O idiota do meu vizinho - Brutinha escrita por Judrigo


Capítulo 58
Capítulo 58




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/382828/chapter/58

Tentei correr até dentro do galpão, outra tentativa que não deu em nada. Ele, seja lá quem for, segurou meu braço com força, e me prensou na parede.

- Não serei tão bonzinho assim! - sussurrou no meu ouvido e levou uma mão até minha cintura - pede desculpa, minha linda donzela! - falou apertando a minha cintura.

Um grito. Percebi que era meu.

- Pede desculpa! Ajoelhe aos meus pés! - gritou, e me jogou no chão.

- Não! - gritei.

Uma garrafa se quebrou com a porta. O som abafado ecoou pelo beco. Eu estava apavorada.

- Oh minha donzela... como eu queria que as coisas não fosse assim! - falou me puxando pelo braço, me colocando em pé, e me jogando na parede. Seu corpo estava ultrapassando minha área limite para gente desconhecida.

- Me solta! - gritei, o que não deu em nada.

- Sem mais blá, blá, blá, e mais ação! - sussurrou no meu ouvido. E tirou minha bolsa de mim a jogando para perto da porta - a que eu queria, por tudo, atravessar.

Ele apertou minha cintura, mais forte, e eu gritei. O que fez com que ele puxasse meu cabelo um pouco. Gritei mais uma vez, e lágrimas caíram pelo me rosto.

Não. Aquilo não poderia estar acontecendo.

- Fat? - uma voz soou pelo o outro lado da porta, que dava de volta para a Night. Uma voz familiar.

- Bruno! - gritei - Bruno! - gritei de novo, e tentei correr até ele.

- Calada! - disse e apertou meu braço.

Me balancei, tentando me soltar.

- Fat? - Bruno gritou através da porta.

Elevei meu joelho, sem dó de talvez acertar suas partes íntimas, o que fez com ele se encolhesse um pouco e afrouxasse os apertos em minha cintura e meu braço. Empurrei com força sua cabeça contra a parede, e ouvi um som de algo se chocando contra o chão.

Não. Eu não matei uma pessoa! Minha pancada nem pode ter sido tão forte. Um gemido. Um solto de ar de alívio. Tentei procurar minha bolsa, só que não a vi.

Senti uma mão pegar meu tornozelo, enquanto ia até a porta.

- Não! - gritei e chutei seu braço. Ele segurou mais forte o meu tornozelo e eu gritei. Pisei no seu braço com tanta força, que foi a vez dele de gritar.

- Tem alguém ai? - perguntou uma voz, que parecia estar um pouco bêbada, na porta dos fundos.

- Oi?! Me ajude! Socorro! - gritei.

O brilho da luz do lado de fora iluminou o beco. A silhueta de um homem apareceu e eu senti que poderia confiar nele.

- Oi? - perguntou. Corri até ele, o abraçando.

- Por favor! Me tire daqui! - pedi e lágrimas começaram a cair, sem parar.

- Tá... mas, o que aconteceu? Eu não posso me envolver com a policia! - falou me tirando de seus braços.

Um gemido de dentro do beco. Eu apertei meus olhos, e fechei minha mão em punho. Ele me segurou pelo braço e me tirou dali. Fechou a porta por trás de si, e me colocou sentada, na parte traseira de um caminhão. Ele me deu um copo de plástico, e o encheu com água.

- Obrigada! - sussurrei e ele assentiu.

- O que aconteceu? Você pode me dizer? - perguntou docemente?

- Eu... eu acho... que... tentou... - não consegui falar. Balanceia cabeça tentando tirar aquela má lembrança da minha cabeça.

- Tentaram de agarrar? - perguntou e eu abaixei os olhos, e assenti com a cabeça - Oh céus! - murmurou - E... já pensou menina, se eu tento de agarrar também? Você se jogou em cima de mim...

- Eu sei que você não tentaria! - disse e parou de falar e me olhou confuso.

- Sua mão me disse que muitas vezes não devemos ter segurança pelos seus sentidos? - perguntou. A voz rouca me dava paz.

Balancei a cabeça afirmando.

Terminei de beber a água, e fiquei ali um pouco. Descobri que seu nome era Hank. Descobri que era o zelador da Universidade de Seattle. Descobri que sua filha fora violentada pouco antes de entrar para essa mesma universidade, e concluí que não se deve confiar em universitários.

