Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 3
Capítulo 3 - Missão


Notas iniciais do capítulo

Demorei? É que eu estava revendo death note e vendo another. Super-recomendo esses animes. Mas, enfim, ai está o capítulo.



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--Mas ele tem apenas um coração...

--Mas é exatamente igual!

--Mas...

--Não sabemos o que é, mas temos que investigar, por via das duvidas.

--Mas se fosse ele não teria se machucado...

John ouvia essas vozes vagamente, como se estivesse do outro lado de um comprido túnel. Elas não faziam o menos sentido. Ele não conseguia sequer formular um pensamento lógico.

--Ainda acho que devíamos esperar que os dois acordassem.

Alguma coisa se mexia irrequieta na memória de John. Algo que precisava, mas não conseguia, se lembrar. Era algo muito importante...
Então ele notou que estava de olhos fechados e tomou consciência de que estava deitado em algo macio e quente e que sua cabeça latejava.
Abriu os olhos devagarzinho. No primeiro momento viu apenas borrões, mas logo as imagens entraram em foco e ele se deparou com três pessoas que o encaravam em silêncio absoluto.

--Como se sente?—Perguntou um deles. Era uma jovenzinha de olhos puxados.

John não respondeu. Levou um bom tempo para conseguir entender o significado das palavras.

--Acho melhor nós o adormecemos outra vez, seria muito melhor. –Comentou o senhor de cabelos grisalhos.

--Não. –Disse firmemente um jovem com um olhar frio. –Precisamos descobrir a verdade aqui.

--Ele não está bem. Devíamos pensar primeiramente no seu bem estar!

--Sinto muito, Peddy, mas sou eu quem está  no comando.  –Disse o jovem de olhar frio.

A percepção de John do que estava acontecendo pareceu inflar e voltar com as lembranças do que tinha acontecido. Ele tentou se sentar.

--Não, fique deitado. –Disse o senhor. Ele e a jovem de olhos puxados o deitaram novamente. Sua cabeça latejava horrivelmente e tudo pareceu piscar por um segundo.

--Onde está Rose? –Engrolou ele.

--Ela está bem, está atrás da cortina aqui do lado. –Disse a jovenzinha.

Ele colocou o braço sobre os olhos. Não precisava ve-la agora: Ela estava bem. As palavras da jovem não lhe pareciam falsas.

--Olhe, Dickson, não importa o que você diga, o melhor a fazer é deixá-lo adormecido! Você pode interrogá-lo depois de tudo!—Disse o senhor.

John ainda estava com o braço cobrindo os olhos: A luz do lugar estava fazendo sua cabeça doer ainda mais. Doía tanto que ele cerrava os dentes.

Ouviu claramente alguém sendo empurrado e o barulho do que pareciam ser frascos quebrando.

--Pronto. Isso não vai doer. –Disse a voz suave da moça. Ele sentiu uma agulhada em seu braço e aos poucos foi sendo puxado para a escuridão. Sons de um briga ainda rompiam ao longe...

Dessa vez ele acordou e estava completamente atento: Sentou-se e olhou em volta. Estava em algum tipo de hospital. Mas o trio que havia visto a pouco— Ou muito, ele não fazia idéia de que horas eram-- Não estava mais lá.

Ele se levantou, ainda meio desorientado.  Tentou raciocinar. Primeiro, precisava encontrar Rose e se certificar de que ela estava bem. O que a jovem de olhos puxados havia dito? Atrás da cortina branca. E havia uma que separava sua cama da seguinte. Ele contornou-a e sorriu de alivio. Rose estava lá, ainda deitada. Tinha um curativo na testa, mas parecia bastante bem.  Ele levantou o braço e passou a mão pelo cabelo, então notou que não usava mais o terno azul, mas sim uma calça e uma blusa brancas.

A porta se abriu e a jovem de olhos puxados e o senhor entraram.

--Você devia se deitar!—Foi a primeira coisa que ela disse.

--Não precisa se preocupar com Rose, ela está bem.

Mas John não se mexeu. Queria uma explicação.

--O que houve?—Perguntou.

--Antes de mais nada— Começou ela, tomando-o pelo braço e o sentando na cama de Rose. –As apresentações. Me chamo Peddy Milles. E esse é Theodore Ollutteh. Você não se lembra?

--Da batida, sim. Mas quero saber o que houve enquanto eu desmaiei. Por que chamaram Rose aqui?

--Não temos permissão para contar. –Disse Theodore.

--Acho que você não tem permissão para saber nem pelas pessoas certas. –Disse Peddy.

--Acho que irão te interrogar e mandar para casa. –Complementou Theodore.

--E Rose? –Perguntou John.

