O idiota do meu vizinho - Brutinha escrita por Judrigo


Capítulo 49
Capítulo 49




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  Na manhã seguinte, acordei dez horas da manhã, vesti um top preto, e coloquei um short de corrida. Coloquei meu tênis, e fui ao banheiro, amarrei o cabelo em um rabo de cavalo, escovei os dentes, e desci, indo para a cozinha. Meu pai, com certeza já teria ido ao trabalho, então, ao descer, encontrei um bilhete na mesa. 

"Filha, 

te fiz um e-mail. Leia-o quando acordar. 

Com amor, papai!" 

Porque ele não deixou escrito logo no bilhete?

Enfim, guardei o papel numa das gavetas do armário da cozinha, onde ficava alguns pertences, e a-fechei rapidamente. Tomei um leite com achocolatado, e lembrei de quanto eu era 'viciada' em leite com toddy.

Me contentei com isso e me preparei para correr, e colocar os pensamentos em dia. 

Faz um bom tempo que não leio os meus e-mails, o que prometi para minha mãe, que caso ao contrário, iria surtar, sem dar notícias. Graças que eu tinha o meu pai, que talvez, mantinha contato com ela. 

Dois anos antes - BRASIL:

"Maria de Fátima" gritou minha mãe do andar de baixo, um pouco nervosa "preste atenção quando eu falo com você!" ela meio que ordenou.

Entrei no meu quarto e fechei a porta por trás de mim. Azar. Minha mãe, quer dizer, a Dona Vilma, tinha tirado a fechadura da minha porta algumas semanas atrás. Me sentei na cama, e liguei a TV. 

"Maria de Fátima" ela meio que gritou ao entrar no meu quarto, e logo fez um cara de que começou a se arrepender de cada momento. Ela se jogou na cadeira do meu computador e escondeu o rosto nas mãos e recuperou a calma "Filha.. eu zelo por você! Não sei se você percebeu. Eu só queria seu bem. Não queria te ver dançando igual a uma rapariga vagabunda que fica se esfregando em homem qualquer. Você não entende... foi um constrangimento total.." ela ia continuar, mas pensou mais um pouco e se levantou e começou a gritar de novo "Você presta atenção quando eu falo".

"Quando você fala? Eu acho meio difícil! Você só liga para que os outros vão pensar! Não era o que você ia dizer? Você só liga para o que você vai sentir, o que os outros vão pensar. Eu cansei. Dana-se, FODA-SE, tudo! Eu só queria liberdade! Coisa que eu nunca tive!" gritei e me levantei rapidamente e fui em direção a porta do meu quarto. Ela me pegou pelo braço, ao passar por ela, fazendo com que eu quase perdesse o equilíbrio.

"Você vai me escutar!" Gritou e me jogou na cama "Olha a roupa que você está usando! Um mini short, e uma mini blusa. Tem certeza que isso é roupa? Eu quero só zelar por ti. Pelo seu corpo. Você acha que isso é coisa de fazer? Ficar dançando... se mostrando para homem qualquer?" ela gritou e se virou para mim "por mim.. dane-se, não é assim que você diz?" se virou para mim "dane-se a sua vida, dane-se a sua reputação! Dane-se sua vida social Maria de Fátima. Eu não... vejo a hora de você acabar o ano, para eu te mandar para um colégio interno. Eu só quero um favor seu até lá! Não fale mais comigo! Finja que eu não exista. Você mentiu para mim! Você mentiu para o seu pai!" ela ia continuar a falar e eu a-interrompi:

"Para o meu pai? Padrasto! Eu odeio aquele homem... quer dizer... qual é o nome dele? E aquele idiota do filho dele. Ele acha que é quem? Quantos homens já veio aqui em? Ah, deixa ver se eu lembro... Ronaldo, Wilson, Rodrigo, Pedro... e agora o Adolfo! E depois sou eu que fica se esfregando em qualquer homem, não é?!" disse e ela deixou uma lágrima escorrer. Ela suspirou e logo me arrependi de ter dito aquilo. Ela sofreu muito com a separação, eu ouvi muito ela chorando pelos cantos, acho que ela não percebia. Ela gritava algumas noites. Depois de quatro anos que eles se separaram que ela continuou a viver uma nova vida. 

"Maria de Fátima!" disse num tom passivo e se virou para mim. Lágrimas já corriam pelo rosto dela desesperadamente "não importe... EU TE AMO!" disse e saiu, me deixando no eco do arrependimento.

Essa cena me veio como se fosse ontem que tinha acontecido. Sem perceber, eu já tinha corrido três quarteirões e meio, e estava um pouco ofegante. As lágrimas caiam sem querer, e eu apoiei as mãos no joelho, parando para respirar mais fundo. Eu meio que cai no chão, de bunda, e afundei a cabeça nos meus joelhos. A rua estava meio vazia, mas do outro lado, duas pessoas passavam,e percebi que uma veio em minha direção. 

"Oi?!" disse se aproximando e se abaixando ao meu lado "eu posso te ajudar?" disse a voz masculina. 