Pouco depois, ele me perguntou se eu estava bem, e me falou para ir procurar meus amigos de novo. Falou que era seguro eu entrar pela porta da frente novamente. Me levantei da carroceria do caminhão, o cumprimentei, agradeci, e voltei para Night. Abraçando meu corpo. Corri até onde sabia que Ju estava sentada, e passei por vários olhares curiosos. Olhei para o meu braço e começava a surgir manchas rochas.

Ju estava sentada ao telefone, e apoiava a testa numa das mãos. Suspirei num alivio, quando a vi. Corri até ela, e ela parecia estar preocupada. Ela se levantou e eu me joguei em seus braços. Ela passou as mãos no meu cabelo.

- Ela tá aqui! - ela disse no telefone.

Voltei a chorar, ela me abraçou mais forte. Logo em seguida, Lia e Dinho chegou, acompanhado de Gil.

- Amiga! - Ju disse passando a mão nos meus cabelos, num tom consolador.

- Cadê o Bruno? - perguntei.

- Lá fora! - ela disse - Com a policia! - continuou.

Pela primeira vez na noite, levantei meu olhar, diretamente para ela.

- Ideia do meu irmão! Vem... vão pra casa! - disse.

Saímos da Night. Minha visão estava meio turva, e avistei Bruno. Ele correu até mim, deixando um policial falar sozinho. Ele me abraçou e me beijou. No pescoço, na bochecha, no rosto, na testa, no ombro, na boca.

- Eu não te deixo mais sozinha! - sussurrou no meu ouvido, fazendo-me arrepiar.

Eu sorri.

- Espero! - sussurrei de volta, e o beijei - Vamos pra casa?

- Agora.. você só precisa dar as informações de como era o... você sabe quem! - disse impaciente, talvez com raiva, bravo ou triste.

- Tudo bem... só que eu não o vi direito! - disse.

Ele assentiu, e me levou até o policial, no qual falara antes.

- Garota! - gritou a voz rouca. Olhei para o lado, e ele veio carregando um homem, um pouco mais velho, com barba a fazer. A blusa meio suja. Era ela. Quem tentara... não preciso dizer. Ele segurava minha bolsa.

- Aquela não é a sua bolsa? Não me diga... que foi... - assenti a cabeça. Ele me abraçou rapidamente, e ia em direção a Hank, que se assustou um pouco, recuando.

- Bruno! - gritei, e o segurei pela camisa - O velho é do bem! - disse passando na frente dele, e indo até Hank.

- Fique bem, menina! Nos vemos amanhã? - perguntou me entregando a bolsa.

- Claro! - disse sorrindo.

O policial parou no meu lado.

- Foi ele? - perguntou apontando para quem Hank trazia pelo braço.

Assenti com a cabeça.

O policial o pegou pelo braço, e Hank me abraçou, antes de ir. Olhei para Bruno, e ele me olhava, com as mãos entre as axilas. Abriu os braços, e eu corri até ele em um abraço.

- Eu to com uma vontade enorme de pular naquele cara que tá sendo jogado dentro do carro! - falou me abraçando mais forte.

- E eu to com uma vontade enorme de ir pra casa, tomar um bom banho, e ficar abraçada com um gato muito gostoso! - falei e ele riu, me beijando. 

                                         _____

Depois de convencer meu pai que estava bem, e depois de tomar um banho quente, deixando que qualquer coisa que restara da noite saísse da minha cabeça e fosse em bora com a água pelo ralo, coloquei meus pijamas preferido, e deixei meu cabelo molhado bater na minhas costas, espirrando um pouco de águas no chão. 

Olhei para meu braço, e vi duas marcas roxas no braço. Levantei um pouco a blusa, e vi um arranhão e mais marcas roxas. Tremi a quase relembrar a cena. 

Fechei os olhos firmes, escovei os dentes, e fui para o meu quarto, onde Bruno me esperava sentado na cama, me olhando com uma expressão séria. 

Me deitei ao lado dele, me aconcheguei em seus braços. Segurança, paz... Uma sensação muito boa e muito confortável. 

Poucos minutos depois, meus olhos se fecharam, eu vi um grande borrão preto, e dormi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eeeeeeeeei lindaaass.
Me desculpem por demorar TANTOOOOOOOOO tempo assim pra posta rsrs.. Mas, tamo junto kk
..Partiu!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O idiota do meu vizinho - Brutinha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.