O Trono dos Black escrita por Carrie Lerman


Capítulo 9
Um Black Arrependido?


Notas iniciais do capítulo

Olá, esse capitulo deu trabalho pra escrever principalmente pela parte musical! Espero que leia e comentem! E gostem logico! Beijos e ouçam a musica é linda e muito importante para o capitulo ser completamente entendido! De preferencia ouçam junto com o paragrafo em que Ligeia começa a tocar o violino! Beijos



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Ligéia Krumer havia se inscrito para ganhar a bolsa em Hogwarts por dois grandes motivos, um deles era que a Universidade em questão provia das melhores classes de arte em toda a Europa, e como uma apaixonada por esculturas e pinturas modernas a moça desejava se formar em tais categorias. Outro motivo era as enormes salas de música por onde grandes orquestras já haviam passado, e naqueles dias desfrutavam de grande sucesso, nas maiores casas teatrais de todos os países. O único incômodo ao qual a moça teria de se submeter para desfrutar de tais aulas era ter que dividir o mesmo espaço com Sirius Black, cujo ela julgava não ter um pingo de classe para ficar sentado com o seu traseiro por muito tempo em um só lugar ouvindo alguém falar. Regulus a acompanhou naquela tarde como sempre fazia até a porta do salão de música, onde segurou as mãos delicadas da moça com gentileza e sorriu dizendo:

– Eu a vejo depois da aula?

– Claro! –ela sorriu retribuindo os olhares do rapaz.

O corredor que até então estava lotado de alunos, foi ficando vazio aos poucos enquanto cada um ia adentrando a sala de música para tomar seus devidos lugares. No meio dos poucos alunos que restavam perto da porta principal, surgiu Sirius Black como sempre correndo apressado por estar atrasado para a aula. Ele ainda ajeitava a gravata entortada e atravessada em frente à camisa, quando esbarrou com um dos colegas, com quem se desculpou com um sorriso e se dirigiu a entrada encontrando o irmão caçula com Ligéia. Sem se fazer de rogado o rapaz levou a mão pesada sobre o ombro do mais novo e disse ficando entre ele e Krumer:

– Regulus, vai com calma! Assim vai acabar sufocando a nossa Julieta aqui! –ele sorriu para a moça e piscou. – Não acha que está marcando em cima demais?

– E o que é que você tem haver com isso? –resmungou Regulus segurando os dedos de Six e retirando-os de seu ombro.

– Tudo, o tempo que você fica monopolizando a linda aqui é um tempo a menos que eu tenho para desfrutar da sua bela companhia! –disse passando o braço por cima dos ombros de Krumer que fez cara feia tentando se desvencilhar do abraço inoportuno.

– Será que pode me soltar? –reclamou ela.

– Dá o fora Sirius... Vê se você se manca. –disse Regulus puxando a moça pela mão e empurrando o irmão. – Ligéia já disse que não quer nada com você. Desiste... –disse praticamente querendo enfiar a moça embaixo no braço afastando-a do irmão.

– Calma aí irmãozinho! Tá com medo de competição? –disse Sirius provocando enquanto se colocava diante de Regulus com um sorriso sínico e estufando o peito.

– Não me provoca Sirius... –disse Regulus ficando vermelho de raiva.

– Parem com isso. –disse Ligéia se atravessando entre ambos. – Eu não sou um troféu pra ficarem me disputando... –disse tocando o peito de Regulus. – Se afastem.

– Agente só tá conversando linda! –disse Sirius olhando para a moça.

– É dessa maneira saudável que vocês costumam conversar em casa? –disse olhando Sirius.

– Na verdade é disso para baixo. –respondeu Regulus encarando Sirius com um olhar mortal.

– Pelo amor de Deus, vocês são irmãos. Se vocês querem um pretexto pra discutir ótimo, mas que não seja eu. Eu vou pra minha aula... Com licença... –disse ela se retirando e passando por Sirius.

Ele por sua vez continuou encarando Regulus com seu ar debochado enquanto o caçula se aproximava mais uma vez e dizia colocando o dedo no peito do irmão, dizendo com um olhar sádico, que costumava esboçar sempre que mostrava seu lado mais cruel e rancoroso, coisa que aprendera com sua prima Bellatrix, que parecia sentir prazer em fazer os outros sofrerem.

– É melhor ficar longe da Ligéia, nós temos algo e eu não vou aturar você dando em cima dela na minha cara...

– Primeiro abaixa o dedo por que eu não sou um dos seus amigos. Segundo, eu não vi seu nome marcado na pele dela, portanto você não é o proprietário da garota! Terceiro, eu dou em cima de quem eu bem entender porque você não tem peito pra me impedir.

– Vai pagar pra ver? –disse com o nariz praticamente colado ao de Sirius.

