiado... diferente do carinho que Trish ou Dez sentia por mim. Ele nunca havia dito nada, mas eu podia sentir.

– O que acha de sairmos pra comer alguma coisa hoje?

– Não sei Dave, ainda estou um pouco enjoada por conta da quimioterapia. Os processos estão começando a ficar mais fortes. – me desanimei, ele sorriu triste.

– Seu corpo não estava respondendo ao nível do tratamento anterior, por isso foi necessário aumentar a dose. – ele tentou me explicar enquanto brincava com uma mecha de meu cabelo, eu ainda estava em seus braços. Seus olhos levemente esverdeados estavam querendo me dizer algo a mais.

– Ally! – uma voz delicada adentrou o consultório médico. Era Lindsay, aproveitei para me separar de Dave.

– Linds! O que está fazendo aqui? Achei que estivesse na espanha! – perguntei entusiasmada, Lindsay havia feito intercambio nos últimos messes.

– Eu voltei a pouco tempo, na verdade voltei ontem de madrugada e soube que estava por aqui e resolvi te levar pra casa a pedido da sua mãe. – ela olhou de canto de olho para Dave, seu olhar curioso. Eu sabia que seria enchida de perguntas quando estivéssemos a sós.

Ela me abraçou forte e eu me despedi de Dave anunciando que iria para casa, afinal já havia passado tempo suficiente dentro daquele hospital fazendo uma bateria de exames.

...

– E então? Quem é o médico bonitão? Tava rolando o maior climão lá dentro! Até eu fiquei com calor. – ela disse brincalhona enquanto assistíamos um programa qualquer na televisão do meu quarto.

– Não fala besteira Linds, não tá rolando nada. Ele é apenas um amigo e não é médico ainda, é estudante de medicina. – disse tentando explicar, ela me olhou desconfiada. Eu joguei uma almofada em sua cara e ela começou a rir.

– Nem acredito que em menos de 3 mês estaremos formadas e prontas para a universidade. – ela disse entusiasmada e eu assenti. Era incrível como o tempo passava rapidamente.

– Espero não passar a formatura no hospital. – disse sem humor.

– Credo Ally, não fale assim. Que pessimismo! – fui repreendida.

–Sabe... eu encontrei com o loiro esquisito do Capuz lá na Espanha... – ela disse me olhando atentamente.

Meu coração simplesmente parou e eu passei a respirar apressadamente. Ela o havia visto? Ele estaria bem? Teria perguntado por mim? Eram mil perguntas rondando minha cabeça.

– Ele falou com você? – perguntei esbaforida.

– Porque está assim Ally? Ele não tem falado com você? Achei que... achei que ainda estavam namorando. – ela me perguntou incrédula.

Eu havia esquecido que quando tudo aconteceu Lindsay já havia ido embora para a Espanha então tratei de explicar tudo a ela, a forma como ele foi embora e tudo o que aconteceu nos últimos messes.

– Eu não sabia amiga, de verdade não sabia. Por isso até estranhei quando te vi com o médico bonitão. Bom.. eu o vi sim e ele estava sentado na areia da praia sozinho, mas você sabe que eu nunca fui amiga dele então apenas dei um aceno de cabeça e nada mais. – ela respondeu me deixando decepcionada, eu esperava saber mais dele.

...

Mais um maldito mês passava e aqui estava eu vendo uma foto de Austin numa rede social, ele estava estampado ao fundo de uma foto no perfil de uma tal de Lauren, meu coração ao mesmo tempo que bateu descompassado de saudade se inundou de raiva, ele nunca tentou se quer falar comigo e o destino ainda me pregava peças, fazendo com que ele aparecesse assim ao acaso pra mim. Minha saúde não andava nada bem, eu tinha pego um resfriado e isso complicou minha situação, passei alguns dias internada e agora estava em casa de repouso absoluto.

Trish e Dez vinham até aqui toda a tarde para me repassarem as matérias para que os professores pudessem vir aplicar as provas da unidade na minha casa, eu realmente não podia sair.

– Hey, como você está? – ouvi a voz da minha amiga baixinha adentrar o quarto.

– Trish. - disse apenas.

Ela sentou na ponta de minha cama e sorriu aberto.

– Estou bem, apenas cansada de ficar deitada todo o tempo. – respondi finalmente, ela riu sem humor.

– Imagino amiga, mas logo isso vai passar. Vai ficar bem. – ela passou a mão em meus cabelos.

– Sabe... – ela continuou- eu estive pensando Ally e acho que você devia seguir em frente também e falando isso eu me refiro ao Dave. - a olhei espantada e percebi que ela havia notado a foto que eu observava no meu notebook, a foto que Austin aparecia de fundo.

– Eu não gosto dele Trish... pelo menos não como namorado. – retruquei.

– Não é possível que você não sinta nada Ally, ele te beijou! Ele cuida de você. – ela disse fazendo com que eu me lembrasse da vez em que Dave me puxou em seus braços e desferiu um beijo quente em meus lábios me deixando sem reação, fugindo como uma garotinha.

– Eu ainda não o esqueci. – disse me referindo a Austin, tentando lembrar do beijo dele, tentando substituir o beijo de Dave pelo beijo do loiro.

– Você precisa parar com isso, se Austin quisesse ele estaria aqui do seu lado, no entanto ele não escolheu ficar aqui. – ela disse e suas palavras me magoaram.

– A culpa também foi minha Trish, eu demorei demais. Eu o fiz achar que eu não o queria. – justifiquei.

– Ally só digo uma coisa: siga sua vida. Pare de viver de passado

Fiquei em silêncio, não era justo, ele seria sempre uma ferida aberta. O passado estaria sempre no presente quando se tratasse dele e agora mais do que nunca eu me sentia fraca, a doença queria me vencer e eu precisava dele. Fechei meus olhos enquanto minha amiga acariciava meus cabelos num conforto silencioso, ela sabia que eu estava quebrada, quebrada por fora e por dentro.


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Notas finais do capítulo

Comente por favor :) Obrigada mais uma vez. Espero que eu mereça recomendações ;P



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