Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 21
Capítulo 21 - Capacitor


Notas iniciais do capítulo

Hey, humanos, cheguei. Estava na TARDIS com O Doutor, ele acabou de me deixar em casa. Fomos em um planeta chamado... Na boa, não sei repetir o nome. Heffenatora... Mais alguma coisa. Muito legal, menos o fato de terem tentado nos matar... Planejei esse capitulo para o dia 27, acho que acertei na data ou então passei bem perto. :)



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Nos primeiros dias de cativeiro, como dissera Anne, os dois tinham tentado de tudo para fugir. Tentaram arrombar a porta, quebrar uma janela e até tirar umas telhas, mas seus esforços foram em vão.

Mas pelo menos os seres, ou os bis, pareciam querê-los vivos e saudáveis; Anne descobriu que atrás da porta havia um banheiro com água quente. Duas vezes, um ou outro ser viera trazer roupas limpas e mudar o cardápio da mesa. Tentaram fugir quando o ser entrou, claro, mas o pequeno ser os impediu com facilidade. John perguntara, aos berros, o que eles queriam, mas não obteve respostas. Sua esperança era que Rose o achasse mais cedo ou mais tarde. Odiava admitir que uma simples porta o deteria.

John havia pego o hábito de dormir por várias horas seguidas. Ele achava estranho que todas as vezes acordasse tonto e nauseado. Anne parecia ter notado. Estava cada dia mais preocupada e certo dia pediu para ver a parte de trás da cabeça de John.

--Não vai doer. –Garantiu ela.

Ele não havia dito nada, mas a verdade era que sentia dores de cabeça desde quando Anne tentara matá-lo. Ele estava assustado, sim, mas achava melhor não pensar no assunto.

Ele se sentou e afastou o cachecol. Anne afastou seus cabelos até achar algo que a fez exclamar audivelmente.

--O que foi?—Perguntou ele, nervoso.

--Ah, John... É...

Mas nessa hora a porta se abriu e um ser entrou, carregando uma sacola de maçãs e algumas meias. Ele deixou as coisas ali e se virou para sair.

--Espere!—Gritou Anne, colocando as mãos para o alto em sinal de rendição. –Se você quer a gente bem, precisa ajudá-lo. –E apontou para John. –Ele não está bem, está ferido! Veja a parte de trás de sua cabeça.

O ser olhou para John, que continuava parado. Simplesmente não confiava nele para permitir um “exame”. O ser o encarou por alguns segundos, então disse:

--Venha.

John nunca os ouvira falar antes. Tinha uma voz meio soprada e um tanto aguda. Continuou parado. Então, vendo que o humano não se movia, o ser foi até ele. Instintivamente, John recuou um pouco.

--Segure-o. –Ordenou o ser a Anne. Ela também não se moveu. O ser a encarou e seus olhos brancos ficaram prateados. Então a expressão de Anne se fechou e ela segurou os dois braços de John com força, de modo que ele não pode se mexer.

--Está me machucando!—Rilhou ele.

O ser abaixou sua cabeça tão rápida e bruscamente que John ficou tonto. Anne o segurava firmemente. Então o ser colocou as mãos na nuca de John, o que doeu. Sua mãos eram quentinhas como pães recém assados. John sentiu como se uma agulha entrasse em seu pescoço. Depois outra. Mais uma. Mais... Até que ele rilhava os dentes para conter o grito de dor. A sensação de agulhas parou assim que  ser tirou as mãos, e uma sensação gelada veio. Então sua visão clareou, sua cabeça parou de latejar e a tontura sumiu. Apenas depois de sumirem John notou que essas coisas estavam lá tanto tempo depois de ter acordado.

Anne soltou-o a um olhar do ser e se apoiou nele para não cair. Sua expressão voltara a ser assustada e ela estava pálida. O ser foi saindo e fechou a porta.

A cena ficou congelada por um minuto inteiro. Então Anne notou que ainda estava apoiada em John e se afastou, completamente corada.

--O que houve?—Perguntou ela, depois de se acalmar.

