Hello, My Dear escrita por StardustWink


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

E eu estou de volta! Não podia deixar de escrever algo no dia especial de um dos meus ships favoritos, ainda mais quando eu me esqueci completamente de escrever algo ano passado. /gota

Como minha criatividade não está lá muito boa, eu espero que vocês se contentem com cinco drabbles fofas que eu escrevi. ♥ E, é claro, eu vou dedicar essa fic de um casal lindo para minha melhor amiga linda Bii ,que foi quem me fez começar a gostar de ikari. Muito obrigada, sua linda!

Boa leitura para vocês!



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1. Silêncio


A jovem esgueirou-se para dentro do quarto escuro, tomando cuidado para não tropeçar em nada no chão durante seu trajeto. Aproximou-se na ponta dos pés até a cama encostada bem no canto do aposento.


Ela inclinou a cabeça para frente, avistando o que queria: cabelos roxos escondidos por baixo de um cobertor, virados de costas para ela.


Lentamente, a garota retirou as botas que tinha nos pés, ficando só com suas meias com estampa de flor. Em seguida, despiu-se de sua jaqueta e calças, deslizando para dentro das cobertas.


Ajeitando-se até ficar confortável, ela abraçou-o por trás e fechou os olhos. Ali estava um quentinho agradável, ao contrário do frio que fazia lá fora.


Ele moveu-se um pouco por entre seus braços. Ela ergueu seus olhos azuis cristalinos para fitá-lo, e encontrou-se com orbes violetas e uma mão puxando-a mais para perto.


– Você chegou tarde. - ela ouviu-o murmurar em seu ouvido.


Dawn abriu um sorriso pequeno, interpretando a fala como sua saudação particular de boas vindas. Apoiando a cabeça no peito do outro, sentiu-se ser trazida mais para perto.


– Desculpa. - Murmurou, antes que o sono tomasse conta de seu corpo.



2. Chocolate


– Paul?


O treinador não se deu o trabalho de olhar para trás, continuou olhando para a televisão com cara de tédio. Atrás dele, a garota de mechas azuis escuras bufou, não saindo de sua posição.


– Paul. - Sem resposta. - Ei, eu estou falando com você!


Ele continuou sem se virar. Dawn, então, resolveu partir direto para o ponto principal.


– Tudo bem então, eu posso muito bem entregar esses chocolates do seu sabor preferido para outra pessoa. - Ela começou. Por não ver resultados expressivos, continuou com o mesmo tom de voz. - Sabe, alguém que não me ignore. Talvez aquele meu stalker seja uma boa ideia, sabe?


Ela escutou uma risada abafada vinda do rapaz. Estreitou os olhos.


– Ou talvez... - Fingindo estar em dúvida, segurou o saquinho para frente de si mesma e o encarou. - Eu posso entregar isso ao Kenny. O que você acha?


Os sons de deboche pararam, e ela abriu um sorriso vitorioso.


– Ah, mas e se eu entregar... Para o Jun? - Ela comentou, - Ele me disse que gosta de chocolate meio amargo.


O garoto estava estranhamente quieto,sinal de que estava funcionando. Ela só precisava mencionar uma última pessoa e voilá! Ganharia o jogo.


E, nessas horas, ela sempre tinha uma carta na manga.


– E se eu entregasse os chocolates para o Ash, hm? - Dawn falou em uma voz debochada, - Talvez ele merecesse mais eles que você...


Olhos de um tom violeta escuro lançaram-lhe um olhar mortal do sofá. Ela sentiu vontade de rir da cena, mas sabia que só deixaria Paul mais irritado.


E, bom, ele não ficava muito agradável irritado.


– Você pode parar logo com isso e me dar logo os malditos chocolates? - Ele rosnou, claramente à pouco de perder a paciência.


Dawn, no entanto, era uma pessoa muito teimosa, principalmente quando fora ele que a tirara do sério a alguns minutos antes.


– Nah, você teve sua chance. - Ela abriu o saquinho e pegou de lá uma trufa de chocolate meio amargo, - Vai ter que ganhar só o saquinho como presente de dia dos namorados, que pena.


E deu a língua para ele.


O único problema era que a garota não observara que seu namorado estava se aproximando anteriormente. E, logo depois, não desviou à tempo de ter sua língua capturada num beijo.


