- Ei minha lora! - diz me puxando e me dando um selinho, e logo afundo a cabeça no seu pescoço, sentindo o seu perfume. O mesmo perfume de hortelã, e o mesmo hálito quente, e os mesmos braços fortes, a mesma segurança, o mesmo Bruno de sempre, o MEU Bruno de sempre.

- Ei meu moreno! - digo, agora voltando a olhar para Lia, que estava de braços cruzados e revirando os olhos.

- Que melação! - diz e revira os olhos de novo, e eu rio.

- Bem, é hoje que eu quero chegar na universidade, beleza? - ironizo e continuo - Mas... hoje eu vou só! A não ser que Lia queria ir comigo, ou Bruno também.. vocês que sabem! - digo e ao ver que não entenderam nada, sorrio, e levanto a chave do carro para eles.

Ju deixa o queixo cair, e ri.

- Seu carro? - pergunta.

- Não exatamente! - respondo abaixando as chaves do carro - Tipo, meu pai me emprestou o dele... só por essa semana! - falo - quem vai comigo? - pergunto e Ju ri.

- Eu dispenso! - fala e levanta as mãos, a altura do ombro, e vai em direção ao Focus de Gil - Nos vemos lá, quer dizer, se você consegui chegar a tempo! - ironiza, e eu sorri sarcástica.

- Bem.. sabe.. - começa Lia - por questão de segurança, eu prefiro ir com a Ju! - diz e vai atrás de Ju.

Me coloco na frente de Bruno e ele sorri.

- O que você me diz? - pergunto, e ele sorri.

- Eu te digo, que não vai dar! Vou ter que fazer umas, paradas depois... então, acho melhor ir com meu carro mesmo e tal! - fala acariciando minha bochechas - Vem comigo?! - pede, e eu nego com a cabeça.

- Paradas? - pergunto com uma interrogação de todo o tamanho na testa.

- Paradas! - repete Bruno, e sorri pra mim - Então, nos vemos lá? Quer dizer, você sabe o caminho não sabe? - pergunta rindo.

Ri, e dou um tapinha não muito forte em seu braço, que me puxa para um beijo.

- Também não quero! - recuo - Até lá! - faço birra e vou em direção a garagem.

Mesmo antes de chegar a garagem, Bruno me alcança, e me puxa pelo braço.

- Te espero lá! Tome cuidado, por favor! - diz num tom suave, que me faz amolecer, e mais querer ele ao meu lado o tempo todo.

Só afirmo com a cabeça, e me inclino sobre ele, dando um beijo no canto de sua boca, e depois na sua boca. Gravando aquela sensação só pra mim. Quente, suave, macia. Talvez tudo de uma vez. Só queria sentir isso pra sempre. Por fim, separa o beijo com vários selinhos, e logo me afasto dele, dando 'tchauzinho' com a mão, e rindo o mais rápido possível em direção a garagem, deixando-o rir sozinho.

Quando entro na garagem, vejo um Chevrolet Spark estacionado atrás de um Volt ( o carro do meu pai). Quando olho para chave, vejo que contém um chaveiro com um F todo enfeitado.

Entro no carro, e jogo a mochila no banco do carana, e vejo um bilhete dentro do porta luvas do carro.

Querida Filha,

Gostou da surpresa? Agora é seu!

Beijos, papai!

Sorri ao terminar de ler, e o guardei de novo. E passei o próximo minuto assim, parada, sentada no carro, examinando cada canto, e sentindo o cheiro de carro novo.

Abro, através do controle pendurado na chave, a garagem e dou ré no carro. Deixando o meu mais novo carro, exposto a luz do sol.