--Ah, é... Você não lembra... Ele controlou sua mente e fez você me deixar parado enquanto ele fazia algo na minha cabeça... –Ele passou as mãos na nuca. –Seja lá o que ele fez, deu certo.

--Ah...

--Isso é estranho— Disse ele, de repente. –Eles querem a gente vivos e saudáveis, mas já tentaram nos matar e nos sequestraram. Isso não faz sentido.

Anne não disse nada. A mente de John trabalhava velozmente, pensando em como fugir e como estaria Rose .

-

Pela primeira vez desde que ficara presa com John, Rose estava pensando seriamente em quebrara as barreiras do universo e pedir ajuda ao Doutor. Não só por seu humano estar desaparecido a uma semana. Ele havia sumido deixando para trás o cenário de uma luta. Isso já era assustador, mas não era tudo.

Tinha que fingir que tudo estava bem quando ia visitar sua mãe no hospital, embora achasse isso cada vez mais difícil. Logo na primeira visita, Jackie dissera aos funcionários que John podia entrar. Agora Rose e Pete tinham que arrumar desculpas para sua ausência, afinal, não queriam preocupá-la.

Alden pedira inúmeras desculpas por não saber onde John e Anne estavam. Ela explicara que os seres de alguma forma interferiam com seus dons. Ela estava hospedada no quarto de John e ajudava nas buscas. Já havia se recuperado e narrara aos demais como conseguira as pedras e orbes nas cavernas e como pegara as outras na casa de Anne.

Por falar em orbes e pedras... Haviam pedido a Daniel um dos cofres de torchwood para guardá-las em segurança. Afinal, a casa era muito fácil de entrar.

Haviam revirado florestas e mais florestas ao lado de Liz e Holly. Mas nenhum sinal. Tinham achado quatro lugares com casas abandonadas, mas todas vazias.

E, para piorar tudo, a policia afirmara que definitivamente o sangue no chão perto da estante era de John. E disseram que pelo lugar onde o sangue estava e a posição dos objeto, ele havia sido atirado contra a estante e o sangue fora arrancado por uma batida na cabeça.

--Rose!—Chamou Pete, arrancando-a de seus pensamentos. Ela foi até a cozinha e se deparou com Pete e Alden, que desatou a falar.

--Acho que só tem um jeito de descobrirmos onde John e Anne estão.—Rose sentiu o rosto quente de raiva ao ouvir o nome de Anne. –Preciso de umas coisinha que sei que o alto escalão de torchwood tem. Mas sozinha não vou conseguir dar dois passos dentro da base sem ser pega, preciso de sua ajuda. Mas saiba que isso pode lhe custar o emprego. O que me diz?

--Claro que vou ajudar! –Exclamou Rose. –Podemos ir agora, se quiser.

--Então vamos!

As duas saíram, deixando Pete sozinho.

Como era sábado, torchwood estava quase vazia. Mas Rose tinha certeza de que Daniel estava lá, besourando pela base. Com muito cuidado para não serem vistas, elas foram de setor em setor pegando coisas que pareciam aleatórias para Rose. Mas Alden parecia saber o que estava fazendo.

--Tyler, o que você está fazendo aqui?—Era Daniel. –E quem é essa?

Alden continuou pegando fios, sem se importar.

--Essa é Alden e precisamos de umas coisas daqui. –Disse a loira.

--E o que faz vocês acharem que tem permissão para levar tais coisas? –Perguntou Daniel.

--O simples fato de que você vai nos dar essa permissão, Dan. –Disse Alden, sem se virar.

--Vou, é?—Desafiou ele.

-Sei que você tem esposa e uma filha em casa. Sei que seu maior medo é voar. Sei que seu pai foi morto na sua frente quando tinha doze anos. Sei que é por isso que mantém essa base em torchwood, acha que a ordem é vital, que se houvesse ordem na sua época, seu pai não teria morrido. Sei que tem esse aspecto oficial mas que no fundo se importa com seus soldados tanto quanto com sua família. Si que adora macarrão com carne moída e que preferiria morrer a trair um amigo, coisa que admiro muitíssimo.