--Ela terá de ficar. Precisam do conhecimento dela pra dete-los...

--Deter quem?—Perguntou John, interrompendo Peddy.

--Custaria nossos empregos e nossas memórias te contar. –Disse Theodore. –Mas nós queríamos poder.

Ficaram em silêncio. John conseguia ouvir sua própria pulsação. O que estaria acontecendo? Por que ninguém lhe contava nada? Provavelmente não lhe deixariam sair dali, tinha de bolar um plano...

--John?—Era Rose. Ela havia acordado e se sentara, olhando-o com uma expressão de enorme alivio.

--Rose!—Exclamou John, sorrindo. Ele chegou mais perto dela e ela o abraçou.

--Você está bem... A batida...

--Está tudo bem. –Comentou John. –Tudo perfeitamente bem.

--Muito bem, muito bonitinho— Disse Peddy. –Mas preciso fazer um check-up em você, Rose, antes de deixá-la ir... Você sabe...

--Ir aonde, Rose?—Perguntou John.

A humana não respondeu, se levantou evitando o olhar de John.  Peddy mediu seus batimentos, examinou seus olhos e ouvidos e ateé passou um sensor no curativo na cabeça da loira.

--Está tudo bem. –Disse Peddy. –Dan mandou-me avisar que vai esperar você na sala três.  Ele disse também que quer interrogar John...

Rose encarou John como se não soubesse o que fazer.

--Acho que não foi uma ideia muito boa te trazer ate aqui. –Comentou ela, andando em direção a porta. –Vem.
John seguiu-a. Ouviram os outros dois murmurarem votos de boa sorte.

-O que está havendo?—Perguntou John.

Rose avaliou-o por um segundo então respondeu.

--São seres de energia. Ninguém sabe que tipo de energia nem de que lugar. Só sabem que está atacando pessoas em uma cidadezinha de quatro mil habitantes.

--Eu posso ajudar.

--John, estamos em torchwood. A segurança aqui é exageradamente rigorosa. Acho que apenas certos funcionários podem...

--Rose, o que custa tentar?

Ela sorriu e continuou andando. Chegaram em uma porta branca com o numero “três”. A humana entrou sem bater.

--Tyler!Achei que você tivesse se ferido mais... E você, cabelo legal... –Era Liz, que os abraçava com uma expressão de alivio.

--Comporte-se,  Walker. –Advertiu um senhor de cabelos brancos e aspecto oficial. –Sentem-se, Tyler, Smith.
Eles obedeceram. O senhor se sentou também e virou-se primeiro para John.

--Sou o headmaster Daniel. Quero que me diga por que veio aqui, o que pretendia fazer e o que sabe sobre torchwood.

--Beeeeeem... Eu vim ajudar. Sei tudo sobre torchwood.
Daniel o encarou por um minuto, então seus olhos se esbugalharam.

--Espere..,. Você é... Você é O Doutor!
Ele se levantara e apontava atônito para John. Rose e Liz olhavam de um para o outro.

--Não, eu não... –Começou John, mas Rose o interrompeu.

--Ele é. Veio até aqui passar alguns dias comigo. –Disse Rose. Ela não mentia mal: Parecia bastante convincente. –Acho que registraram uma fenda nos últimos dias?—Daniel fez que sim com a cabeça. –Era ele chegando. Acho que já que ele está aqui, poderia ajudar.

--Claro... –Concordou Daniel. –Temos fotos suas aqui, Doutor. De quase todas as suas regenerações.

John concordou com a cabeça, tentando não parecer surpreso com a história.

--Espere ai— Disse Daniel, de repente. –Onde estão sua chave de fenda sônica e papel psíquico? Achei que fossem sua marca.

--E são. Mas eles ficaram na outra dimensão. A TARDIS não deixaria nada muito pessoal meu vir. Cheguei aqui com um manipulador de vortex. Sei que é perigoso e tudo o mais... –Ele tentou fazer cara triste. –Mas eu queria muito ver Rose.

E cruzou os dedos embaixo da mesa.

--Acho que não será problema... Vocês três podem sair em uma missão. Pessoas inocentes estão morrendo naquela cidade. Detenham os seres de energia. Salvem o Maximo de vidas possíveis.

--Do que são feitos?Os seres, eu digo. Do que se alimentam? Que grupos estão priorizando?—Perguntou Liz, que ainda olhava boquiaberta para John.

--Esse é o problema, não sabemos de nada. Vocês terão que descobrir tudo. Já tentamos, mas essa espécie simplesmente foge a tudo o que conhecemos.

--Tudo bem. –Concordou Rose. –Podemos ir?

