O idiota do meu vizinho - Brutinha escrita por Judrigo


Capítulo 42
Capítulo 42




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 Não há cor, não há luz, não há promessa de qualquer coisa se não horror. Sem palavras. Sem direção. Apenas uma porta aberta que iluminava em apenas um ponto específico. Onde ficava somente no campo da minha visão. Um ruido baixo começou a soar. 

Consegui ver um pássaro. Ele comia alguma coisa do chão. Ele parou e "olhou" para mim. Ele tentou voar. Não conseguiu. Ele.. estava.. machucado. Me aproximei. O zumbido ficava mais alto a cada passo.

Não.. o zumbido não vai me parar.. preciso ajudar o pássaro! - dizia pra mim mesma - eu não devo ter medo.. preciso alcança-lo logo! 

Dei mais um passo em direção a porta. O zumbido ficou mais forte, e mais forte. Comecei a ficar tonta, e perdi o equilíbrio, e cai no chão, o que causou um grande barulho, o que me dizia, que o espaço estava mais vazio do que eu pensava que estava. 

Estava suando frio. A minha visão estava distorcida, e a luz que passava pela porta, perdia e ganhava o foco. Minha visão ficou meio turva. 

Preciso ajudar o pássaro! - disse a mim mesma e tentei me levantar.

Fiquei um pouco paralisada. Um sombra preta apareceu na minha frente. Ficou um tempo, e o zumbido aumentou, o que me deixou mais tonta. A sombra, me.. jogou para a parede. Me choquei contra a parede, e um instalo na minha costa fez com que eu não conseguisse me mexer.

 Não deixem roubar seu pássaro! Você precisa ajudar ele! Ajude Maria! Ajude! - uma voz me dizia, tentando passar por tudo.. pelo zumbido.. pela tontura. Tentei me apoiar na parede, e me levantar. A sombra chegava perto do pássaro. Tentei gritar. Só que nada saia da minha boca. Era como se eu estivesse muda. 

Olhei para a porta novamente, e a sombra tentava pegar o pássaro. Indefeso. Ele tentava voar. Tentava fugir!

Inspirei um cheiro de hortelã, o que, de algum modo, me deu força, e eu respirei com mais facilidade.

Tentei correr, só o que o que eu consegui foi avistar uma janela em frente a porta. A minha visão ficou meio turva, e eu cai. Eu desma-ei, e o som ecoou pelo eco, e o zumbido aumentou.

Sentei rapidamente na cama. A minha visão estava meio turva, e respirava com dificuldade.

Passei a parte de cima da mão pelo rosto, e percebi que suava frio. Me apoiei na cama com a mão e inspirei, tentando respirar com mais facilidade.

Minha visão ficou mais normal, e eu me localizei. Estava no meu quarto. Aliás, eu nunca tivera saído dali.

Levantei, lutando contra a tontura, e fui cambaleando até o banheiro. Fechei a porta por trás de mim, e fechei os olhos, os apertando com mais força. Me apoiei na pia, e abri a torneira. Me olhei no espelho e vi o pássaro. O pássaro tinha que voar. Eu tinha que ajudar?

Lavei o rosto tentando expulsar a imagem do pássaro da cabeça. Falhei. Sequei a mão e abri a porta do quarto numa rapidez, que fez ficar com mais tontura, me apoiei na porta, e inspirei mais uma vez. Me dirigi até a cômoda que ficava do lado da porta, e abri as gavetas. Uma de cada vez. Na terceira gaveta, eu achei um caderninho. Um caderninho de arame, e daqueles moles. Peguei uma caneta e me sentei na cama.

Abri o caderno e escrevi "Pássaro".

Não, não era isso que eu tinha que escrever. Rabisquei e fechei os olhos novamente.

Pássaro.

Janela.

Branco.

O pássaro será branco com listras de ouro igual a uma coroa sobre a sua cabeça. Ele voará.

O pássaro será branco com listras de ouro igual a uma coroa sobre a sua cabeça. Ele voará. 

Pássaro.        Janela.        Branco.

O pássaro vai voar. Ele será branco com listras de outro igual a uma coroa sobre sua cabeça.

Parei de escrever e minha visão se fixou na janela. Joguei o caderno para o lado e fui andando em sua direção. Colei minha testa na janela e dei um outro suspiro.

Hortelã. O mesmo cheiro do sonho. O mesmo cheiro.. de Bruno! 

- Bruno! - sussurrei, e meus olhos se encheram de lágrimas. 

Já disse quanto que eu queria que Bruno estivesse agora aqui?


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Notas finais do capítulo

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