Daniel ficou parado. Não se moveu nem falou, apenas abriu a boca. E continuou assim. Alden acabou de pegar tudo o que queria e ela e Rose saíram. Daniel continuou parado de boca aberta.

Rose teria gargalhado da cara de Daniel, mas pensava sobre a morte de seu pai.

-

Na casa, Alden ligava fios e fazia muitas coisas dignas de John ou d’O  Doutor. Rose sempre a vira como uma pessoa meio mística, mas mudou sua opinião ao vê-la manobrando alta tecnologia, algumas delas ALIENS, com a mesma facilidade que o senhor do tempo faria. Ela estava absolutamente a vontade.

O quarto de John havia se transformado em uma sala de fios. Havia muitos fios conectados a uma enorme bateria. As outras pontas iam algumas para um arame circular, outras para o manipulador de vortex que elas haviam pego, umas para uma impressora e algumas simplesmente voltavam a bateria.

--O que você está fazendo?—Perguntou Pete, entrando no quarto com três xícaras de chá.

--Um capacitor. Vou tentar ampliar minhas habilidades o suficiente para passar o bloqueio dos seres. –Explicou Alden.

--Isso não é perigoso?—Perguntou Rose, tomando o chá.

--Depende. –Respondeu a outra. –Tudo depende de quanto vamos precisar ampliar. Por isso preparei a impressora. O sistema todo é movido por ondas psíquicas, ou seja, irá responder a minha mente. Programei-o para parar assim que eu conseguir ver onde os dois estão. E, caso eu desmaie ou... Outra coisa antes de contar o que houve, a impressora mostrará os dados e o sistema travará o manipulador nas coordenadas certas. Só precisaremos partir.

--Isso é brilhante. Por quê não fizemos isso antes?—Perguntou Pete.

Rose não sabia ao certo se ficava feliz ou não: Se fosse seguro, Alden teria feito isso antes. O fato de ter adiado ao máximo, até ficarem sem nenhuma notícia, significava que o processo era perigoso.

Alden ajeitou os travesseiros fazendo uma espécie de poltrona e colocou o arame antes de se sentar.

--Boa sorte. –Desejou Rose.

Ela colocou o arme sobre a cabeça, então fechou os olhos.

--Alden!?—Disse Rose, preocupada.

--Tudo bem, Rose. –Explicou Alden. –Assim é mais fácil. Ligue aquele fio azul, sim?

Rose obedeceu, mas suas mãos tremiam tanto que Pete teve que ajudá-la. O arame produziu um forte chiado. As mãos de Alden se fecharam e ela rilhou os dentes. O chiado aumentou. Rose tapou a boca com as mãos. Alden começou a gritar.

--Alden!—Gritou Rose, tentando desligar o sistema, mas os fios estavam incandescentes. Alden por sua vez continuava a gritar e se remexia. Alguns fios começaram a soltar fumaça. Então o sistema parou.

--Rose, tire o arame. –Pediu Alden sem se mexer nem abrir os olhos. Rose obedeceu. O arame estava muito quente.

--Tudo bem?—Perguntou Pete.

--Água. –Pediu ela.

Rose ouviu o reboar das escadas quando Pete saiu correndo dali. Em pouco tempo ele havia voltado com um copo de água na mão. Ele ajudou Alden a beber.

--E então?—Perguntou Rose, incapaz de se conter. –Onde ele está?

--Escondido. –Respondeu Alden. –Os seres os esconderam um segundo fora da realidade em uma floresta não muito longe daqui. Podem ir, eu desenho um mapa, mas vou descansar, tudo bem?

--Claro. –Respondeu Rose. –Fique ai quietinha. Nós nos viramos com o mapa. 


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Notas finais do capítulo

Alguem mais notou que Anne já tinha aparecido na história antes da caverna? Na festa de natal de torchwood. Ela foi a mais bem vestida. Podem conferir lá.



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