Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 34
Capítulo 34 - Muito humano


Notas iniciais do capítulo

Oi, golfinho.
:3
Comerciais que grudam na cabeça.



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Ninguém na pousada de Gill quis saber de levantar cedo, principalmente John, Rose e Holly, que tinham se cansado mais. Eles acordaram algumas vezes durante a manhã, mas custaram muito a levantar.

Lá pelas onze Gill e Stuart estavam na cozinha, já fazendo estardalhaço. Liz estava com eles. Holly desceu um pouco depois, os cabelos transformados numa revolta, os olhos pesados de quem acabou de acordar. Desejou um bom dia e se sentou para comer. Seu exemplo foi seguido por Rose, alguns minutos depois.

Antes que a loira tivesse a chance de comer algo, Gill perguntou como John estava.

–-Está bem. --Respondeu ela, achando que Gill falava da luta com os Zaree. --Eu o chamei, mas ele fez manha e preferiu dormir mais.

–-Acho que ele tenha pego a gripe. --Explicou Gill. --Não é nada demais, mas nesses dias frios o melhor é cuidar.

Rose concordou com a cabeça, lembrando das casas sem aquecimento do passado, e se levantou.

–-Vou buscá-lo para comer algo. --E saiu.

John ainda estava deitado, completamente enrolado, apenas com os cabelos visíveis. Ela se sentou ao seu lado e o sacudiu. John se remexeu e resmungou algo inaudível. Ela o sacudiu novamente.

–-Levante, seu humano preguiçoso. --Disse.

–-Nããão... --Gemeu ele, a voz abafada pelo cobertor. --Aqui está tão confortável, quentinho...

–-Nem vem. --Disse Rose. --Temos que tomar café e dar uma desculpa para sair daqui e voltar para o presente. --E puxou os cobertores, revelando um John desengrenado, com os cabelos apontando em todas as direções. Humanos quando acordam são simplesmente... Bagunçados.

–-Certo... --Concordou ele, sentando, de má vontade. Rose esperou-o se vestir e o puxou pelo braço.

–-Poxa a vida... --Comentou ele nas escadas. --Quando as pessoas falavam para O Doutor, é só uma gripe, nada demais, eu achava que não era realmente nada demais.

Rose riu.

–-E como é na verdade?

–-Terrível.

–-Vá se acostumando. --Aconselhou ela.

Quando chegaram lá embaixo, Liz, Holly e Stuart já haviam saído. Apenas Gill continuava lá, velando-os. Rose e John se sentaram. John não estava excepcionalmente com pique para comer, mas sabia que com Rose e Gill ao seu lado, não teria escolha. Sendo assim, comeu.

Quando eles já estavam terminando de comer, e Gill estava começando um discurso sobre como John deveria se cuidar, Holly e Liz chegaram.

–-John, Rose--Disse Holly. --Nós vamos lá em cima aprontar nossas coisas. Vamos embora daqui a pouco.

Rose e John concordaram. Gill olhou estupefata de um para o outro do quarteto. Liz riu.

–-Para onde vão? --Perguntou ela.

–-Para a cidade mais próxima. --Mentiu Rose.

–-Está muito frio para alguém doente. --Tornou Gill, se empertigando feito um pavão.

–-Ah, claro. --Caçoou Liz. -O precioso senhor cabelos, que salvou a todos dos Zaree. --E fez careta para John. Ele revidou. Liz lhe mostrou a língua. Ele revidou. Liz fez um gesto obsceno. Rose deu um tapa na mão de John antes de ele ter tempo de imitá-la.

–-Gente, olha a idade de vocês, pelo amor de Deus! --Explodiu Holly.

–-E eu estou bem, Gill. –Explicou John. –A viagem não vai demorar muito, e vou ficar em um lugar aquecido, juro.

–-Promete se comportar depois disso? –Perguntou ela.

–-Prometo. –Disse John.

–-E eu o vigio. –Cimentou Rose, só para garantir.

Gill assentiu.

–-Então, nesse caso, vão arrumar suas coisas.

O quarteto subiu e se dividiu nos quartos. Não demorou absolutamente nada para todos terem juntado suas coisas e descido novamente. Enquanto abotoavam os casacos, Gill e Stuart chegaram.

Stuart apertou suas mãos, formal. Gill, porém, abraçou todos ao mesmo tempo.

–-Obrigada. –Disse. –Obrigada por destruírem aqueles monstros. Obrigada...

Quando conseguiram se livrar dela e sair, a primeira coisa que viram foi que os corpos dos Zaree ainda estavam do lado de fora. Uma pequena multidão olhava, em silencio absoluto. Todos os olhares se voltaram para os que saíram da pousada.

–-Oh! –Exclamou Gill, fingindo surpresa. –Como isso veio parar aqui?

–-Não sei, madame. –Disse Stuart, entendendo. –Vocês sabem de algo?

John, Liz, Holly e John balançaram negativamente a cabeça. John até incluiu uma desculpa, de brinde.

–-Eu estava gripado, fiquei deitado na pousada. –Disse. Rose sorriu.

A multidão explodiu em perguntas. Gill tratou de tangê-los para longe dali, para terem a chance de irem embora sem serem incomodados. O quarteto acenou e tratou de andar.