– Hnn! - Com a surpresa, ela não conseguiu processar muita coisa do que estava acontecendo. Respondeu ao gesto como pôde, deixando que ele o dominasse, até sentir algo ser retirado de sua própria boca.


Paul se afastou, engolindo o restante do chocolate. Dawn percebeu então que ele também tinha lhe tomado o saquinho, e agora retirava outra trufa lá de dentro.


– Obrigado. - Ele disse, com um sorriso sarcástico no rosto. E enquanto a garota estava parada atônita, virou-se para subir as escadas.


Ela levou alguns segundos para gritar e sair correndo atrás dele.


– Ei, volta aqui agora!



3. Faíscas


Na primeira vez que se viram, Dawn sentiu uma faísca viajar por entre seus olhos. Foi um sentimento estranho, ainda mais por alguém que ela nunca vira antes. Viu-se pensando nele em uns momentos, imaginando o que seria aquilo.


Ele era rude, claro. Antipático. Devia ser só o seu corpo a avisando para não se aproximar.


Na segunda vez, as faíscas vieram por um motivo diferente. Estavam junto das ondas de raiva que chocaram-se contra si mesma, do turbilhão de xingamentos que se atrelaram em sua cabeça e o ranger de seus dentes.


Quem ele pensava que era, não lembrando nem o seu nome? Tratando-a como se ela fosse ninguém?


Dawn decidiu, depois disso, que aquilo era definitivamente ódio.


E continuou com esse pensamento. Somado a ele, vieram outros, que se tornaram mais leves e mesclaram-se com dúvidas. Ela pensou mais nele, mais e mais.


Depois de um tempo, ficou meio difícil realmente odiá-lo. Sentir raiva sim, mas ela própria recusava-se a chegar a esse ponto. Percebeu outras coisas sobre o garoto, observou-o ir e vir, viu-se atraída pela sua figura misteriosa.


Quando viu as faíscas pela quarta vez, sabia que era amor.


Ela tentou evitar isso, claro. Mas algo a puxava, a consumindo por dentro com esse sentimento doentio e sem sentido. Dawn passara a ver qualidades em alguém que aparentemente era um monstro, e enxergá-lo com outros olhos.


E tentou esquecer, mas isso não é tão fácil quanto parece.


Dawn viu-se conversando mais e mais com ele. Paul ficara cada vez menos tediante, menos rude todas as horas (porque ele deixar de ser era, infelizmente, impossível) e até conseguiu vê-lo sorrir uma ou duas vezes.


Mas ele nunca gostaria da garota irritante que ele dizia que ela era. Deixava isso óbvio pelo jeito com que falava com ela, sempre mantendo sua distância, como se Dawn tivesse um tipo de doença. Como se ele tivesse uma barreira ao redor de si, uma que ela não pudesse entrar.


Até que, um dia, ela não aguentou mais e quebrou a barreira.


Na quinta vez que sentiu as faíscas, estava com os olhos fechados. E também na sexta, na sétima, na oitava.


Para falar a verdade, ela nem precisava de sua visão para ver as faíscas - sentir o toque dele já era o suficiente para incendiá-la por dentro.


4 - Luz.


Ela era absolutamente irritante.


Fora o que pensou, quando a viu. Irritante, fútil, energética demais, idiota, ou qualquer outro adjetivo que queira usar. Mais uma para a gangue já estúpida de seu aparente “rival”, que era fraco demais até para se encaixar nessa classificação. Hunf, patéticos, todos eles.


Qual era o nome dela mesmo? Daisy?


Depois de outros esbarrões com ela e os outros, a garota pareceu-lhe ainda muito irritante.


Mas, olha só, ela tinha feito um comentário certo sobre a batalha. E também se lembrara do que ele tinha dito antes, mesmo que fora rude com a mesma. Por que queria saber para onde ele estava indo? Por que sempre teimava em sorrir quando o encontrava, mesmo que depois fosse ficar ofendida com o que ele dizia?


Ah, é mesmo, o nome dela era Dawn. Não que ele se importasse muito.


Ela aparentemente não desistia, aquela garota. E, talvez por pena, ele começara a responder mais às suas tentativas de conversa. Talvez seja uma influência do seu irmão mais velho, com aquela baboseira de “tratar bem garotas, pois elas são todas damas”.


Ele certamente não tinha visto Dawn antes, nem sua aura maligna de quando ela estava com raiva. Era até divertido vê-la assim, para falar a verdade. Paul começara a achar que a garota irritante não era tão ruim de se ter por perto.


