Beta: NicolleSnape

Presente pra minha maninha TachelBlack, minha amiga oculta do amigo secreto da PSF!

Me ame pelo que eu sou

Não me odeie pelo que eu pretendo

Por Aniannka

Eu tive um sonho

Vou te contar

Eu me atirava do oitavo andar

Ninguém imaginara que ele se tornaria um herói, muito menos que alguém choraria por ele. Todas as apostas sempre foram contra e ele nunca se esforçou para mudar a opinião alheia.

Uma criança que cresceu sob o estigma da família, mimada e criada para ser sempre a melhor, nunca se preparou para seu teste de iniciação.

E era preciso fechar os olhos

Pra não morrer e não me machucar

Jamais pensara que deveria matar o pai para ingressar no exército do Lord das Trevas, mas como dizem: o aluno supera o mestre.

É o que devemos fazer não temos que ter medo

Não havia sangue, nem lágrimas, apenas festejos por seu ingresso no “time”. Rostos sem nome saudavam sua coragem. O olhar trocado com o Lord lhe dizia que ele sabia claramente o que se passava por sua cabeça e que isso o satisfazia mais do que a prova de lealdade mostrada por ele.

Voldemort e ele sabiam que um pequeno ponto negro de vazio brotara dentro de si e ele cresceria com o tempo consumindo seu ser, suas noites de sono e,conseqüentemente, sua alma. Realmente ele não estava preparado, deveria ter ouvido seu padrinho. Ele nunca seria como Lucius, altivo e orgulhoso de seu posto junto ao Lord, não se abalara nem um pouco quando Voldemort mandara seu filho matá-lo, afinal era o desejo de seu mestre.

Não. Definitivamente Draco Malfoy não era parecido com seu pai, estava cada dia mais parecido com Severus, seu padrinho. Sua alma se perdia e ele se tornava cada vez mais frio.

Eu tive um sonho

Muitos soldados me procuravam dentro do meu prédio

Não se tornara um espião como Severus, ao invés disso vendia os segredos de Voldemort já que este tinha lhe tomado como seu braço direito. Perdera o interesse pela guerra e seu maior desejo era dormir e esquecer por algumas horas que lá fora cidades eram dizimadas.

Talvez fosse essa à razão de não ter se importado quando uma noite Potter aparecera a porta de seu apartamento com uma garrafa de firewhisky na mão. Não esboçou nenhuma reação, simplesmente abriu um pouco mais a porta deixando espaço para o moreno passar. Mas não se moveu, o que fez com que Harry roçasse seu corpo no dele lhe arrancado um daqueles sorrisos maliciosos que ele costumava lançar.

E era preciso voar pelas escadas

Pra não deixar que eles chegassem perto

Perdera as contas de quantas vezes aconteceram esses encontros noturnos.

Talvez se sua mente não estivesse tão entorpecida com o desgaste da guerra teria notado os sentimentos do moreno e lhe dito para esquecê-lo. Tivera sua chance, milhares delas, mas sempre hesitara e agora não podia mais voltar atrás.

As lutas entre Ordem e Comensais se tornavam cada vez mais freqüente e sangrentas.

O Lord das Trevas decidira acabar de vez com aquela guerra. Draco não conseguira passar a informação a Severus ou a Potter. Na verdade tudo fora muito rápido. Enquanto Voldemort lhe contava sobre seus planos, mais uma batalha acontecia, numa vila próxima de onde estavam e pelo que sabiam do Gryffindor, ele estaria lá ajudando os outros.

Vodemort então disse que iriam para a vila dar fim nos bons samaritanos.

Quando Draco aparatou na vila o cheiro de sangue e morte quase o asfixiou. Corpos se espalhavam pelo chão, homens e mulheres que caíram protegendo seus entes queridos e seus ideais. Mas isso não era importante. Seus olhos varreram o local até encontrarem o garoto que mataria o Lord, seu parceiro de copo.

É o que devemos fazer

Não temos que ter medo

Não pode ficar muito tempo o olhando, logo os aurors vieram para cima dele e teve que se defender.

Por que aquela luta não terminava? Estava cansado, fora atingido mais do que gostaria de lembrar, tudo o que queria era saber o resultado para decidir se ficava ou fugia. Definitivamente Azkaban não era local para um Malfoy!

O grito feminino quase lhe furou o tímpano, girou a cabeça na direção do grito, tudo para ver Voldemort lançar a Avada Kedrava na direção de Potter. Sabia o que deveria ser feito e, por Merlin, seu pai nunca o perdoaria se estivesse vivo. Estava próximo do garoto e sabia que não havia volta para o que iria fazer.

Não deixe de cruzar o seu olhar com o meu

Dizem que quando você está para morrer toda a sua vida passa diante dos seus olhos, não é verdade, tudo o que eu vi foram àqueles olhos verde. Primeiro expressavam surpresa, depois choque e então as lágrimas e a fúria vieram juntas.

Eu vou jogar meu corpo em cima do seu

Eu sempre soube que não iria viver até o término dessa guerra por isso não hesitei em protegê-lo com meu corpo, mas ao ver aquelas lágrimas nos olhos que ultimamente brilhavam sempre alegres para mim, me fizeram desejar ter mais uma “segunda chance”.

E o calor daquele corpo que se abraçava apertado ao meu me fez agradecer pela oportunidade de senti-lo.

FIM