– Tá tentando me beijar por acaso? –disse rindo. – Por que me botar medo é que não pode ser! Se enxerga Regulus... –disse dessa vez em tom sério. –Eu ainda não desisti da nossa aposta, e nem pretendo. –disse em tom mais baixo.

– Ela é só isso pra você, mas pra mim não... Eu gosto da Ligéia, e se você se intrometer no meu caminho só pelo prazer de ser desprezível, e magoar ela, eu esqueço que nós temos o mesmo sangue e acabo com você.

– É pra eu ter medo? –disse com ar de pouco caso. – Pra sua informação isso não é mais só por causa da aposta! –Sirius sorriu. – É também por que aquela garota. –disse apontando para a moça dentro da sala segurando um violino. – É boa demais pra você...

– Você se acha melhor do que eu não?

– Rapazes? –disse o professor interrompendo a briga. – Pretende assistir minha aula ainda esta tarde Sirius?

– Eu já estava entrando professor! –disse encarando o homem de bigode e óculos fundo de garrafa. – Só estava tendo uma conversa amigável com meu irmãozinho!

– Bom podem conversar depois da minha aula. Por favor, Regulus...

– Eu já disse o que tinha pra dizer professor. Desculpe se atrapalhei... Você foi avisado. –disse apontando o dedo para o nariz de Sirius.

Dito isso Regulus se afastou lançando sobre Sirius outro de seus olhares ameaçadores. Sirius sabia que o irmão falava sério quando admitiu gostar da moça, mas isso pra ele pouco importava pois conhecendo Regulus como ele conhecia, sabia que o caçula jamais enfrentaria a família e seu orgulho por quem quer que fosse a garota. No final das contas, Sirius pensava que faria um favor para Ligéia afastando-a do irmão. Segundo ele era melhor para a moça se decepcionar com Sirius Black, o tremendo galinha de Hogwarts cujo todos já conheciam do que se deixar enganar pelo falso encanto de Regulus Black, que se escondia atrás de seus bons modos apenas sufocando sua frustração de não ser corajoso o suficiente para ir contra as regras da família Black. Os irmãos sempre foram o oposto um do outro, sendo que Sirius enfrentou o medo que tinha de contrariar a família logo quando garoto, enquanto Regulus nunca teve coragem de decepcionar sua mãe, e engolia muitas vezes seu próprio desejo para dar lugar ao que a família achava ser o certo para seu futuro. Por exemplo, a profissão que Regulus ansiava por formar-se naquela faculdade não passava nem perto do que o rapaz realmente gostaria de fazer, sendo que o sonho de tornar o filho um grande advogado sempre fora desejo de Walburga e nunca de Regulus. Quanto a Sirius, teve a influencia da mãe sobre se tornar medico, mas no fim optou por algo que ele realmente amasse fazer, que no caso era se dedicar as artes. Coisa que Walburga e o restante da família julgava como uma profissão sem futuro e sem fins lucrativos. Sirius sempre era questionado sobre sua escolha profissional nas reuniões de família, mas saia por cima respondendo com a mesma frase otimista: “Prefiro morrer de fome com um sorriso de satisfação nos lábios, do que não conseguir fechar os botões da minha camisa pela gorda fartura que não me deixa dormir a noite”. E então recebia um olhar de desaprovação de todos, com exceção de seu tio Alphard Black, que sempre apoiara o sobrinho por seu ar impetuoso, e por demonstrar ser um rapaz simples de boa índole que não se importava com luxo e que respeitava as pessoas por seus atos e caráter e não por seus bens.


...