Levantei para olhar melhor, e minha visão ficou meio turva, e me veio uma tonteira. Ele percebeu e me puxou, me fazendo deitar no chão. Ele abaixou minhas pernas, e eu franzi as sobrancelhas. Ele deu um sorrisinho meio torto.

"Calma!" disse e riu manso "curso medicina! Só respire fundo e solte o ar pela boca!" pediu e eu fiz umas cinco vez a mesma coisa, eu fechei os olhos "muito bem! Agora relaxe..." disse e colocou a mão nos meus ombros e os apertando, fazendo que com eles encostasse mais no chão. Era um tipo de massagem, não sei bem ao certo, que me fez relaxar, e eu abri os olhos devagar. Eu sorri e ele se ajoelhou, e me se levantou, e estendeu a mão. Eu levantei, com a ajuda do mesmo, e ele sorriu torto.

"Obrigado!" disse um pouco baixo. 

"De nada!" disse e riu um pouco "só cuidado na hora de fazer exercícios físicos. Relaxe um pouco antes.." disse e riu mais um pouco "e fique atenta na hora de correr!" disse e apontou para uma lixeira caída no chão. Ela estava um pouco aberta, o que impediu que caísse alguma coisa no chão. Senti minhas bochechas corando e sorri.

"Fui eu?" foi tudo o que consegui dizer. 

Ele balançou a cabeça positivamente. E riu. Eu tampei o rosto com as mãos e riu. 

"Bem.." disse e o olhei de novo "obrigado, eu acho que... você precisa ir... e.. eu to te atrapalhando!" disse e ri um pouco e olhei para baixo.

Ele parecia ter uns vinte três anos. Barba por fazer. Músculos definidos. Um pouco mais alto do que eu, parecia ter um metro e oitenta centímetros. O cabelo mal cortado, e jogado para o lado e um pouco suado. Ele riu ao quebrar o silêncio:

"Bom... eu acho melhor você ir para casa e comer alguma coisa senhorita..." disse e eu demorei alguns segundos, para lembrar que estava na Terra, e que um gato falava comigo.

"Maria de Fátima!" sorri meio torto e ele sorriu de canto. Ele estendeu a mão, e eu a-peguei.

"Prazer Maria de Fátima!" disse no português fluente "Leonardo!" disse e me cumprimentou com dos beijinhos no rosto. 

Eu ri, e fiquei surpresa, e ele continuou: "Quem sabe nos encontramos por aí de novo né?!" disse, eu sorri, e afirmei com a cabeça, e ele se despediu e foi embora. Antes de dar algum passo sequer, fiquei o-olhando, que olhou para mim por trás, e eu desviei o olhar, e ele voltou a correr, sumindo ao virar na segunda direita, quase perto da minha casa. 

Respirei, e voltei a correr, de volta para casa. 

___________________________

 Era umas três horas da tarde, e por incrível que pareça, Ju não me ligou. Só recebi uma mensagem de Bruno:

Fat?! Saudades?

Peguei meu computador, e me joguei na cama. Abri os meus e-mails.

Tinha uns vinte e-mails não lidos. Cinco da Fani, um da minha pai, um do meu pai, e mais alguns que não me interessavam.

De: Fani (fanimont@aol.com.br) 

Para: Fatinha (fatprazfat@aol.com.br)

Assunto: Cadê você linda?

Ei Fat, 

nossa... não pode ir para o 'states', que já esquece as amizades, né? Cara... to morrendo aqui sem você... para me dar uns conselhos amorosos.. Ah, sabe o Hugo? Sim, aquele do terceiro período da faculdade de arquitetura, que a gente conheceu na festa do terceiro ano? Então... ELE ME CONVIDOU PARA SAIIIIIIIR! SOCORRO... me abane que se não, eu morro. 

Ah... vou te deixar por dentro das notícias, já que a girl não tem tempo nem para ligar, ou mandar um e-mail.

Bom... lembra da Gabriela? Sim, aquele desgraça--- que roubou o Nick de mim. Então, ela se mudou para Belo Horizonte, e o Nick quis voltar comigo. E RÁ! Rejeitei... não sou menina de pegar o mesmo cara duas vezes, mesmo levar um pé da bunda do mesmo (risos). 

Então, eu tenho que ir... Dona Lady Virna está me gritando.. AI QUE SACO! 

Bjus enorme, 

Fani (inesquecível né?!) rsrsrs.

Terminei de ler, e lembrei que lá deveria ser mais ou menos, umas onze da manhã. Vi a hora do e-mail que me mandou, e vi que ela me mandou algumas horas atrás. Entrei rapidamente no Skype, depois de umas vintes tentativas de lembrar a senha. Tinha várias pessoas online, e um milhão de conversas pra mim. Sorri, e... A Fani estava on. Chamei imediatamente, a mesma para um conversa de voz.

"Linda!!!" gritou ao atender "que saudades, saudades, saudades..." disse e eu ri ao ver a Fani que eu sempre vivia.


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Notas finais do capítulo

.. Hey Ladys ... gostaram do capítulo??!
.. O próximo promete heein rsrsrsr bjuus! :)



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