–-Fiquei com pena dela. –Disse John, em certo ponto.

–-Não é nosso dever ajuda-la. –Disse Holly. –Isso nos atrasaria. –Ele sorriu. –E acho que Gill pode dar conta sozinha.

Andaram até estarem completamente sozinhos e longe da cidade. Rose olhou para John e se esforçou para não rir de repente. Como ele devia estar se sentindo, tendo as memórias do senhor do tempo e uma gripe muito humana? Ela redobrou os esforços para não rir ao imaginar se a situação fosse com O Doutor. Ao menos John estava um pouco acostumado.

Abriram as malas e tiraram os manipuladores de vortex de lá. Colocaram-nos nos braços.

–-No três. Um... Dois... Três!

E estavam no saguão de Torchwood. Foi com um enorme animo que John se imaginou em casa, se jogando na cama. Foi com enorme desanimo que ele se lembrou que ainda tinham que prestar o relatório a Daniel. Eles tiraram os trajes do passado e colocaram suas roupas normais. Não demorou muito até Daniel chegar e os levar a sala dois, livre naquele momento.

Foram duas horas muito demoradas, ainda mais com o falatório de Holly. John nunca achou que condenaria alguém que se empolgasse demais nas explicações cientificas (por que ele era assim), mas chegou a esse patamar aquela tarde.

Quando foram finalmente dispensados, os dois foram até o carro e foi Rose quem dirigiu (O FAROL, ROSE!!!). Quando chegaram em casa, John tirou os agasalhos, subiu até seu quarto e se jogou na cama. Foi uma das melhores sensações da sua vida. Spock subiu na cama e se deitou na barriga do humano, ronronando. O bichano havia crescido muito, mais alguns milímetros e seria uma gato completamente adulto.

Rose chegou alguns segundos, com uma tigela de sopa em uma bandeja, fez John sentar e depositou sua carga no colo do humano. Spock se enroscou nos travesseiros.

–-Mas já? –Disse John, surpreso. –Você fez essa sopa em que... Dois minutos e meio? –E provou meia colher, em dúvida.

–-Como está? –Perguntou ela.

–-Muito bom! –Respondeu ele, sincero. –Embora eu ache que estaria melhor se eu sentisse mais seu gosto. –E riu. –Foi você mesma quem fez?

Rose o olhou indignada. John tentou de (tentar) corrigir o erro.

–-Não que você não possa ter feito, mas é que você não é uma boa cozinheira... Mas isso não é um defeito. Beeem, na verdade é, mas isso não torna as coisas piores. Quero dizer, depende... Se você estiver com fome pode ser um problema. –Rose o olhava dividida entre a raiva e o riso. Perante seus olhos, John se atrapalhou mais. –Mas acho que isso parece mais uma obra da Jackie, sem ofensas... Mas isso é ótimo por que assim tenho uma desculpa para te levar para jantar fora, não? Hã... Podemos aprender, juntos, não sou nenhum prodígio na cozinha também e...

Rose se aproximou e o beijou.

–-Cale a boca. –Disse ela. --E, para sua informação foi Alden quem trouxe. Ela disse que "o senhor cabelos, o precioso salvador de todos dos Zaree, talvez se sentisse um pouco melhor com uma boa sopa."

Ele riu.

–-Coma. --Disse ela.

Ele tomou três colheres, mas, como todo humano gripado, não quis comer mais e verbalizou isso.

–-Ah, vai comer, sim. --Disse Rose.

John tentou protestar, mas sob o olhar severo de Rose, tomou toda a sopa de boca calada e não ousou jogar nenhum pedacinho de carne para Spock.

–-Sabe... –Comentou ele, depois de acabar de comer. –Quando eu vim para cá, eu tinha a ideologia do Doutor. Meio que herdei, entende? Eu achava que os humanos era muito frágeis e isso dificultou meus primeiros dias aqui. –Ele brincou com a colher. –Mas agora eu sei que não. Você não são nada frágeis.

–-Tudo isso por causa de uma gripe?

–-Não... Digo, não só a gripe. O Doutor tem um limite: Ele o conhece e respeita, e quando alcança esse limite não há mais o que fazer. Eu... Digo, os humanos, tem um limite, mas o desprezam e o estão sempre quebrando... Humanos são muito fortes.

–-Isso por que você é homem. --Comentou Rose. --Se fosse mulher, iria realmente saber o que é ser forte.

–-Ah, nem vem, --Rebateu ele. --Ser mulher é fácil.

–-Você dizia isso antes de saber como é ser um humano.

–-Eu... Hã... Por que exatamente vocês, mulheres, são mais fortes?

–-Uns detalhezinhos ai...

–-Uns detalhezinhos ai? --Perguntou ele, arqueando as sobrancelhas.

–-Uns detalhezinhos ai.

Eles sorriram um para o outro.

–-E trate de melhorar logo. –Disse Rose. –Nós ainda temos que arrumar tudo para o casamento.

John voltou a deitar, meio sorrindo, meio fazendo careta. Cada vez que pensava no casamento percebia que ele estava chegando, e ele, John, estava cada vez mais nervoso.


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Notas finais do capítulo

Tô sem nada para dizer de novo...



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