Minha Vida Sem Mamãe escrita por Mateus Castilho
A idade de cinco anos foi uma das mais difíceis, pois é quando a própria criança parece ter consciência de ter atingido um cume ao dizer: “tenho cinco anos!”.
Mas o centro do seu mundo ainda é ocupado pela mãe. E no meu caso, era muito, não sei se era pelo fato de não ter tantos amigos, mas minha mãe era tudo pra mim.
Nesse tempo estava na primeira série e não gostava de lá, sentia falta de casa e era meu primeiro contato com a sociedade.
Quando chegava em casa, implorava pra que me deixasse faltar no dia seguinte. Mas não tinha jeito, ela fazia questão de que fosse e aprendesse, pois seria bom pra mim. Na cabeça dela, pensava que se um garoto negro como eu, sem estudo, o único caminho seria as drogas.
Essa é a época também que as crianças fazem as perguntas do tipo: “O que é isso?”, “Pra que serve? ”, “Do que é feito? ”. E também das observações, crianças tem um dom de observar as coisas ao seu redor, mesmo que não saiba o que se passa, mas sabe que não está certo. E sabia que na minha família estava faltando alguém, alguém que dê a ultima palavra, aquele que tem a liderança. Um pai. Todos os meus poucos amigos tinham um, e se divertiam com ele, um pai era do que precisava.
Minha mãe era solteira, e por isso trabalhava em dobro para nos alimentar, e eu logo cedo aprendi de pouco em pouco me virar sozinho. Muitas vezes do jeito “Pra que serve?”.
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