O que diabos estava acontecendo com ele?


Não queria admitir, mas ficou receoso de si mesmo. Dawn era o tipo de garota que era gentil com todo mundo e, mesmo que ele achasse todos os idiotas que ela conhecia patéticos, não podia simplesmente tê-la só para si.


Isso não é uma coisa que ele fazia. Ele não precisava de ninguém.


Já tivera lições o suficiente para aprender a tomar conta de seus pokémons com o idiota de seu rival, não precisava também ficar louco por causa da amiga dele. Aquilo estava começando a virar um problema.


Mas ele não conseguia afastá-la. Aquela garota era teimosa!


E ele mesmo não queria isso, poderia admitir aquilo.


E permaneceu-se essa dúvida, de querer mesmo ou não tomar um passo que se arrependeria de fazer, de resignar-se a apenas tê-la por perto como já tinha ou desejar algo mais, algo que ele nunca pensaria sequer em ter com ela quando se conheceram.


Suas dúvidas, porém, cessaram quando Dawn lhe disse aquelas três palavras, com o rosto vermelho e olhos comprimidos de medo de olhar para ele.


Ah.


Paul sorriu. Depois, tratou de fazer o que tinha pensado em fazer já há um longo tempo.


5. Tradução.


– Problemática.


Dawn analisou a palavra com cuidado, tentando decifrar o sentido por trás dela. Aquilo tinha se tornado um apelido quase que carinhoso entre os dois, e suas amigas lhe falaram que,talvez, aquela expressão poderia ter um sentido diferente para ele.


Tipo uma língua exclusiva de namorados rudes. E, como ela não tinha um dicionário para decifrar o que ele queria dizer, resolvera tentar traduzir por si mesma.


Vamos ver... Ela encarou o garoto de frente. Será que é algo bonitinho, tipo “querida” ou “linda” ou “amor”?


...Não, Paul definitivamente nunca diria aquilo, mesmo se fosse encoberto por um código secreto.


Então que tal... Ela, depois de riscar as três palavras no caderninho, continuou. Se ele quisesse dizer ‘eu te amo’ ao invés de toda palavra depreciativa que ele fala de mim?


A garota pensou sobre isso por um momento antes de corar. Se fosse esse o caso, ele seria um grande romântico mal entendido.


– Dawn? - Paul chamou-a outra vez, e ela olhou para frente. Ele tinha os braços cruzados e uma expressão de tédio. - O que é isso?


– Nada não. - Ela sorriu, guardando o caderninho rapidamente. Depois, encarou-o com curiosidade. -... Então, você quer alguma coisa?


Ele apenas arqueou uma sobrancelha. Dawn continuou o fitando.


O garoto deu um longo suspiro, e sentou do lado oposto ao dela na mesa.


– Nada. Não posso querer estar no mesmo lugar que você sem ter um motivo? - Ele comentou, desviando os olhos. - Problemática.


As bochechas dela tingiram-se de rosa ao lembrar-se do que pensara há alguns segundos atrás. À sua frente, Paul semicerrou os olhos.


– O que foi? - Ele perguntou. Dawn, corando mais, riu um pouco para tentar achar uma desculpa que prestasse.


– Ah, nada não... Só estava pensando, hehe... - Ela alternou os dedos indicadores com as mãos, não sabendo mais para onde olhar.


Ele a encarou mais. Depois, soltou uma risada completamente inusitada.


Dawn o encarou atônita. Ele quase nunca ria, e fez isso logo agora?


– Eu não sabia que você podia ser tão estranha. - Ele sorriu debochadamente para ela, com um brilho familiar nos olhos.


Novamente, as três palavras brotaram em sua cabeça como se fossem traduzidas instantaneamente. Ao invés de ficar surpresa, porém, ela apenas sorriu.


– É. - Respondeu alegremente. - Talvez eu seja mesmo.


Eu também te amo, estúpido.


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Notas finais do capítulo

Tcharaaaaam!!! Espero que tenham gostado, hehe~ Eu queria dar como presente de ikari day o capítulo final de The Bet, mas acabei travando em uma parte /gota Mesmo assim, vocês devem ver outras atualizações minhas por aqui no futuro, então fiquem de olho!

E espero que esse monte de fluff tenha derretido seus dentes. Talvez se deixarem review eu possa arranjar um dentista para vocês? /piscadelanadainsinuativa

Bom, até mais! ♥