--Claro, claro... –Disse Daniel. –Passem pelo saguão e podem pegar os suprimentos.

Os três saíram. Passaram por muitas outras portas até chegarem em uma sala onde um grupo de umas cinco pessoas os aguardava.

--Recebemos a confirmação de Dan. –Disse um deles, apontando para o fone no ouvido. –Preparamos kits sete para vocês.

--Kits sete?—John ouviu Liz cochichar para Rose. –Acho que a coisa é realmente seria.

Os kits sete eram na verdade mochilas pretas que caberiam uma criança dentro.

--Tomem, coloquem isso. –Disse outro— Bastante resistente e quente.

Eram calças e casacos pretos. Um dos integrantes do grupo puxou uma cortina e Liz e Rose desapareceram atrás dela, essa ultima meio encabulada. John teve que se vestir onde estava mesmo, o que lhe rendeu um tom vermelho no rosto.

Ele estava pronto e de mochila nas costas quando Liz e Rose saíram de trás da cortina, com roupas idênticas a dele.

--Chips de localização. –Disse um deles, vindo em direção ao trio. –Pode ser que isso doa um pouquinho.

Ele pegou o braço de John e injetou algo nele, com uma agulha tão grossa que John arregalou os olhos.

--Ai!—Exclamou.

--Você até que foi silencioso. –Comentou o funcionário, agora injetando algo em Liz e Rose. –A maioria berra muito alto da primeira vez.

--Vocês podem usar o jato numero seis. Está preparado e aguardando.

John, Rose e Liz saíram por uma pequena portinha lateral e se viram em um enorme estacionamento, com carros, motos, jipes e pequenos aviões. Rose e Liz rumaram diretamente para um deles, o seis. John as seguiu e eles embarcaram.

--Uau!—John deixou escapar. Havia quatro poltronas, duas delas para piloto e co-piloto, controle para armas, pouso em solo, areia ou água, dirigibilidade noturna, piloto automático e um visor indicava a velocidade até novecentos quilômetros por hora.

--Por favor, coloquem os microfones e fones. –Disse uma voz vinda do sistema de áudio do próprio avião. –Eles estão no painel e serão instrumentos para a transmissão de dados durante a missão.

Os três pegaram os microfones e fones e os colocaram. Eram tão pequenos e confortáveis que era possível esquecê-los ali.

--Muito bem. –Disse a voz de Dan do fone recem-colocado. –Permissão para decolar.

Rose se sentou no lugar do piloto e Liz no lugar do co-piloto. John sentou na poltrona atrás de Rose e apertou o cinto.

--Se você não gostou da velocidade do carro, espere só até ver isso aqui. –Comentou Rose sorrindo. Liz riu e ligou os motores.

Os três ficaram achatados contra as cadeiras, tamanha era a velocidade. As duas na frente riam. Até John, passado o susto do primeiro segundo de voo, sorriu, olhando as casas, já minúsculos pontinhos, lá embaixo.

--Quanto tempo até a cidade?—Perguntou John.

--Pouco mais de uma hora. –Respondeu Liz.

Foi um voo tranquilo. Havia se passado exatamente uma hora quando aconteceu: Vários vultos que pareciam humanos branco-transparentes passaram pela frente do jato. Não tinha feições, com braços e pernas compridos e pontudos. Pareciam feitos de luz. Rose soltou um gritinho quando mais deles chegaram, bloqueando a visibilidade. Uma sirene vermelha começou a piscar.

--Estão drenando nossa energia!—Gritou Liz.

E, de fato, pouco a pouco o jato começava a perder altitude. No começo devagar, depois cada vez mais rápido. Rose tentava mantê-lo na mira de um pedaço de chão descampado. Os três gritaram quando o jato chegou perto do chão e levantou levemente. O avião se chocou com o solo com uma violência estupenda. O barulho era ensurdecedor. O pareceu deslizar por muito tempo antes de parar com um rangido.

--Vocês estão bem?—Perguntou John em meio as luzes vermelhas.

As duas concordaram com a cabeça, tremulas.

--Precisamos sair. –Lembrou John.

Como se obedecessem a uma ordem, os três tentaram ver algo na poeira fora da janela.

--Acho que não estão mais lá. –Comentou Liz.

Os três levantaram, trêmulos da cabeças aos pés, pegaram as mochilas e saíram. John soltou uma exclamação audível quando viu quem estava lá fora: Ninguém mais, ninguém menos que Alden. 


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Notas finais do capítulo

Ai está. Estou planejando algo muito... Na falta de uma palavra melhor, fofo para o próximo capítulo. Me digam, vocês preferem algo mais sentimental(como no capitulo 1) ou algo com mais avetura(capitulos 2 e 3)?



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