- Que filme você vai querer ver ? - ele perguntou de novo.

- Ah.. então, eu pensei - disse olhando nos olhos deles e olhando paras as batatinhas - eu pensei em assistir, sei lá, Paranorman, parece ser bem legal.. mais, é infantil.. tipo, eu gosto de filme assim também.. Ou podermos ver O vendedor de sonhos.. Ah, sei lá.. você escolhe! - disse comendo uma batatinha.

- Os dois! A gente assiste um hoje, e outro depois! - ele disse ainda olhando para as batatinhas. 

Balancei a cabeça, e sorri. 

   O lanche, foi normal. Ficamos conversando sobre várias coisas. Ele me perguntou sobre o Brasil, e quem era minha melhor amiga, se eu tinha namorado e etc... Foi até engraçado o modo de que ele perguntava. 

- O vendedor de sonhos e Paranorman, por favor! - Bruno disse para a atendente. 

Ela anotou no computador.

- Só um instante, por favor! - ela disse e logo sumiu entre a porta nos fundos.

Olhei para rua. Estava um pouco movimentada, graças a um bar logo perto daqui. A iluminação era um pouco falha, mas era um lugar muito agradável. 

- Prontinho, Senhor! - disse a atendente logo que chegou, e colocando os DVD'S dentro de uma sacola. Bruno pagou a mulher, e entramos no carro. 

Olhei no relógio. Era onze e meia da noite. Estava quase no final do filme. Bruno estava sentado ao meu lado no sofá. 

Optamos por ver Paranorman. 

- Eai, gostou? - disse Bruno se levantando assim que o filme acabou e desligando a TV, deixando a gente no escuro, e tentando fazer uma risada maquiavélica. Eu ri. Ele ligou a TV de novo, e foi até o interruptor acender a luz. Que logo apagou de novo. 

- Para Bruno! - disse cruzando as pernas no sofá.

- Não fui eu! - ele disse direcionando a luz do celular a mim - e pelo visto, não é só aqui! - ele disse olhando pela janela. 

A rua estava realmente escura. 

- E agora? - perguntei, sem saber o que fazer.

- Ser você quiser ficar nesse sofá ai, sem fazer nada! - ele disse reacendendo a luz do celular - eu vou ir ouvir música.. - ele disse parando assim que a luz do celular desligou - acabou a bateria! - ele disse.

- Tem o meu! - disse procurando o meu. Não sabia onde estava - eu acho que deixei o meu dentro do carro! - disse tentando identificar onde Bruno estava. 

- Vamos lá então! - Bruno disse. Ele andou até a porta e abriu. Tentei sair da casa me desviando de todos os móveis. Percebi que estava perto da porta, quando vi o carro branco do lado de fora. A primeira coisa que vi. Bruno acendeu os faróis, facilitando a minha visão. Fechei e porta e fui em direção ao carro. 

Entrei no carro no banco da frente. Ele ligou a luz de dentro do carro. 

A corrente fria que passava por ali, me deixou com frio. Passei a mãos nos braços.

- Quer que eu feche a janela? - ele perguntou apontando para a janela aberta. 

- Um pouco! - disse esfregando a mão no corpo. Ele riu, e fechou a janela. 

- Ta com muito frio ? - ele disse rindo e colocando a mão no meu ombro. 

- Um pouco! - disse sentindo o seu toque.

A mão dele era quente. Parecia que com o simples toque me esquentava.

- Você.. sua mão é quente! - continuei.

- Já me disseram isso! - ele disse rindo e abrindo um abraço.

Eu tinha duas escolhas: Ficar com um pouco de frio, ou me aconchegar nos braços de Bruno. 

Claro, que iria escolher a segunda opção. Me ajeitei no banco do carro e encostei a minha cabeça no seu ombro. Ele passou a mão sobre a minha costa, apoiando-a ela ali mesma. E a outra ele troco a estação de rádio e colocou no seu colo. 

Sim, eu estava gostando de ficar ali! 

Olhei pra ele. Ele estava me olhando. E mais uma vez, com aquele olhar, que, se eu não tivesse sentada, já teria caído no chão. 

- Não me olha assim! - disse o-encarando e rindo. Olhei para o volante. Ele soltou uma risadinha. 

- Assim como? 

Queridos ouvintes.. vamos começar a seção dessa noite, com Believe Again - Delta Goodrem. - o cara do rádio começou a falar. Logo começou a música. Eu gostava daquela musica. 

Olhei pra ele. Ele me olhava com um olhar mais incrível que eu já vi em toda minha vida! 

Fiquei um pouco sem graça, mais.. não consegui mexer meus olhos. Eu queria tanto sair daquele momento de silêncio constrangedor. Fechei e abri os olhos lentamente. Bruno ainda me olhava.

- I'd lost my faith in love, Tonight i believe again, My Heart was a broken place - a música começou a tocar o refrão. 

Me senti como num filme. Fechei os olhos lentamente. Mordi o lábios inferior. Abri os olhos. A distância entre nossos rostos. Havia se diminuído. Não havia muito o que fazer. Fechei os olhos, e ergui meu rosto. Nossos lábios se tocaram, parecendo até um choque. Me ajeitei no banco e passei a mão pelo rosto de Bruno, aprofundando o beijo. Um beijo quente. 

Como eu queria isso!! - pensei, cortando os beijos em vários selinhos e voltando a encara-lo. Mordi o lábio novamente, e coloquei minha cabeça de novo no ombro dele. Ele apoiou a mão na minha cintura. 

- Posso te fazer uma pergunta? - perguntei. 

- Já fez uma! - ele disse rindo -mas, pode sim! - voltando a ficar sério.

- Quantas.. bem.. quantas garotas já tiveram no mesmo lugar que eu? - disse, sem saber se queria ouvir a respostas. Ele levantou a mão, abaixando os dedos e fazendo uma conta. No final, ele riu.

- Nenhuma! - ele disse um pouco mais sério.

Senti uma pitada de felicidade se brotando dentro de mim, e percebi que um sorriso abria em mim. Olhei para Bruno mais uma vez. Ele estava lindo. Dessa vez olhava para rua. Ele me olhou. Eu sorri e apertei meus lábios contra o dele, de novo. Dei mais um selinho, sorri, e apoiei minha cabeça no seu ombro de novo!