música: http://www.youtube.com/watch?v=J1t0lJ_MF_4

Ligéia fora chamada a frente do salão de música junto com mais seis colegas para uma demonstração. Mesmo ainda não estando totalmente familiarizada com os instrumentos novos da nova Universidade a moça não deixou a desejar. Ao lado dos colegas, ela tocou uma canção suave e envolvente que deixara os demais alunos em silencio total apenas apreciando a magnitude das notas de seu violino. Sirius estava sentado no canto da sala com as pernas meio espalhadas ao lado de dois outros rapazes que assim como ele tinham mais habilidade com instrumentos de som mais pesado como baterias e guitarras. Eles eram os únicos que murmuravam sem parar, o que mudou quando Ligéia colocou seu violino sobre o ombro esquerdo e depositou sobre as cordas do mesmo sua vara de tocar, assim fechando seus olhos conforme tirava o som do instrumento acompanhando o colega que tocava piano logo no centro do salão. As notas que iam unindo-se formavam um som harmonioso que preenchia o lugar por completo causando um sentimento de encanto nos presentes que mesmo já acostumados com o som, sempre se deixavam apaixonar por cada nota tocada. Mais ao fundo havia um dos rapazes que tocava discretamente uma bateria sem causar muito estrondo, apenas dando um toque mais moderno a música tocada. Também havia triângulos sutis e um violoncelo tocado por Leila a garota mais talentosa da turma, que já havia ganhado muitos prêmios para a universidade por seu talento. Sirius que até os primeiros trinta segundos da canção estava descontraído brincando com os colegas e fazendo suas piadas costumeiras, voltou seus olhos para o rosto focado de Ligéia enquanto a mesma se movia devagar e suavemente como se fosse influenciada pelo toque de um anjo, mantendo suas pálpebras fechadas e piscando com as mesmas apaixonadamente sem abri-las. Era como se naquele momento a moça estivesse em um transe profundo, sentindo nada além da canção tocada por ela mesma. Sirius debruçou-se sobre os joelhos e fitou-a com toda sua atenção enquanto seus olhos pareciam ver apenas o rosto encantador da garota e seus ouvidos atentos ignoravam qualquer murmúrio lateral. Os olhos castanhos de Sirius que raramente se prendiam por muito tempo em um único ponto, a menos que ele estivesse com raiva estavam totalmente vidrados em Krumer como se o mesmo estivesse sendo vitima de um feitiço de hipnose. Quando a música se encerrou, todos aplaudiram com paixão exceto Sirius que não conseguia parar de encarar Ligéia sequer para mover as mãos. Ele foi desperto do seu transe particular apenas quando um dos colegas estalou os dedos diante de sua face:

– Hey! Tá babando no tapete cara! –disse o rapaz ao seu lado.

– O que? –disse Sirius com um sorriso confuso.

– Você! Parece que tá em outro planeta!

– Não enche! –respondeu dando um tabefe no braço do outro e rindo.

Sirius voltou a olhar para Ligéia que sorria para os colegas e enquanto voltava para seu lugar seus olhos cruzaram com os de Sirius que mantinha os seus brilhantes como uma pedra rara recém-polida. Sem graça pela olhada indiscreta e direta do rapaz, ela apenas sentou-se e evitou voltar a olhar para Sirius. Já no final da aula, enquanto era uma das ultimas a sair do salão, Ligéia deu de encontro com o rapaz que a esperava escorado na parede esquerda da sala do lado de fora. A moça tentou evitar Sirius, mas este parou diante dela impedindo que ela seguisse em frente e disse:

– Me dá um minuto Li! –disse com um sorriso discreto.

– Eu não fico nem meio minuto sozinha com você. –tentou desviar, mas Sirius a segurou.

– Só um segundo! Prometo que não toco em você...

– Já está tocando caso não tenha reparado. –disse franzindo a testa.

– Tá! –ele ergueu as mãos com um sorriso divertido. – Vai me ouvir?

– O que você quer?

– Me desculpar! –disse piscando os dois olhos ao mesmo tempo com um ar doce. – Por causa do lance na torre do relógio. Foi mancada ter apostado que conseguia um beijo seu!

– Por que tá pedindo desculpas agora?

– Por que sim.

– Isso não responde... –disse desviando dele, e enquanto ele a seguia e parava diante dela outra vez, com seu sorriso amigável.

– Me dá uma chance Li! Eu sou um pouco impulsivo às vezes, não penso no que vou fazer ou dizer! Não fiz por mal!

– Eu notei... –ela se referia ao beijo no salgueiro.

– Eu não costumo pedir desculpas pelas coisas que eu faço. Isso vai contra meus princípios, você não sabe como é difícil pra eu admitir que to errado! –disse com ar divertido.

– Então por que está se desculpando? –disse arregalando os olhos.

– Pelos meus outros princípios... –ele sorriu.

– Que seriam?

– Não ser um completo idiota o tempo todo!

Ligéia respirou fundo ficando em silencio apenas desviando o olhar enquanto pensava. Sirius tocou o queixo dela com a ponta dos dedos e a fez olhar em seus olhos dizendo com um sorrisinho dócil de garoto.

– Só precisa dizer sim! Não é tão difícil...

– Não vai mais tentar me agarrar?

– Eu não disse isso! –ele riu olhando-a de canto.

– Tchau Sirius... –disse desviando do rapaz algo que parecia impossível já que ele sempre a segurava.

– Tá bem! Eu to brincando! –disse sorridente. – Eu prometo que vou me controlar!

– Promete?

– Aham! Isso é um sim?

– Talvez...

– Já serve!

– Agora eu tenho que ir...

– Obrigado! –disse sorrindo com os olhos.

– Tá...

Ainda meio sem graça e sem saber por que aceitar as desculpas de Sirius, Ligéia se afastou pelo corredor sem olhar para trás, enquanto ele se virava e admirava todos os contornos dela embaixo de suas saias e blusas. Seu pedido de desculpas fora sincero, porém, ele não pretendia cumprir totalmente com a promessa de não tocá-la...


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam?